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Mecânica 2 – Eletropneumática com CLP SENAI-SP, 2006 Trabalho organizado pela escola SENAI “Mariano Ferraz” do Departamento Regional do SENAI-SP Equipe responsável Elaboração Daniel Barbuto Rossato Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo. A violação dos direitos autorais é punível como crime com pena de prisão e multa, e indenizações diversas (Código Penal Leis No 5.988 e 6.895). SENAI-SP Escola SENAI “Mariano Ferraz” Rua Jaguaré Mirim, 71 São Paulo – SP CEP 05311-020 Telefax (0XX11) 3641 – 0024 E-mail Home page nai106@sp.senai.br http:// www.sp.senai.br Mecânica 2 – CLP SENAI 4 Mecânica 2 – CLP SENAI 5 Sumário Apresentação 7 Introdução ao CLP 9 Método Passo-a-Passo 19 Método Cadeia Estacionária 25 Condições Marginais 29 Método Step-Ladder 43 Modo Semi-Automático usando DF e MCR 47 Método Drum 51 Apêndice A – CLP Festo 55 Apêndice B – CLP Matsushita 67 Mecânica 2 – CLP SENAI 6 Mecânica 2 – CLP SENAI 7 Apresentação Este material tem por finalidade servir de guia de referência para as aulas de Mecânica 2 do curso técnico em Automação Industrial. É esperado que o aluno esteja familiarizado com comandos elétricos e pneumática, sendo desejável conhecimentos de lógica e eletrônica digital. Nesta apostila, tentou-se manter uma abordagem bastante objetiva e prática de modo que este possa futuramente servir de material de consulta para o aluno sempre que for necessário programar um CLP. Os métodos aqui apresentados são exclusivamente para linguagem Ladder por ser a linguagem mais utilizada na indústria e também presente em todos os tipos e marcas de CLP. Muito embora, alguns conceitos possam ser aproveitados em outras linguagens. O curso foi desenvolvido com o CLP Festo, na primeira parte, e com o CLP Matsushita na segunda parte. Sabemos que cada CLP tem suas particularidades, como funções, recursos e tipos de entrada e saída. Tentou-se explorar os melhores e mais simples recursos desses dois controladores para obter métodos de construção de programas práticos, rápidos e eficientes. Nesse sentido, vale ressaltar que é sempre bem-vindo o uso dos habituais “Recortar, Copiar e Colar” para ajudar na confecção do programa. No apêndice encontram-se explicações para a utilização dos CLPs Festo e Matsushita. Caso outro CLP seja usado, pode ser necessário alguma alteração no programa, dependendo do método a ser aplicado. Mecânica 2 – CLP SENAI 8 Mecânica 2 – CLP SENAI 9 Introdução ao CLP Definição CLP é a sigla para Controlador Lógico Programável ou, em inglês, PLC, Programmable Logic Controller. Isto porque o CLP é um controlador que executa funções lógica (e outras mais) que podem ser definidas ou alteradas através de um programa (software). O CLP não executa somente funções lógicas (identificar, comparar, classificar); ele pode executar funções como temporização, contagem, seqüência, controle, etc. que variam para cada modelo e fabricante de CLP. O CLP foi inventado para substituir os quadros elétricos a relé que eram usados principalmente na indústria automobilística. Estes quadros tinham que ser modificados ou trocados toda vez que fosse feita uma alteração no produto ou no processo de fabricação. Com o surgimento dos microprocessadores, os CLP’s substituíram esses quadros e trouxeram uma série de outras vantagens que antigamente não existiam. Algumas dessas vantagens são a facilidade de programação, o espaço que eles ocupam, o preço, o baixo consumo de energia. Devido a essas e diversas outras vantagens, o CLP tem sido amplamente utilizado nas máquinas e equipamentos industriais. Com o aumento do número fabricantes de CLP’s e a diversidade de modelos que começaram a surgir, tornou-se necessário a padronização de algumas características do CLP, como por exemplo, as linguagens de programação. Com esse fim, foi criada a norma IEC 61131 que estabelece diversos padrões para os fabricantes de CLP. Mecânica 2 – CLP SENAI 10 Funcionamento O CLP possui basicamente a seguinte estrutura: PROCESSADOR: É o componente do CLP responsável pelo processamento das instruções. Ele busca as instruções na memória, interpreta e executa as tarefas contidas nas instruções. O processador pode ser um microcontrolador, como por exemplo, a família 8051, PIC, 68000 ou um microprocessador, como por exemplo, a família x86, PowerPC. MEMÓRIA: É o local onde ficam armazenadas as instruções a serem executadas pelo processador e os diversos dados. Existem, pelo menos, duas memórias no CLP. Em uma delas, é armazenado o programa do fabricante chamado “firmware”, que faz o CLP funcionar. Em geral, essa memória é do tipo EPROM (Eraseable Programable Read Only Memory – memória fixa apagável) ou tipo Flash (memória que pode ser escrita e apagada eletronicamente). Na outra memória fica guardado o programa do usuário após o mesmo ser transferido do computador para o CLP. Ela pode ser do tipo RAM (Random Access Memory – memória de acesso aleatório), sendo neste caso necessário uma bateria para manter o programa na memória mesmo quando o CLP é desligado; ou do tipo EPROM, ou ainda do tipo Flash. MÓDULOS DE ENTRADA E SAÍDA PROCESSADOR MEMÓRIA BARRAMENTO DE DADOS MÓDULO DE ENTRADAS E SAÍDAS Mecânica 2 – CLP SENAI 11 É o local onde os sinais enviados pelos sensores e demais elementos de entrada são convertidos e interpretados pelo processador e também é o local onde o processador envia os sinais para acionar os atuadores e outros elementos de saída. Portanto, esse módulo faz a ligação, ou interface, entre o processador e os sinais de campo, ou da máquina. MODOS DE FUNCIONAMENTO O CLP possui uma chave com pelo menos três posições que define seu modo de funcionamento: 1. PROG: este modo é chamado de programação. Nele é possível transferir ou carregar (“load”) o programa feito no computador para o CLP. Durante esse modo, o programa que está dentro do CLP não é executado e todas as saídas permanecem desligadas. 2. RUN: este modo é chamado de execução. Enquanto esse modo estiver ativo, o CLP executa o programa do usuário que está na sua memória, realizando a varredura (“scan”). Não sendo possível transferir programa. 3. REMOTE: com a chave nesta posição, a escolha entre os modos pode ser feita através do computador conectado ao CLP. Através do software é possível alternar entre PROG e RUN. VARREDURA (“SCAN”) Podemos dizer que o CLP funciona da seguinte maneira: 1. O processador lê os sinais de entrada e guarda num local separado na memória (tabela imagem das entradas); 2. O processador busca(“fetch”) e interpreta as instruções programadas, interrogando os sinais de entrada que foram guardados na memória, e armazenando os resultados na memória (tabela imagem das saídas); 3. O processador atualiza as saída de acordo com o resultado das instruções executadas. Esse ciclo se repete indefinidamente, enquanto o CLP estiver em modo RUN. O tempo de duração de cada ciclo depende do tamanho do programa, velocidade do processador, etc. Alguns CLP’s permitem determinar um tempo fixo para os ciclos de varredura. Mecânica 2 – CLP SENAI 12 Lógica SINAL DIGITAL O sinal digital é representado por 0 (desligado ou desacionado) e 1 (ligado ou acionado). Por possuir somente dois estados, é chamado também de sinal binário. No caso de contatos elétricos, temos: Contato NA Acionamento = 0 (não tem) Acionamento = 1 (tem) Resultado: Aberto Resultado: Fechado Contato NF Acionamento= 0 (não tem) Acionamento = 1 (tem) Resultado: Fechado Resultado: Aberto OPERAÇÕES LÓGICAS BÁSICAS As operações lógicas foram estabelecidas pela álgebra de Boole para relacionar número binários (ou sinais digitais). As operações citadas são básicas, pois são a base de todo o processamento digital, incluindo os microcomputadores atuais. Norma Denominação Tabela Verdade DIN 40700 Lógico Antiga / Moderna DIN 24300/ISO 1219 Pneumático DIN 40713 Elétrico Identidade ( SIM ) X A 0 0 1 1 A = X X A A A X + A Aberto X X Mecânica 2 – CLP SENAI 13 Negação ( NÃO ) X A 0 1 1 0 A = X OU ( OR ) X Y A 0 0 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 A = X Y E ( AND ) X Y A 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 1 A = X Y Programação As linguagens de programação seguem a norma IEC 61131-3 que determina cinco tipos diferentes de linguagens: Diagrama de Contatos (Ladder), Lista de Instruções (IL - Instruction List), Diagrama de Bloco Funcionais (FDB - Function Diagram Block), Texto Estruturado (ST – Structured Text) e Diagrama Funcional Seqüencial ou Grafcet (SFC - Sequencial Function Chart) . Dentre elas, devido ao contexto histórico, sem dúvida, a mais usada é o diagrama Ladder cuja simbologia básica é mostrada abaixo. Por isso, durante esse curso, será a linguagem que iremos trabalhar. Y Y X A A + Fechado X X X A A A Y A X X Y A Y X Y A X Y A X + + A A X X + Mecânica 2 – CLP SENAI 14 ENTRADAS SAÍDAS A tabela a seguir mostra algumas funções básicas do CLP, comparando as linguagens de programação: Ladder, Lista de Instruções (STL) e Bloco Funcionais (FCH). Linguagens de programação Símbolos e códigos básicos LADDER STL FCH Comentários IF VERIFICA 1 Significa que se o sinal de entrada do CLP for 1 a condição está satisfeita IF NOT VERIFICA 0 Significa que se o sinal de entrada do CLP for 0 a condição está satisfeita AND FUNÇÃO E A condição está satisfeita somente com as duas entradas em 1 AND N FUNÇÃO INIBIÇÃO A condição está satisfeita quando uma entrada é 1 e a outra é 0 OR FUNÇÃO OU A condição está satisfeita quando uma das entradas ou mais for 1 OR N FUNÇÃO IMPLICAÇÃO A condição está satisfeita quando uma das entradas for 1 ou a outra for 0 conforme especificação SET RESET SAÍDA Parte executiva , é executada quando a parte condicional, entradas está satisfeita ( ) ( ) S Mecânica 2 – CLP SENAI 15 Exemplo: Dado uma máquina com seu diagrama pneumático e comando elétrico, deseja- se substituir o comando a relé por um CLP. Elaborar os diagramas e programa em linguagem Ladder. Solução Substituição do Comando Elétrico por CLP: o primeiro passo é definir quais são os elementos que serão ligados à entrada do CLP (sinais) e os elementos que serão ligados à saída CLP (comandos). . Y2 Y1 S1 Y1 S2 Y2 Controlador S1 S2 Y1 Y2 ENTRADA SAÍDA Mecânica 2 – CLP SENAI 16 O segundo passo é desenhar o diagrama elétrico de ligação do CLP. O terceiro passo é escrever a tabela de alocação (“allocation list”) que servirá como auxiliar para a programação. Nela definimos quais operandos serão usados (entradas e saídas) e damos um apelido (“alias”), chamado de operando simbólico, para facilitar a identificação da entrada/saída no programa. Também pode ser acrescentado um comentário a respeito desse operando para facilitar o entendimento. Operando Absoluto Operando Simbólico Comentário O0.0 Y1 Avança Cilindro O0.1 Y2 Recua Cilindro I0.0 S1 Botão 1 – Avança I0.3 S2 Botão 2 – Recua E, finalmente, precisamos escrever o programa. No caso de utilizar a linguagem Ladder é bem simples a transposição do comando elétrico para o programa no CLP. Controlador I0.0 I0.1 I0.2 I0.3 I0.4 I0.5 I0.6 I0.7 O0.0 O0.1 O0.2 O0.3 O0.4 O0.5 O0.6 O0.7 Entradas Inputs Saídas Outputs S1 Y1 S2 Y2 Mecânica 2 – CLP SENAI 17 Exercício Dado o diagrama pneumático as seguir, desenhar o esquema elétrico do CLP e a lista de alocação. Em seguida, desenvolver e testar os programas para realizar as seqüências abaixo. 1. B+ B- 2. B+ (3s) B- 3. (B+ B-) 4x 4. A+ A- 5. A+ B+ A- B- 6. A+ B+ B- A- S1 Y1 S2 Y2 S1 Y1 S2 Y2 . Y1 B2 B1 Y3 Y2 B4 B3 A B Mecânica 2 – CLP SENAI 18 Solução Mecânica 2 – CLP SENAI 19 Método Passo-a-Passo O método passo-a-passo é também conhecido por método de maximização de contatos. Como o nome diz, são utilizados muito contatos e um relé por passo. Este método possui a vantagem de ser simples de construir mas com a desvantagem de ser necessário muitos contatos e relés. No caso do comando elétrico, seria muito trabalhoso e caro, mas no caso do CLP esse fator fica bastante atenuado, pois não há limite para número de contatos, apenas a capacidade da memória, e existem inúmeros relés (ou “flags” ou, ainda, bits de memória). Regras: 1. Definir quantos atuadores serão utilizados (lineares e rotativos); 2. Nomear os atuadores de acordo com a ordem de movimento (A,B,C,...); 3. Estabelecer a seqüência de trabalho (A+B+A-B-....); 4. Desenhar o circuito pneumático (a escolha do tipo de acionamento da válvula direcional –simples ou duplo solenóide – deve obedecer a dois critérios básicos: o primeiro é a segurança e o segundo, a economia de energia; 5. Dividir a seqüência de trabalho em grupos (cada movimento é um grupo); 6. Utilizar um relé interno (bit de memória ou flag) para cada grupo. Cada relé é acionado por contatos de liga, habilita, desabilita e selo. O contato da habilitação é sempre do relé anterior e o contato de desabilitação é do relé posterior. O selo deve ser ligado entre o contato de habilitação e desabilitação (ver desenho abaixo). 7. Em série com o selo do último relé é necessário a presença de um contato de REARME que será utilizado sempre que o circuito for energizado para inicializar o sistema. O contato de REARME deve ser um bit de sistema do CLP que é ligado durante a primeira varredura (ao energizar o CLP ou passar para modo RUN) e fica desligado a partir da segunda varredura. (CLP FESTO: FI; CLP Matsushita: R9013) Mecânica 2 – CLP SENAI 20 Exemplo A + B + A - B - HABILITAÇÃO Relé anterior DESABILITAÇÃO Relé posterior Relé LIGA Sinal SELO Contato Relé . Y1 B2 B1 Y3 Y2 B4 B3 A B A+ A- B+ B- S1 B2 Y1 Y2 Y1 Y3 Y2 B4 B1 B3 K1 K2 K3 K4 Y3 Mecânica 2 – CLP SENAI 21 Operando Absoluto Operando Simbólico Comentário O0.0 Y1 Avança/Recua Cilindro A O0.1 Y2 Avança Cilindro B O0.2 Y3 Recua Cilindro B I0.0 S1 Botão de Partida I0.1 B1 Sensor Cilindro A Recuado I0.2 B2 Sensor Cilindro A Avançado I0.3 B3 Sensor Cilindro B Recuado I0.4 B4 Sensor Cilindro B Avançado F0.0 K1 Rele Auxiliar 1 F0.1 K2 Rele Auxiliar 2 F0.2 K3 Rele Auxiliar 3 F0.3 K4 Rele Auxiliar 4F0.4 K5 Rele Auxiliar 5 FI Flag de Inicialização Controlador I0.0 I0.1 I0.2 I0.3 I0.4 I0.5 I0.6 I0.7 O0.0 O0.1 O0.2 O0.3 O0.4 O0.5 O0.6 O0.7 S1 Y1 Y2 Y3 B1 B2 B3 B4 Mecânica 2 – CLP SENAI 22 S S1 B3 K4 K2 K1 K1 B2 K1 K3 K2 K2 B4 K2 K4 K3 K3 B1 K3 K5 K4 K4 Rearme K1 Y1 S K2 Y2 R Y3 R K3 Y1 S K4 Y3 R Y2 Mecânica 2 – CLP SENAI 23 Exercício Usando o diagrama pneumático e lista de alocação anterior, usar o método passo- a-passo para elaborar os programas para as seguintes sequencias de movimentos: 1. A+ B+ B- A- 2. A+ B+ (2s) B- A- 3. [ A+ B+ (2s) B- A- ] 3x Solução Mecânica 2 – CLP SENAI 24 Mecânica 2 – CLP SENAI 25 Método Cadeia Estacionária O método cadeia estacionária utiliza um relé por passo como no método passo- a-passo, com a diferença de que, ao invés de cada relé ficar acionado somente em um passo, os relés, a cada passo, acionam e permanecem acionados até que, no final, um relé de reset faz o desligamento de todos eles. A vantagem deste método para o anterior é não necessidade do contato de rearme e o uso de menos contatos por linha. Regras: 1. Definir quantos atuadores serão utilizados (lineares e rotativos); 2. Nomear os atuadores de acordo com a ordem de movimento (A,B,C,...); 3. Estabelecer a seqüência de trabalho (A+B+A-B-....); 4. Desenhar o circuito pneumático/hidráulico; 5. Dividir a seqüência de trabalho em grupos (cada movimento é um grupo); 6. Número de relés é igual ao número de movimentos (ou grupos) mais um; 7. Parte de Comando: desenhar todos os relés, da seguinte forma: o primeiro relé deve ter os contatos de liga, desliga e selo (o contato de desliga é do último relé); os demais relés terão os contatos de liga, habilita e selo (o contato de habilitação é sempre do relé anterior). Obs: o último relé não precisa de selo; 8. Parte de Acionamento: desenhar as saídas de cada solenóide, uma em cada linha, com um contato para ligar e um contato para desligar. Obs: o último não precisa do contato para desligar; 9. Nomear todos os relés, solenóides, contatos de selo, de habilitação e desliga; 10. Seguir a seqüência de trabalho para nomear os demais contatos. Mecânica 2 – CLP SENAI 26 Parte de Comando 1º Relé: Demais relés: Parte de Acionamento Exemplo A + B + A - B - Considerando o mesmo diagrama pneumático e esquema elétrico usado para o método passo-a-passo, temos: DESLIGA Último relé (reset) Relé LIGA Sinal SELO Contato Relé HABILITA Relé Anterior Relé LIGA Sinal SELO Contato Relé DESLIGA Relé SAÍDA Solenóide LIGA Relé Mecânica 2 – CLP SENAI 27 A+ A- B+ B- S1 B2 Y1 Y2 Y1 Y3 Y2 B4 B1 B3 K1 K2 K3 K4 Y2 R Y3 K0 K2 K1 S S1 K0 K1 B2 K1 K2 B4 K2 K3 K3 B1 K3 K4 K4 K1 Y1 K2 Y2 K4 Y3 B3 K4 K0 K3 K3 K0 Mecânica 2 – CLP SENAI 28 Exercício Usando o diagrama pneumático e lista de alocação anterior, usar o método cadeia estacionária para elaborar os programas para as seguintes sequencias de movimentos: 4. A+ B+ B- A- 5. A+ B+ (2s) B- A- 6. [ A+ B+ (2s) B- A- ] 3x Solução Mecânica 2 – CLP SENAI 29 Condições Marginais Os métodos para elaboração de programas em linguagem Ladder, como os que vimos até o momento, contemplam apenas a parte seqüencial das funcionalidades. Mas existem diversas funções ou situações na máquina/equipamento que podem ocorrer a qualquer instante, independente do passo da seqüência que está sendo executado. Por essas condições não dependerem do passo e da seqüência de movimentos, elas são denominadas condições marginais. Existem inúmeras condições possíveis, dependendo da máquina, do equipamento e do processo. Vamos abordar apenas algumas delas, dentre as mais utilizadas. Nos exemplos que veremos a seguir foi utilizado o método cadeia estacionária para a parte seqüencial; caso seja usado outro método, se tornam necessárias algumas adaptações. Vamos considerar o seguinte diagrama pneumático: . Y1 B2 B1 Y3 Y2 B4 B3 A B Mecânica 2 – CLP SENAI 30 Consideremos o seguinte diagrama elétrico para as ligações no CLP e a respectiva tabela de alocação: Controlador I0.0 I0.1 I0.2 I0.3 I0.4 I0.5 I0.6 I0.7 O0.0 O0.1 O0.2 O0.3 O0.4 O0.5 O0.6 O0.7 Y1 Y2 Y3 B1 B2 B3 B4 Controlador I1.0 I1.1 I1.2 I1.3 I1.4 I1.5 I1.6 I1.7 O1.0 O1.1 O1.2 O1.3 O1.4 O1.5 O1.6 O1.7 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 H1 H2 H3 13 14 H4 Mecânica 2 – CLP SENAI 31 Operando Absoluto Operando Simbólico Comentário O0.0 Y1 Avança/Recua Cilindro A O0.1 Y2 Avança Cilindro B O0.2 Y3 Recua Cilindro B O1.0 H1 Lâmpada do Botão de Partida O1.1 H2 Lâmpada Modo Ciclo Contínuo O1.2 H3 Lâmpada Modo Passo-a-Passo O1.3 H4 Lâmpada Modo Manual I0.0 B1 Sensor Cilindro A Recuado I0.1 B2 Sensor Cilindro A Avançado I0.2 B3 Sensor Cilindro B Recuado I0.3 B4 Sensor Cilindro B Avançado I1.0 S1 Botão de Partida I1.1 S2 Seleção Ciclo Único / Ciclo Contínuo I1.2 S3 Botão de Emergência I1.3 S4 Botão de Reset da Emergência I1.4 S5 Seleção Modo Passo-a-Passo I1.5 S6 Botão de Parada I1.6 S7 Seleção Modo Manual I1.7 S8 Liga Y1 – Modo Manual I2.0 S9 Liga Y2 – Modo Manual I2.1 S10 Liga Y3 – Modo Manual F0.0 K0 Relé Auxiliar 0 – Reset Cadeia Estacionária F0.1 K1 Relé Auxiliar 1 F0.2 K2 Relé Auxiliar 2 F0.3 K3 Relé Auxiliar 3 F0.4 K4 Relé Auxiliar 4 F1.0 PI Relé Posição Inicial F1.1 U_C Relé Seleção Ciclo Único / Continuo F1.2 EM Relé Emergência F1.3 REM Relé Reset de Emergência F1.4 RR Relé Reset do Reset de Emergência F1.5 KP1 Relé Passo-a-Passo 1 F1.6 KP2 Relé Passo-a-Passo 2 F1.7 KP3 Relé Passo-a-Passo 3 / Parada Mecânica 2 – CLP SENAI 32 Condição 1 – Posição Inicial A condição de posição inicial serve para certificar que a máquina só entrará em operação/ciclo se todos os atuadores estiverem em sua posição inicial. Caso contrário, os mesmos deverão ser colocados em sua respectiva posição usando o modo manual (que veremos mais adiante). Caso a máquina não esteja em posição inicial, a lâmpada H1 fica apagada. Quando a máquina estiver em posição, a lâmpada H1 fica piscando, avisando ao operador que ele já pode acionar o botão de partida. Após acionar o botão de partida, enquanto a máquina estiver em ciclo, a lâmpada também deverá ficar apagada. K2 K1 S S1 K0 K1 B2 K1 K2 B4 K2 K3 K3 B1 K3 K4 K4 K1 Y1 B3 K4 K0 K3 PI Mecânica 2 – CLP SENAI 33 Condição 2 – Modo Ciclo Contínuo Através da chave S2 é feita a seleção entre ciclo único e ciclo contínuo. Caso a chave esteja desligada, quando o operador acionar o botão de partida (S1), a máquina faz um ciclo e pára (ciclo único). Se a chave estiver ligada, a máquina está em modo ciclo contínuo (indicado pela lâmpada H2), mas só inicia quando o operador acionar o botão de partida (S1). Nesse modo, a máquina, ao terminar o ciclo, reinicia automaticamente. A parada acontece quando a chave S2 é desligada passando para o modo ciclo único. Assim, ao finalizar o ciclo, a máquina pára, aguardando o botão de partida.K2 Y2 K4 Y3 K3 K0 B1 PI PI PISCA_H1 B3 K1 K1 U_C K2 S1 K0 K1 B2 K1 K2 Mecânica 2 – CLP SENAI 34 Exercício Utilizar as duas condições marginais: posição inicial e ciclo contínuo no mesmo programa. U_C S B4 K2 K3 K3 B1 K3 K4 K4 K1 Y1 K2 Y2 K4 Y3 B3 K4 K0 K3 K3 K0 S2 U_C S1 S2 H2 Mecânica 2 – CLP SENAI 35 Condição 3 – Emergência A condição de emergência é um item de segurança básico de qualquer máquina. Ao acionar o botão de emergência, supõe-se que existe uma condição de risco para o equipamento e/ou para a pessoa que está trabalhando na máquina. Essa situação necessita de uma análise prévia do processo e da máquina para que, ao acionar a emergência, a máquina permaneça em uma posição segura, evitando qualquer tipo de acidente. Não existe uma regra geral se, por exemplo, os atuadores devem retornar para a posição inicial ou devem ficar parados onde se encontram; depende da máquina e processo. Mas, no projeto, considera-se que, na falta de energia, a máquina deve permanecer em posição segura. Ou seja, mecanicamente, o dispositivo deve ser capaz de manter-se em posição segura. Quando usamos um CLP, sabemos que podem ocorrer falhas em detalhes da programação (como situações não previstas no programa) ou falta de energia elétrica. Portanto, ao acionar a emergência, quem é responsável por manter a máquina na posição segura é o sistema mecânico. O CLP apenas recebe um aviso de que a emergência foi acionada para tratar a situação no programa. Abaixo, seguem o diagrama elétrico da ligação no CLP e o programa com a condição de emergência. Algumas observações devem ser feitas. O botão de emergência (S3) tem a função de desligar a energia das válvulas a fim de que o dispositivo mecanicamente permaneça em uma posição segura, além de avisar ao CLP. É utilizado o contato NF do botão por questão de segurança. Ou seja, caso ocorra alguma falha no botão ou em sua conexão (como p.ex. um fio com mau-contato ou que escapou do borne) ela será detectada. O botão de reset da emergência (S4) é utilizado para fazer a máquina voltar à condição de operação após o acionamento da emergência, retornando os atuadores para a posição inicial. Mecânica 2 – CLP SENAI 36 Controlador I0.0 I0.1 I0.2 I0.3 I0.4 I0.5 I0.6 I0.7 O0.0 O0.1 O0.2 O0.3 O0.4 O0.5 O0.6 O0.7 Y1 Y2 Y3 B1 B2 B3 B4 S3 K2 K1 S1 K0 K1 B2 K1 K2 B4 K2 K3 K3 B1 K3 K4 K4 PI EM Mecânica 2 – CLP SENAI 37 REM EM S K1 Y1 K2 Y2 K4 Y3 B3 K4 K0 K3 K3 K0 REM S3 REM EM EM RR REM S3 S4 S S1 PI S3 S REM RR PI Mecânica 2 – CLP SENAI 38 Condição 4 – Modo Passo-a-Passo Através da chave S5 selecionamos o modo passo-a-passo que também é chamado modo semi-automático. Sempre que S5 estiver ligado, quando acionamos o botão de partida (S1), a máquina executa um passo do ciclo. Ao terminar o ciclo, a lâmpada do botão de partida (H1) acende, indicando que o botão de partida deve ser acionado novamente para a máquina executar o próximo passo. Quando desligamos a chave S5, a máquina sai do modo passo-a-passo e volta a executar o ciclo normalmente. S K2 K1 S1 K0 K1 B2 K1 K2 B4 K2 K3 K3 B1 K3 K4 K4 KP1 S1 S1 KP2 KP1 S5 J1 KP2 Mecânica 2 – CLP SENAI 39 Exercício Alterar o programa para que a lâmpada do botão de partida (H1) funcione. Ou seja, a cada final de passo a lâmpada acende, indicando ao operador que ele deve acionar novamente o botão de partida para a máquina executar o próximo passo. Quando o passo estiver sendo executado a lâmpada deve permanecer apagada. Condição 5 – Parada A condição de parada é utilizada para interromper a execução do ciclo em um determinado passo, por algum motivo. Após a parada, o ciclo continua normalmente. Existe uma diferença entre a condição de emergência e de parada, que deve ser observada atentamente para não ser confundida. Durante a execução do ciclo de operação da máquina, ao acionar o botão S6, a máquina termina de executar o passo atual e pára o ciclo. Para que a máquina continue a executar o ciclo de trabalho basta acionar o botão de partida novamente. L R S K1 Y1 K2 Y2 K4 Y3 B3 K4 K0 K3 K3 K0 J1 KP1 KP2 S5 H3 Mecânica 2 – CLP SENAI 40 S1 S KP1 S1 S1 KP2 KP1 S5 J1 KP2 R KP3 S KP3 S6 KP3 K2 K1 S1 K0 K1 B2 K1 K2 B4 K2 K3 K3 B1 K3 K4 K4 B3 K4 K0 Mecânica 2 – CLP SENAI 41 Condição 6 – Modo Manual O modo manual é usado para operar cada atuador individualmente. Quando a chave S7 é ligada, a lâmpada H3 acende, a máquina pára a execução do ciclo no final do passo atual e permite ao operador acionar cada solenóide individualmente para comandar os atuadores. S8 é o botão usado para acionar o solenóide Y1; S9 é usado para Y2; e S10 é usado para Y3. Ao desligar a chave S7, a máquina aguarda o botão de partida e volta a funcionar a partir do primeiro passo do ciclo de operação. L R S K1 Y1 K2 Y2 K4 Y3 K3 K3 K0 J1 KP1 KP2 K2 K1 S1 K0 K1 B2 K1 K2 B4 K2 K3 K3 Mecânica 2 – CLP SENAI 42 Exercício Unir as condições de emergência e modo manual, da seguinte forma: ao acionar o botão de emergência, os atuadores são desligados e a máquina fica em posição segura. Somente após desacionar o botão de emergência, é permitido ao operador entrar em modo manual. Dessa forma ele pode manusear a máquina de modo a posicionar os atuadores conforme a necessidade, como no caso de ter ocorrido algum acidente com a máquina. Ao acionar o botão de reset de emergência, a máquina volta para a posição inicial e permite reiniciar o ciclo de trabalho. S B1 K3 K4 K4 K1 Y1 K2 Y2 K4 Y3 B3 K4 K0 K3 K3 K0 S7 S8 K1 S7 S9 K1 S7 S10 K1 S7 H3 Mecânica 2 – CLP SENAI 43 Step-Ladder O método Step-Ladder, ou também chamado Seqüênciador, consiste em usar um registrador para armazenar o número do passo que está sendo executado. Para saber qual o passo que deve ser executado é usado um bloco de comparação. Se o passo foi executado, o valor é alterado para mudar de passo. Esse método simplifica bastante a lógica do programa, quando bem empregado, e caso o CLP possua os recursos disponíveis. Vamos considerar o mesmo diagrama pneumático e elétrico utilizado nos métodos passo-a-passo e cadeia estacionária. Apenas vamos alterar a tabela de alocação conforme segue. Operando Absoluto Operando Simbólico Comentário O0.0 Y1 Avança/Recua Cilindro A O0.1 Y2 Avança Cilindro B O0.2 Y3 Recua Cilindro B I0.0 S1 Botão de Partida I0.1 B1 Sensor Cilindro A Recuado I0.2 B2 Sensor Cilindro A Avançado I0.3 B3 Sensor Cilindro B Recuado I0.4 B4 Sensor Cilindro B Avançado PASSO R0 Registrador de Passo (Step) FI Flag de Inicialização Para escrever a seqüência de trabalho deve-se observar que no método Step- Lader sempre são usadas saídas do tipo retentivas Set/Reset. Mecânica 2 – CLP SENAI 44INC R0 INC S R0 V0 = R0 S1 Y1 FI CFM0 Module Call INC S R0 V1 = R0 B2 Y2 R R Y2 V2 = Y1 R0 B4 INC S R0 V3 = R0 B1 Y3 R V4 = R0 B3 Y3 V0 TO R0 A+ A- B+ B- S1 B2 Y1 Y2 Y1 Y3 B4 B1 B3 0 1 2 3 Y2 R Y3 4 Mecânica 2 – CLP SENAI 45 O bloco CFM é uma chamada de função (Call Funcion Module). A função referida é a de número 0, que já vem no CLP e, quando executada, zera todos os operandos internos (flags, registradores, temporizadores e contadores). A primeira linha contém o FI (Flag de Inicialização) e o CFM0 para garantir que, ao ser energizado o CLP ou passado do modo PROG para RUN, o registrador de passo sempre zere, para que o programa inicie no passo 0. No final existe um bloco que transfere um valor para o registrador a fim de reiniciar o ciclo, voltando para o passo 0. Esse bloco poderia ser usado, por exemplo, em situações de bifurcação de programa, carregando um valor para ir a um trecho de programa e outro valor para saltar para outro trecho de programa. Também pode ser usado para tratar condições marginais, saltando o programa seqüencial. Exercício Usar o método Step-Ladder na programação do CLP para executar a seguinte seqüência: A+ B+ B- A- Refazer todas as condições marginais fazendo as modificações necessárias para serem usadas com o método Step-Ladder. - Posição Inicial; - Modo Ciclo Contínuo; - Emergência; - Modo Passo-a-Passo; - Parada; - Modo Manual Mecânica 2 – CLP SENAI 46 Mecânica 2 – CLP SENAI 47 Modo Semi-Automático usando DF e MCR Esse capítulo tem por fim mostrar dois dos recursos disponíveis em alguns CLPs, o DF (“Differencial Edge” – Borda Diferencial) e o MCR (“Master Control Relay” – Relé Mestre) aplicados à condição marginal de modo semi-automático ou modo passo-a-passo. A instrução DF é também conhecida como borda diferencial. Existem dois tipos de borda: borda de subida (DF) e borda de descida (/DF). Quando uma instrução DF é inserida no meio de uma linha do programa, sempre que todos os contatos anteriores ao DF são acionados, o que vem após o DF é acionado somente durante uma varredura e depois fica desligado, mesmo que todos os contatos antes do DF permaneçam ligados. Devido a este efeito, essa instrução é chamada de borda de subida, ou seja, ele detecta, acionando somente uma varredura, toda vez que ocorre a passagem de desligado para ligado. A instrução /DF tem a mesma função mas, ao invés de detectar a passagem de desligado para ligado, aciona quando ocorre o inverso, a passagem de ligado para desligado. Por esse motivo é chamado de borda de descida. A instrução MCR é o conhecido relé mestre. Ele serve para habilitar ou desabilitar uma parte do programa. Ou seja, sempre que esse relé estiver ligado, todo a parte de programa que estiver entre MCR e MCRE é lido durante a varredura do CLP. Se o relé mestre estiver desligado, então esse trecho do programa é saltado e não é lido ou executado durante a varredura. Vamos utilizar o relé mestre MCR para substituir a função JUMP usada anteriormente no modo passo-a-passo e a instrução DF para facilitar a construção da lógica desta condição marginal. Lembrando que, através da chave S2 selecionamos o modo semi-automático ou passo-a-passo. Sempre que S2 estiver ligado, quando acionamos o botão de partida (S1), a máquina executa um passo do ciclo. Quando desligamos a chave S2, a máquina sai do modo passo-a-passo e volta a executar o ciclo normalmente. Mecânica 2 – CLP SENAI 48 Consideremos os seguintes diagramas pneumático e elétrico, e tabela de alocação: . Y1 B2 B1 Y3 Y2 B4 B3 A B Controlador X0 X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 Y0 Y1 Y2 Y3 Y4 Y5 Y6 Y7 Y1 Y2 Y3 B1 B2 B3 B4 C C Mecânica 2 – CLP SENAI 49 Operando Absoluto Operando Simbólico Comentário Y0 Y1 Avança/Recua Cilindro A Y1 Y2 Avança Cilindro B Y2 Y3 Recua Cilindro B Y30 H1 Lâmpada Modo Passo-a-Passo X0 B1 Sensor Cilindro A Recuado X1 B2 Sensor Cilindro A Avançado X2 B3 Sensor Cilindro B Recuado X3 B4 Sensor Cilindro B Avançado X30 S1 Botão de Partida R0 K0 Rele Auxiliar 0 (reset) R1 K1 Rele Auxiliar 1 R2 K2 Rele Auxiliar 2 R3 K3 Rele Auxiliar 3 R4 K4 Rele Auxiliar 4 R11 KP2 Rele Auxiliar Passo-a-Passo S1 S2 H1 Controlador X30 X31 X32 X33 X34 X35 X36 X37 Y30 Y31 Y32 Y33 Y34 Y35 Y36 Y37 C C Mecânica 2 – CLP SENAI 50 S5 DF S1 K1 B2 K1 K2 B4 K2 K3 B1 K3 K4 S1 KP2 KP2 MC0 S5 S K1 Y1 K2 Y2 K4 Y3 B3 K4 K1 K3 K3 MCE0 S S S S R K2 R K3 R K4 R Mecânica 2 – CLP SENAI 51 Método Drum O Método Drum é também encontrado como um recurso disponível um alguns CLPs e, em outros, é até considerado uma linguagem de programação. O nome Drum, quer dizer tambor e tem esse nome por usar o mesmo princípio dos tambores com cames de acionamento, que ficam girando, e cada came é colocado numa posição para acionar algum dispositivo após certo tempo de giro. Além de ser usado na indústria, na época dos dispositivos mecânicos automáticos, também foi usado em pianolas automáticas e em caixinhas de música. Para construir o Drum no CLP iremos utilizar uma função bastante comum em todos os CLPs: o Shift-Register (SR) ou Registrador de Deslocamento. A instrução SR executa um deslocamento dos bits de uma word ou de um byte. Esse deslocamento pode ser para a direita ou para a esquerda. Por exemplo: usando a word WR0, que compreende os bits de R0 até R15, temos: O valor de WR0 no sistema hexadecimal é: 5959 H Ao aplicarmos a função de deslocamento, por exemplo, para a esquerda, os bits são todos deslocados de uma posição à esquerda. Com essa operação, um dos bits é “jogado fora”, no caso, o R15, e um dos bits fica vazio, no caso o R0. Cada CLP tem um modo de tratar essas dois problemas. Em geral, o bit “jogado fora” é armazenado no “Carry Bit” do processador do CLP (para mais detalhes ver microprocessadores e microcontroladores), ou então simplesmente descartado. O caso do primeiro bit vazio, pode ser preenchido com 0 ou com 1, previamente determinado pelo CLP ou a própria instrução fornece um campo para modificação ou, então, uma entrada que se estiver acionada coloca 1 no bit e, se estiver desacionada coloca 0. Supondo que se coloque 1 no bit vazio e o último bit seja descartado, temos: 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 0 1 R0 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 Mecânica 2 – CLP SENAI 52 O novo valor de WR0 no sistema hexadecimal é: B2B3 H Método Drum (Seqüênciador de Tempo) Para o método Drum como seqüênciador de tempo vamos utilizar os mesmos diagramas pneumático e elétrico do capítulo anterior, com a seguinte tabela de alocação: Operando Absoluto Operando Simbólico Comentário Y0 Y1 Avança/Recua Cilindro A Y1 Y2 Avança Cilindro B Y2 Y3 Recua Cilindro B X30 S1 Botão de Partida R1 K1 Rele Auxiliar 1 R2 K2 Rele Auxiliar 2 R3 K3 Rele Auxiliar 3 R4 K4 Rele Auxiliar 4 R5 K5 Rele Auxiliar 5 Neste método, determinamos um tempo entre cada passo, por exemplo 1s e um relé auxiliar para cada passo, começando por R1. Dessa forma, a cada 1s, é feito um deslocamento em WR0 sempre inserindo 1 no bit vago. Assim, os relés vão sendo acionados em seqüência, a cada 1s, e mantendo-se acionados até que o botão de partida seja acionado novamente, zerando WR0 e consequentemente desligando todos o relés auxiliares. Seqüência de trabalho:0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1 R0 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 A+ A- B+ B- S1 1s Y1 Y2 Y1 Y3 1s 1s 1s R1 R2 R3 R4 Y2 R Y3 R5 Mecânica 2 – CLP SENAI 53 O bloco do Shift-Register possui três entradas: a de cima define se o bit vago no deslocamento será 0 (entrada desacionada) ou 1 (entrada acionada), por isso foi usado um contato de R9010 que permanece sempre ligado (“Always On”). A entrada do meio habilita o deslocamento dos bits, ou seja, a cada varredura do CLP, se essa entrada estiver acionada é realizado uma operação de deslocamento à esquerda. Como o deslocamento deve ser feita por tempo, colocamos um contato de R901C que liga e desliga a cada 1s, permanecendo 0,5s ligado e 0,5 desligado e, para evitar que, não ocorra múltiplos deslocamentos enquanto esse contato está ligado, mas apenas um deslocamente, foi colocado uma instrução DF. A entrada de baixo é o reset. Quando essa entrada está ligada, o Shift-Register zera a word (no caso, WR0) e não executa deslocamento. Método Drum (Seqüênciador de Passos) Para o método Drum como seqüênciador de passos vamos utilizar os mesmos diagramas pneumático, elétrico e tabela de alocação. Porém agora, ao invés de utilizarmos o tempo para fazer a troca de passo, usaremos os sinais de fim-de-curso dos atuadores. Dessa forma, teremos a seguinte seqüência de trabalho: S1 R901C R9010 SRWR0 DF R1 Y1 R3 R2 Y2 R3 R4 Y3 R5 Mecânica 2 – CLP SENAI 54 A+ A- B+ B- S1 B2 Y1 Y2 Y1 Y3 Y2 B4 B1 B3 R1 R2 R3 R4 Y2 R Y3 R5 R5 B3 B1 B4 B2 S1 R9010 SRWR0 DF R1 Y1 R3 R2 Y2 R3 R4 Y3 R5 DF DF DF DF Mecânica 2 – CLP SENAI 55 Apêndice A – CLP Festo Hardware O FPC101 (Festo Programming Control) é um controlador compacto, adequado para pequenas instalações de produção e processos. Pode ser utilizado apenas com sinais digitais no modelo FPC101B ou com digitais e/ou analógicos no modelo FPC101AF. Principais características técnicas: • Tensão de alimentação: 24Vcc (16Vcc a 30Vcc) • Corrente de consumo: 160mA • Tempo de ciclo (Varredura): 4ms/Kbyte • Capacidade de memória: 12KB • Interface de comunicação: RS232C Entradas • 21 entradas digitais (FPC101B/AF) • corrente 6mA • tensão 24Vcc • nível lógico: 0 = 0 a 5V; 1 = 11 a 30V • 8 entradas analógicas (apenas FPC101AF) • 4 entradas de tensão: -10Vcc a +10Vcc • 4 entradas de corrente: 0 a 20mA Saídas • 14 saídas digitais a transistor (FPC101B/AF) • queda de tensão máxima 2 Vcc • corrente máxima por saída: 300mA • corrente máxima para todas as saídas: 2,5A • 2 saídas analógicas (apenas FPC101AF) • saídas de tensão: -10Vcc a +10Vcc Mecânica 2 – CLP SENAI 56 Software A maioria dos CLPs pode ser programado por computador. O FPC101 pode ser programado através do software FST100, utilizando uma das seguintes linguagens disponíveis: • Matrix • Ladder • Statement List • Function Chart Características: • Processamento digital de sinais • Controle de sinais analógicos • Comandos lógicos • Comandos sequenciais • Temporizadores • Contadores • Registradores • Multitarefas • Módulos de função • Depuração de programas On-Line Operandos (absolutos): • Entradas I0.0,...,I2.5 • Saídas O0.0,...,O1.5 • Palavra de entradas IW0, IW1 e IW2 • Flags F0.0,..., F15.15 • Temporizadores T0,...,T31 • Contadores C0,...,C15 • Registradores R0,...,R63 Operandos (simbólicos): São nomes ou apelidos (“alias”) atribuídos para cada operando absoluto. Pode ter até 9 caracteres alfanuméricos, onde o primeiro caracter deve ser uma letra. Não pode ser uma palavra reservada do sistema, ou seja, não pode ser o nome de um operando absoluto, nem de uma instrução. Mecânica 2 – CLP SENAI 57 Utilização do FST100 O FST100 é um software desenvolvido para sistema operacional DOS. Suas funcionalidades são acessíveis através da teclas de função F1 a F9. Sendo que a tecla F9 é sempre utilizada para abrir a tela de Ajuda (Help). As funções de cada tecla são mostradas na parte inferior da tela, correspondendo às teclas F1 a F8. A tecla F8 sempre é utilizada para sair de uma tela e voltar para a tela anterior, com a opção de salvar (“Save and Quit”) ou não (“Abort”) as modificações. Instalação Instalar o FST100, executando o arquivo FSTINS.EXE do primeiro disquete. Caso esteja esteja usando Windows XP ou NT se torna necessário copiar o arquivo COMMAND.COM ou CMD.COM para o diretório onde será instalado o programa (dir. padrão: C:\FST). Caso esteja usando um Firewall ou antivírus pode ser necessário desativá-los temporariamente. Para entrar no programa, é necessário executar o arquivo FST100.EXE. Pode- se usar a função “Executar” do Windows e digitar C:\FST\FST100. Configuração No menu Utilities, item Configuration pode-se fazer as configurações. Na opção “PC” (F3), deve-se definir o diretório onde ficarão os programas (“Project directory path”), o padrão é C:\FESTO. Para deixar a tela colorida, usar opção “C” em “Monitor type” e opção “V”, para VGA, em “Video Controller”. Para usar o mouse, mudar a opção para “M” em “Mouse type”. Na opção FPC (F5), deve-se definir a interface de comunicação com o CLP em “FPC100 interface”, inserindo a porta de comunicação e a velocidade de comunicação em baud rate (padrão: COM1/9600). Para que as configurações tenham efeito, é preciso sair do programa Criação de Projeto Um projeto consiste em um ou mais programas e versões, e a tabela de alocação (“allocation list”). Para criar um projeto, na tela principal escolher o menu Project Management, item Create Project. O nome do projeto pode conter até 8 caracteres e o comentário do projeto até 36 caracteres. Para salvar, teclar F1. Seleção de Projeto Após criado o projeto, um subdiretório com todos os programas e lista de alocação do projeto é criado no diretório de trabalho definido em configurações. Para Mecânica 2 – CLP SENAI 58 usar o projeto, é preciso selecioná-lo dentre outros projetos do diretório de trabalho através do item Select Project no menu Project Management. O nome do projeto, bem como seu comentário devem aparecer na parte inferior da tela, alinhado à esquerda. Lista de Alocação Cada projeto tem uma lista de alocação onde são relacionados os operandos simbólicos com os operandos absolutos, e um comentário. No menu Utilities, item Allocation List é mostrado uma tabela para inserção destes operandos. Após pronta a tabela, pode-se utilizar no programa, tanto o nome do operando absoluto quanto o nome do operando simbólico para facilitar a compreensão do programa. Criação de Programa Dentro de um mesmo projeto podem existir vários programas, de modo que se possa salvar as várias versões conforme ocorrem alterações de programa em uma mesma máquina, por exemplo. Após definido a linguagem de programação a ser utilizada, acessando um dos menus correspondentes, é preciso acessar o item: (nome da linguagem) Editor. Deve ser inserido o nome do programa, número de versão (1 a 8), se é um programa (P) ou função (B), e um comentário. Edição de Programa Usar as teclas de função para inserir contatos, relés, temporizadores, contadores e outros recursos disponíveis. Ao término do programa, teclar F8 e salvar as modificações. Algumas funções: • Inserir linha: F6, F3 • Inserir ramo paralelo: F6, F1, deslocar com cursor, F1 • Inserir comentário da linha: F6, F7 • Atribuir operando à instrução: F3 • Copiar uma linha: F5, cursor na linha, F1, F2, cursor para onde copiar, F3 Download de Programa Para transferir o programa parao CLP, é preciso conectar o cabo de comunicação e alimentar a tensão do CLP. Pode-se transferir somente o programa, através do item Load Program, no menu da linguagem correspondente, ou todo o projeto no item Load Project do menu Project Management. Uma janela aparecerá mostrando primeiro a verificação de erros no programa e, caso esteja correto é mostrado a transmissão dos dados para CLP ou uma falha na Mecânica 2 – CLP SENAI 59 comunicação. O CLP automaticamente entra em modo PROG para a transferência. Ao final da transmissão, é necessário teclar F7 para que o CLP passe para modo RUN. Caso algum erro de sintaxe seja detectado, seus detalhes podem ser observados no item Error List. Depuração e Supervisão de Programa É possível acompanhar o funcionamento do programa On-Line através do item: (nome da linguagem) online display, no menu da linguagem correspondente. No item FPC online mode, é possível acompanhar o status do CLP, bem como de todos os seus operandos e alterar os valores, se necessário. Mecânica 2 – CLP SENAI 60 Mecânica 2 – CLP SENAI 61 Apêndice B – CLP Matsushita Hardware A família de controladores Matsushita utilizada é o FP1, cujas características estão descritas a seguir: • Tensão de alimentação: 110Vac ou 220Vac (85Vac a 264Vac) • Consumo de corrente: 300mA (110Vac), 200mA (220Vac) • Corrente máxima da fonte de alimentação 24V: 110mA • Pontos de I/O: 8 entradas / 6 saídas (C14), 8 entradas / 8 saídas (C16) • Método de controle: varredura cíclica • Memória de programa: EEPROM • Capacidade de programa: 900 passos • Velocidade de operação: 1,6us/passo em instruções básicas Entradas • 8 entradas digitais • tensão 24Vcc • nível lógico: 0 = 0 a 2.5V, 1mA; 1 = 10 a 24V, 3mA • impedância de entrada: aprox. 3 Kohms • tempo de resposta: 2ms • método de isolação: acoplador óptico • filtro de entrada ajustável: 1 a 128ms • entrada de contador rápido: 1 (tempo de resposta: 50us) • entrada de potenciômetro: 1 (V0) Saídas a relé • 8 saídas digitais (C16), 6 saídas digitais (C14) • contato de saída: N.A. (normalmente aberto) Mecânica 2 – CLP SENAI 62 • corrente máxima: 2A/saída ou 5A/comum • tempo de resposta: 8ms (para ligar), 10ms (para desligar) • tempo de vida: aprox. 105 operações ou mais Saídas a transistor • 8 saídas digitais (C16), 6 saídas digitais (C14) • tipo de saída: transistor NPN coletor aberto • tensão de carga: 5V a 24Vcc • corrente máxima: 0.5A /saída • tempo de resposta: 1ms (para ligar), 1ms (para desligar) • método de isolação: acoplador óptico • saída de pulso (Y7) com freqüência de 45Hz a 4,9kHz Entradas analógicas • 4 canais/entradas analógicas (FP1-4A/D) • faixas de operação: 0 a 5V, 0 a 10V, 0 a 20mA • resolução: 0,001 • tempo de resposta: 2,5ms/canal • impedância de entrada: 1 Mohms ou mais (tensão), 250 ohms (corrente) • faixa de saída digital: K0 a K1000 (H0000 a H03E8) • método de isolação: acoplador óptico entre o terminal e o circuito interno; não isolado entre os canais. Entradas analógicas • 2 canais/saídas analógicas (FP1-2D/A) • faixas de operação: 0 a 5V, 0 a 10V, 0 a 20mA • resolução: 0,001 • tempo de resposta: 2,5ms/canal • impedância de saída: 0,5ohms (canal de tensão) • corrente máxima de saída: 20mA (canal de tensão) • resistência de carga permitida: 0 a 500ohms (canal de saída) • faixa de saída digital: K0 a K1000 (H0000 a H03E8) • método de isolação: acoplador óptico entre o terminal e o circuito interno; não isolado entre os canais. Mecânica 2 – CLP SENAI 63 Software A maioria dos CLPs pode ser programado por computador. O FP1 pode ser programado através do software FPWIN GR, utilizando uma das seguintes linguagens disponíveis: • Ladder • Boolean Ladder • Boolean Non Ladder Características: • Instruções básicas: 41 • Instruções de alto nível: 85 • Subrotinas: 8 Operandos (absolutos) • Entradas X0,..., X7 • Saídas Y0,...,Y7 • Relés internos R0,...,R255 • Relés internos especiais R9000,...,R9063 • Temporizadores T0,...,T99 • Contadores C100,...,C255 • Registradores DT0,..., DT255 • Registradores especiais DT9000,...,DT9069 • Registradores indexados IX, IY • Relé-Mestre MCR0,...,MCR15 Mecânica 2 – CLP SENAI 64 Utilização do FPWinGR O FPWinGR é um software desenvolvido para sistema operacional Windows. A instalação é bem simples: basta seguir as instruções do sistema e inserir o código da licença. Ao iniciar o software, aparece uma janela para escolher abrir um programa, criar um novo, ou transferir do CLP para o computador. Caso seja escolhido novo, em seguida pede-se o CLP a ser utilizado, em nosso caso, FP1 – C14,C16. Para acessar as funcionalidades do software existem menus com as opções e botões, além de atalhos através do teclado. Para editar o programa, basta acessar as instruções através do mouse ou utilizar as teclas de função F1 a F12, sozinhas, ou junto com a tecla Shift ou com a tecla Control. Em seguida, deve-se informar o nome e número do operando e ao final pressionar Enter. Qualquer dúvida sobre uma instrução pode ser vista no Help do software. Ao término do programa é necessário compilar o programa (Program Conversion), através do botão correspondente, ou no menu Edit (Convert Program) ou com o teclado: Ctrl+F1. Caso não haja erros no programa, é bom salvar em um diretório de trabalho e então pode-se transferir o programa para o CLP, usando o botão Download to PLC ou no menu File. Automaticamente, o software pede autorização para passar o CLP para o modo PROG transfere o programa e depois pede novamente autorização para passar o CLP para o modo RUN. Se tudo ocorrer bem, o software entra em modo on-line para monitoração. Mecânica 2 – CLP SENAI 65 Operandos de sistema Relé Internos Especiais R9000 Liga quando houver algum erro no auto-teste R9007 Liga quando houver erros de operação R900A Liga quando, em uma comparação, o resultado for maior “>” R900B Liga quando, em uma comparação, o resultado for igual “=” R900C Liga quando, em uma comparação, o resultado for menor “<” R900E Liga quando houver problemas com a porta de comunicação R9010 Permanece sempre ligado R9011 Permanece sempre desligado R9012 Liga e desliga alternadamente a cada varredura R9013 Permanece ligado somente na 1ª varredura. R9014 Permanece desligado somente na 1ª varredura. R9018 Liga e desliga alternadamente em ciclos de 0,01s R9019 Liga e desliga alternadamente em ciclos de 0,02s R901A Liga e desliga alternadamente em ciclos de 0,1s R901B Liga e desliga alternadamente em ciclos de 0,2s R901C Liga e desliga alternadamente em ciclos de 1s R901D Liga e desliga alternadamente em ciclos de 2s R901E Liga e desliga alternadamente em ciclos de 1 min Registradores Especiais DT9000 Armazena o código do erro do auto-teste DT9022 Armazena o tempo de varredura DT9040 Armazena o valor do potenciômetro V0 Mecânica 2 – CLP SENAI 66 Mecânica 2 – CLP SENAI 67
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