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MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 1 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV SAÚDE: Tema amplo e da maior importância; Tem sido interesse de pessoas, governos, empresas e comunidades; Um estado da vida que expressa instabilidade e busca por equilíbrio; A justiça considera a saúde um bem inalienável, um bem que não tem como negociar, de forma nenhuma, a saúde do indivíduo; A SAÚDE OCUPA UM SETOR DA ECONOMIA, PARA O QUAL SE PRODUZEM BENS E SERVIÇOS; o Estabelecimentos de saúde: hospitais, laboratórios, consultórios, postos; o Serviços: exames, consultas, tratamentos; o Indústrias: farmacêuticas, de material médico cirúrgico, de diagnostico, de vacinas; o Empresas que comercializam os chamados planos de saúde; o Instituições públicas que são responsáveis pela gestão da saúde: Ministério da saúde, secretarias estaduais e municipais de saúde; COMO SE ORGANIZA A SAÚDE ATUALMENTE NO BRASIL? o O modelo de saúde que temos no Brasil é o Sistema Único de Saúde, uma saúde pública e uma privada; o Alguns leitos em hospitais privados são financiados pelo SUS; o Um sistema de saúde é um conjunto de agências e de agentes que tem por objetivo assegurar a saúde das pessoas e de populações; o Agências: instituições e empresas; o Agentes: profissionais e trabalhadores da saúde; TIPOS DE SISTEMAS DE SAÚDE: o Os sistemas de saúde seguem em geral o tipo de proteção social adotado pelo respectivo país, os principais tipos de sistemas de saúde são: SEGURO SOCIAL: ✓ Universal; ✓ Serviços de saúde garantidos aos que contribuem com a previdência social; ✓ Controlado pelo Estado; ✓ Países: Alemanha, França e Suíça; SEGURIDADE: ✓ Universal; ✓ Vinculado à condição de cidadania; ✓ Financiado solidariamente por toda a sociedade por meio de contribuições e impostos: ✓ Países: Inglaterra, Canadá, Cuba, Brasil e Suíça; ASSISTÊNCIA: ✓ Atendimento em pequeno número para os que comprovadamente forem pobres; ✓ Regulado e ofertado pelo mercado; ✓ Países: Estados Unidos; O QUE É O SUS? O SUS é um sistema complexo que busca tornar concreta a Política Nacional de Saúde do Estado brasileiro; As três esferas de governo, a União, os estados e os municípios se articulam em ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação; A clientela potencial representa toda a população brasileira, estimada em 186.070.268 habitantes; Responsabilidade: de indivíduos, famílias, coletivos, governos e empresas; POR QUE SE DENOMINA SISTEMA ÚNICO? o Segue a mesma doutrina e os mesmo princípios organizativos em todo o território nacional; o Assim, o SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um sistema que significa um conjunto de unidades, de serviços e ações que interagem para um fim comum; ASPECTOS HISTÓRICOS QUE ANTECEDERAM O SUS: o Brasil colônia / Brasil Império / República Velha; o Médicos davam assistência aos militares e famílias abastadas; o Os pobres, indigentes e viajantes eram atendidos pelas Santas Casas; o Os governos se voltavam para ações de fiscalização dos portos, comércio de alimentos e ações pontuais de combate às epidemias; o Com o crescimento da urbanização e da industrialização as ações de saúde pública começaram a ser organizadas no país, porém ainda de forma centralizada; o A saúde passa a ser considerada uma questão que envolvia respostas da sociedade e dos governos; o Velha República (1889-1930): separação das ações de saúde pública da assistencial médico-hospitalar. Concepção liberal do Estado, cabendo a intervenção apenas quando diante de problemas de saúde, o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não fossem capazes de solucionar; o 1930: criação do Ministério da Educação e da Saúde; o Instalam-se as instituições necessárias para efetivação da PNS – Política Nacional de Saúde; o Afirma-se o modelo campanhista, contra as principais doenças epidêmicas e endêmicas - vacinações; o Ação predominantemente preventiva. As curativas estavam à cargo da Previdência Social; o População carente continuava dependente das Santas Casas de Misericórdia; o Quando começam aparecer as indústrias, tem-se a formação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) nas empresas; o Funcionava como uma caixa mesmo, colocavam dinheiro dentro e iam juntando, quando um deles precisavam era permitido o acesso ao dinheiro, que poderia ser usado para acidente de trabalho, medicamentos, para serviço funerário, para urgências, assistências médicas e para aposentadorias e pensões; MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV o A CAPs foi a primeira formação de um seguro saúde; o Na República Velha tinha-se os CAPs, as Santas Casas, o Estado atuando na vacinação; o 1940 – Após a CAPs veio o IAPs (instituto de aposentadoria e pensão), passa a ser vinculado, de alguma forma, ao Estado, permitindo a fiscalização desse instituto e ele deixa de ser de categorias e passa a ser de empresas; o Com essa mudança da CAPs para IAPs, o caixa deixa de ser restrito somente a uma empresa e passa a ser utilizado por várias empresas, ou até de toda uma cidade; o O IAPs começa a construir hospitais e outras instituições de saúde; o O IAPs passa por uma reforma previdenciária e vira o Instituto de Previdência Nacional e esse foi a nossa 1ª reforma previdenciária que começou como se fosse um seguro saúde, que é o que a Previdência Social é hoje, para os que eram trabalhadores vinculados; SAÚDE E ESTADO: o As responsabilidades do Estado brasileiro em relação à saúde só começam a ser explicitadas na Constituição de 1934. Entretanto, observa-se, nesta e nas que seguiram (1937,1946,1967/69), o caráter limitado e restritivo com que é tratada a questão, garantindo assistência médica apenas para trabalhadores vinculados ao sistema previdenciário e dependentes, ações assistenciais dirigidas à maternidade e infância e controle de grandes endemias. (Fleury Teixeira, 1986); o Em 1975 cria-se o Concelho Nacional de Saúde: → Ações de cunho reformista foram adotadas pelo estado: • Programa Materno-Infantil; • Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) (medicina simplificada); → Medidas voltadas à reorganização do sistema de saúde: • Lei do Sistema Nacional de Saúde; • Sistema Nacional de Previdência Social (SINPAS) e dentro dele, em 1977 foi criado o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social); ASPECTOS HISTÓRICOS: o O processo político da formalização do projeto da RSB (Reforma Sanitária Brasileira) foi marcado por disputas políticas entre grupos, conservadores e reformistas, com distintos interesses: um defendendo a privatização dos serviços de saúde e outro buscando a institucionalização da saúde como um bem público; o Nesse cenário a saúde é institucionalizada como um DIREITO SOCIAL; o “A construção do projeto da reforma sanitária fundou-se na noção de crise: crise do conhecimento e da prática médica, crise do autoritarismo, crise do estado sanitário da população, crise do sistema de prestação de serviços de saúde.” ABRASCO – Associação Brasileira de Saúde Coletiva; CEBES – Centro de Estudos Brasileiros de Saúde; NOVA REPÚBLICA (1985-1988); • VIII Conferência Nacional de Saúde, 1986: 5000 participantes – representantes dos movimentos sociais, intelectuais, sindicatos, profissionais de saúde; Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 e consolidou a opção pela via institucional; • O reconhecimento constitucional do direito à saúde só foi possível após longa luta política e graças à atuação do Movimento pela Reforma Sanitária; • Diretrizes: → Conceito Ampliado de Saúde; → Saúde como direito e dever do Estado; → Participação popular (controle social); → Ampliação do Orçamento Social; • Sistema único, descentralizado e participação da sociedade; CONSTITUIÇÃO DE 1988: • Art. 196 – a saúde édireito de todos e dever do Estado: acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação; • Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado, para ser o sistema de saúde dos brasileiros; • Art.197 – são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito; CRIAÇÃO DO SUS: o O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo; o Abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país; IMPLANTAÇÃO DO SUS: o Foi realizada de forma gradual: → Incorporação do INAMPS ao ministério da Saúde (decreto n° 99.060, de 7 de março de 1990); → Lei Orgânica da Saúde (Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990), que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos serviços; MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 3 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV → Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação dos usuários (população) na gestão do serviço; → O INAMPS foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei n° 8.689; PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS: o Lei n° 8.080/1990; UNIVERSALIDADE: o A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais; INTEGRALIDADE: o Considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades; o É importante a integração de ações, incluindo a promoção de saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação; o Pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos; EQUIDADE: o A equidade visa diminuir desigualdades; o Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas; o Significa tratar de forma desigual, os desiguais, investindo mais onde a carência é maior; FUNCIONAMENTO DO SUS: o O SUS é um sistema de saúde de abrangência nacional, porém, coexistindo em seu âmbito subsistemas em cada estado e em cada município; o As ações e serviços de atenção à saúde devem ser desenvolvidos em um conjunto de estabelecimentos, organizados em níveis crescentes de complexidade, formando uma rede regionalizada e hierarquizada; o Atendimento universalizado à população a partir de ações integradas entre os diferentes entes políticos da Federação; ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO DO SUS: o A direção do SUS é única, de acordo com o Inciso I, do artigo 198 da CF, sendo exercida, em cada esfera de governo, pelos seguintes órgãos: I. No âmbito da UNIÃO, pelo Ministério da Saúde; II. No âmbito dos ESTADOS e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; III. No âmbito dos MUNICÍPIOS, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; o Principais atribuições: → MUNICÍPIOS – planejamento e execução dos serviços de saúde no seu território; → ESTADOS – coordenar e apoias os municípios na execução das ações de saúde; → UNIÃO – formulações da política nacional de saúde, coordenação das ações intergovernamentais e financiamento; DESCENTRALIZAÇÃO DA GESTÃO DO SUS: o A municipalização da gestão dos serviços foi o elemento central da agenda de reformas do governo federal na área da saúde ao longo da década de 1990; o Objetivos: universalizar o acesso aos serviços e descentralizar sua gestão, transferindo aos municípios a responsabilidade de gestão da prestação de serviços e mantendo a participação federal no financiamento da política; PROBLEMAS ATUAIS: o Embora sejam reconhecidas dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios na gestão da política de saúde, não é possível resumir o problema a uma crise no financiamento; o É importante uma análise aprofundada sobre a qualidade dos gastos em saúde; o Coibir desvios e fraudes; o Qualificar e aprimorar a gestão do SUS; o Implantar mecanismos de controle interno; o Fortalecer os Conselhos de Saúde; o País imenso, populoso e heterógenos: acessibilidade; o Alterações demográficas recentes: estrutura etária, urbanização acelerada; o Acentuadas desigualdades econômicas e sociais (entre regiões e grupo populacionais); o Baixa resolubilidade das demandas presentes na população;
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