Buscar

Módulo Envelhecimento - Problema 2 - Osteoporose Fisiopatologia, Diagnóstico, Tratamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Thaís Pires 
1 
Problema 2 
1. Conhecer a osteoporose e os fatores associados a quedas no idoso 
 
Osteoporose – se refere a uma condição onde há PERDA DE MASSA ÓSSEA, sendo, portanto, uma alteração 
quantitativa do tecido ósseo, mantendo as características qualitativas dele 
 Durante a infância e a adolescência, há um acúmulo muito rápido de massa óssea, sendo o pico dessa 
massa atingido ao fim da terceira década de vida, que é quando tende a se manter relativamente estável 
na vida adulta (exceto nas mulheres após a menopausa) – nas últimas fases da vida, tanto homens como 
mulheres iniciam uma perda óssea / Esse processo de ganho de massa óssea ao longo da vida sofre 
interferência da nutrição, atividade hormonal, atividade física → depois de atingir o pico de massa óssea, 
i.e., fim da 3ª década, a quantidade dessa variável é determinada pelo valor máximo atingido subtraído das 
perdas ósseas subsequentes / Muito importante nesse processo de PICO DE MASSA ÓSSEA são os fatores 
GENÉTICOS, que, por exemplo, determinam picos muito maiores em NEGROS do que em ASIÁTICOS E 
BRANCOS – enquanto o fator genético determina esse pico máximo, os fatores AMBIENTAIS terão influência 
direta na PERDA SUBSEQUENTE!!! 
 
 Etiologia – o principal fator etiológico é a DEFICIÊNCIA GONADAL DE ESTEROIDES, principalmente 
aquela que ocorre após a menopausa, justificando a maior perda de massa óssea em mulheres e, 
consequentemente, maior incidência de fraturas osteoporóticas / Nos homens, a testosterona também tem 
papel importante no remodelamento ósseo, porém o ESTRADIOL gerando a partir da aromatização 
periférica da testosterona é o esteroide gonadal essencial que medeia a PRESERVAÇÃO DA MASSA ÓSSEA 
→ homens em terapia de privação de andrógenos por CA de próstata estão em risco aumentado de perda 
óssea e fratura 
Um fator que não possui diferenciação entre os sexos é a CORTICOTERAPIA, uma vez que os glicocorticoides 
induzem a osteoporose 
O fator nutricional também é importante para atingir o pico de massa óssea e minimizar a perda subsequente 
– ingestão adequada de CÁLCIO e VIT D 
 
 Patogênese – o processo de remodelamento ósseo é um reflexo da atividade dos osteoclastos 
associada a dos osteoblastos → a perda óssea da osteoporose pode ser resultante de um aumento na 
atividade dos osteoclastos, diminuição da atividade dos osteoblastos OU um combinação desses dois → 
indivíduos jovens com pouca massa óssea provavelmente experimentaram pouca formação óssea, i.e., 
pouca atividade osteoblástica, enquanto a osteoporose pós-menopausa é um reflexo da reabsorção 
acelerada! 
 Embora não seja completamente entendido esse processo de reabsorção óssea causada pela 
deficiência de esteroides, estima-se um envolvimento do AUMENTO DA LIBERAÇÃO DE CITOCINAS, como a 
IL-6, pela células ósseas em deficiência de estrogênio, que aumenta a sensibilidade dos osteoclastos ao 
RANKL, o que culmina em uma hiperatividade dos OSTEOCLASTOS 
Thaís Pires 
2 
 
O sistema de remodelação óssea é regulado pelo SISTEMA RANKL/RANK/OSTEOPROTEGERINA – o ligante 
do RANKL produzido pelos osteoblastos liga-se ao receptor do RANK dos osteoclastos → essa ligação 
determina a transformação do PRECURSO OSTEOCLASTO → OSTEOCLASTO ATIVO – nesse processo de 
ligação, a OSTEOPROTEGERINA que é produzida pelos osteoblastos é responsável pela INIBIÇÃO DA 
LIGAÇÃO RANKL-RANK, o que impede a reabsorção óssea 
 Nos indivíduos com osteoporose, verifica-se 
 
A patogênese da perda óssea 
relacionada com a senescência é menos 
conhecida ainda, porém fatores como a 
deficiência relativa de cálcio consequência 
da DIMINUIÇÃO NA CAPACIDADE DE 
ABSORÇÃO desse mineral pelo intestino e 
da MAIOR EXCREÇÃO URINÁRIA, 
corroboram para que haja uma maior 
ingestão oral de Ca, senão predomina um 
equilíbrio negativo! Associada a essa 
ingesta de cálcio, há uma deficiência de 
vitamina D, que está relacionada com a 
absorção do mineral → lembrar que já existe uma deficiência de absorção de cálcio intrínseca aos 
mecanismos de senescência intestinal, então a deficiência de vit D soma a esse processo! 
 
 Manifestações Clínicas – é assintomática até o momento que produz FRATURAS E DEFORMIDADES, 
sendo as típicas da osteoporose localizadas na coluna, no quadril e no punho (Fratura de Colles) – a de 
punho é mais frequente nas mulheres após menopausa, enquanto as de vértebras e quadril são comuns aos 
dois sexos 
Os corpos vertebrais podem ser esmagados, resultando em diminuição da estatura, ou podem formar uma 
cunha no sentido anterior, predispondo a perda da estatura associada a cifose (corcunda da viúva) 
A complicação da osteoporose com maior MORBIMORTALIDADE é a fratura de quadril, com aumento súbito 
da incidência após 80 anos – isso é devido a vários fatores, principalmente a tendência de PERDA DE OSSO 
TRABECULAR > CORTICAL e tudo isso associado a uma DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA (fibras rápidas) 
E VISUAL, resultando em quedas mais frequentes 
 
 
 
 
Thaís Pires 
3 
 
Diagnóstico Osteoporose – nas fases iniciais, não há clínica significativa para o diagnóstico de OP, porém 
importante realizar o exame físico e anamnese para o diagnóstico ETIOLÓGICO 
 
 Exames Laboratoriais – geralmente são normais na OP primária tipo 1 e tipo 2, porém esses exames 
são importantes para estabelecer a presença de fatores secundários determinantes de perda de massa óssea 
• Hemograma, 
• Velocidade de hemossedimentação (VHS), 
• Cálcio sérico, 
• Fósforo sérico, 
• Proteína total, 
• Albumina, 
• Enzimas hepáticas, 
• Creatinina, eletrólitos, 
• Glicemia de jejum, 
• Dosagem de cálcio na urina de 24 h 
• Dosagem de Vitamina D sérica (25-OH) 
Se houver história clínica ou achados de exame físico condizentes com causas secundárias, outros exames 
podem ser realizados: hormônio tireoestimulante (TSH) e paratormônio (PTH) intacto sérico, cortisol 
urinário livre, marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo, discriminados mais adiante; estudo do 
equilíbrio acidobásico, eletroforese de proteínas séricas, anticorpos (AC) antiendomísio, antigliadina e 
antitransglutaminase, aspiração de medula óssea. 
 
 Biomarcadores Ósseos – são os produtos da degradação óssea liberados para a circulação ou para a 
urina, i.e., traduzem o TURNOVER ÓSSEO → nenhum é ESPECÍFICO DA OP, portanto, não fazem diagnóstico 
sozinhos – a velocidade desse fenômeno pode ser determinada pela ATIVIDADE ENZIMÁTICA DE CÉLULAS 
FORMADORAS E REABSORVEDORAS e pela medida dos COMPONENTES DA MATRIZ ÓSSEA liberados na 
circulação durante a remodelação 
 
Esses biomarcadores possuem uma boa correlação em relação a PREDIÇÃO DE FRATURAS, ou seja, altos 
níveis de marcadores de reabsorção estão associados maior risco de fratura de quadril e vértebras 
 Obs: a variabilidade dos marcadores varia com o RITMO CIRCADIANO, por isso devem ser medidos 
na mesma hora do dia! 
 
Radiografias Convencionais – a sensibilidade e especificidade dos RX para determinar baixa massa óssea 
são BAIXAS e, na ausência da fratura vertebral, não pode diagnosticar OP precoce, i.e., SÓ DETECTA SE JÁ 
HOUVER O DANO!!! Já se houver fratura por baixo impacto, independente da massa óssea, o pct é 
considerado como osteoporótico!!! 
Thaís Pires 
4 
Os RX só fazem diagnóstico quando a perda de massa óssea atingiu cerca de 30% ou quando há tem fratura 
de baixo impacto instalada → DIAGNÓSTICO TARDIO – sua utilização se dá como EXAME COMPLEMENTAR 
para estabelecer a presença de fraturas vertebrais 
 
 Técnicas para medir a densidade óssea 
Permitem avaliar a PERDA ÓSSEA, O RISCO DE FRATURA e MONITORAR O TRATAMENTO 
 Ultrassonometria Óssea – não se conhece os seus parâmetros físicos muito bem, mas mede 
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO (SOS) e a atenuação do som em CALCÂNEO e TÍBIA (BUA), que são unidos 
e formam a medida RESISTÊNCIA ÓSSEA = STIFFNESS 
 
 Densitometria Óssea – capaz de medir a QUANTIDADE DE OSSO (conteúdomineral) em um 
área ou VOLUME DEFINIDO, que são unidos na DMO – g/cm² - permite o diagnóstico precoce, o nível de 
gravidade e o risco de fratura, bem como a avaliação da terapêutica 
 
Mulheres na pós menopausa apresentam perda basicamente de osso trabecular → COLUNA LOMBAR + 
FÊMUR PROXIMAL 
Em indivíduos idosos, o FÊMUR PROXIMAL sempre será avaliado. 
 
A DXA tem as seguintes indicações: 
• Todas as mulheres de 65 anos ou mais 
• Mulheres na peri e pós menopausa com fatores de risco 
• Mulheres com amenorreia secundária prolongada (por mais de 1 ano) 
• Todos os indivíduos que tenham sofrido fratura por trauma mínimo ou atraumática 
• Indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais 
• Homens com idade superior a 70 anos 
• Homens com idade inferior a 70 anos com fatores de risco 
• Indivíduos que apresentem perda de estatura (2,5 cm) ao longo da vida ou hipercifose torácica 
• Indivíduos em uso de corticoides por 3 meses ou mais, independentemente da dose 
• Indivíduos com índice de massa corporal baixo (IMC de 19 kg/m² para jovens e, para 
indivíduos idosos, IMC de 22 kg/m²) 
• Portadores de doenças crônicas ou em uso de outras medicações associadas à OP 
• Para monitoramento de mudanças de massa óssea decorrentes da evolução da doença e dos 
diferentes tratamentos disponíveis 
 
 
Thaís Pires 
5 
Avaliação da DXA: 
• Valor absoluto (g/cm²) – estabelece o padrão esquelético do indivíduo, sendo importante 
para uma avaliação prospectiva!! NÃO DEFINE RISCO DE FRATURA 
 
• Valor percentual relativo a uma curva ajustada para a idade, sexo, raça e peso (age 
matched) – Z – score – É um valor relativo que ajuda a identificar a existência de alguma causa 
secundária para OP, então estar com massa óssea abaixo do esperado para a sua idade, sexo, 
raça e peso podem ter outra causa ALÉM DOS FATORES FISIOLÓGICOS 
 
• Valor percentual relativo a uma curva de jovens entre 20 e 40 anos de idade (young adults) 
– T – score – compara-se a massa óssea de um idoso a de um jovem com as mesmas 
característica de SEXO E PESO 
 
o Até -1,0 desvio padrão (DP): indivíduos normais 
o Entre –1,0 e –2,5 DP: indivíduos osteopênicos 
o Abaixo de –2,5 DP: pacientes com OP 
o Abaixo de –2,5 DP, associada à fratura: pacientes com OP estabelecida ou grave 
 
 
Tratamento 
 Não-farmacológicos: nutrição adequada; bons hábitos de vida (exercícios físicos, não fumar, não 
beber); controle do ambiente para prevenção de quedas 
 Cálcio – 1.500 mg para mulheres pós menopausa sem terapia hormonal 
 1.000 mg para homens e mulheres em terapia estrogênica 
 1.500 mg após dos 65 anos 
 Farmacológicas – tem como principal objetivo a DIMINUIÇÃO DO RISCO DE FRATURA e o AUMENTO 
DA MASSA ÓSSEA 
 
QUASE TODOS OS ESQUEMAS TERAPÊUTICOS FAZEM SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D 
CARBONATO DE CALCIO APÓS AS REFEIÇÕES (para minimizar efeitos intestinais) 
CITRATO DE CÁLCIO PARA QUEM TEM CONSTIPAÇÃO PELO USO DE CARBONATO 
 
Obs: a vitamina D3 é responsável pela absorção de Calcio intestinal e seu transporte até os ossos – 25 (OH) 
é transformada em 1,25(OH), que é a sua forma ativa 
Quem deverá ser tratado? 
• Mulheres com OP pós-menopáusica 
• Mulheres com fraturas atraumáticas e baixa DMO 
• Mulheres com T-score de DMO < – 2,5 DP sem fatores de risco 
 
❖ Antirreabsortivos ósseos 
❖ Bisfosfonatos – são agentes antirreabsortivos que possuem mecanismo de ação o BLOQUEIO DA 
ADESÃO dos clastos à superfície de reabsorção óssea e o aumento da sua APOPTOSE 
▪ Alendronato – disponível em doses de 70mg associado a colecalciferol – ingerir com água, em 
jejum, 30 mins antes do café da manhã, e manter-se em pé para evitar irritação esofágica - UMA 
VEZ NA SEMANA 
▪ Risedronato – 35mg (1x na semana) e 150mg (mensalmente) 
▪ Ibandronato 
▪ Zolendronato 
Thaís Pires 
6 
❖ Terapia Hormonal – Estrógenos – funcionam como antirreabsortivos ósseos, agindo sobre os receptores 
blastos e na produção de calcitonina / diminui fogachos, a irritabilidade e melhora a libido 
➢ Riscos – se não associado a progesterona, pode aumentar o risco de neoplasia endometrial 
❖ Modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM) – moduladores seletivos dos receptores de 
estrogênio – agem como agonistas do estrógeno SEM INTERFERIR NA MAMA E ENDOMÉTRIO 
▪ Raloxifeno 
❖ AMG 162 (osteoprotegerina) 
▪ Denosumab – O denosumabe é um anticorpo monoclonal humano (IgG2) que tem como alvo o RANKL, 
ao qual se liga com grande afinidade e especificidade, impedindo que o ligante ative seu único receptor, 
o RANK, na superfície dos osteoclastos e seus precursores, independentemente da superfície óssea. A 
prevenção da interação RANKL/RANK inibe a formação, a função e a sobrevivência de osteoclastos. O 
denosumabe, portanto, reduz a reabsorção óssea e aumenta a massa e a resistência dos ossos corticais e 
trabeculares 
❖ Osteoformadores 
▪ Teriparatida – osteoformador que age nos blastos de forma ANABÓLICA estimulando a formação 
a partir das células progenitoras, prevenindo apoptose e aumentando a ação e número dessas 
células 
Devido ao CUSTO FINANCEIRO, é indicada em OP GRAVE COM T-ESCORE < -3, uso de 
GLICOCORTICOIDES e após FRATURAS POR FRAGILIDADE 
▪ Ranelato de estrôncio (osteoformador e antirreabsortivo) 
 
 
Queda em Idosos – é definida como o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição 
inicial com incapacidade de correção em tempo hábil – geralmente essas quedas são decorrentes da perda 
do equilíbrio postural, podendo ser uma consequência de problemas primários do sistema 
osteomuscular/neurológico ou de uma condição clínica que afete secundariamente os mecanismos de 
equilíbrio e estabilidade → evento sentinela ou sintoma de uma nova doença 
 
 Fatores – a estabilidade do corpo depende da recepção adequada de informações sensoriais, 
cognitivas, integrativas cerebelares e musculo-esqueléticas 
 
1. Intrínsecos – relacionados ao próprio idoso we refletem a incapacidade de manter ou 
recuperar o equilíbrio quando ocorre um deslocamento acentuado do centro de gravidade 
a. História prévia de quedas – 1 ou mais quedas no ano anterior aumentam o risco de 
quedas no ano subsequente 
b. Idade – quedas aumentam com o envelhecimento 
c. Sexo Feminino – nas faixas etárias mais velhas da população, a proporção de mulheres 
que caem é maior que a de homens 
d. Medicamentos – drogas psicoativas, cardiológicas, polifarmácia 
e. Condição Clínica – doenças que afetam a força muscular, o equilíbrio e a marcha – 
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA 
f. Distúrbio da Marcha e do Equilíbrio 
g. Sedentarismo – disfunção musculo-esquelética → sarcopenia 
h. Estado Psicológico – medo de cair após uma queda está relacionado a um pior 
desempenho na marcha 
i. Deficiência Nutricional – distúrbios da marcha, perda de força muscular 
j. Declínio Cognitivo 
k. Déficit Visual – alterações da acuidade visual e do campo, catarata, glaucoma 
Thaís Pires 
7 
l. Doenças Ortopédicas – espondilose cervical, calos no pé, deformidades, úlceras, dor 
ao caminhar 
 
2. Extrínsecos – associados ao ambiente físico em que o idoso se encontra 
a. Iluminação Inadequada 
b. Superfícies Escorregadias 
c. Tapetes Soltos 
d. Obstáculos no Caminho 
e. Ausência de Corrimãos em corredores e banheiros 
 
3. Comportamental – Grau de exposição ao risco 
 Os dois extremos de atividades são os que possuem maior risco de queda, i.e., os INATIVOS E 
ATIVOS, provavelmente pela fragilidade dos primeiros e a exposição ao risco do segundo / 
 
 
2. Avaliar os processos adaptativos a perda visual no idoso; 
 
A função visual normal compreende as capacidades de PERCEBER, DISCRIMINAR e INTERPRETAR os 
estímulos luminosos, enquanto a acuidade visual depende da habilidade de distinguir dois estímulos 
separados em contraste com o fundo / Na visão normal, a luz visível atravessa a córnea, o cristalino e o corpo 
vítreo, atingindo a retina (cones –imagem mais nítida; bastonetes – visão noturna), a qual emite impulsos 
elétricos por meio da via óptica ao cérebro / A visão pode ser dividida em CENTRAL (obtida pelo 
processamento da imagem ao nível da fóvea – grande concentração de cones) e PERIFÉRICA (outras regiões 
da retina) 
 Visão diurna – orientada pela mácula, parte central da retina, cones – visão de cores, nitidez, 
contrastes 
 Visão Noturna – retina periférica, bastonetes – visão no escuto, detecção de movimentos 
 
A visão, em conjunto com as aferências somatossensoriais vestibulares, auxilia no controle postural, então 
mudanças em algum desses fatores provoca mudanças na MARCHA, DESEQUILÍBRIO, FRAQUEZA 
MUSCULAR, QUEDAS 
 
 Alterações nos Idosos – aos 60 anos, ocorrem alterações ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS OCULARES 
No decorrer do processo de envelhecimento, o sistema visual passa por mudanças que vão desde o 
empobrecimento da capacidade de focar e refocar um objeto até à diminuição da sensibilidade da retina 
às adaptações ao claro e ao escuro 
• diâmetro pupilar está reduzido a menos da metade do que se tinha aos 20 anos (diminui a 
entrada de luz e acomodação ao escuro); 
• as reações pupilares tornam-se mais lentas (diminui a acomodação ao escuro); 
• o suporte gorduroso retro-ocular é perdido, fazendo com que os olhos se localizem mais 
profundamente na órbita; 
• disfunções nos músculos extraoculares diminuem a amplitude de movimentação ocular 
• a presbiopia é consequência da perda de elasticidade da cápsula do cristalino, o que dificulta 
o ajuste focal para a leitura de objetos próximos 
 
Redução da Acuidade Visual - A visão pode ser afetada em diferentes aspectos, como o da PERCEPÇÃO DE 
CORES, CAMPO VISUAL, VISÃO NOTURNA 
 
Thaís Pires 
8 
Degeneração Macular Senil – causa mais comum de perda visual 
grave acima do 50 anos – é uma desordem DEGENERATIVA DA MÁCULA, 
que pode ocorrer na forma NÃO VASCULAR e NEOVASCULAR – cardiopatas, 
hipertensos, dislipidêmicos, tabagistas 
Pcts com DMS apresentam METAMORFOPSIA (imagens distorcidas) e 
ESCOTOMA CENTRAL, que progride até o comprometimento visual grave → 
Há dificuldade para a leitura, para o RECONHECIMENTO DE FACES 
(isolamento social), para estimar a profundidade do campo (DIFICULDADE 
DE DEAMBULAR), percepção de cores e contraste 
Pode ter início unilateral, porém evolui para BILATERAL com frequência 
 
Retinopatia Diabética – é a principal causa de perda visual em 
diabéticos, ocorrendo mais frequentemente em idosos – essa retinopatia é 
classificada de acordo com a extensão da proliferação de novos vasos 
sanguíneos retinianos, em proliferativa e não proliferativa! Em ambas as 
formas pode haver BORRAMENTO VISUAL, ESCOTOMAS ou 
DESCOLAMENTO DA RETINA, associados à metamorfopsia, fotofobia, perda 
de sensibilidade as cores, podendo chegar a cegueira 
 Não proliferativa – microaneurismas, hemorragias 
retinianas, exudatos algodonosos, exusados duros e cruzamentos 
arteriovenosos patológicos 
 Proliferativa – novos vasos são formados, causando 
hemorragias retinianas e no corpo vítreo, além de fibrose reacional 
No idoso diabético com retinopatia, as manutenções de níveis glicêmicos, 
lipídicos e de pressão arterial sistêmica controlados são importantes para 
evitar novas agressões aos vasos retinianos. 
 
Catarata Senil – doença mais comum, tendo a prevalência 
aumentada de acordo com a idade 75 e 85 anos = 45% – compreende a 
opacificação do cristalino, que impede gradualmente a PASSAGEM DE LUZ 
O pct apresenta DIMINUIÇÃO DA ACUIDADE VISUAL, com visão borrada, hipersensibilidade ao brilho 
(intolerância para dirigir a noite pela luz dos carros no sentido oposto – 1º sintoma), alterações na percepção 
de cores e metamorfopsia 
 
Glaucoma – caracterizado pelo AUMENTO DA PRESSÃO 
INTRAOCULAR, que causa danos ao nervo óptico e à retina → caso não seja 
controlado, pode levar danos ao DISCO ÓPTICO, perda de campo visual 
periférico (compromete deambulação e leitura) e incapacidade visual grave 
A idade avançada é o maior fator de risco para o surgimento de glaucoma → 
dos indivíduos amauróticos em consequência do glaucoma, 75% tem mais 
de 65 anos 
Ângulo aberto – nesse tipo de glaucoma, a drenagem do humor aquoso não 
é capaz de compensar a sua produção, causando a hipertensão ocular – é o mais comum, podendo evoluir 
sem causar sintomas até a fase moderada da doença → a partir de então, são percebidas 
• Cefaleia após leitura ou em ambiente com iluminação inadequada 
• Comprometimento da visão noturna 
• Perdas no campo visual periférico (visão em túnel), o paciente pdoe achar que as primeiras 
letras das palavras estão faltando 
Thaís Pires 
9 
• Visão borrada ou dor ocular, principalmente após exercícios vigorosos 
Ângulo fechado – obstrução da drenagem do humor aquoso entre a córnea e a íris, na câmara anterior 
 
 
Alterações na Coagulação Sanguínea – a trombose dos vasos retinianos pode levar a cegueira – se a veia é 
comprimida, o sangue passa muito devagar, favorecendo a formação de trombos, que entopem a veia 
 
Xeroftalmia – frequente no envelhecimento – a parte externa da córnea não está suficientemente hidratada 
com o filme lacrimal 
 
Frouxidão Palpebral – é consequência de uma herniação da gordura da pálpebra 
 
Vias Ópticas e Córtex Cerebral – qualquer lesão que afete desde a retina → córtex visual leva ao 
comprometimento da visão / Os acidentes vasculares, os tumores e os traumas são as principais causas 
dessas lesões, sendo diferenciados em LESÕES PERIFÉRICAS (pré-quiasmáticas) e CENTRAIS (pós-
quiasmáticas) 
 
Ceratoconjuntivite Sicca – o filme lacrimal é composto por camadas de ÓLEO, ÁGUA E MUCINA, que auxilia 
na preservação da saúde do epitélio da córnea, mantendo a superfície ocular lubrificada → condições que 
causam a oclusão palpebral incompleta (perda do tônus muscular, paralisia facial) ou diminuem a 
frequência de piscadas permitem que a camada aquosa do filme lacrimal EVAPORE 
O aumento da osmolaridade da lágrima, associado à instabilidade do filme lacrimal é a ALTERAÇÃO 
FISIOPATOLÓGICA INICIAL, a partir disso cria-se um mecanismo de retroalimentação que envolve 
inflamação reacional e maior disfunção do filme lacrimal 
As queixas de olhos secos e irritação conjuntival são comuns em idosos e, paradoxalmente, esses pcts podem 
relatar LACRIMEJAMENTO, mas como um mecanismo reflexo 
Em idosos, está associada a doenças sistêmicas, como síndrome de Sjogren, LES, sarcoidose, amiloidose, 
linfoma e leucemia 
 
 
3. Reconhecer a importância da autonomia e independência do idoso no relacionamento com a sua 
família. 
 
A redução da capacidade funcional e da autonomia da pessoa idosa pode implicar em consequências negativas não 
apenas para si, mas em modificações no modo de vida e sobrecarga aos familiares cuidadores 
Postula-se que pessoas idosas autônomas que apresentam convívio social efetivo, bem integradas às famílias, ampliam 
sua capacidade para recuperar-se dos agravos de saúde e aperfeiçoar sua longevidade. Desta forma, o prejuízo na 
autonomia da pessoa idosa compromete diretamente sua qualidade de vida e toda a dinâmica familiar 
No contexto da gerontologia, ao se considerar a autonomia, ou o princípio bioético do respeito à pessoa, discute-se 
sua competência em lidar e tomar decisões 6 , mesmo ante outros fatores controladores como patologias, limitações 
cognitivas, maus tratos, cultura, ou até mesmo a própria família 
Autonomia - autonomia para examinar a tomada de decisão no cuidado da saúde, definindo a escolha autônoma como 
o ato de governar efetivamente e não a simples capacidade de governar 
Autonomia x Dependência - A autonomia é o estado de ser capaz de estabelecer e seguir regras. Vale ressaltar que 
para o idoso, a autonomia é mais útil que a independência, como um objetivo global, haja vista a possibilidade de 
restaurá-la por completo, mesmo quando o indivíduo continua com dependênciaThaís Pires 
10 
Quando se discute a diminuição ou a perda da autonomia no contexto gerontogeriátrico, é comum a associação à 
dependência física ou social, o que, muitas vezes, pode induzir uma perspectiva estereotipada em relação à pessoa 
idosa, que reforça a ideia de que todo idoso dependente tem a autonomia comprometida. Essa compreensão 
contribui para fortalecer atitudes que desconsideram a pessoa idosa como participante do processo existencial e de 
tomada de decisões pautadas na autonomia 
Aqueles que se identificaram autônomos, demonstraram sentir-se valorizados pelas outras gerações. Para eles, não 
ter autonomia reflete na qualidade de vida, significando não serem reconhecidos na família como pessoas capacitadas 
para fazer escolhas, não se sentindo tratados com afeto e incluídos socialmente. Os idosos que preservaram a 
autonomia demonstraram que ser autônomo os faz sentirem-se com a dignidade preservada

Outros materiais