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Gestão em recursos naturais
Aula 1: A crise ambiental
Nesta aula veremos que a partir da Revolução Industrial, pela alteração do modo de produção que passou do artesanal para o industrial, tivemos o início de impactos ambientais em maior escala.
Com o aumento da população humana, em escala exponencial, e o modelo capitalista baseado no consumo, uma grave crise ambiental surgiu, devido à devastação dos recursos naturais, à geração de resíduos em larga escala e a um consumismo exagerado. 
Somente com uma mudança dos padrões de consumo e produção, fiscalização eficiente e uma correta gestão dos recursos naturais é que poderemos mudar esse panorama.
Objetivos
· Reconhecer a questão da crise ambiental a partir da Revolução Industrial e do modelo de produção;
· Identificar o impacto causado ao meio ambiente devido ao crescimento populacional;
· Analisar o impacto causado pelo padrão de produção e consumo vigentes correlacionando-o com as limitações dos recursos naturais.
Revolução Industrial
A Revolução Industrial teve início no século XVIII, em que o trabalho artesanal foi substituído pelo assalariado e a produção passou a ser em larga escala, graças à utilização das máquinas. Desde a Revolução Industrial, as ações antrópicas têm alterado o meio ambiente e, mesmo com as inúmeras melhorias proporcionadas pelo processo de industrialização e pela revolução tecnológica, os fatores negativos levaram a uma piora nas condições ambientais e, consequentemente, a uma diminuição na qualidade de vida.
Entre os principais problemas podemos citar: aumento populacional, ocupação urbana crescente e desordenada, aumento do consumo e consequente elevação da demanda por recursos naturais, geração de resíduos e degradação ambiental.Os impactos ambientais antrópicos foram agravados após a 2ª Guerra Mundial, mais precisamente a partir da década de 1950 e, já nos anos 60, tivemos cientistas nos alertando para as consequências futuras da degradação ambiental. 
Principais reuniões, documentos, tratados e convenções internacionais sobre o meio ambiente:
· 1962 1968 1971 1972 1987 1992 1998 2001 2009 2012 
Primavera Silenciosa
Livro de Rachel Carson, cuja leitura é obrigatória para todos aqueles que trabalham com as questões ambientais, a autora alertava para os efeitos desastrosos das ações antrópicas sobre o ambiente, em especial a utilização de pesticidas como o DDT.
Os impactos causados pelos padrões de produção e consumo vigentes 
Analisando o trabalho de Zaluaf (2000) e projetando os valores da época para números atuais, poderíamos dizer que cerca de 2 bilhões e quatrocentos milhões de indivíduos compõem a sociedade de consumo e outros 2 bilhões e quatrocentos milhões estão em ascensão para esse grupo. 
Ou seja, dos mais de 7 bilhões de indivíduos existentes no planeta, cerca de 2/3 (4 bilhões e oitocentos milhões) de pessoas utilizam de maneira pouco consciente os recursos naturais
Isso nos leva a importantes perguntas: 
Nosso planeta possui recursos naturais suficientes para toda a população existente? Mais ainda, continuando a explosão populacional, os recursos naturais conseguirão ser suficientes para atender a demanda?
Os recursos naturais são finitos. Existe o processo de renovação de alguns deles, desde que respeitados os ciclos biológicos de regeneração, algo que quase não tem acontecido.
O uso indiscriminado está exaurindo algumas fontes, poluindo outras e, muitas vezes, para se extrair determinado recurso natural, vários outros são destruídos.
Alguns especialistas afirmam que os recursos existentes em nosso planeta são suficientes para, aproximadamente, 9 bilhões de pessoas e que, ao atingir esse limite, nossa população deverá se estabilizar quanto ao número de indivíduos.
Consumo atualmente 
Hoje, nosso ritmo de consumo é maior do que nosso planeta pode suportar e, caso a situação não seja revertida, chegaremos ao ponto em que os recursos não serão suficientes para atender a demanda. 
Veja um exemplo simples: os Estados Unidos possuem, hoje, cerca de 6% dos habitantes do nosso planeta e utilizam cerca de 20% dos recursos existentes.Se todos os países consumissem ao ritmo dos EUA, precisaríamos de quatro planetas Terra para suprir nossas necessidades. Temos apenas um! 
As implicações ambientais do crescimento populacional
O aumento do número de indivíduos em nosso planeta, aliado ao atual modelo de produção e consumo, traz à tona preocupações importantes, tais como o aumento da demanda por água e alimentos
São alguns dos fatores que merecem atenção por parte da sociedade: 
· ocupações urbanas desordenadas, destruindo ecossistemas;
· falta de infraestrutura, de saneamento e de coleta de lixo;
· remoção de cobertura vegetal e assoreamento de rios, córregos e lagoas;
· produção, em larga escala, com grande pressão na extração de matéria-prima e geração de resíduos. 
Impactos sobre a biodiversidade
Atualmente, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os principais processos responsáveis pela perda de biodiversidade são: 
· perda e fragmentação dos habitats;
· introdução de espécies e doenças exóticas;
· exploração excessiva de espécies de plantas e animais;
· uso de híbridos e monoculturas na Agroindústria e nos Programas de Reflorestamento;
· contaminação do solo, da água e da atmosfera por poluentes;
· mudanças climáticas.
Verificamos, então, que a diminuição da biodiversidade está ligada ao aumento da população humana, distribuição desigual da riqueza, exploração superior à capacidade de recuperação da espécie.
A perda de diversidade biológica envolve, portanto, aspectos sociais, econômicos, culturais, científicos e tecnológicos.
Atividade 
1. A partir do impacto causado pelo padrão de produção e consumo vigentes, tendo em vista as limitações dos recursos naturais, explique que ações podemos tomar e que estão atreladas ao nosso cotidiano.
Cabe a cada um de nós reverter a situação de degradação ambiental existente. Devemos buscar o consumo consciente, adquirir produtos e serviços de empresas que, comprovadamente, tenham preocupação com o meio ambiente. Precisamos, principalmente, mudar os pequenos hábitos do nosso dia a dia, integrando a reciclagem doméstica, o uso consciente de água e energia, entre outras ações.
Aula 2: Desenvolvimento sustentável
Apresentação 
Frente aos problemas ambientais existentes, surge o conceito de Desenvolvimento Sustentável, que traz implícita uma harmonia entre os sistemas econômicos, ambientais e socioculturais e a preocupação com as futuras gerações. 
Tais aspectos estão, necessariamente, vinculados à boa Gestão dos Recursos Naturais. 
Objetivos
· Verificar os conceitos de Desenvolvimento Sustentável;
· Identificar e diferenciar Sustentabilidade Coorporativa e Cívica;
· Analisar o impacto causado pela pegada ecológica.
Desenvolvimento sustentável
O termo desenvolvimento sustentável surgiu em 1980 no documento “World Conservation Strategy: Living Resource Conservation for Sustentable Development”, elaborado pela União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais — IUCN. 
A expressão ganhou notoriedade em 1987, quando a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento — CMMAD — elaborou o relatório “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como “Relatório Brundtland”, que definiu conceitos, princípios e objetivos para a harmonização da tríplice relação entre economia, sociedade e meio ambiente.
De acordo com Barsano e Barbosa (2012), além da definição base para o desenvolvimento sustentável, o documento insere dois conceitos-chave como princípios complementares para sua aplicação:
Conceito de necessidade
Ocorre principalmente em relação às necessidades essenciais para as populações mais pobres do mundo que devem receber a máxima prioridade nas agendas governamentais das pautas de discussão.
Conceito de limitação
Conceito que oriente sobre a conscientização que deve haver sobre as limitações que o estágio tecnológico e da organização social impõem ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.
Objetivo principal dodesenvolvimento sustentável 
O Relatório Nosso Futuro Comum (Brundtland) define, em seu texto, o conceito de desenvolvimento sustentável como:
“[...] um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas.
Acesse um texto com os 17 objetivos da sustentabilidade. 
Em 25 de setembro de 2015, por unanimidade, os 193 Estados-Membros da ONU aprovaram os 17 Objetivos e 169 Metas de Desenvolvimento sustentávelpara os próximos 15 anos. O documento, que começou a ser elaborado em 2012 (Durante a Rio+20) indica uma série de ações a serem cumpridas pelos governos de modo a combater a pobreza e, também, propiciar o crescimento econômico.As ações serão em áreas que, de acordo com a ONU, são cruciais para o planeta e toda a humanidade. São elas: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria. (5 P ́s para o Desenvolvimento Sustentável).
1Em 25 de setembro de 2015, por unanimidade, os 193 Estados-Membros da ONU aprovaram os 17 Objetivos e 169 Metas de Desenvolvimento sustentávelpara os próximos 15 anos. O documento, que começou a ser elaborado em 2012 (Durante a Rio+20) indica uma série de ações a serem cumpridas pelos governos de modo a combater a pobreza e, também, propiciar o crescimento econômico.As ações serão em áreas que, de acordo com a ONU, são cruciais para o planeta e toda a humanidade. São elas: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria. (5 P ́s para o Desenvolvimento Sustentável).Os 17 objetivos para o Desenvolvimento Sustentável são:Objetivo
1:Acabar com apobrezaemto das assuas formas, em todos os lugares Objetivo
2:Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável 
Objetivo
3:Assegurarumavidasaudávelepromoverobem-estarparatodos,emtodasasidadesObjetivo
4:Asseguraraeducaçãoinclusiva,equitativaedequalidade,epromoveroportunidadesdeaprendizagemaolongodavidaparatodosObjetivo
5:AlcançaraigualdadedegêneroeempoderartodasasmulheresemeninasObjetivo
6:AsseguraradisponibilidadeegestãosustentáveldaáguaesaneamentoparatodosObjetivo
7:Asseguraroacessoconfiável,sustentável,modernoeapreçoacessívelàenergiaparatodosObjetivo
8:Promoverocrescimentoeconômicosustentado,inclusivoesustentável,empregoplenoeprodutivoetrabalhodecenteparatodosObjetivo
9:Construirinfraestruturasresilientes,promoveraindustrializaçãoinclusivaesustentávelefomentarainovação
2Objetivo
10:ReduziradesigualdadedentrodospaíseseentreelesObjetivo
11.Tornarascidadeseosassentamentoshumanosinclusivos,seguros,resilientesesustentáveisObjetivo
12.AssegurarpadrõesdeproduçãoedeconsumosustentáveisObjetivo
13.Tomarmedidasurgentesparacombateramudançaclimáticaeseusimpactos*Objetivo
14.Conservaçãoeusosustentáveldosoceanos,dosmaresedosrecursosmarinhosparaodesenvolvimentosustentávelObjetivo
15.Proteger,recuperarepromoverousosustentáveldosecossistemasterrestres,gerirdeformasustentávelasflorestas,combateradesertificação,deterereverteradegradaçãodaterraedeteraperdadebiodiversidadeObjetivo
16.Promoversociedadespacíficaseinclusivasparaodesenvolvimentosustentável,proporcionaroacessoàjustiçaparatodoseconstruirinstituiçõeseficazes,responsáveiseinclusivasemtodososníveisObjetivo
17.Fortalecerosmeiosdeimplementaçãoerevitalizaraparceriaglobalparaodesenvolvimentosustentável
Sustentabilidade Corporativa 
Graças a legislações mais severas, do ponto de vista ambiental, e a consumidores que buscam empresas comprometidas com as questões ambientais, o conceito de Desenvolvimento Sustentável vem se firmando de modo crescente no mundo corporativo. Isto leva as empresas a implementar meios de produção e serviços que atendam os objetivos da sustentabilidade ambiental. 
De acordo com Ouchi (2006), o conceito de sustentabilidade corporativa é alvo de grande interesse.
Ele é baseado no conceito de que um bom desempenho nas esferas ambiental e social agrega valor à empresa e, consequentemente, deve ser tratado com importância equivalente ao desempenho econômico.
A visão de negócios que envolve a sustentabilidade corporativa ampara-se no triple bottom line, conhecido no Brasil como tripé da sustentabilidade, pois leva em consideração as dimensões: 
· ambiental;
· social
· econômica.
Ainda de acordo com Ouchi (2006), a sustentabilidade corporativa é um conceito que deve estar arraigado em todos os instrumentos de gestão, devendo fazer parte da cultura organizacional.
Não se trata, portanto, de uma simples ferramenta gerencial e não pode ser aplicada apenas em algumas ações pontuais. Ela deve ser pensada em nível estratégico como criadora de valor.
Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE 
De acordo com o site oficial da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros BOVESPA – BM&F BOVESPA, o Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE é uma iniciativa pioneira na América Latina e tem como objetivo criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável. 
Esse índice é baseado na eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança coorporativa. Ele é administrado por um conselho deliberativo, de modo a garantir que o processo de seleção das empresas seja transparente e claro.
Assim, ele reúne as empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA, com as melhores práticas de gestão empresarial e com maior alinhamento estratégico com a sustentabilidade.
A grande missão do ISE é induzir as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade empresarial e apoiarem os investidores na tomada de decisão de investimentos sustentáveis e responsáveis. 
Pegada ecológica 
Em 1996, os pesquisadores William Rees e Mathis Wackernagel publicaram o livro “Pegada Ecológica — Reduzindo o Impacto do Ser Humano na Terra”. E trouxeram para o mundo um novo conceito de sustentabilidade — a mensuração das marcas que todos nós deixamos no planeta! 
Esse novo índice nos auxilia a saber o quanto de recursos da Natureza utilizamos para manter nosso estilo de vida, ou seja, qual a pressão que fazemos sobre os recursos naturais. Nele, são levados em consideração nossa moradia, tipo de alimentação, tipo de transporte, os produtos que compramos, como nos divertimos, entre outras coisas.
A Pegada Ecológica é expressa em hectares globais (gha) e nos permite comparar padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta.
O que significa o termo “pegada”, então?
Significa, simplesmente, a extensão territorial, em hectares, que uma pessoa (ou uma sociedade) utiliza, em média, para sustentar seu modo de vida.
Cálculo da pegada ecológica
Para se calcular a pegada ecológica, leva-se em consideração: 
· Os recursos naturais renováveis (vegetais, carne, madeira, energia renovável, entre outros);
· Os diferentes tipos de territórios produtivos (pastagens, oceanos, florestas, agricultura, áreas construídas);
· As diversas formas de consumo (alimento, energia, transporte, entre outros),Os tipos de tecnologias utilizadas e o tamanho das populações;
·  As áreas utilizadas para receber detritos e resíduos; 
·  A reserva estratégica de recursos naturais para garantir a manutenção da biodiversidade, entre outras informações.
Biocapacidade 
Chamamos de Biocapacidade a capacidade que os ecossistemas têm de produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelos seres humanos. 
Para conhecer mais detalhadamente os dados de pegada ecológica pelo mundo, acesse um mapa interativo..
Observamos, claramente, que o Brasil ainda possui uma pegada ecológica média menor que sua biocapacidade, o que significa que ele é um “credor ecológico”.
Países como Índia e China têm uma pegada média maior que a sua biocapacidade e, portanto, possuem “saldo ecológico devedor”, que chamamos de “déficit ecológico”. 
Outra análise preocupante é que, ao observarmos a média mundial, verificamos que a pegada ecológica é maior que a biocapacidade.
O nosso planeta possui, aproximadamente, 12 bilhões de hectaresglobais (gha) de terra e água biologicamente produtivas. Isto significa que, na atualidade, cada indivíduo pode utilizar, em média, 1,67 gha.
Sustentabilidade Cívica 
De acordo com Barsano e Barbosa (2012), o desenvolvimento sustentável deve ir além do simples cumprimento da legislação vigente. 
A responsabilidade da utilização racional dos recursos naturais, para evitar sua escassez e o comprometimento das reservas para as gerações futuras, não é exclusiva das empresas, potencialmente mais poluidoras e captadoras dos recursos disponíveis. 
É uma obrigação de toda sociedade civil.Precisamos ter atitudes ambientalmente corretas e contribuir de forma objetiva e contínua de modo a garantir a vida no planeta.Temos que colocar em prática a sustentabilidade cívica e, para isso, precisamos exercer nossa cidadania, assumindo uma atitude responsável e ética. Denunciando os abusos ambientais de empresas e mudando nossos hábitos cotidianos de forma a incorporar práticas sustentáveis que, embora simples, são significativamente importantes.
Vejamos alguns exemplos:
Aula 3: Recursos Naturais
Objetivos 
 Estabelecer as definições de “recursos naturais renováveis” e “não renováveis”; 
 Reconhecer formas de exploração desses recursos e suas consequências para o meio ambiente; 
 Analisar o uso sustentável dos recursos naturais
Recursos Naturais
Os recursos naturais1 dizem respeito a tudo aquilo que retiramos da natureza para garantir nossa sobrevivência e aumentar nossa qualidade de vida.
A rápida expansão da população humana, aliada aos atuais padrões de produção e consumo, intensificou sobremaneira o ritmo da exploração dos recursos naturais.
Mas o que são os recursos naturais?
São considerados recursos naturais todos aqueles que o homem encontra na natureza e utiliza para sua sobrevivência, bem-estar e aumento da qualidade de vida. Portanto, a água, o solo, os vegetais, a atmosfera, a madeira, o petróleo, o carvão etc. 
Eles recebem esse nome porque são retirados na natureza e aproveitados em muitas atividades importantes em nosso cotidiano como, por exemplo, a geração de energia e a produção de papel.
Esses recursos são divididos em dois grupos:
Recursos Naturais Renováveis
São recursos naturais que possuem capacidade de renovação após sua utilização pelo homem, como a água, o solo, as florestas, a madeira etc. Entretanto, o uso indiscriminado de tais recursos, impossibilitando-os de cumprir seu ciclo de renovação, poderá levá-los ao esgotamento.
Recursos Naturais não Renováveis
São aqueles utilizados nas atividades antrópicas e que não possuem capacidade de renovação, como o carvão mineral, o petróleo, o gás natural, o ferro, o urânio etc. Sua extração e utilização precisam ser feitas de forma racional e planejada para que esses recursos possam ser utilizados pelo maior período de tempo possível.
Uso indiscriminado de recursos naturais
Relatório divulgado pela ONU, em 2011, informa que o consumo mundial de recursos naturais como combustíveis fósseis e minérios podem triplicar, até 2050, causando um impacto catastrófico sobre o meio ambiente. 
O documento foi apresentado pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e alerta para que os países ajam com rapidez, evitando tal situação.
O mesmo documento mostra que a humanidade poderia consumir, até 2050, aproximadamente 140 mil toneladas de minérios, combustíveis fósseis e biomassa por ano, quase o triplo dos valores atuais.
O texto afirma que é chegada a hora de reconhecermos os limites dos recursos naturais disponíveis para apoiar o desenvolvimento humano e o crescimento econômico, pois o mundo já está ficando sem recursos acessíveis e de alta qualidade, como petróleo, cobre e ouro.
A solução estaria na dissociação do uso dos recursos naturais e do impacto ambiental do crescimento econômico, sendo parte da transição rumo a uma economia verde, com baixas emissões de carbono e eficiente respeito aos recursos.
O mesmo órgão (PNUMA) já havia divulgado, em 2013, um relatório mostrando que a China é o país que mais utiliza recursos naturais no mundo. Lá, o consumo doméstico é quatro vezes maior que nos Estados Unidos. Apesar de o país mostrar melhora na eficiência energética, ele precisa aumentar suas políticas para redução do consumo de água e perda de terras aráveis. Em junho de 2015, o relator especial das Nações Unidas Maina Kiai apelou para um novo tratado que obrigue empresas a respeitarem os direitos humanos fundamentais e para que os Estados e as corporações se envolvam totalmente com as organizações da sociedade civil, no contexto da exploração dos recursos naturais.
Uso sustentável de recursos naturais
A utilização e a extração dos recursos naturais têm causado impactos sem precedentes sobre o ambiente, o que torna imperiosa a necessidade de elaboração de estratégias globais e locais visando a gestão sustentável desses recursos.
Vejamos algumas iniciativas:
No Brasil
Podemos citar, por exemplo, no Brasil, a “Iniciativa Cerrado Sustentável”, cujo objetivo é promover o aumento da conservação da biodiversidade e melhorar o manejo dos recursos ambientais e naturais do bioma2 Cerrado.
Na União Europeia
Outra iniciativa vem da União Europeia (UE), que, em outubro de 2013, publicou o comunicado “Para uma Estratégia Temática sobre a Utilização Sustentável dos Recursos Naturais”. Ele trazia como objetivo o estabelecimento de um quadro e adoção de medidas que permitissem a utilização dos recursos naturais de forma sustentável, sem continuar a degradar o ambiente.
O comunicado respeitava, simultaneamente, os objetivos fixados na “Estratégia de Lisboa”, que focava, entre outras coisas, no crescimento, na empregabilidade e no desenvolvimento sustentável.
A aula 3, conjugada com as aulas 1 e 2, leva-nos a pensar sobre os reflexos do consumismo na extração dos recursos naturais e a necessidade de mudarmos nossos padrões de produção e consumo. 
Precisamos investir em fontes de energia renováveis, aumentar a eficiência da utilização dos recursos e, principalmente, mudar nossos hábitos.
Aula 4: Economia e meio ambiente
Apresentação 
A Economia do Meio Ambiente é um ramo da Economia que trata da aplicação das teorias econômicas às questões ambientais, tais como a utilização dos recursos naturais, o manejo, a preservação e a conservação ambiental, bem como dos aspectos ligados à poluição ambiental, uma vez que podem influenciar diretamente em seu lucro.
Objetivos
· Reconhecer a relação entre Economia e Meio Ambiente;
· Definir a valoração econômica dos Recursos Naturais.
Economia do meio ambiente 
Economia do Meio Ambiente ou, simplesmente, Economia Ambiental é o campo da Economia que aborda as questões relacionadas ao manejo e à preservação ambiental. Esse campo tem sido objeto de crescente interesse das empresas nos últimos anos.
De acordo com Costa (2005), as principais razões para isso são:
Sobrevivência corporativa a longo prazo
Está relacionada à necessidade de tecnologias que possibilitem a geração sustentável de recursos básicos para a manutenção de alguns importantes setores da Economia, como, por exemplo, energia e celulose.
Oportunidades de mercado
Um exemplo de mercado gerado a partir de ações de preservação do meio ambiente é a venda de quotas de absorção de CO2.
Competitividade
Os consumidores começam a preferir produtos ecologicamente corretos, especialmente no mercado internacional. A própria ISO 14.000 já reflete essa exigência.
Permanência no mercado
Os padrões ambientais cada vez mais rigorosos têm sido responsáveis por expulsar empresas menos preparadas do mercado.
Mercado financeiro
Devido a novas regulamentações e a um agressivo clima de litígio, um atestado de saúde ambiental está se tornando cada vez mais vital para assegurar investimentos e financiamentos a novos projetos nos mais diversos setores produtivos.
Responsabilidade criminal e legal
As novas leis de proteção ao meio ambiente têm sido responsáveis pela adequação tecnológica de várias empresas, sob pena de inviabilizar a implantação ou a ampliação das mesmas.
Informaçãoglobalizada
A globalização traz consigo a distribuição praticamente uniforme da informação, o que está derrubando uma prática comum às grandes empresas: manter indústrias com tecnologia mais atrasada e mais poluidoras em países, em geral, menos desenvolvidos e com uma legislação ambiental menos rígida ou até mesmo inexistente.
Isso nos leva à seguinte e importante conclusão: atualmente, a Economia do Meio Ambiente precisa ser encarada como uma das estratégias adotadas pela empresa para se manter no mercado ou mesmo para aquela que pretende iniciar suas atividades.
Economia dos recursos naturais 
De acordo com Rodrigues da Silva (apud VINHA, 2003), o que se conhece por Economia dos Recursos Naturais é um campo da teoria econômica que emerge das análises neoclássicas a respeito da utilização das terras agrícolas, dos minerais, dos peixes, da água, ou seja, de todos os recursos naturais renováveis e não renováveis. 
Ainda de acordo com o autor, para a determinação do “uso ótimo” de tais recursos, os instrumentos utilizados são os mesmos da microeconomia 1 neoclássica, baseado em modelos matemáticos.
Com relação à Economia do Meio Ambiente, existem duas correntes principais de interpretação, são elas:
Economia ambiental
Considera que os recursos naturais não representam, a longo prazo, um limite absoluto para a expansão da Economia. Justamente o contrário, esses recursos nem mesmo apareciam em suas representações analíticas da realidade econômica..
Economia Ecológica
Considera o sistema econômico como um subsistema de um todo maior que o contém, impondo uma restrição absoluta à sua expansão. O Capital (construído) e o Capital Natural (recursos naturais) são, essencialmente, complementares. Existe, portanto, uma visão mais holística entre as relações do Homem (economia) e Natureza.
De acordo com Romeiro (apud VINHA, 2003), essa visão é referida através do conceito de sustentabilidade forte. O progresso científico e tecnológico é visto como fundamental para aumentar a eficiência na utilização dos recursos naturais, tanto os renováveis quanto os não renováveis, sendo possível instituir uma estrutura regulatória baseada em incentivos econômicos, capaz de aumentar, imensamente, essa eficiência.
Capital natural
O Capital Natural pode ser definido como o nosso ambiente natural, constituído do estoque de recursos naturais (renováveis e não renováveis) bem como dos chamados ativos ambientais (como, por exemplo, as terras agricultáveis).
O Capital Natural fornece as funções ambientais (bens e serviços) úteis à sociedade e que podem ser convertidas em produtos que mantêm ou elevam seu bem-estar.
Podemos afirmar, portanto, o capital natural desperta interesses econômicos, sociais e ambientais, uma vez que disponibiliza bens e serviços ecossistêmicos indispensáveis para a sobrevivência dos seres humanos e não humanos.
Renda Biológica
Para Miller (2008), conservar o capital natural, no qual a sociedade está inserida, bem como entender a sua importância, de modo a atribuir valor econômico aos serviços prestados pelo meio ambiente, em analogia ao sistema financeiro, é uma maneira de o ser humano, ao utilizar os recursos renováveis, obter uma renda biológica indefinidamente renovável. Desde que não utilizada em taxas maiores do que aquelas que a natureza pode repor. 
A busca do equilíbrio entre os sistemas está em conseguir sobreviver como espécie com a renda biológica existente, sem exaurir ou degradar o capital natural que o planeta nos oferece.
Economia verde e consumo consciente 
A Iniciativa Economia Verde (IEV, ou GEI-Green Economy Initiative, em inglês) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) foi lançada em 2008 e define a Economia Verde como aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz, significativamente, os riscos ambientais e a escassez ecológica. 
Suas três principais características são:
· Pouco intensiva em carbono;
· Eficiente no uso de recursos naturais;
· Socialmente inclusiva.
· Consumidores verdes ― Ao redor do mundo, os consumidores estão se tornando cada vez mais verdes, ou seja, baseiam suas decisões de compra (de bens e serviços) na origem e na sustentabilidade, tendo consciência dos impactos causados.
· O consumidor consciente é aquele que leva em conta, ao escolher os produtos que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho, além de questões como preço e marca.
Valoração econômica ambiental
De acordo com Ortiz (apud VINHA, 2003), um bem ou serviço ambiental qualquer tem grande importância para o suporte às funções que garantem a sobrevivência das espécies. 
Portanto, todo recurso ambiental tem um valor intrínseco que reflete direitos de existência e interesses de espécies não humanas.
Dessa maneira, a valoração econômica ambiental busca avaliar o valor econômico de um recurso natural.
O principal objetivo é estimar os custos sociais da utilização dos recursos naturais escassos ou, ainda, incorporar os benefícios sociais advindos desses recursos.
A valoração econômica dos recursos ambientais é matéria muito recente; o dano ambiental, por sua vez, pode afetar uma pluralidade difusa.
Fonte: Freepik. 
Existem modelos propostos para a valoração de ambientes impactados, entretanto, nenhum deles conseguiu ainda abordar e considerar todos os aspectos inerentes ao ecossistema degradado e os impactos ambientais, econômicos, sociais e culturais. 
Dentre os poucos modelos existentes destacam-se:
aborado pelo IBAMA
O elaborado pelo IBAMA (coordenado por Peixoto, S.L. ― chefe do Parque Nacional da Tijuca), que propõe a valoração através de uma fórmula.O valor total proposto para a compensação é composto pela soma de cinco parcelas de valoração econômica, multiplicado por um fator de redução social (FS). Logo:
VALOR =[ P1 + P2 + P3 + P4 + P5 ] x FS 
Elaborado pela Polícia Federal
O utilizado pelos peritos da Polícia Federal para efetuar os cálculos de seus laudos:
VERA = VUD + VUI + VO + VE
Onde:
VERA = Valor Econômico do Recurso Ambiental;
VUD = Valor de Uso Direto;
VUI = Valor de Uso Indireto;
VO = Valor de Opção;
VE = Valor de Existência.
Entretanto, nenhuma desses modelos leva em consideração os demais aspectos sobre os ecossistemas (fatores geofísico-químicos), questões sociais e culturais.
Mercado de créditos de carbono
 O Protocolo de Kyoto (1997) criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada das emissões. 
Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução da emissão de gases poluentes tem direito a créditos de carbono e pode comercializá-los com os países que têm metas a cumprir. 
O MDL foi criado a fim de conceder créditos para projetos que reduzam ou evitem emissões nos países em desenvolvimento. Trata-se de um canal em que governos e corporações privadas transferem tecnologia limpa e promovem o desenvolvimento sustentável, possibilitando o benefício das atividades de redução das emissões de GEE aos países em desenvolvimento. 
O mecanismo deve implicar em reduções de emissões adicionais àquelas que ocorreriam na ausência do projeto, garantindo benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo para a mitigação da mudança do clima. 
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca de 5% do total mundial e 268 projetos. 
A expectativa inicial era a de absorver 20%. O mecanismo incentivou a criação de novas tecnologias para a redução das emissões de gases poluentes no Brasil. 
Como é medida a redução das emissões?
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A redução das emissões dos GEE (Gases do Efeito Estufa) é medida através de uma unidade denominada toneladas de dióxido de carbono equivalente ― t CO2e. 
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Cada tonelada reduzida ou removida da atmosfera corresponde a uma unidade, emitida pelo Conselho Executivo do MDL, denominada RCE (Redução Certificada de Emissão) ou seja, cada tonelada de CO2e equivale a 1 crédito de carbono. 
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Esses créditos de carbono podem ser negociados no mercado mundial por meio dos Certificados deEmissões Reduzidas (CER). Dessa maneira, as nações que não quiserem ou não conseguirem reduzir suas emissões poderão comprar os CER e utilizá-los para cumprir suas obrigações 
Poluidor Pagador, Usuário Pagador e Sustentabilidade Financeira dos Sistemas de Gestão 
O princípio do poluidor-pagador impõe ao poluidor tanto o dever de prevenir a ocorrência de danos ambientais quanto o de reparar, de modo integral, eventuais danos que ele venha a causar com sua conduta. 
É importante salientar que esse princípio não autoriza a poluição mediante o pagamento do dano ambiental.
De acordo com Araújo (2010), o empreendedor deve internalizar todos os Custos Ambientais gerados por sua atividade, nos quais estão incluídos, naturalmente, os custos pela poluição que, porventura, venha a causar.
Um outro fato importante é que esse custo não deve ser apresentado ao consumidor por meio do repasse ao custo dos produtos e serviços.
O princípio do usuário-pagador postula que as pessoas que usam recursos naturais devem pagar por tal utilização.
A cobrança, além de modificar o comportamento do usuário, também precisa ser capaz de garantir sustentabilidade ao sistema de gestão. 
Para que isso aconteça, de acordo com Santos (apud VINHA, 2003), deve atender aos quesitos a seguir:
Eficiência financeira
Refere-se aos custos de transação decorrentes dos encargos gerados pelos responsáveis por sua aplicação e para os usuários, ou seja, está relacionada com os custos administrativos e operacionais do sistema de gestão em relação à receita (total) gerada pela cobrança;
Efetividade financeira
Ao ser montado, o sistema de gestão traçou os objetivos a serem alcançados. A efetividade financeira é a capacidade dos instrumentos de cobrança em gerar receitas para as atividades que permitam alcançar tais objetivos. Portanto, é a capacidade de gerar recursos para financiar o sistema de monitoramento, fiscalização, licenciamento e atividades de recuperação e preservação ambiental;
Praticabilidade
Refere-se a quão direto seja o instrumento para atingir seus objetivos. Clareza e simplicidade são considerados fatores primordiais que afetam a eficiência administrativa. Um exemplo do caso do usuário-pagador é a utilização dos Recursos Hídricos.
Recursos hídricos – exemplo de aplicação dos princípios do poluidor-pagador e do usuário-pagador
A título de exemplo, no que diz respeito ao quesito de praticabilidade da cobrança, a cobrança pelo uso da água fundamenta-se nos princípios do poluidor-pagador e do usuário-pagador. 
Com base no disposto no artigo primeiro da Lei 9.433/1997, a água é um recurso natural limitado, finito e essencial à vida.
Sendo assim, ao reconhecer a água como um bem de uso público e dotado de valor econômico, o Poder Público, através do estabelecimento da cobrança pelo seu uso, pretende sensibilizar e incentivar os usuários a utilizar esse recurso de maneira racional e sustentável, garantindo qualidade, quantidade e acesso a esse bem às gerações atuais e futuras.
 Fonte: Por wan wei / Shutterstock. 
A cobrança pelo uso de recursos hídricos, portanto, é um dos instrumentos de gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433/97, e tem como objetivos:
· Dar ao usuário uma indicação do real valor da água;
· Incentivar o uso racional da água;
· Obter recursos financeiros para a recuperação das bacias hidrográficas do País.
Essa cobrança não é um imposto, mas uma remuneração pelo uso de um bem público, cujo preço é fixado a partir da participação dos usuários da água, da sociedade civil e do poder público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica ― CBHs.
Aula 5: Gestão de recursos naturais
15/04/2020
Apresentação 
As questões relacionadas com o meio ambiente têm sido incorporadas, de modo crescente, tanto à agenda científica dos diversos campos do conhecimento quanto às agendas políticas globais, nacionais, regionais e locais. 
Tal fato deriva da compreensão de que a sustentabilidade ambiental é fundamental para o desenvolvimento de longo prazo das sociedades. 
Objetivos 
· Identificar os fundamentos da política ambiental e os desafios na gestão de recursos naturais;
· Analisar a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA);
· Reconhecer as demais políticas ambientais brasileiras.
Introdução
Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado, direta ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam a assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. 
As políticas públicas podem ser formuladas, principalmente, por iniciativa dos poderes executivo ou legislativo, separada ou conjuntamente, a partir de demandas e propostas da sociedade, em seus diversos seguimentos. 
Em alguns casos, a própria lei que as institui garante a participação da sociedade na formulação, no acompanhamento e na avaliação.
O meio ambiente é, também, reconhecido como um direito de todos, e a ele corresponde a Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei Federal n.º 6.938.
Política Nacional do Meio Ambiente 
De acordo com Barsano e Barbosa (2012), para uma integração das políticas vigentes no país e sua harmonização em todos os níveis, foi aprovada uma política nacional como referência para definir os principais objetivos, instrumentos e diretrizes a serem seguidos pelas políticas estaduais e municipais de toda a União Federativa. 
A política ambiental, a princípio, pode ser definida como um modelo de administração adotado por um governo ou empresa para direcionar as relações com o meio ambiente e os recursos naturais.
Políticas Integrantes da Política Nacional de Meio Ambiente ― PNMA 
De maneira a auxiliar a PNMA, foram criadas políticas ambientais distintas para a prevenção da poluição ambiental em casos específicos e diferenciados, seja na terra, na água ou no ar (cf. BARSANO e BARBOSA, 2012).
Política Nacional de Recursos Hídricos 
Essa lei definiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. De acordo com a nova lei, a água é considerada um recurso limitado dotado de valor econômico, cuja gestão deve ser descentralizada e combinada com a gestão ambiental. 
Nesse sentido, a Secretaria de Recursos Hídricos tem conduzido o processo de criação dos Comitês de Bacia Hidrográfica e da Agência Nacional de Água (ANA). Esta última ficará responsável pela execução da Política Nacional de Recursos Hídricos. 
Política Nacional sobre Mudanças Climáticas ― PNMC 
A Política Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC) foi instituída pela Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009, cujos objetivos “deverão estar em consonância com o desenvolvimento sustentável a fim de buscar o crescimento econômico, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais”.
Pegada de CarbonoEsse índice mede a “quantidade total das emissões de gases do efeito estufa causadas diretamente e indiretamente por uma pessoa, organização, evento ou produto”.De acordo com a ONG WWF, ela é a principal causa das mudanças climáticas, uma vez que nossas emissões estão acontecendo em um ritmo muito mais rápido do que o planeta é capaz de absorver.
Política Nacional de Resíduos Sólidos 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei número 12.305 de 02 de agosto de 2010.
Ela é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), essa política:
“Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que nãopode ser reciclado ou reutilizado)”.Outra grande inovação é que ela “institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos...)”.
A Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM) foi instituída através do Decreto número 5.377, de 23 de fevereiro de 2005. De acordo com o próprio documento.
Mas, afinal, o que são os Recursos do Mar?
Recursos do mar são todos os recursos vivos e não vivos existentes nas águas sobrejacentes ao leito do mar, no leito do mar e em seu subsolo, bem como nas áreas costeiras adjacentes, cujo aproveitamento sustentável é relevante sob os pontos de vista econômico, social e ecológico.
Recursos vivos do mar
São os recursos pesqueiros e a diversidade biológica, incluindo os recursos genéticos ou qualquer outro componente da biota marinha de utilidade biotecnológica ou de valor para a humanidade.
Recursos não vivos do mar 
São os recursos minerais existentes nas águas sobrejacentes ao leito do mar, no leito do mar e em seu subsolo, e os recursos energéticos advindos dos ventos, marés, ondas, correntes e gradientes de temperatura.
A Amazônia Azul 
O mar territorial, a Zona Econômica Exclusiva e a extensão da Plataforma Continental formam as Águas Jurisdicionais Brasileiras, que, no caso brasileiro, alonga-se até 200 milhas da costa. 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), além de toda essa área, o Brasil pleiteou, junto à Organização das Nações Unidas (ONU), um acréscimo de 900 mil km a essa área, em pontos onde a Plataforma Continental vai além das 200 milhas náuticas. 
O pleito foi aceito, aumentando as águas jurisdicionais brasileiras para cerca de 4,5 milhões de Km2.
Essa área total foi chamada pela Comissão Interministerial sobre os Recursos do Mar (CIRM), de Amazônia Azul.
Ela equivale à metade da extensão territorial, virtualmente, a uma nova Amazônia, porém, no mar. 
O apelido Amazônia Azul foi dado como forma de alertar a sociedade para a importância, não só estratégica, mas também econômica dessa vastidão diante de nossa costa.
Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais 
A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT) foi instituída através do Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007. 
Trata-se de uma ação do Governo Federal para promover o desenvolvimento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas instituições.
A PNPCT tem como principal objetivo promover o desenvolvimento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas instituições.
Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca 
A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca (PNDSAP) foi instituída através da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009.
Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica — PNAPO
A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) foi instituída através do Decreto nº 7.794, de 20 de agosto de 2012.
Política Nacional de Biodiversidade - PNB 
A Política Nacional da Biodiversidade (PNB) foi instituída através do Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002.
Aula 6: Responsabilidade social na GRN

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