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ESCOLA DE ENGENHARIA MAUÁ RELATÓRIO DE LABORATÓRIO ETC 413 – HIDRÁULICA Professor: Carlos A. de Moya Figueira Netto Nome do experimento: Ressalto Hidráulico Realização do experimento em: 19/09/2020 às 09h30, Sábado. LAB 4 NOME RA ASSINATURA Beatriz Pucceti Klotz (DIURNO) 16.00711-5 Beatriz K. Leticia Malatesta Azevedo (DIURNO) 17.00708-9 Leticia M. Beatriz Jacomini Casellato (DIURNO) 17.02062-0 Beatriz C. Objetivo • Familiarizar-se com o fenômeno do ressalto hidráulico a jusante de estruturas para a descarga de vazão e dissipação de energia • Praticar a hidrometria no caso do ressalto hidráulico • Validar a teoria do ressalto hidráulico com base nas medidas obtidas em laboratório Introdução teórica O ressalto hidráulico é um tipo de escoamento bruscamente variado em canais, ou seja, um escoamento nos quais a variação da linha d’água longitudinal é visível após uma distância curta percorrida, com mudança de regime com relação ao 𝐹𝑟, o escoamento passa do regime torrencial (𝐹𝑟 > 1,0) para o fluvial (𝐹𝑟 < 1,0). O regime, após tornar-se fluvial, mantém-se assim devido à declividade relativamente baixa do canal – implicando uma relação elevada entre a força resistente ao escoamento devida ao perímetro molhado e a projeção do peso da água na mesma direção do fundo do canal. A transição do escoamento resultante é rápida e envolve grande perda de energia em função da turbulência. Então, não é possível encontrar uma solução para o problema do ressalto hidráulico com base no diagrama de energia específica. Em vez disso, utiliza-se a equação da quantidade de movimento. entrada saída Considerando: 𝑺𝟏 a seção transversal medida na distância 𝒙𝟏 imediatamente a montante do ressalto, onde profundidade é 𝒚𝟏; 𝑺𝟐 a seção transversal medida na distância 𝒙𝟐 imediatamente a jusante do ressalto, onde a profundidade é 𝒚𝟐; 𝑳𝒓 comprimento do ressalto; ∆𝑯𝒓 perda de carga no ressalto 𝑸 vazão no canal, assumida constante devido à posição estática da linha d’água (em escoamento permanente) 𝑽𝟏 𝒆 𝑽𝟐 velocidades médias nas seções transversais às distâncias 𝒙𝟏 e 𝒙𝟐 𝝆 massa específica da água O estudo do equilíbrio dinâmico do ressalto hidráulico se baseia no Teorema da Conservação da Quantidade de Movimento, resumida como: 𝜌𝑄𝑉𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 + ∑𝐹𝑒𝑥𝑡 = 𝜌𝑄𝑉𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 Onde ∑Fext representadas pelos empuxos hidrostáticos (E1 – E2). Portanto: 𝑄2 𝑔𝑆1 + 𝑆1𝑧𝐺1 = 𝑄2 𝑔𝑆2 + 𝑆2𝑧𝐺2 Definindo a função 𝑌 em dada seção 𝑆 como dependente da profundidade 𝑦 assim: 𝑌(𝑦) = 𝑄2 𝑔𝑆(𝑦) + 𝑆(𝑦)𝑧𝐺(𝑦); com 𝑧𝐺 = 𝑦 2⁄ Vem que: 𝑌(𝑦1) = 𝑌(𝑦2) Esta é uma equação quadrática em 𝑦2/𝑦1 cuja solução é: 𝑦2 = ( 𝑦1 2 ) (√1 + 8𝐹𝑟1 2 − 1) 𝑜𝑢 𝑦1 = ( 𝑦2 2 ) (√1 + 8𝐹𝑟2 2 − 1) Estimativa do comprimento do ressalto 𝑳𝑹 baseando-se em informações empíricas e de campo em canais de diversas escalas de tamanho, o comprimento do ressalto deve variar de 5 a 7 vezes a profundidade a jusante: 𝐿𝑅 = [5 𝑎 7]. 𝑦2 E também pode-se estimar a perda de carga, ou dissipação de energia: ∆𝐻𝑅 = (𝑦2 − 𝑦1) 3 4𝑦1𝑦2 Deve-se ressaltar que a perda de energia aumenta bruscamente com a altura relativa do ressalto. Essa dissipação ocorre devido à alta turbulência existente no trecho do ressalto, sendo a energia hidráulica parcialmente transformada em calor (ou energia calorífica de valor ∆𝐻𝑅). Equipamentos • Régua • Trena • Canal • Vertedor Metodologia → Procedimento 1. Preparamos o circuito para a entrada em funcionamento da bomba. 2. Especulamos como deverá se formar o ressalto no canal e quais as condições para que isso aconteça. 3. Colocamos a bomba em funcionamento e fomos levantando o vertedor retangular de soleira delgada no extremo de jusante do canal e abrindo o registro da tubulação de recalque até estabelecer um escoamento permanente. 4. Medimos as profundidades conjugadas e o comprimento do ressalto. 5. Verificamos o comprimento do ressalto de acordo com a estimativa teórica e aperfeiçoamos a medida. 6. Medimos a carga sobre o vertedor retangular de soleira delgada, o qual será usado como medidor de vazão. Medimos também a altura do parâmetro de montante do vertedor e então calculamos o Cq pela fórmula de Francis. 𝐶𝑞 = 1,838 . [1 + 0,26 . ( 𝐻 𝐻 + 𝑃 ) 2 ] 7. Medimos o desnível manométrico o qual será usado como medidor de vazão. → Cálculos e Gráficos 1. Calcular a função 𝑌 para as profundidades conjugadas em cada um dos dois casos realizados e comparar os valores com os pontos que os representam numa curva 𝑌 𝑥 𝑦 para esse canal. 2. Calcular a perda de carga ∆𝐻𝑅 e o comprimento do ressalto 𝐿𝑅 comparando este último aos valores medidos (em cada situação realizada). Resultados das medições Dados Largura 20cm P 6,44cm H 8,65cm Δh 28,7cm → Primeira leitura: Profundidades conjugadas Comprimento do ressalto y1 y2 Lr 4,9 cm 8,5 cm 45,4 cm → Segunda leitura: Profundidades conjugadas Comprimento do ressalto y1 y2 Lr 4,9 cm 8,9 cm 50,4 cm Análise dos resultados Qvertedor retangular Qplaca de orificio Qmédia 10,15 l/s 11,18 l/s 10,66 l/s Como y1 da primeira leitura é igual o da segunda, os valores de velocidade, Fr e y2 estimado serão os mesmos: 𝑉 = 𝑄 𝑆(𝑦1) = 0,01066 (0,2𝑥0,049) = 1,09𝑚/𝑠 𝐹𝑟1 = 𝑉 √𝑔. 𝑦1 = 1,09 √9,81𝑥0,049 = 1,57 𝑦2𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜 = ( 𝑦1 2 ) . (√1 + 8. 𝐹𝑟2 − 1) = ( 4,9 2 ) . (√1 + 8. 1,572 − 1) = 8,70𝑐𝑚 Com esses valores, chegamos na equação: 𝑌(𝑦) = 0,010662 9,81. (0,2. 𝑦) + (0,2. 𝑦). 𝑦 2 = 5,79𝑥10−5 𝑦 + 0,1. 𝑦2 Calculado: y1=0,049m Y=0,00142 y2estimado=0,087m Y=0,00142 0,00000 0,00100 0,00200 0,00300 0,00400 0,00500 0,00600 0,00700 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 Y y (m) 0,0014 → Perda de energia: ∆𝐻𝑅 = (𝑦2−𝑦1) 3 4𝑦1𝑦2 Primeira leitura Segunda Leitura Estimado 0,28m 0,37m 0,32m → Comprimento de ressalto: 𝐿𝑅 = [5 𝑎 7]. 𝑦2 Primeira leitura Segunda Leitura Estimado 45,4cm 50,4cm [43,5 a 60,9]cm Conclusões e Considerações Finais Com o vertedor abaixado, e com a declividade do canal, estavamos no regime torrencial (Fr > 1), e então começou a subir o vertedor e foi possível observar a formação do ressalto, onde houve aumento da altura d’agua. Calculando a função 𝑌 para as profundidades conjugadas em cada um dos dois casos realizados e comparando os valores com os pontos que os representam numa curva 𝑌 𝑥 𝑦 para esse canal, foi obtido um resultado muito próximo e coerente com o estudo. Ao calcular a altura estimada do ressalto, teve uma pequena diferença em relação aos medidos na primeira e na segunda leitura, o que levou a diferentes perdas de energia em cada situação. E também a faixa de comprimento de de ressalto. Concluindo então que foi possivel observar e Validar a teoria do ressalto hidráulico com base nas medidas obtidas em laboratório.
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