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Hipertensão Arterial - Epidemiologia, Diagnóstico, Fatores de Risco, Diretrizes

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Thaís Pires 
1 
Hipertensão Arterial I 
Epidemiologia, definição, técnica de aferição PA, classificação 
 
• Conceituação – é uma condição clínica MULTIFATORIAL caracterizada por elevação sustentada da PA sistólica 
e diastólica, respectivamente, maior/igual a 140 mmHg e/ou 90 mmHg – frequentemente está associada a 
DISTÚRBIOS METABÓLICOS, ALTERAÇÕES FUNCIONAIS e é agravada pela presença de FATORES DE RISCO 
(dislipidemia, obesidade abdominal, DM)!! 
o Mantem uma associação INDEPENDENTE com alguns eventos, como morte súbita, AVE, IAM, IC, doença 
arterial periférica – dados norte-americanos de 2015 mostraram que: 69% dos pacientes com o primeiro 
IAM tinham HA; 77% de AVE; 75% com IC e 60% com DAP → A HA é responsável por 45% das mortes 
cardíacas e de 51% das mortes decorrentes de AVE 
o Pré-Hipertensão – é uma condição caracterizada por PA SISTÓLICA entre 121 e 139 e/ou PA DIASTÓLICA 
entre 81 e 89! Está associada a um maior risco de desenvolvimento de HIPERTENSÃO ARTERIAL e 
ANORMALIDADES CARDÍACAS → cerca de 1/3 dos eventos cardiovasculares atribuíveis à elevação da PA 
ocorrem em indivíduos com PH!!! Ou seja, mesmo que não classificada como uma HA, a elevação da PA 
para uma PH ainda assim causa anormalidades cardíacas que podem culminar em eventos agudos, 
necessitando de uma observação mais de perto dessa elevação! 
 
• Epidemiologia - 7° Diretriz de HA – no Brasil, a HA atinge 32,5% de indivíduos adultos = 36 milhões, 60% dos 
idosos, sendo uma doença presente em 50% das mortes por causa cardiovascular 
o Junto à DM, duas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto na produtividade familiar, sendo 
estimado em 4,18 bilhões de dólares entre 2006 e 2015! 
o Em 2013, ocorreram 1.138.670 óbitos, desses, 339,672 eram de DOENÇA CARDIOVASCULAR!! 
o As mortes por DCV apresentaram uma REDUÇÃO ao longo dos anos, exceto pelas DOENÇAS 
HIPERTENSIVAS, que aumentaram de 2002 a 2009 e apresentou tendência de redução desde 2010. 
o Prevalência – os valores variam de acordo com a população estudada e o método de avaliação! Na 
metanálise de Picon et al, foi demonstrada uma tendência à diminuição da prevalência nas últimas 
décadas (36% → 31%). Quanto ao sexo, os estudos demonstram maior 
prevalência em HOMENS. A partir de dados da VIGITEL de 2006 a 2014, a 
prevalência de HA AUTORREFERIDA entre indivíduos de 18 anos ou + variou de 
23% a 25% 
▪ Nas faixas etárias, a de MAIOR DE 75 ANOS é a que apresenta maior 
prevalência entre a população: 55%! 
▪ Quanto à região, o SUDESTE (23,3%) foi a com maior prevalência de HA 
autorreferida, seguido pelo SUL (22,9%) e CENTRO-OESTE (21,2%) → 
Norte e Nordeste menores taxas 
o Pré-Hipertensão - em estudos com população mundial, a prevalência variou de 
21% a 37,7% 
o Fatores de Risco 
Thaís Pires 
2 
▪ Idade – Existe uma relação direta e linear entre AUMENTO DA PA e ENVELHECIMENTO, uma vez 
que: 
• Aumento da expectativa de vida brasileira – 74,9 anos 
• Aumento da população de idosos (alargou o topo da pirâmide) 
▪ Sexo e Etnia – em 2013, para a PA autorreferida calculada pela PNS, a maior prevalência foi em 
MULHERES (24,2%) e para pessoas de raça NEGRA/PRETA (24,2%) 
▪ Excesso de Peso e Obesidade – Dados da VIGITEL de 2006 a 2014 mostraram um auemnto da 
prevalência de EXCESSO DE PESO (IMC >igual 25) de 52,5% → 43%; de OBESIDADE (IMC >igual 
30) de 11,9% → 17,9%, como prevalência maior em MULHERES de 35 a 64 ANOS 
▪ Ingestão de Sal – é um dos principais fatores de risco para a HA, uma vez que associa-se a 
eventos CARDIOVASCULARES e RENAIS. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 55.970 
domicílios mostraram consumo de 4,7g de sódio/pessoa/dia, sendo o recomendado de até 2g 
de sódio/dia 
▪ Ingestão de Álcool – O consumo CRÔNICO e ELEVADO de bebidas alcoólicas aumenta a PA de 
forma consistente! Meta-análise de 2012 mostrou que, em mulheres, havia risco de HÁ com 
consumo de 30-40 g de álcool/dia e, em homens, com 31 g de álcool/dia 
▪ Sedentarismo – Observou-se associação significativa entre HA e idade, sexo masculino, 
sobrepeso, adiposidade central, sedentarismo, escolaridade inferior a 8 anos. Aqueles indivíduos 
que não atingem, pelo menos, 150 mins semanais de atividade física são considerados 
insuficientemente ativos, sendo a maior parte as MULHERES (51,5%) 
▪ Fatores Socioeconômicos – adultos com menor nível de escolaridade apresentam maior 
prevalência de HA autorreferida (31,1%), o que diminui naqueles indivíduos que completaram o 
ensino fundamental (16,7%) 
 
▪ Escala de Framingham – busca estimar o risco de um evento cardiovascular a partir de algumas 
variáveis! Sua utilização tem potencial para melhorar o controle do portador de HAS 
no país e reduzir a ocorrência de desfechos graves para os mesmos 
• A escala de risco de Framingham foi construída com base no estudo Framingham, um 
estudo observacional prospectivo. Este estudo avaliou, durante 50 anos, a pressão 
arterial, tabagismo, perfil lipídico, e outras características, de 5.300 indivíduos, de 
diferentes etnias, residentes em Framingham, com idades entre os 30 e os 74 anos à data 
da observação inicial, bem como as suas causas de morte e doença. Estes dados foram 
usados para calcular o RISCO ABSOLUTO DE EVENTOS CORONÁRIOS, fatais e não fatais, 
aos 10 anos. Esta escala avalia MORTALIDADE E MORBILIDADE POR DOENÇA CORONÁRIA 
[risco de angina, Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) e morte por doença coronária] 
• Foram criadas 4 folhas para o cálculo do risco CV: uma com base no COLESTEROL TOTAL e 
outra no LDL – divididas por sexo. Os parâmetros usados para o cálculo do risco foram 
IDADE, COLESTEROL TOTAL, HDL, PA, TABAGISMO, DM. Um risco aos 10 anos superior ou 
igual a 20% foi recomendado como limite a partir do qual deverá haver uma intensa 
modificação dos fatores de risco. 
o Risco aos 10 anos de 20% significa que, nos próximos 10 anos, de 100 indivíduos 
com os mesmos fatores de risco, 20 vão sofrer um evento coronariano (fatal ou 
não) 
o Risco relativo - relaciona o valor obtido com o valor médio de risco para uma 
pessoa da mesma idade. O cálculo do risco relativo é importante porque a idade, 
só por si, constitui um factor de risco cardiovascular 
• Limitações da Escala 
o Reflete a realidade de uma pequena população do nordeste americano. 
Sobrestima o risco de eventos cardiovasculares nas populações de baixo risco do 
sul da Europa, que apresentam características e estilos de vida muito diferentes 
o No estudo de Framigham havia poucos eventos para alguns factores de risco, pelo 
que pode haver falta de acuidade no risco calculado 
Thaís Pires 
3 
o Havia poucas mulheres e sobretudo poucas mulheres idosas. 
o A maioria dos indivíduos era caucasiana, pelo que há dificuldade em extrapolar 
para outras raças ou etnias 
• Ref - Avaliação do risco cardiovascular – metodologias e suas implicações na prática clínica. 
MAFRA, F., OLIVEIRA, H. 
 
 
• Diagnóstico – A avaliação inicial de uma paciente com HAS inclui: CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA + 
IDENTIFICAÇÃO CAUSA SECUNDÁRIA + AVALIAÇÃO RISCO CARDIOVASCULAR + LESÃO ÓRGÃO-ALVO + 
DOENÇAS ASSOCIADAS 
o Aferição da PA – teoricamente, em toda e qualquer avaliação de um paciente necessita-se realizar a 
aferição da PA, que pode ser feita com esfigmomanômetro manual, semi-automático ou automático 
validados e calibrados pelo INMETRO anualmente. 
▪ Adultos com PA < 120/80 – aferição bienal 
▪ Adultos com PA > 120/80 e < 140/90 – aferição anual 
o Aferição da PA – deve-se utilizar o manguito adequado para cada circunferência de braço (haha) e, caso 
haja suspeita de coartação da aorta, a medição deve ser feita nos MMII. Para pacientes com 
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA, deve-se medir a pressão sentado e, após 3 minutos, em pé, sendo a HO 
quando houver redução da PAS > 20 mmHg ou da PAD > 10 mmHg 
▪ Preparo do Paciente 
• Explicar o procedimento e deixar o paciente em repouso de 3 a 5 minutos 
• Certificar-se que o pacientenão: 
o Está com a bexiga cheia 
o Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 mins 
o Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos 
o Fumou nos 30 mins anteriores 
• Posicionamento: 
o Pct sentado, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na 
cadeira 
o Braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima 
• Em idosos, diabéticos e em outras situações, aferir, após 3 mins, em pé! 
▪ Etapas para Realização 
• Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre ACRÔMIO e OLÉCRANO 
• Selecionar o manguito adequado 
• Colocar o manguito, sem folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital 
Thaís Pires 
4 
• Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial 
• Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial 
• Palpar a artéria braquial e colocar campânula/diafragma sem compressão excessiva 
• Inflar manguito até superar 20-30mmHg do nível estimado da PAS 
• Desinflar lentamente – 2mmHg/s 
• Registrar PAS pela ausculta de Korotkoff 1 - em seguida, aumentar ligeiramente a 
velocidade 
• Registrar a PAD no desaparecimento dos sons – Korotkoff 5 → continuar auscultando 
até 20-30mmHg abaixo da PAD para certificar que o som cessou 
• Desinflar rapidamente 
• Se os sons não cessarem, anotar o ínicio da PAD em Korotkoff 4 → registro fica, por 
exemplo, 120/80/0 
• Realizar, pelo menos, duas medições com intervalo mínimo de 1min 
• Na primeira consulta, aferir nos dois braços e, nas subsequentes, aferir no braço com a 
maior PA!! 
• INFORMAR A PA PRO PCT 
• Anotar valores exatos + braço aferição 
 
▪ Medição da PA fora do consultório – pode ser obtida pela medição residencial (MRPA – 3x pela 
manhã, 3x a noite ou da MAPA de 24h → ambas devem ser estimuladas, podendo ser realizadas 
por equipamento semi-automático 
• Permitem maior número de medições 
• Abolição ou redução do efeito do jaleco branco 
• Maior engajamento dos pcts com o diagnóstico e seguimento 
o Medição da PA em populações específicas 
▪ Crianças – mesma técnica par adultos, sendo recomendada a afeição em toda avaliação clínica 
após os 3 anos de idade anualmente - a interpretação dos valores da PA deve considerar IDADE, 
SEXO e ALTURA. 
▪ Idosos – costumam apresentar com maior frequencia o hiato auscultatório (desaparecimento 
dos sons quando desinfla o manguito) – a grande variação de valores para a PA ao longo de 24h 
nos idosos torna a MAPA útil. Pseudo-hipertensão pode ser decorrente do fenômeno 
aterosclerótico, podendo ser percebida pela MANOBRA DE OSLER → artéria radial ainda 
palpável após insuflação do manguito de 30 mmHg acima do desaparecimento do pulso 
Thaís Pires 
5 
▪ Obesos – corrigir o tamanho do manguito – em braços com circunferência maior que 50 cm, 
pode-se fazer a medição no ANTEBRAÇO com a ausculta do PULSO RADIAL 
▪ Gestantes – mesma técnica 
 
o Classificação 
▪ Hipertensão – Quadro 4 – a HAS não controlada é definida quando, mesmo com tto anti-
hipertensivo, o pct permanece com a PA elevada 
▪ Normotensão – quando as medidas do consultório são <igual 120/80 mmHg – define-se HÁ 
controlada quando, sob o tto anti-hipertensivo, o pct permanece com PA controlada 
▪ Pré-Hipertensão - é uma condição caracterizada por PA SISTÓLICA entre 121 e 139 e/ou PA 
DIASTÓLICA entre 81 e 89! Esses PHs têm maiores chances de se tornarem hipertensos 
▪ Avental Branco – demonstrado pela diferença entre a PA aferida no consultório e fora dele, 
sendo igual ou superior a 20 mmHg na PAS e/ou 10 mmHg na PAD 
• Hipertensão por Avental Branco – pct com valores ANORMAIS em consultório e normais 
na MAPA e MRPA 
▪ Hipertensão Mascarada – valores normais no consultório e anormais na MAPA e MRPA – essa 
hipertensão tem maiores riscos de ocorrer quando a PA no consultório é limítrofe 
▪ Hipertensão Sistólica Isolada – PAS elevada e PAD normal - 
Thaís Pires 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Thaís Pires 
7 
Teorização 2 - Diagnóstico, Fatores de Risco, Framigham, Prevenção e Controle 
• Diagnóstico – A avaliação inicial de uma paciente com HAS inclui: CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA + 
IDENTIFICAÇÃO CAUSA SECUNDÁRIA + AVALIAÇÃO RISCO CARDIOVASCULAR + LESÃO ÓRGÃO-ALVO + 
DOENÇAS ASSOCIADAS 
o Na primeira consulta: importante avaliar DIAGNÓSTICOS e TTOS prévios de HAS; FATORES DE RISCO 
CARDIOVASCULAR (para além da HAS); indícios de HAS SECUNDÁRIA e de LESÃO DE ÓRGÃO ALVO; 
aspectos socioeconômicos e características do ESTILO DE VIDA do pct 
▪ Lesão de Órgão Alvo – todo paciente hipertenso deve realizar EXAME DE FUNDO DE OLHO, além 
de ser recomendado a determinação do ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL (ITB), que consiste na 
aferição da PAs no tornozelo e no braço, sendo realizada posteriormente a RAZÃO ENTRE 
TORNOZELO/BRAÇO – valores ABAIXO de 0,90 indicam a existência de DOENÇA ARTERIAL 
PERIFÉRICA!! 
o Aferição da PA – teoricamente, em toda e qualquer avaliação de um paciente necessita-se realizar a 
aferição da PA, que pode ser feita com esfigmomanômetro manual, semi-automático ou automático 
validados e calibrados pelo INMETRO anualmente. 
▪ Adultos com PA < 120/80 – aferição bienal 
▪ Adultos com PA > 120/80 e < 140/90 – aferição anual 
o O valor de corte para o diagnóstico varia de acordo com a FORMA DE MEDIÇÃO, sendo, 
independentemente, uma MÉDIA de aferições e não uma medida isolada. Essa média é importante 
devido às ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS da PA ao longo do dia – assim, são necessárias, pelo menos, DUAS 
consultas para firmar o diagnóstico de HAS, a não ser que o paciente apresente valores MUITO ALTOS 
(>180 x 110 mmHg), o que já infere o diagnóstico! Outra possibilidade de diagnóstico em primeira 
consulta é quando o paciente apresenta valores maiores que 140 x 90 mmHg, mas tem ALTO RISCO 
CARDIOVASCULAR! 
▪ PA no consultório – média entre DUAS MEDIDAS da PA em pelo menos 2 consultas com níveis 
maiores ou iguais a 140 x 90 mmHg 
▪ Monitorização Residencial PA (MRPA) – média de VÁRIAS MEDIDAS maior ou igual a 135 x 85 
mmHg – aparelho devidamente calibrado 
▪ Monitorização Ambulatorial PA (MAPA) – médica de AFERIÇÕES AUTOMÁTICAS – Na vigília, 
valores maiores ou iguais a 135 x 85 mmHg; nas 24h, valores maiores ou iguais a 130 x 80 mmHg; 
no sono, maior ou igual a 120 x 70 mmHg 
o Exames Complementares: 
 
 
 
Thaís Pires 
8 
 
o Fatores de Risco 
▪ Idade – Existe uma relação direta e linear entre AUMENTO DA PA e ENVELHECIMENTO, uma vez 
que: 
• Aumento da expectativa de vida brasileira – 74,9 anos 
• Aumento da população de idosos (alargou o topo da pirâmide) 
▪ Sexo e Etnia – em 2013, para a PA autorreferida calculada pela PNS, a maior prevalência foi em 
MULHERES (24,2%) e para pessoas de raça NEGRA/PRETA (24,2%) 
• Negros – foi descoberto um gene diretamente relacionado à HAS, o APOL1, que é 
importante na população negra uma vez que confere maior proteção contra infecções 
TRIPANOSSÔMICAS! 
▪ Genética – existe uma predisposição genética em 30-60% dos casos de HAS primária, que, 
geralmente, determina uma MAIOR ABSORÇÃO DE SÓDIO. Historicamente, essa absorção era 
VANTAJOSA para os nossos ancestrais, já que havia pouca disponibilidade de sódio na comida, 
porém, atualmente, é maléfica visto que há uma grande facilidade de aquisição de sódio na 
dieta! 
▪ Baixo Peso ao Nascer – o BPN e a prematuridade estão relacionados ao COMPROMETIMENTO 
DO DESENVOLVIMENTO RENAL na vida intrauterina, que é compensatoriamente desenvolvido 
na vida extrauterina, causando HIPERTROFIA DOS GLOMÉRULOS e consequente 
desenvolvimento de HAS por maior SECREÇÃO BASAL DE RENINA 
▪ Excesso de Peso e Obesidade – Dados da VIGITEL de 2006 a 2014 mostraram um auemnto da 
prevalência de EXCESSO DE PESO (IMC >igual 25) de 52,5% → 43%; de OBESIDADE (IMC >igual 
30) de 11,9% → 17,9%, como prevalência maior em MULHERES de 35 a 64 ANOS 
▪ Ingestão de Sal – é um dos principais fatores de risco para a HA, uma vez que se associa a eventos 
CARDIOVASCULARES e RENAIS.Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 55.970 
domicílios mostraram consumo de 4,7g de sódio/pessoa/dia (11,4g/dia no medcurso), sendo o 
recomendado de até 2g de sódio/dia 
• Cerca de 50% dos hipertensos (principalmente negros e idosos) são HIPERSENSÍVEIS à 
ingesta de sódio, i.e., há um aumento da PA em mais de 10 mmHg após adm de 
quantidade moderada de sal. Além disso, a NATRIURESE (excreção de Na na urina) só é 
Thaís Pires 
9 
iniciada em valores MUITO MAIORES em comparação àquela em indivíduos 
normotensos 
• Se PA = DC x RVP; a maior ingesta de sal causa um aumento da VOLEMIA e, 
consequentemente, do DC – esse DC aumentado é compensado por uma 
VASOCONSTRICÇÃO ARTERIOLAR → aumento da PA 
▪ Ingestão de Álcool – O consumo CRÔNICO e ELEVADO de bebidas alcoólicas aumenta a PA de 
forma consistente! Meta-análise de 2012 mostrou que, em mulheres, havia risco de HÁ com 
consumo de 30-40 g de álcool/dia e, em homens, com 31 g de álcool/dia 
▪ Sedentarismo – Observou-se associação significativa entre HA e idade, sexo masculino, 
sobrepeso, adiposidade central, sedentarismo, escolaridade inferior a 8 anos. Aqueles indivíduos 
que não atingem, pelo menos, 150 mins semanais de atividade física são considerados 
insuficientemente ativos, sendo a maior parte as MULHERES (51,5%) 
▪ Fatores Socioeconômicos – adultos com menor nível de escolaridade apresentam maior 
prevalência de HA autorreferida (31,1%), o que diminui naqueles indivíduos que completaram o 
ensino fundamental (16,7%) 
 
o Estratificação do Risco Cardiovascular – é essencial para definir a NECESSIDADE e a AGRESSIVIDADE do 
tratamento anti-hipertensivo. Vale destacar que DIVERSAS formas de avaliação foram desenvolvidas e 
validades internacionalmente, mas nenhuma BRASILEIRA, o que indica a necessidade da utilização de 
VÁRIOS ESCORES para a população brasileira. Segundo a VII diretriz brasileira de HA, podem ser 
utilizadas duas estratégias diferentes: 
▪ Estimativa do RCV diretamente relacionado à HAS – utiliza com critérios: níveis pressóricos, 
fatores de risco cardiovascular (adicionais), lesões de órgão alvo, doença cardiovascular e/ou 
nefropatia → Resumindo: essa estimativa vai somar RCV já da HAS eeee outros possíveis devido 
a OUTROS FATORES DE RISCO 
Thaís Pires 
10 
 
▪ Estimativa do RCV em 10 anos, independente se há HAS – avalia múltiplos fatores de RCV, sendo 
a HAS o principal deles! Essa estimativa é dividida em 3 etapas: 
1. Identificação de DOENÇA ATEROSCLERÓTICA e equivalentes – a presença de qualquer dos 
fatores prevê um RCV > 20% em dez anos = ALTO RISCO 
 
Thaís Pires 
11 
2. Cálculo do Escore de Risco Global – caso a primeira etapa seja negativa, calcular o ERG 
nos próximos 10 anos, que é diferente para homens e para mulheres. ERG < 5% é BAIXO 
risco; homens entre 5-20% e mulheres entre 5-10% é INTERMEDIÁRIO; homens > 20% e 
mulheres > 10% risco ALTO 
 
3. Reclassificação do risco caso haja FATOR AGRAVANTE – pcts intermediários serão 
reclassificados como ALTO RISCO se possuírem PELO MENOS 1 RISCO 
 
▪ Escala de Framingham – busca estimar o risco de um evento cardiovascular a partir de algumas 
variáveis! Sua utilização tem potencial para melhorar o controle do portador de HAS no país e 
reduzir a ocorrência de desfechos graves para os mesmos 
• A escala de risco de Framingham foi construída com base no estudo Framingham, um 
estudo observacional prospectivo. Este estudo avaliou, durante 50 anos, a pressão 
arterial, tabagismo, perfil lipídico, e outras características, de 5.300 indivíduos, de 
diferentes etnias, residentes em Framingham, com idades entre os 30 e os 74 anos à data 
da observação inicial, bem como as suas causas de morte e doença. Estes dados foram 
usados para calcular o RISCO ABSOLUTO DE EVENTOS CORONÁRIOS, fatais e não fatais, 
aos 10 anos. Esta escala avalia MORTALIDADE E MORBILIDADE POR DOENÇA CORONÁRIA 
[risco de angina, Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) e morte por doença coronária] 
• Foram criadas 4 folhas para o cálculo do risco CV: uma com base no COLESTEROL TOTAL e 
outra no LDL – divididas por sexo. Os parâmetros usados para o cálculo do risco foram 
IDADE, COLESTEROL TOTAL, HDL, PA, TABAGISMO, DM. Um risco aos 10 anos superior ou 
igual a 20% foi recomendado como limite a partir do qual deverá haver uma intensa 
modificação dos fatores de risco. 
o Risco aos 10 anos de 20% significa que, nos próximos 10 anos, de 100 indivíduos 
com os mesmos fatores de risco, 20 vão sofrer um evento coronariano (fatal ou 
não) 
o Risco relativo - relaciona o valor obtido com o valor médio de risco para uma 
pessoa da mesma idade. O cálculo do risco relativo é importante porque a idade, 
só por si, constitui um factor de risco cardiovascular 
• Limitações da Escala 
o Reflete a realidade de uma pequena população do nordeste americano. 
Sobrestima o risco de eventos cardiovasculares nas populações de baixo risco do 
sul da Europa, que apresentam características e estilos de vida muito diferentes 
Figura 1 - Variáveis do ERG 
Thaís Pires 
12 
o No estudo de Framigham havia poucos eventos para alguns factores de risco, pelo 
que pode haver falta de acuidade no risco calculado 
o Havia poucas mulheres e sobretudo poucas mulheres idosas. 
o A maioria dos indivíduos era caucasiana, pelo que há dificuldade em extrapolar 
para outras raças ou etnias 
o Ref - Avaliação do risco cardiovascular – metodologias e suas implicações na 
prática clínica. MAFRA, F., OLIVEIRA, H. 
➢ Prevenção e Controle – VII Diretriz Brasileira de HAS 
o Decisão de tratar 
▪ HAS estágio 2 ou 3 (PA > 160 mmHg x 100 mmHg) e HAS estágio 1 com alto RCV – Ambos 
devem iniciar o tratamento NÃO-MEDICAMENTOSO e MEDICAMENTOSO imediatamente 
▪ HAS estágio 1 com baixo e moderado RCV devem iniciar o tratamento NÃO 
MEDICAMENTOSO, respectivamente, por 6 meses e 3 meses! Caso não seja atingida a META, 
deve-se iniciar o tto medicamentoso 
• Caso não haja adesão ao tto não-medicamentoso ou o RCV aumente durante esse 
período, pode-se alternar a terapia 
▪ Pré-Hipertensos – iniciar o tto não-medicamentoso imediatamente. Deve-se fazer uma 
individualização dos casos caso haja DCV estabelecida ou caso o RCV seja alto!! 
▪ HAS sistólica isolada – o tratamento é indicado para os IDOSOS (>60 anos) quando a PAs 
ultrapassar 140 mmHg; nos MUITO IDOSOS (>80 anos) quando ultrapassar 160 mmHg 
o Metas Pressóricas 
▪ Em idosos, as metas são idênticas às da 
população jovem, o que altera é a forma com a 
qual o tratamento é ESCALONADO (mais 
lentamente) 
o Tratamento Não-Medicamentoso (TNM) 
▪ É um importante coadjuvante terapêutico que 
deve ser indicado para TODOS os hipertensos, 
uma vez que diminui a PA de forma INDEPENDENTE, porém discreta, além de POTENCIALIZAR 
o tto medicamentoso. 
 
Thaís Pires 
13 
o Tratamento Medicamentoso 
▪ Anti-Hipertensivo de 1ª linha – é todo medicamento que além de REDUZIR A PA, também 
reduz a MORBIMORTALIDADE POR DCV. 
• Diuréticos 
• Bloqueadores de Canais de Cálcio 
• Inibidores da ECA 
• Bloqueadores do Receptor de Angiotensina II 
• Betabloqueadores (somente em coronariopatas e portadores de ICFER) 
▪ Princípios Gerais do TTO Medicamentoso 
• Via Oral – preferidas em menores dosagens 
• Tempo de Ação – ou grande tempo de ação ou liberação lenta do fármaco – posologia 
mais confortável 
• Posologia – deve ser capaz de garantir a manutenção de níveis séricos eficazes ao 
longo de 24h 
• Horário de Adm – grande parte do anti hipertensivos possuem um tempo de ação de 
1-3h, havendo indicação de utiliza-lo logo após acordar para evitar o pico pressórico 
logo no início do dia 
• Avaliação da PA – deve ser reavaliada após 4 SEMANAS ou do início ou da 
modificação do tto – Se o efeito obtido foi PARCIAL, pode-se ou AUMENTAR A DOSE 
DO FÁRMACO ou ALTERAR o medicamento 
• Individualização - Qualquer um dos fármacos de 1ª linha pode ser utilizado em 
monoterapia, porém há preferênciapelas drogas com benefícios adicionais para cada 
indivíduo – pct com LOA renal → IECA e BRA fazem nefroproteção

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