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POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA A partir das definições constitucionais, da legislação que regulamenta o SUS, das deliberações das conferências nacionais de saúde e do Plano Nacional de Saúde (2004-2007) (BRASIL, 2004a), o Ministério da Saúde propõe a Política Nacional de Promoção da Saúde num esforço para o enfrentamento dos desafios de produção da saúde num cenário sóciohistórico cada vez mais complexo e que exige a reflexão e qualificação contínua das práticas sanitárias e do sistema de saúde. POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de Compromisso pela Saúde que agrega três eixos O Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), O Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão. Destaca-se aqui o Pacto pela Vida que constitui um conjunto de compromissos sanitários que deverão se tornar prioridades inequívocas dos três entes federativos, com definição das responsabilidades de cada um (BRASIL, 2006, p. 3). 3 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Dentre as macro-prioridades do Pacto em Defesa da Vida possui especial relevância o aprimoramento do acesso e da qualidade dos serviços prestados no SUS, com a ênfase para o fortalecimento e qualificação estratégica da Saúde da Família; A Promoção, Informação e Educação em Saúde com ênfase na Promoção de atividade física, na Promoção de hábitos saudáveis de alimentação e vida, controle do tabagismo; controle do uso abusivo de bebida alcoólica; cuidados especiais voltados ao processo de envelhecimento (BRASIL, 2006, p. 3). 4 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Vê-se, portanto, que a promoção da saúde realiza-se na articulação sujeito/coletivo, público/privado, Estado/sociedade, clínica/política, setor sanitário/outros setores, visando romper com a excessiva fragmentação na abordagem do processo saúde-adoecimento e reduzir a vulnerabilidade, os riscos e os danos que nele se produzem (BRASIL, 2006, p. 12-13). OBJETIVO GERAL DESTE DOCUMENTO Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais. 5 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Considerando a necessidade de atualizar a Política Nacional de Promoção da Saúde e incrementar as ações de promoção da saúde no território, bem como garantir sua consonância com os princípios e diretrizes do SUS (BRASIL, 2014, p. 1) Valores fundantes (BRASIL, 2014, p. 1-2) I - a solidariedade, entendida como as razões que fazem sujeitos e coletivos nutrirem solicitude para com o próximo, nos momentos de divergências ou dificuldades, construindo visão e metas comuns, apoiando a resolução das diferenças, contribuindo para melhorar a vida das pessoas e para formar redes e parcerias; POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Valores fundantes (BRASIL, 2014, p. 1-2) II - a felicidade, enquanto auto-percepção de satisfação, construída nas relações entre sujeitos e coletivos, que contribui na capacidade de decidir como aproveitar a vida e como se tornar ator partícipe na construção de projetos e intervenções comuns para superar dificuldades individuais e coletivas a partir do reconhecimento de potencialidades; III - a ética, a qual pressupõe condutas, ações e intervenções sustentadas pela valorização e defesa da vida, sendo pautadas para o bem comum, com dignidade e solidariedade; POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Valores fundantes (BRASIL, 2014, p. 1-2) IV - o respeito às diversidades, que reconhece, respeita e explicita as diferenças entre sujeitos e coletivos, abrangendo as diversidades étnicas, etárias, de capacidade, de gênero, de orientação sexual, entre territórios e regiões geográficas, dentre outras formas e tipos de diferenças que influenciam ou interferem nas condições e determinações da saúde; V - a humanização, enquanto elemento para a evolução do homem, por meio da interação com o outro e seu meio, com a valorização e aperfeiçoamento de aptidões que promovam condições melhores e mais humanas, construindo práticas pautadas na integralidade do cuidado e da saúde; POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Valores fundantes (BRASIL, 2014, p. 1-2) VI - a corresponsabilidade, enquanto responsabilidades partilhadas entre pessoas ou coletivo, onde duas ou mais pessoas compartilham obrigações e/ou compromissos; VII - a justiça social, enquanto necessidade de alcançar repartição equitativa dos bens sociais, respeitados os direitos humanos, de modo que as classes sociais mais desfavorecidas contem com oportunidades de desenvolvimento; e VIII - a inclusão social, que pressupõe ações que garantam o acesso aos benefícios da vida em sociedade para todas as pessoas, de forma equânime e participativa, visando à redução das iniquidades. POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Princípios (BRASIL, 2014) Promoção da Saúde Equidade Participação social Autonomia Empoderamento Intersetorialidade Intrassetorialidade Sustentabilidade Integralidade Territorialidade POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (BRASIL, 2014) DIRETRIZES Ações territorializadas Cooperação Intra e inter Gestão democrática Governança Pesquisa Educação permanente PS na Atenção Básica Planejamento transversal POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (BRASIL, 2014) TEMAS TRANSVERSAIS Determinantes sociais de saúde Desenvolvimento Sustentável Cuidado em rede Ambientes saudáveis Vida no trabalho Cultura da paz e direitos humanos POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (BRASIL, 2014) EIXOS OPERACIONAIS Territorialização Regionalização Equipamentos sociais no território Pactuações Interfederativas Cooperação intra e intersetorial POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (BRASIL, 2014) TEMAS PRIORITÁRIOS Formação e educação permanente Alimentação adequada e saudável Práticas Corporais Tabaco Álcool Mobilidade segura Cultura da paz Desenvolvimento sustentável AÇÕES ESPECÍFICAS Para o biênio 2006-2007 foram priorizadas as ações voltadas a: Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde; Alimentação Saudável; Prática Corporal/Atividade Física; Prevenção e Controle do Tabagismo; Redução da morbi-mortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas; Redução da morbi-mortalidade por acidentes de trânsito; Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz; Promoção do desenvolvimento sustentável. 15 Ações na rede básica de saúde e na comunidade Saúde da família – estimular a prática de atividade física; Oferta de atividade física para a comunidade e para os grupos vulneráveis; Educação permanente para a prática de atividade física; Estimular os deficientes a prática de atividade física; Melhoras ambientais para aumentar a prática de atividade física; Articulação com o”pratique Saúde” do SUS; Articulações intersetoriais de espaços públicos para a realização de atividade física. Ações de aconselhamento/divulgação Aconselhamento sobre os benefícios de estilos de vida saudável; Campanhas de divulgação estimulando modos de viver saudáveis e objetivando reduzir fatores de risco para doenças transmissíveis. PRÁTICA CORPORAL/ATIVIDADE FÍSICA 16 Ações de intersetorialidade e mobilização de parceiros Estimular a troca de experiências entre municípios; Estimular a prática de atividade física na comunidade; Praticar atividade física e forma regular na escola, universidade e demais espaços públicos; Parcerias para práticas de atividade física no ambiente de trabalho. Ações de monitoramento e avaliação Estudos para evidenciar a efetividade das estratégias na prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis; Estimular as instituições de ensino e pesquisa para monitoramento e avaliação das ações na prática de atividade física; Consolidar a pesquisa de saúde dos escolares como forma de monitoramento de práticasde atividade física de adolescentes. PRÁTICA CORPORAL/ATIVIDADE FÍSICA 17 REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO, N. de. O que é saúde? Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. 8ª Conferência Nacional de Saúde. 1986. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf Acesso em: 06/01/2007. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Promoção da Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, 2006. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa Nacional de Promoção da Atividade Física “Agita Brasil”: atividade física e sua contribuição para qualidade de vida. São Paulo, Revista de Saúde Pública, 2002; 36(2):254-6. BRICEÑO-LEÓN, R. Bienestar, salud pública y cambio social. In: BRICENÕ-LEÓN, R.; MINAYO, M. C. de S. e COIMBRA JR., C.E.A. (Orgs.). Salud y Equidad: una mirada desde las ciencias sociales. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000, p. 15-24. BUSS, P. M. Uma introdução ao conceito de promoção da saúde. In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. de. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. REFERÊNCIAS DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudos de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez, 1992. CAMPOS, G. W.; BARROS, R. B. de; CASTRO, A. M. de. Avaliação de política nacional de promoção da saúde. Rio de Janeiro, Ciência & Saúde Coletiva, 9(3):745-749, 2004. MINAYO, Maria Cecília de Souza; HARTZ, Zulmira Maria de Araújo; BUSS, Paulo Marchiori. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Cad. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 7-18, 2000. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Condiciones de vida, desigualdad y salud a partir del caso brasileño. In: BRICENÕ-LEÓN, R.; MINAYO, M. C. de S. e COIMBRA JR., C.E.A. (Orgs.). Salud y Equidad: una mirada desde las ciencias sociales. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000, p. 55-71. PALMA, A.; ESTEVÃO, A.; BRAGRICHEVSKY, M. Considerações teóricas acerca das questões relacionadas à promoção da saúde. 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