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Thaís Pires 1 Problema 2 1. Conhecer a osteoporose e os fatores associados a quedas no idoso Osteoporose – se refere a uma condição onde há PERDA DE MASSA ÓSSEA, sendo, portanto, uma alteração quantitativa do tecido ósseo, mantendo as características qualitativas dele Durante a infância e a adolescência, há um acúmulo muito rápido de massa óssea, sendo o pico dessa massa atingido ao fim da terceira década de vida, que é quando tende a se manter relativamente estável na vida adulta (exceto nas mulheres após a menopausa) – nas últimas fases da vida, tanto homens como mulheres iniciam uma perda óssea / Esse processo de ganho de massa óssea ao longo da vida sofre interferência da nutrição, atividade hormonal, atividade física → depois de atingir o pico de massa óssea, i.e., fim da 3ª década, a quantidade dessa variável é determinada pelo valor máximo atingido subtraído das perdas ósseas subsequentes / Muito importante nesse processo de PICO DE MASSA ÓSSEA são os fatores GENÉTICOS, que, por exemplo, determinam picos muito maiores em NEGROS do que em ASIÁTICOS E BRANCOS – enquanto o fator genético determina esse pico máximo, os fatores AMBIENTAIS terão influência direta na PERDA SUBSEQUENTE!!! Etiologia – o principal fator etiológico é a DEFICIÊNCIA GONADAL DE ESTEROIDES, principalmente aquela que ocorre após a menopausa, justificando a maior perda de massa óssea em mulheres e, consequentemente, maior incidência de fraturas osteoporóticas / Nos homens, a testosterona também tem papel importante no remodelamento ósseo, porém o ESTRADIOL gerando a partir da aromatização periférica da testosterona é o esteroide gonadal essencial que medeia a PRESERVAÇÃO DA MASSA ÓSSEA → homens em terapia de privação de andrógenos por CA de próstata estão em risco aumentado de perda óssea e fratura Um fator que não possui diferenciação entre os sexos é a CORTICOTERAPIA, uma vez que os glicocorticoides induzem a osteoporose O fator nutricional também é importante para atingir o pico de massa óssea e minimizar a perda subsequente – ingestão adequada de CÁLCIO e VIT D Patogênese – o processo de remodelamento ósseo é um reflexo da atividade dos osteoclastos associada a dos osteoblastos → a perda óssea da osteoporose pode ser resultante de um aumento na atividade dos osteoclastos, diminuição da atividade dos osteoblastos OU um combinação desses dois → indivíduos jovens com pouca massa óssea provavelmente experimentaram pouca formação óssea, i.e., pouca atividade osteoblástica, enquanto a osteoporose pós-menopausa é um reflexo da reabsorção acelerada! Embora não seja completamente entendido esse processo de reabsorção óssea causada pela deficiência de esteroides, estima-se um envolvimento do AUMENTO DA LIBERAÇÃO DE CITOCINAS, como a IL-6, pela células ósseas em deficiência de estrogênio, que aumenta a sensibilidade dos osteoclastos ao RANKL, o que culmina em uma hiperatividade dos OSTEOCLASTOS Thaís Pires 2 O sistema de remodelação óssea é regulado pelo SISTEMA RANKL/RANK/OSTEOPROTEGERINA – o ligante do RANKL produzido pelos osteoblastos liga-se ao receptor do RANK dos osteoclastos → essa ligação determina a transformação do PRECURSO OSTEOCLASTO → OSTEOCLASTO ATIVO – nesse processo de ligação, a OSTEOPROTEGERINA que é produzida pelos osteoblastos é responsável pela INIBIÇÃO DA LIGAÇÃO RANKL-RANK, o que impede a reabsorção óssea Nos indivíduos com osteoporose, verifica-se A patogênese da perda óssea relacionada com a senescência é menos conhecida ainda, porém fatores como a deficiência relativa de cálcio consequência da DIMINUIÇÃO NA CAPACIDADE DE ABSORÇÃO desse mineral pelo intestino e da MAIOR EXCREÇÃO URINÁRIA, corroboram para que haja uma maior ingestão oral de Ca, senão predomina um equilíbrio negativo! Associada a essa ingesta de cálcio, há uma deficiência de vitamina D, que está relacionada com a absorção do mineral → lembrar que já existe uma deficiência de absorção de cálcio intrínseca aos mecanismos de senescência intestinal, então a deficiência de vit D soma a esse processo! Manifestações Clínicas – é assintomática até o momento que produz FRATURAS E DEFORMIDADES, sendo as típicas da osteoporose localizadas na coluna, no quadril e no punho (Fratura de Colles) – a de punho é mais frequente nas mulheres após menopausa, enquanto as de vértebras e quadril são comuns aos dois sexos Os corpos vertebrais podem ser esmagados, resultando em diminuição da estatura, ou podem formar uma cunha no sentido anterior, predispondo a perda da estatura associada a cifose (corcunda da viúva) A complicação da osteoporose com maior MORBIMORTALIDADE é a fratura de quadril, com aumento súbito da incidência após 80 anos – isso é devido a vários fatores, principalmente a tendência de PERDA DE OSSO TRABECULAR > CORTICAL e tudo isso associado a uma DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA (fibras rápidas) E VISUAL, resultando em quedas mais frequentes Thaís Pires 3 Diagnóstico Osteoporose – nas fases iniciais, não há clínica significativa para o diagnóstico de OP, porém importante realizar o exame físico e anamnese para o diagnóstico ETIOLÓGICO Exames Laboratoriais – geralmente são normais na OP primária tipo 1 e tipo 2, porém esses exames são importantes para estabelecer a presença de fatores secundários determinantes de perda de massa óssea • Hemograma, • Velocidade de hemossedimentação (VHS), • Cálcio sérico, • Fósforo sérico, • Proteína total, • Albumina, • Enzimas hepáticas, • Creatinina, eletrólitos, • Glicemia de jejum, • Dosagem de cálcio na urina de 24 h • Dosagem de Vitamina D sérica (25-OH) Se houver história clínica ou achados de exame físico condizentes com causas secundárias, outros exames podem ser realizados: hormônio tireoestimulante (TSH) e paratormônio (PTH) intacto sérico, cortisol urinário livre, marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo, discriminados mais adiante; estudo do equilíbrio acidobásico, eletroforese de proteínas séricas, anticorpos (AC) antiendomísio, antigliadina e antitransglutaminase, aspiração de medula óssea. Biomarcadores Ósseos – são os produtos da degradação óssea liberados para a circulação ou para a urina, i.e., traduzem o TURNOVER ÓSSEO → nenhum é ESPECÍFICO DA OP, portanto, não fazem diagnóstico sozinhos – a velocidade desse fenômeno pode ser determinada pela ATIVIDADE ENZIMÁTICA DE CÉLULAS FORMADORAS E REABSORVEDORAS e pela medida dos COMPONENTES DA MATRIZ ÓSSEA liberados na circulação durante a remodelação Esses biomarcadores possuem uma boa correlação em relação a PREDIÇÃO DE FRATURAS, ou seja, altos níveis de marcadores de reabsorção estão associados maior risco de fratura de quadril e vértebras Obs: a variabilidade dos marcadores varia com o RITMO CIRCADIANO, por isso devem ser medidos na mesma hora do dia! Radiografias Convencionais – a sensibilidade e especificidade dos RX para determinar baixa massa óssea são BAIXAS e, na ausência da fratura vertebral, não pode diagnosticar OP precoce, i.e., SÓ DETECTA SE JÁ HOUVER O DANO!!! Já se houver fratura por baixo impacto, independente da massa óssea, o pct é considerado como osteoporótico!!! Thaís Pires 4 Os RX só fazem diagnóstico quando a perda de massa óssea atingiu cerca de 30% ou quando há tem fratura de baixo impacto instalada → DIAGNÓSTICO TARDIO – sua utilização se dá como EXAME COMPLEMENTAR para estabelecer a presença de fraturas vertebrais Técnicas para medir a densidade óssea Permitem avaliar a PERDA ÓSSEA, O RISCO DE FRATURA e MONITORAR O TRATAMENTO Ultrassonometria Óssea – não se conhece os seus parâmetros físicos muito bem, mas mede VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO (SOS) e a atenuação do som em CALCÂNEO e TÍBIA (BUA), que são unidos e formam a medida RESISTÊNCIA ÓSSEA = STIFFNESS Densitometria Óssea – capaz de medir a QUANTIDADE DE OSSO (conteúdomineral) em um área ou VOLUME DEFINIDO, que são unidos na DMO – g/cm² - permite o diagnóstico precoce, o nível de gravidade e o risco de fratura, bem como a avaliação da terapêutica Mulheres na pós menopausa apresentam perda basicamente de osso trabecular → COLUNA LOMBAR + FÊMUR PROXIMAL Em indivíduos idosos, o FÊMUR PROXIMAL sempre será avaliado. A DXA tem as seguintes indicações: • Todas as mulheres de 65 anos ou mais • Mulheres na peri e pós menopausa com fatores de risco • Mulheres com amenorreia secundária prolongada (por mais de 1 ano) • Todos os indivíduos que tenham sofrido fratura por trauma mínimo ou atraumática • Indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais • Homens com idade superior a 70 anos • Homens com idade inferior a 70 anos com fatores de risco • Indivíduos que apresentem perda de estatura (2,5 cm) ao longo da vida ou hipercifose torácica • Indivíduos em uso de corticoides por 3 meses ou mais, independentemente da dose • Indivíduos com índice de massa corporal baixo (IMC de 19 kg/m² para jovens e, para indivíduos idosos, IMC de 22 kg/m²) • Portadores de doenças crônicas ou em uso de outras medicações associadas à OP • Para monitoramento de mudanças de massa óssea decorrentes da evolução da doença e dos diferentes tratamentos disponíveis Thaís Pires 5 Avaliação da DXA: • Valor absoluto (g/cm²) – estabelece o padrão esquelético do indivíduo, sendo importante para uma avaliação prospectiva!! NÃO DEFINE RISCO DE FRATURA • Valor percentual relativo a uma curva ajustada para a idade, sexo, raça e peso (age matched) – Z – score – É um valor relativo que ajuda a identificar a existência de alguma causa secundária para OP, então estar com massa óssea abaixo do esperado para a sua idade, sexo, raça e peso podem ter outra causa ALÉM DOS FATORES FISIOLÓGICOS • Valor percentual relativo a uma curva de jovens entre 20 e 40 anos de idade (young adults) – T – score – compara-se a massa óssea de um idoso a de um jovem com as mesmas característica de SEXO E PESO o Até -1,0 desvio padrão (DP): indivíduos normais o Entre –1,0 e –2,5 DP: indivíduos osteopênicos o Abaixo de –2,5 DP: pacientes com OP o Abaixo de –2,5 DP, associada à fratura: pacientes com OP estabelecida ou grave Tratamento Não-farmacológicos: nutrição adequada; bons hábitos de vida (exercícios físicos, não fumar, não beber); controle do ambiente para prevenção de quedas Cálcio – 1.500 mg para mulheres pós menopausa sem terapia hormonal 1.000 mg para homens e mulheres em terapia estrogênica 1.500 mg após dos 65 anos Farmacológicas – tem como principal objetivo a DIMINUIÇÃO DO RISCO DE FRATURA e o AUMENTO DA MASSA ÓSSEA QUASE TODOS OS ESQUEMAS TERAPÊUTICOS FAZEM SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D CARBONATO DE CALCIO APÓS AS REFEIÇÕES (para minimizar efeitos intestinais) CITRATO DE CÁLCIO PARA QUEM TEM CONSTIPAÇÃO PELO USO DE CARBONATO Obs: a vitamina D3 é responsável pela absorção de Calcio intestinal e seu transporte até os ossos – 25 (OH) é transformada em 1,25(OH), que é a sua forma ativa Quem deverá ser tratado? • Mulheres com OP pós-menopáusica • Mulheres com fraturas atraumáticas e baixa DMO • Mulheres com T-score de DMO < – 2,5 DP sem fatores de risco ❖ Antirreabsortivos ósseos ❖ Bisfosfonatos – são agentes antirreabsortivos que possuem mecanismo de ação o BLOQUEIO DA ADESÃO dos clastos à superfície de reabsorção óssea e o aumento da sua APOPTOSE ▪ Alendronato – disponível em doses de 70mg associado a colecalciferol – ingerir com água, em jejum, 30 mins antes do café da manhã, e manter-se em pé para evitar irritação esofágica - UMA VEZ NA SEMANA ▪ Risedronato – 35mg (1x na semana) e 150mg (mensalmente) ▪ Ibandronato ▪ Zolendronato Thaís Pires 6 ❖ Terapia Hormonal – Estrógenos – funcionam como antirreabsortivos ósseos, agindo sobre os receptores blastos e na produção de calcitonina / diminui fogachos, a irritabilidade e melhora a libido ➢ Riscos – se não associado a progesterona, pode aumentar o risco de neoplasia endometrial ❖ Modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM) – moduladores seletivos dos receptores de estrogênio – agem como agonistas do estrógeno SEM INTERFERIR NA MAMA E ENDOMÉTRIO ▪ Raloxifeno ❖ AMG 162 (osteoprotegerina) ▪ Denosumab – O denosumabe é um anticorpo monoclonal humano (IgG2) que tem como alvo o RANKL, ao qual se liga com grande afinidade e especificidade, impedindo que o ligante ative seu único receptor, o RANK, na superfície dos osteoclastos e seus precursores, independentemente da superfície óssea. A prevenção da interação RANKL/RANK inibe a formação, a função e a sobrevivência de osteoclastos. O denosumabe, portanto, reduz a reabsorção óssea e aumenta a massa e a resistência dos ossos corticais e trabeculares ❖ Osteoformadores ▪ Teriparatida – osteoformador que age nos blastos de forma ANABÓLICA estimulando a formação a partir das células progenitoras, prevenindo apoptose e aumentando a ação e número dessas células Devido ao CUSTO FINANCEIRO, é indicada em OP GRAVE COM T-ESCORE < -3, uso de GLICOCORTICOIDES e após FRATURAS POR FRAGILIDADE ▪ Ranelato de estrôncio (osteoformador e antirreabsortivo) Queda em Idosos – é definida como o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil – geralmente essas quedas são decorrentes da perda do equilíbrio postural, podendo ser uma consequência de problemas primários do sistema osteomuscular/neurológico ou de uma condição clínica que afete secundariamente os mecanismos de equilíbrio e estabilidade → evento sentinela ou sintoma de uma nova doença Fatores – a estabilidade do corpo depende da recepção adequada de informações sensoriais, cognitivas, integrativas cerebelares e musculo-esqueléticas 1. Intrínsecos – relacionados ao próprio idoso we refletem a incapacidade de manter ou recuperar o equilíbrio quando ocorre um deslocamento acentuado do centro de gravidade a. História prévia de quedas – 1 ou mais quedas no ano anterior aumentam o risco de quedas no ano subsequente b. Idade – quedas aumentam com o envelhecimento c. Sexo Feminino – nas faixas etárias mais velhas da população, a proporção de mulheres que caem é maior que a de homens d. Medicamentos – drogas psicoativas, cardiológicas, polifarmácia e. Condição Clínica – doenças que afetam a força muscular, o equilíbrio e a marcha – HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA f. Distúrbio da Marcha e do Equilíbrio g. Sedentarismo – disfunção musculo-esquelética → sarcopenia h. Estado Psicológico – medo de cair após uma queda está relacionado a um pior desempenho na marcha i. Deficiência Nutricional – distúrbios da marcha, perda de força muscular j. Declínio Cognitivo k. Déficit Visual – alterações da acuidade visual e do campo, catarata, glaucoma Thaís Pires 7 l. Doenças Ortopédicas – espondilose cervical, calos no pé, deformidades, úlceras, dor ao caminhar 2. Extrínsecos – associados ao ambiente físico em que o idoso se encontra a. Iluminação Inadequada b. Superfícies Escorregadias c. Tapetes Soltos d. Obstáculos no Caminho e. Ausência de Corrimãos em corredores e banheiros 3. Comportamental – Grau de exposição ao risco Os dois extremos de atividades são os que possuem maior risco de queda, i.e., os INATIVOS E ATIVOS, provavelmente pela fragilidade dos primeiros e a exposição ao risco do segundo / 2. Avaliar os processos adaptativos a perda visual no idoso; A função visual normal compreende as capacidades de PERCEBER, DISCRIMINAR e INTERPRETAR os estímulos luminosos, enquanto a acuidade visual depende da habilidade de distinguir dois estímulos separados em contraste com o fundo / Na visão normal, a luz visível atravessa a córnea, o cristalino e o corpo vítreo, atingindo a retina (cones –imagem mais nítida; bastonetes – visão noturna), a qual emite impulsos elétricos por meio da via óptica ao cérebro / A visão pode ser dividida em CENTRAL (obtida pelo processamento da imagem ao nível da fóvea – grande concentração de cones) e PERIFÉRICA (outras regiões da retina) Visão diurna – orientada pela mácula, parte central da retina, cones – visão de cores, nitidez, contrastes Visão Noturna – retina periférica, bastonetes – visão no escuto, detecção de movimentos A visão, em conjunto com as aferências somatossensoriais vestibulares, auxilia no controle postural, então mudanças em algum desses fatores provoca mudanças na MARCHA, DESEQUILÍBRIO, FRAQUEZA MUSCULAR, QUEDAS Alterações nos Idosos – aos 60 anos, ocorrem alterações ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS OCULARES No decorrer do processo de envelhecimento, o sistema visual passa por mudanças que vão desde o empobrecimento da capacidade de focar e refocar um objeto até à diminuição da sensibilidade da retina às adaptações ao claro e ao escuro • diâmetro pupilar está reduzido a menos da metade do que se tinha aos 20 anos (diminui a entrada de luz e acomodação ao escuro); • as reações pupilares tornam-se mais lentas (diminui a acomodação ao escuro); • o suporte gorduroso retro-ocular é perdido, fazendo com que os olhos se localizem mais profundamente na órbita; • disfunções nos músculos extraoculares diminuem a amplitude de movimentação ocular • a presbiopia é consequência da perda de elasticidade da cápsula do cristalino, o que dificulta o ajuste focal para a leitura de objetos próximos Redução da Acuidade Visual - A visão pode ser afetada em diferentes aspectos, como o da PERCEPÇÃO DE CORES, CAMPO VISUAL, VISÃO NOTURNA Thaís Pires 8 Degeneração Macular Senil – causa mais comum de perda visual grave acima do 50 anos – é uma desordem DEGENERATIVA DA MÁCULA, que pode ocorrer na forma NÃO VASCULAR e NEOVASCULAR – cardiopatas, hipertensos, dislipidêmicos, tabagistas Pcts com DMS apresentam METAMORFOPSIA (imagens distorcidas) e ESCOTOMA CENTRAL, que progride até o comprometimento visual grave → Há dificuldade para a leitura, para o RECONHECIMENTO DE FACES (isolamento social), para estimar a profundidade do campo (DIFICULDADE DE DEAMBULAR), percepção de cores e contraste Pode ter início unilateral, porém evolui para BILATERAL com frequência Retinopatia Diabética – é a principal causa de perda visual em diabéticos, ocorrendo mais frequentemente em idosos – essa retinopatia é classificada de acordo com a extensão da proliferação de novos vasos sanguíneos retinianos, em proliferativa e não proliferativa! Em ambas as formas pode haver BORRAMENTO VISUAL, ESCOTOMAS ou DESCOLAMENTO DA RETINA, associados à metamorfopsia, fotofobia, perda de sensibilidade as cores, podendo chegar a cegueira Não proliferativa – microaneurismas, hemorragias retinianas, exudatos algodonosos, exusados duros e cruzamentos arteriovenosos patológicos Proliferativa – novos vasos são formados, causando hemorragias retinianas e no corpo vítreo, além de fibrose reacional No idoso diabético com retinopatia, as manutenções de níveis glicêmicos, lipídicos e de pressão arterial sistêmica controlados são importantes para evitar novas agressões aos vasos retinianos. Catarata Senil – doença mais comum, tendo a prevalência aumentada de acordo com a idade 75 e 85 anos = 45% – compreende a opacificação do cristalino, que impede gradualmente a PASSAGEM DE LUZ O pct apresenta DIMINUIÇÃO DA ACUIDADE VISUAL, com visão borrada, hipersensibilidade ao brilho (intolerância para dirigir a noite pela luz dos carros no sentido oposto – 1º sintoma), alterações na percepção de cores e metamorfopsia Glaucoma – caracterizado pelo AUMENTO DA PRESSÃO INTRAOCULAR, que causa danos ao nervo óptico e à retina → caso não seja controlado, pode levar danos ao DISCO ÓPTICO, perda de campo visual periférico (compromete deambulação e leitura) e incapacidade visual grave A idade avançada é o maior fator de risco para o surgimento de glaucoma → dos indivíduos amauróticos em consequência do glaucoma, 75% tem mais de 65 anos Ângulo aberto – nesse tipo de glaucoma, a drenagem do humor aquoso não é capaz de compensar a sua produção, causando a hipertensão ocular – é o mais comum, podendo evoluir sem causar sintomas até a fase moderada da doença → a partir de então, são percebidas • Cefaleia após leitura ou em ambiente com iluminação inadequada • Comprometimento da visão noturna • Perdas no campo visual periférico (visão em túnel), o paciente pdoe achar que as primeiras letras das palavras estão faltando Thaís Pires 9 • Visão borrada ou dor ocular, principalmente após exercícios vigorosos Ângulo fechado – obstrução da drenagem do humor aquoso entre a córnea e a íris, na câmara anterior Alterações na Coagulação Sanguínea – a trombose dos vasos retinianos pode levar a cegueira – se a veia é comprimida, o sangue passa muito devagar, favorecendo a formação de trombos, que entopem a veia Xeroftalmia – frequente no envelhecimento – a parte externa da córnea não está suficientemente hidratada com o filme lacrimal Frouxidão Palpebral – é consequência de uma herniação da gordura da pálpebra Vias Ópticas e Córtex Cerebral – qualquer lesão que afete desde a retina → córtex visual leva ao comprometimento da visão / Os acidentes vasculares, os tumores e os traumas são as principais causas dessas lesões, sendo diferenciados em LESÕES PERIFÉRICAS (pré-quiasmáticas) e CENTRAIS (pós- quiasmáticas) Ceratoconjuntivite Sicca – o filme lacrimal é composto por camadas de ÓLEO, ÁGUA E MUCINA, que auxilia na preservação da saúde do epitélio da córnea, mantendo a superfície ocular lubrificada → condições que causam a oclusão palpebral incompleta (perda do tônus muscular, paralisia facial) ou diminuem a frequência de piscadas permitem que a camada aquosa do filme lacrimal EVAPORE O aumento da osmolaridade da lágrima, associado à instabilidade do filme lacrimal é a ALTERAÇÃO FISIOPATOLÓGICA INICIAL, a partir disso cria-se um mecanismo de retroalimentação que envolve inflamação reacional e maior disfunção do filme lacrimal As queixas de olhos secos e irritação conjuntival são comuns em idosos e, paradoxalmente, esses pcts podem relatar LACRIMEJAMENTO, mas como um mecanismo reflexo Em idosos, está associada a doenças sistêmicas, como síndrome de Sjogren, LES, sarcoidose, amiloidose, linfoma e leucemia 3. Reconhecer a importância da autonomia e independência do idoso no relacionamento com a sua família. A redução da capacidade funcional e da autonomia da pessoa idosa pode implicar em consequências negativas não apenas para si, mas em modificações no modo de vida e sobrecarga aos familiares cuidadores Postula-se que pessoas idosas autônomas que apresentam convívio social efetivo, bem integradas às famílias, ampliam sua capacidade para recuperar-se dos agravos de saúde e aperfeiçoar sua longevidade. Desta forma, o prejuízo na autonomia da pessoa idosa compromete diretamente sua qualidade de vida e toda a dinâmica familiar No contexto da gerontologia, ao se considerar a autonomia, ou o princípio bioético do respeito à pessoa, discute-se sua competência em lidar e tomar decisões 6 , mesmo ante outros fatores controladores como patologias, limitações cognitivas, maus tratos, cultura, ou até mesmo a própria família Autonomia - autonomia para examinar a tomada de decisão no cuidado da saúde, definindo a escolha autônoma como o ato de governar efetivamente e não a simples capacidade de governar Autonomia x Dependência - A autonomia é o estado de ser capaz de estabelecer e seguir regras. Vale ressaltar que para o idoso, a autonomia é mais útil que a independência, como um objetivo global, haja vista a possibilidade de restaurá-la por completo, mesmo quando o indivíduo continua com dependênciaThaís Pires 10 Quando se discute a diminuição ou a perda da autonomia no contexto gerontogeriátrico, é comum a associação à dependência física ou social, o que, muitas vezes, pode induzir uma perspectiva estereotipada em relação à pessoa idosa, que reforça a ideia de que todo idoso dependente tem a autonomia comprometida. Essa compreensão contribui para fortalecer atitudes que desconsideram a pessoa idosa como participante do processo existencial e de tomada de decisões pautadas na autonomia Aqueles que se identificaram autônomos, demonstraram sentir-se valorizados pelas outras gerações. Para eles, não ter autonomia reflete na qualidade de vida, significando não serem reconhecidos na família como pessoas capacitadas para fazer escolhas, não se sentindo tratados com afeto e incluídos socialmente. Os idosos que preservaram a autonomia demonstraram que ser autônomo os faz sentirem-se com a dignidade preservada
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