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- conceito: (ou flogose) resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados. Consiste no recrutamento e células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias, com a finalidade de eliminar os agentes agressores - a principal característica do processo inflamatório é a reação dos vasos sanguíneos, que leva ao acúmulo de fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares - inflamação aguda: inicia-se rapidamente (em alguns segundos ou minutos) e tem uma duração relativamente curta, de alguns minutos a várias horas ou alguns dias → características: exsudação de fluido e proteínas plasmáticas (edema) e migração de leucócitos, preferencialmente neutrófilos - inflamação crônica: tem uma duração maior (prolongada) e está histologicamente associada à presença de linfócitos e macrófagos, à proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tissular - As manifestações externas da inflamação, chamadas de sinais cardinais, são: calor (aquecimento), rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), dor (dolor) e perda de função (functio laesa ) → consequência das alterações vasculares e do recrutamento e ativação de leucócitos - inflamação é normalmente controlada e autolimitada → As células e mediadores são ativados apenas em resposta à lesão e, como têm vida curta, são degradados ou tornam-se inativos quando o agente agressor é eliminado. Além disso, vários mecanismos anti-inflamatórios são ativados. Se o agente nocivo não for rapidamente eliminado, o resultado pode ser a inflamação crônica, que pode ter sérias consequências patológicas. - três componentes principais: 1. alterações no calibre vascular: aumento no fluxo sanguíneo 2. alterações estruturais na microcirculação: permitindo que proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a circulação 3. emigração de leucócitos da circulação: acúmulo no foco de lesão e ativação para eliminar o agente nocivo - definições importantes: EXSUDAÇÃO: extravasamento de fluido, proteínas e cels sanguíneas dos sistema vascular para o tecido intersticial ou as cavidades corporais EXSUDATO: fluido inflamatório extravascular que possui alta concentração de proteínas e fragmentos celulares - implica uma alteração significativa na permeabilidade normal dos pequenos vs na área danificada TRANSUDATO: fluido com pequeno teor protéico, sendo que a maior parte é de Alb - essencialmente um ultrafiltrado do plasma sanguíneo que resulta do desequilíbrio osmótico ou hidrostático através da parede vascular sem que haja um aumento na permeabilidade vascular material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Inflamação e Reparo Tecidual (Robbins) INFLAMAÇÃO AGUDA EDEMA: excesso de fluido no interstício ou nas cavidades serosas (exsudato ou transudato) PUS : ou exsudato purulento - exsudato inflamatório rico em leucócitos (neutrófilos, em sua maioria), fragmentos de células mortas e, em muitos casos, moos. - estímulos para a inflamação aguda: a. infecções (bacterianas, virais, parasitárias) e toxinas microbianas b. trauma (contuso ou penetrante) c. agentes físicos e químicos (lesão térmica, radiação, algumas substâncias químicas ambientais) d. necrose tissular e. corpos estranhos f. reações imunológicas (reações de hipersensibilidade) - na inflamação, os vs sofrem várias alterações que visam a facilitar o movimento de proteínas plasmáticas e células sanguíneas da circulação para o local da lesão ou infecção Alteração no fluxo e calibre vasculares a. vasodilatação: uma das primeiras alterações na inflamação aguda → envolve primeiro as arteríolas e, a seguir, resulta na abertura de novos leitos capilares na região (aumento do fluxo sanguíneo ⇒ causa do RUBOR e CALOR) - induzida por ação de mediadores, principalmente histamina e óxido nítrico, no músculo liso vascular b. aumento da permeabilidade da microcirculação: com extravasamento de exsudato c. a perda de líquido resulta em uma concentração de hemácias nos vasos de menor calibre e aumento da viscosidade sanguínea: estase sanguínea (fluxo sanguíneo mais lento) d. acúmulo de leucócitos ao longo do endotélio vascular: em decorrência da estase, e principalmente envolvendo neutrófilos → facilita o início da migração leucocitária Aumento da Permeabilidade Vascular (Extravasamento vascular) - o aumento da permeabilidade vascular, levando ao extravasamento de exsudato para o tecido extravascular é uma característica fundamental da inflamação aguda → a perda de proteína plasmática reduz a pressão osmótica intravascular e aumenta a pressão osmótica do fluido intersticial; associado ao aumento da pressão hidrostática, que ocorre devido a um maior fluxo sanguíneo atrás dos vasos dilatados, esse fenômeno acarreta um extravasamento acentuado de fluido e seu consequente acúmulo no tecido intersticial (EDEMA) a. formação de fendas no endotélio venular: desencadeado pela ação de histamina, bradicinina, leucotrienos, neuropeptídeo, substância P e outras classes de mediadores químicos → fenômeno reversível (resposta inflamatória transitória) - a ligação de mediadores (histamina) com seus receptores no endotélio ativa as vias de sinalização intracelular que levam à fosforilação de proteínas contráteis e do citoesqueleto; a contração dessas proteínas causa a contração das céls endoteliais e a separação das junções intercelulares (fendas predominantemente intercelulares) - outras citocinas (IL-1, TNF-alfa e INF-gama) aumenta a permeabilidade vascular por causarem uma reorganização estrutural do citoesqueleto, fazendo com que as cels endoteliais se retraiam e se separem (reação mais demorada do que a que acontece com a histamina) material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Fase de Reação Vascular b. lesão endotelial direta, resultando em necrose e separação das cels endoteliais: resposta imediata sustentada → queimaduras, lesões necrotizantes devido ao dano direto ao endotélio (todos os níveis de microcirculação são atingidos) c. lesão endotelial mediada por leucócitos: liberação de EROS e enzimas proteolíticas que causam lesão e descolamento do endotélio, levando ao aumento da permeabilidade → restrito a locais que a adesão do leucócito ao endotélio é por um tempo mais prolongado - leucócitos: fagocitose dos agentes agressores, eliminação de substâncias estranhas e tecido necrótico MAS podem causar lesão tissular e prolongar a inflamação, já que as substâncias que produzem para destruir os moos e tecido necrótico também podem causar lesão nos tecidos do hospedeiro Mecanismos de migração dos leucócitos através dos vasos sanguíneos. Primeiro, os leucócitos (os neutrófilos são mostrados aqui) rolam, depois se tornam ativadose aderem ao endotélio, então transmigram através do endotélio, penetrando na membrana basal e migrando em direção aos quimioatraentes liberados da fonte da lesão. Diferentes moléculas têm papéis predominantes nas diferentes etapas desse processo — selectinas no rolamento, quimiocinas (normalmente ligadas aos proteoglicanos) na ativação dos neutrófilos para aumentar a avidez das integrinas; integrinas em firme adesão; e CD31 (PECAM-1) na transmigração. ICAM-1, molécula 1 de adesão intercelular; IL-1, interleucina 1; PECAM-1, molécula 1 de adesão celular endotelial à plaqueta; TNF, fator de necrose tumoral. Sequência dos eventos: 1. Marginação e Rolamento: eritrócitos menores tendem a se mover mais rápido que os grandes leucócitos, consequentemente, os leucócitos são empurrados para fora da coluna axial, possibilitando uma oportunidade melhor de interagir com as células endoteliais, especialmente quando ocorre a estase → acúmulo de leucócitos na periferia dos vasos = MARGINAÇÃO material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Na inflamação aguda. a perda de fluido dos vasos sanguíneos devido ao aumento da permeabilidade ocorre em fases distintas Uma resposta imediata transitória durante até 30 minutos, mediada principalmente pelas ações da histamina e dos leucotrienos no endotélio Uma resposta tardia que começa cerca de 2 horas depois e dura aproximadamente 8 horas, mediada pelas cininas, produtos do complemento e outros fatores Uma resposta prolongada que é mais visível após a lesão endotelial direta como, por exemplo, após queimaduras Fase de Reação Celular - cel endoteliais ativadas por citocinas e mediadores expressam moléculas de adesão as quais os leucócitos se aderem firmemente; subsequentemente, os leucócitos destacam-se e rolam na superfície endotelial, aderindo-se transitoriamente = ROLAMENTO - adesões rápidas e transitórias: selectinas // adesões estável: integrinas (alta afinidade) Normalmente, as selectinas endoteliais são expressas em níveis baixos ou não estão presentes em todas as células normais. Elas são hiper-reguladas após estimulação por citocinas e outros mediadores específicos. Portanto, a ligação dos leucócitos é grandemente restrita ao endotélio, nos locais da infecção ou da lesão (onde os mediadores são produzidos) 2. Adesão: adesão mais forte à superfície do endotélio mediada por integrinas expressas nas superfícies celulares dos leucócitos e que interagem com seus ligantes nas células endoteliais → as integrinas são expressas, normalmente, nas MP dos leucócitos, em estado de baixa afinidade, e não aderem a seus ligantes apropriados até que os leucócitos sejam ativados pelas quimiocinas - quimiocinas: secretadas por células no local da inflamação; provocam mudanças conformacionais nas integrinas dos leucócitos para convertê-las a um estado de alta afinidade - citocinas (TNF e IL-1): secretadas no local da inflamação, ativam as cels endoteliais para aumentar a expressão de ligantes para as integrinas → ICAM-1, VCAM-1, Mac-1 - aumento da afinidade das integrinas estimuladas por citocinas e aumento de expressão dos ligantes de integrina ⇒ adesão estável dos leucócitos ao endotélio no local da inflamação 3. Transmigração: migração pela parede do vaso, por entre as junções intercelulares → diapedese (ocorre principalmente nas vênulas da circulação sistêmica) - migração orientada pelas quimiocinas produzidas nos tecidos extravasculares - PECAM-1 medeia os eventos de ligação necessários para os leucócitos atravessarem o endotélio - após a passagem pelo endotélio, os leucócitos secretam colagenases (metaloproteinases) que degradam focalmente a membrana basal dos vasos, atravessando-a 4. Quimiotaxia: migração dos leucócitos em direção ao local da lesão ou infecção, ao longo de um gradiente químico - inflamação aguda: migração de NEUTRÓFILOS → mais numerosos, respondem mais rapidamente às quimiocinas, aderem mais firmemente às moléc de adesão (após a entrada nos tecidos, morrem por apoptose e desaparecem dentro de 24-48h → substituição por monócitos e macrófagos) - produtos bacterianos: peptídeos com terminal N-formil-metionil - citocinas pertencentes à família das quimiocinas - componentes do sistema complementos, em particular C5a (anafilotoxina) - produtos da vida da lipoxigenase do metabolismo do ácido aracdônico (AA), particularmente o leucotrieno B 4 (LTB 4) As moléculas quimiotáticas se ligam a receptores específicos na superfície celular, os quais iniciam a montagem dos elementos contráteis do citoesqueleto, necessários para a movimentação. Os leucócitos se movem projetando pseudópodes que se ancoram na MEC e puxam a célula na direção da projeção. A direção desse movimento é especificada pela alta densidade de receptores de quimiocina na margem dianteira da célula. Assim, os leucócitos se movem para os sítios onde são necessários e lá são retidos. material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) 5. Ativação de leucócitos: Ativação dos leucócitos. Diferentes classes de receptores de superfície dos leucócitos reconhecem diferentes estímulos. Os receptores iniciam as respostas que medeiam as funções dos leucócitos. Apenas alguns receptores estão representados (ver o texto para detalhes). Primeiro, o lipopolissacarídeo (LPS) se liga à proteína circulante de ligação ao LPS (não mostrado). IFN-g, interferon g. - a ativação leucocitária resulta em: (i) Fagocitose de partículas. (ii) Destruição intracelular de micróbios e células mortas fagocitados, por substâncias produzidas nos fagossomos, incluindo espécies reativas do oxigênio e do nitrogênio e enzimas lisossômicas. (iii) Liberação de substâncias que destroem micróbios extracelulares e células mortas, em grande parte as mesmas substâncias produzidas dentro das vesículas fagocíticas. (iv) Produção de mediadores, incluindo as citocinas e os metabólitos do ácido araquidônico, que amplificam a reação inflamatória, por recrutamento e ativação de mais leucócitos. material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) 1. Resolução: Regeneração e Reparo: lesão limitada ou breve, pouca ou nenhuma destruição tecidual, tecido capaz de se regenerar → restauração a uma normalidade estrutural e funcional - finalização da inflamação: neutralização, decomposição ou degradação enzimática dos mediadores químicos, normalização da permeabilidade vascular, cessação da emigrção de leucócitos (apoptose de neutrófilos extravasados), produção de inibidores da inflamação → limita a reação - leucócitos secretam citocinas que iniciam o processo de reparo, fatores de crescimento estimulam proliferação dos fibroblastos, proliferação das célsteciduais para restaurar integridade estrutural material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Resultados da Inflamação Aguda 2. Inflamação crônica: sucede a inflamação aguda quando o agente nocivo não é removido - dependendo da extensão da lesão inicial e da sua continuidade, a inflamação crônica pode ser sucedida pela restauração da estrutura e função normal ou resultar em cicatrização 3. Cicatrização: tipo de reparo que ocorre após destruição tecidual substancial ou quando a inflamação atinge tecidos que não se regeneram e são substituídos por tecido conjuntivo - inflamação de duração prolongada (semanas a meses ou anos) na qual inflamação ativa, destruição tecidual e reparação por fibrose ocorrem simultaneamente - características da inflamação crônica: a. infiltração de células mononucleares, incluindo macrófagos, linfócitos e plasmócitos b. destruição tecidual induzida pelos produtos das células inflamatórias c. reparo, envolvendo proliferação de novos vasos (angiogênese) e fibrose - inflamação crônica origina-se nos seguintes contextos: a. infecções persistentes suscitando resposta imune mediada por linfócito T (hipersensibilidade tardia) b. doenças inflamatórias imunomediadas (distúrbios de hipersensibilidade): doenças autoimunes (hipersensibilidade do tipo III, deposição de imunocomplexos) c. exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos: materiais exógenos não degradáveis (sílica particulada, carvão) e agentes endógenos (cristais de colesterol → aterosclerose) Macrófagos - céls dominantes da inflamação crônica, derivadas dos monócitos do sangue circulante - são ativados por diversos estímulos para realizarem funções → vias de ativação CLÁSSICA E ALTERNATIVA - clássica: induzida por produtos microbianos, sinais derivados da cel T (INF-gama) e por substâncias que incluem cristais e materiais particulados; macrófagos classicamente ativados produzem NO, ERO e enzimas lisossômicas, todas aumentando sua habilidade em destruir organismos fagocitados e secretando citocinas pró-inflamatórias - alternativa: induzida por IL-4 e 9L-3, produzidas pelos linfócitos T, mastócitos e eosinófilos; principal papel é o reparo tecidual → secretam fatores de crescimento que promove angiogênese, ativam fibroblastos e estimulam a síntese de colágeno - funções: ingerir e eliminar moos e tecidos mortos (padrão M1), iniciar o processo de reparação tecidual (padrão M2), secretar mediadores de inflamação (TNF, IL-1, quimiocinas) e eicosanóides (início e propagação da resposta inflamatória), apresentação de antígenos aos linfócitos T material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) INFLAMAÇÃO CRÔNICA Células e Mediadores da Inflamação Crônica Linfócitos - mobilizados sob a manifestação de qualquer estímulo imune específico, bem como na inflamação não mediada imunologicamente (trauma) - principais orientadores da inflamação em muitas doenças autoimunes e inflamatórias crônicas Interação macrófago-linfócito na inflamação crônica.Linfócitos e macrófagos ativados estimulam-se entre si e ambos liberam mediadores inflamatórios que influenciam outras células. Os macrófagos apresentam os antígenos às células T, expressam moléculas de membrana (chamadas coestimuladoras) e produzem citocinas (IL-12 e outras) que estimulam as respostas da célula T. Os linfócitos T ativados, por sua vez, produzem citocinas, descritas anteriormente, que recrutam e ativam macrófagos e depois promovem mais apresentação do antígeno e mais secreção de citocinas. O resultado é um ciclo de reações celulares que abastece e mantém a inflamação crônica. - padrão distintivo de inflamação crônica, caracterizada por agregados de macrófagos ativados com linfócitos esparsos - morfologia: células epitelióides (macrófagos ativados) tipicamente circundado por um colar de linfócitos - granulomas mais antigos podem ter uma orla de fibroblastos e tecido conjuntivo - células gigantes multinucleadas podem ser encontradas - em granulomas associados a certos moos infecciosos (classicamente Tb), a combinação de hipóxia e lesão por radical livre leva a uma zona central de necrose caseosa material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Inflamação Granulomatosa material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) REPARO TECIDUAL Visão Geral do Reparo Tecidual Regeneração Ocorre por proliferação de cels residuais (não lesadas) que retêm a capacidade de divisão e por substituição de células-tronco teciduais; resposta típica a lesão em epitélios que se dividem rapidamente (pele, intestino, fígado) SEM lesão à estrutura da matriz/membrana basal Formação de cicatriz Se os tecidos lesados são incapazes de regeneração ou se as estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo que resulta em formação de cicatriz (não devolve capacidade funcional das células perdidas mas fornece estabilidade estrutural para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções) COM lesão à estrutura da matriz/membrana basal Capacidades proliferativas dos tecidos Tecidos lábeis Dividem-se continuamente → células continuamente perdidas e substituídas pela maturação de células-tronco e por proliferação das células maduras; tecidos se regeneram rapidamente após a lesão já que o pool de céls-tronco é preservado Tecidos estáveis Células quiescentes e, em seu estado normal, possuem baixa atividade replicativa; entretanto, são capazes de proliferar em resposta a lesão ou perda de massa tecidual; com exceção do fígado, possuem capacidade limitada de regeneração após lesão Tecidos permanentes Céls são consideradas terminalmente diferenciadas e não proliferativas na vida Papel da Regeneração no Reparo Tecidual - em tecidos lábeis, as células lesadas são rapidamente substituídas por proliferação das células residuais e diferenciação das células-tronco do tecido fornecida pela membrana basal intacta. material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) pós-natal; qualquer que seja a capacidade proliferativa que exista nesses tecidos, ela é insuficiente para regenerar o tecido lesado (dominado por formação de cicatriz) - a regeneração tecidual pode ocorrer em parênquimas de órgãos com populações estáveis, mas, com exceção do fígado, normalmente é um processo limitado. - a resposta regenerativa do fígado que ocorre após remoção cirúrgica de tecido hepático é única e notável (cerca de 40-60% do fígado pode ser removido). A remoção do tecido desencadeia uma resposta proliferativa dos hepatócitos restantes e uma subsequente replicação de hepatócitos não parenquimatosos A replicação dos hepatócitos após hepatectomia parcial é iniciada por citocinas (p. ex., TNF, IL-6) quepreparam as células para a replicação estimulando a transição no ciclo celular de G0 para G1. A progressão através do ciclo celular é dependente da atividade de fatores de crescimento, como o HGF (produzido por fibroblastos, células endoteliais e células hepáticas não parenquimatosas) e fatores da família EGF, que incluem o fator de crescimento transformador a (TGF-a), produzido por muitos tipos celulares . - extensa regeneração ou hiperplasia compensatória pode ocorrer apenas se a trama de tecido conjuntivo residual estiver estruturalmente intacta. Ao contrário, se todo o tecido é lesado por infecção ou inflamação, a regeneração é incompleta e feita por cicatrização. - o reparo pela deposição de tecido conjuntivo envolve angiogênese, migração e proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno e remodelamento do tecido conjuntivo. Etapas da formação da cicatriz 1. Angiogênese : desenvolvimento de novos vasos a partir de vasos preexistentes, primariamente vênulas 2. Ativação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo: ocorrendo em duas etapas (i) migração e proliferação de fibroblastos para o local da lesão (ii) deposição de proteínas da MEC produzidas por essas células - O reparo por tecido conjuntivo começa com a formação de tecido de granulação e termina com deposição de tecido fibroso. 3. Remodelamento do tecido conjuntivo - tecido de granulação: migração e proliferação de fibroblastos, bem como a deposição de tecido conjuntivo frouxo (colágeno tipo III), juntamente com formação de novos vasos e recrutamento de leucócitos (macróagos) - tecido fibroso: mudança na MEC para colágeno tipo I (tecido conjuntivo denso não modelado) CICATRIZ MADURA: fibroblasto fusiforme e inativo, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico e outros componentes da MEC. Ocorre diminuição vascular (supressão da angiogênese pelo TGF-beta) que transforma o tecido de granulação altamente vascularizado em uma cicatriz pálida e avascular. Alguns fibroblastos adquirem características de células mm lisas, incluindo a presença de filamentos de actina (miofibroblastos → contração da cicatriz) material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Formação de Cicatriz Cura de primeira intenção - exemplo clássico: reparo de uma incisão cirúrgica limpa não infectada → a incisão provoca apenas uma ruptura local da continuidade da membrana basal e morte de um número limitado de células epiteliais e células do tecido conjuntivo - a regeneração epitelial é o principal mecanismo de reparo → pequena cicatriz formada; contração mínima da ferida - cicatrização geralmente mais rápida Cura de segunda intenção - perda de células e de tecido é mais extensa, como nas grandes feridas, nos locais de formação de abcessos, nas ulcerações e na necrose isquêmica de órgãos (infarto) → processo mais complexo e envolve combinação de regeneração e cicatrização - reação inflamatória é mais intensa, com formação abundante de tecido de granula~~ao, acumulação de MEC e formação de uma grande cicatriz, seguida por contração da ferida mediada pela ação dos miofibroblastos 1. Deficiência: - deiscência de ferida: abertura espontânea dos pontos cirúrgicos ou da cicatriz ao longo de sua linha de incisão cirúrgica. Pode acontecer por diversos motivos, mas o mais comum deles é não respeitar as orientações pós-operatórias passadas pelo médico. - ulceração: lesão aberta com perda de tecido cutâneo ou mucosa 2. Excesso: - cicatriz hipertrófica: deposição excessiva de colágeno na pele formando uma cicatriz elevada que respeita os limites da lesão e pode regredir - quelóide: deposição excessiva de colágeno na pele formando uma cicatriz elevada que NÃO respeita os limites da lesão (predisposição hereditária) 3. Contratura: ocorre principalmente após lesões de grande extensão, como em queimaduras. material produzido por Raísa Aguilera - Medicina UFMS CPTL 2025 (@sevirenos30) Classificação da Cicatrização Anormalidades no reparo tecidual
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