Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANHEMBI MORUMBI GABRIEL TOLENTINO DE OLIVEIRA ARTE, CULTURA & ESTÉTICA - ATIVIDADE - UNIDADE 3 Uma análise de como a fotografia influenciou a arte Jundiaí, São Paulo 2020 Abstract A arte do estilo classificado como Impressionismo rompeu com o passado na história da arte e abriu caminhos para a pesquisa artística moderna, dando início às tendências que iriam se manifestar no século XX. Uma das descobertas da época que ajudou na ascensão do Impressionismo foi a fotografia, de modo que a máquina fotográfica portátil tornou possível descobrir o encanto da cena casual e do ângulo inesperado. Logo, para compreender de maneira mais profunda e contemporizadora, foi elaborado um estudo, fundamentado pela análise da influência da fotografia sobre o contexto artístico geral, buscando investigar, evidenciar, e discorrer os aspectos positivos e negativos de tal influência. Uma análise de como a fotografia influenciou a arte Como o nome sugere, a fotografia é essencialmente a técnica de criar imagens por meio da exposição a luz e fixá-las em superfícies sensíveis. Ela tem uma origem deveras curiosa, pois é dito que foi criada por Louis Jacques Mandé Daguerre em 1839, quando o governo francês anunciou para o mundo a chamada Daguerreotipia, um processo químico que conseguia gravar uma imagem em uma chapa de metal, de maneira permanente, utilizando somente a luz. Após essa descoberta inovadora a fotografia começou a se popularizar em meados do século XIX, o que gerou uma grande transformação no comportamento geral da época, principalmente em relação a como a arte passaria a ser vista a partir daquele momento. Diante da rápida comercialização e popularização da fotografia nessas décadas, a ideia de que esse processo de reprodução de imagem poderia ser uma arte, aqueles vindos de classes sociais mais baixas, principalmente, poderiam ser artistas, parecia absurda para alguns. O poeta francês, Charles Boudelaire, chegou a eleger a fotografia como “o inimigo mais mortífero da arte”. O crítico de arte inglês, John Ruskin, afirmou, por sua vez, que a fotografia “não tem qualquer relação com a arte e jamais irá substituí-la”. A recusa da fotografia como arte era tão enraizada que a organização da Exposição Internacional de Londres de 1862 recusou-se a exibir fotografias na mesma sala dedicada às obras de arte, expondo-as na seção de equipamentos mecânicos. Devido a esse pensamento de rejeição tão autocrático, a fotografia foi reduzida ao simples funcionamento do seu dispositivo técnico, capaz de registrar automaticamente as coisas do mundo, usando a luz. Disso surgiu o conceito de fotografia-documento: uma cópia mecânica do “real” que substitui o pincel do artista. Até então, o que predominavam eram imagens geométricas, ainda inspiradas pela pintura, que enfatizavam as perspectivas renascentistas. Só a partir dos anos 1970, à medida que a arte considerada efêmera começou a conquistar espaço nas galerias, que as fotografias também conseguiram abrir seu caminho em espaços artísticos mais institucionais. A foto se mostrou a ferramenta preferida para a documentação desse tipo de arte, emprestando um caráter duradouro a eles, fazendo com que, graças a essa tecnologia, o encanto da cena casual e do ângulo inesperado passassem a ser mais bem aceito pelo espectador. Logo, embora as fotos raramente fossem tiradas pelos artistas e performers em si, o objeto fotográfico passou a integrar exposições e o circuito artístico. Foi, apenas, com o surgimento do movimento pictorialista, na década de 1890, caracterizado pelas técnicas e efeitos das artes gráficas, trazendo para observador tons vibrantes e aparência desfocada, com o âmbito de provocá-lo, que o papel subjetivo da fotografia começa a ganhar espaço reconhecido. A possibilidade da fotografia ter a sua estética própria e aproveitar qualidade específicas do suporte foi extremamente atrativa para muitos fotógrafos. Contudo, a ocorrência da Primeira Guerra Mundial gerou um impacto profundo na produção artística. Insatisfeitos, muitos artistas tentavam desenvolver técnicas de expressão pictórica para exprimir a crise de fé nos valores tradicionais decadentes desse período de conflito. Foi aí que as primeiras fotografias que invocavam o tempo, o espaço e outros aspectos abstratos foram realizadas, ela começou a ser usada pelos dadaístas alemães em obras repletas de críticas sociais, pelos construtivistas da União Soviética para desenvolver novos estilos para uma nova sociedade, por surrealistas e modernistas de todo o mundo que celebravam as mais diversas formas de arte e design. Ela passou a ser vista como um meio de comunicação visual ótimo para a era moderna. E assim, a partir da década de 1960, com o pós-modernismo, os último obstáculos são derrubados, abrindo espaço para a fotografia explorar as possibilidades de expressão, aproveitando-se da expansão dos meios de comunicação e da consolidação da cultura de massa. Nesse período, surgem distintas correntes artísticas, como a pop art e o minimalismo que também beneficiam a expansão da fotografia. Assim, a fotografia assume o seu papel de codificação e significação cultural, vence o sentido de simples mecanização do seu equipamento e conquista o seu tão almejado lugar no cenário artístico. Porém, essa técnica artística ainda não obteve absoluto reconhecimento como forma artística, já que ainda hoje não existe um consenso sobre a fotografia ser ou não uma forma de arte. Embora a fotografia atual empregue conhecimentos artísticos para a sua composição, sobretudo aqueles encontrados na pintura, o mais correto é denominar tais trabalhos como fotografia de autor, em vez de fotografia artística. Referências Entenda como alguns nomes-chaves da história da fotografia abriram as portas para essa arte também integrar o mercado. SP-Art 365, 29 de ago de 2019. Disponível em: <https://www.sp-arte.com/foto/editorial/como-a-fotografia-passou-a-ser-considerada-objeto-de-arte/>. Acesso em: 29 de out. de 2020. FOTOGRAFIA COMO ARTE: UMA LONGA EXPEDIÇÃO. Photo Inspiration. Disponível em: <https://www.iif.com.br/photomag/fotografia-como-arte-uma-longa-expedicao/>. Acesso em: 30 de out. de 2020. Victor Naine. Fotografia é ARTE?. Youtube, 06 dez. 2016. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=4J3t2vFwYkA>. Acesso em: 30 out. 2020.
Compartilhar