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Administração de Terminais Rodoviários MÓDULO 5 2 Sumário Unidade 13 | Novos Modelos de Exploração de Terminais 4 1. Desafios do Financiamento da Implantação de Novos Terminais Rodoviários 6 2. Exemplo de Financiamento de Implantação do Novo Terminal Rodoviário de Belo Horizonte - MG 8 Glossário 12 Atividades 13 Referências 14 Unidade 14 | Acessibilidade nos Terminais 15 1. A Acessibilidade aos Terminais Rodoviários 17 2. As Adaptações e Reformas Necessárias são Complicadas e Caras? 17 3. A Adequada Sinalização 18 4. Cuidados com o Piso 18 5. Tipos de Sinalização no Piso 19 6. As Rampas 20 7. Cuidados com as Escadas 20 8. Corrimãos e Guarda - Corpos 21 Glossário 23 Atividades 24 Referências 25 Unidade 15 | Acessibilidade e Infraestrutura 27 1. Vagas Reservadas para Veículos 29 3 2. Bilheterias e Balcões de Informação 30 3. Embarque e Desembarque em Ônibus 30 4. Cuidados com Sanitários 31 5. Telefones Públicos Acessíveis 33 6. Equipamentos Eletromecânicos 34 7. Atendimento Prioritário 34 Glossário 35 Atividades 36 Referências 37 Gabarito 38 4 UNIDADE 13 | NOVOS MODELOS DE EXPLORAÇÃO DE TERMINAIS 5 Unidade 13 | Novos Modelos de Exploração de Terminais Como ser criativo na ampliação ou implantação de novos terminais rodoviários? Qual a estrutura de financiamento de um projeto de infraestrutura de transportes com a participação do capital privado? Nos dias atuais, vivemos um paradoxo: enquanto os entes governamentais passam por dificuldades financeiras, as demandas por transporte e novas infraestruturas não param de crescer. Nesse contexto, é preciso encontrar formas criativas que possam dar condições de financiabilidade aos projetos. Nesta unidade, abarcaremos os desafios do financiamento da implantação de novos terminais rodoviários de passageiros e será visto o exemplo de financiamento de implantação do novo Terminal Rodoviário de Passageiros de Belo Horizonte – MG. Fonte: www.pibay.com 6 1. Desafios do Financiamento da Implantação de Novos Terminais Rodoviários De acordo com a NTU (2016), pode-se verificar, na Figura 4, o percentual de programas de financiamento em infraestrutura de transportes do Governo Federal, previstos por tipo de intervenção. Programas de financiamento em infraestrutura de transportes do Governo Federal – representatividade dos projetos previstos por tipo de intervenção. Fonte: NTU (2016) Mais da metade dos programas referem-se ao modo rodoviário de transporte e ao atendimento à Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei no 12.587/2012), havendo, por conseguinte, a implantação de terminais rodoviários de passageiros. Contudo, boa parte desses programas não foi executado, sendo que, de um lado, as várias esferas de governo passam por sérios problemas de caixa para investimento e, de outro lado, as demandas por melhores infraestruturas de transporte aumentam cada vez mais. 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 14,1 32,5 4,2 1,2 1,2 1,0 0,8 0,4 2,8 4,0 13,7 15,8 4,83,8 Projetos Sistemas BRT Corredor de ônibus Faixa exclusiva Ciclovia Trem Metrô Monotrilho VLT Aeromóvel Teleférico ITS Obra viária Outros Projeto excluído do cronograma 7 Apenas para se ter uma ideia da dimensão do mercado de transporte rodoviário de passageiros, consoante a NTU (2016), somente em um mês são movimentados mais de 400 milhões de passageiros pelo transporte urbano no país. E, de acordo com a ANTT (2016), no transporte interestadual e internacional, o movimento anual de 2014 foi de 99,6 milhões de passageiros. Devido a essa demanda e à necessidade de investimentos em infraestrutura, o Brasil passou por mudanças em seu regramento jurídico, possibilitando a participação de atores privados, além dos tradicionais públicos, como se descreve: • Obras públicas tradicionais: contratação de obras públicas de infraestrutura de transportes por meio da Lei de Contratos e Licitações (Lei no 8.666/1993), realizando-se o financiamento do projeto com recursos públicos. • Concessões de serviços públicos: a prestação de serviços públicos pode vir acompanhada da obrigação da concessionária implantar a infraestrutura – no caso, terminal rodoviário –, em que o instrumento legal utilizado é a Lei de Concessões (Lei no 8.987/1995), sendo a concessionária remunerada, principalmente, pela cobrança de tarifa dos passageiros e por receitas alternativas. As receitas alternativas incluem desde o arrendamento interno de áreas comerciais, a veiculação de publicidade, a exploração de estacionamentos, e até a exploração imobiliária do entorno das estações, com construção de shopping centers e office buildings (edifício de escritórios). • Parcerias público-privadas: nesses casos, a simples cobrança de tarifa dos passageiros não é suficiente para manter a viabilidade financeira do empreendimento e a remuneração da concessionária — o governo deve entrar com uma parcela de complementação da tarifa. O instrumento legal utilizado é a Lei no 11.079/2004. Um exemplo dessa nova forma de exploração de terminais rodoviários de passageiros será visto no item seguinte. 8 2. Exemplo de Financiamento de Implantação do Novo Terminal Rodoviário de Belo Horizonte - MG O exemplo refere-se aos estudos de viabilidade que foram levados à Consulta Pública pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), em 2011, para a implantação do novo Terminal Rodoviário de Passageiros de Belo Horizonte – MG. De acordo com a BHTRANS (2011), o modelo escolhido de implantação do novo terminal de passageiros foi sob o regime de concessão pública. Na modelagem do negócio e de concessão, os vários atores envolvidos se beneficiariam, a saber: • Prefeitura: com a criação de um legado para a população, melhoria da mobilidade no centro da cidade, menor desembolso para a Prefeitura, financiamento do sistema viário de acesso ao terminal por meio da concessão. • População: o principal benefício é a melhoria da qualidade do serviço de transporte. Entre os benefícios à população, também se incluem: a revitalização da região, a criação de um centro de lazer e compras no entorno do terminal, a melhoria do sistema viário das regiões Central e de São Gabriel de Belo Horizonte, a maior integração entre os sistemas de transporte, facilitando o acesso ao terminal. • Concessionária: exploração de empreendimentos no entorno a critério dos investidores, remuneração atrativa do capital privado, possibilidade de financiamento competitivo, potencial de valorização da região, alavancando as unidades de negócio e financiamento do sistema viário de acesso ao terminal por meio da concessão. 9 No tocante à dimensão da infraestrutura, estavam previstos nos estudos de viabilidade (BHTRANS, 2011): • Terminal rodoviário: 1. Área total: 70 mil m²; 2. Área construída: 27 mil m²; 3. 56 plataformas; 4. 479 vagas de estacionamento; 5. 2.887 m² de área bruta locável (ABL); 6. Área para apoio operacional: capacidade para 26 ônibus e 75 táxis; 7. Investimento: R$ 59 milhões. • Shopping (sugerido nos estudos de viabilidade): 1. Área construída estimada: 30.523 m²; 2. ABL: 12.209 m²; Área do novo terminal rodoviário de Belo Horizonte – MG, com previsão de shopping e hotel, de acordo com os estudos de viabilidade Fonte: BHTRANS (2011) 10 3. 610 vagas de estacionamento; 4. Público-alvo: classes C e D; 5. Fácil acesso ao terminal rodoviário (< 300m); 6. Investimento: R$ 33 milhões. De acordo com a Lei no 8.987/1995, parte das receitas alternativas arrecadadas pela concessionária, além de ajudar no financiamento de implantação das infraestruturas, deve ser revertida à modicidade tarifária. • Hotel (sugerido nos estudos de viabilidade): 1. Área construída: 3.978 m²; 2. 180 quartos com área útil de 17 m²; 3. Fácil acesso às áreas de comércio e serviços existentes no shopping e terminal rodoviário (< 500m); 4. Investimento: R$ 13 milhões. Quantoà estruturação do negócio, de acordo com os estudos de viabilidade (BHTRANS, 2011), previa-se: Estruturação de negócios 11 A relação entre o Poder Concedente e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) seria materializada por meio de Contrato de Concessão. O Poder Público seria remunerado mediante o pagamento de outorga. A SPE — criada pelos Acionistas Privados da Concessionária — seria remunerada pelas tarifas pagas pelos usuários do terminal rodoviário e pelas receitas provenientes dos empreendimentos acessórios. A Concessionária teria de cumprir determinados indicadores de desempenho (QID), que seriam verificados por ente independente (Verificador Independente). Caso o desempenho fosse não satisfatório, a Concessionária seria penalizada por meio de pagamento de multas. Assista, no link indicado, a uma reportagem sobre a concessão de quatro terminais rodoviários de passageiros no Estado do Rio de Janeiro e procure identificar o que foi melhorado: <https://www.youtube.com/watch?v=-xBhOeQ1Wd0> Resumindo Há diversas formas de implantar uma infraestrutura de transportes tal qual o terminal rodoviário de passageiros: obra pública tradicional, concessão e parcerias público-privadas. Em épocas de dificuldades de fluxo de caixa dos entes governamentais, e alta pressão por melhores e amplas infraestruturas de transporte, os modelos referentes à concessão e à parceria público-privada têm se mostrado uma alternativa atrativa. Seja qual for a estrutura de negócios a ser adotada, é importante frisar que ele deve trazer benefícios a todos os atores relacionados: aos usuários, população lindeira, poder público e agentes privados. 12 Glossário Concessão: consentimento, permissão, transigência. Estruturação de negócios: processo ou efeito de estruturar um negócio. Paradoxo: pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria. 13 Marque a alternativa correta: (1) Nas parcerias público-privadas, a simples cobrança de tarifa dos usuários sempre é suficiente para manter a viabilidade financeira do empreendimento e a remuneração da concessionária. ( ) Certo ( ) Errado (2) A prestação de serviços públicos pode vir acompanhada da obrigação de se implantar a infraestrutura – no caso, terminal rodoviário –, em que o instrumento legal utilizado é a Lei no 8.987/1995, sendo o titular remunerado, principalmente, pela cobrança de tarifa dos passageiros e por receitas alternativas, não se exigindo a participação financeira do ente público. Estamos falando do regime de: ( ) Obras públicas tradicionais ( ) Concessão pública ( ) Participação público-privada ( ) Nenhuma das respostas anteriores está correta. (3) De acordo com a Lei no 8.987/1995, parte das receitas alternativas arrecadadas pela concessionária de um terminal rodoviário de passageiros, além de ajudar no financiamento de implantação das infraestruturas, deve ser revertida à modicidade tarifária. ( ) Certo ( ) Errado (4) São exemplos de negócios que geram receitas alternativas e podem ser explorados pelo concessionário de um terminal rodoviário de passageiros: ( ) Estacionamento de veículos ( ) Arrendamento de áreas internas para lojistas ( ) Veiculação de propaganda e publicidade ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas Atividades 14 Referências TORBI, M. Reflexões sobre o Transporte Coletivo de Passageiros. São Paulo: EMT, 2014. VASCONCELLOS, E. A. Mobilidade Urbana: O que Você Precisa Saber. São Paulo: Cia das Letras, 2013. ______. Mobilidade Urbana e Cidadania. São Paulo: Senac, 2012. ______. Transporte Urbano nos Países em Desenvolvimento – Reflexões e Propostas. São Paulo: Annablume, 2000. 15 UNIDADE 14 | ACESSIBILIDADE NOS TERMINAIS 16 Unidade 14 | Acessibilidade nos Terminais Como deve ser a acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nos terminais rodoviários? As adaptações necessárias são complexas e caras? Que cuidados se deve ter com a sinalização, piso, rampas e escadas? A acessibilidade aos equipamentos públicos não constitui apenas um direito ao cidadão garantido em normas legais. O seu cumprimento por parte dos gestores revela, além de um amadurecimento no trato com clientes portadores de necessidades especiais, também um avanço nas condições ofertadas de bem-estar, um estímulo à permanência e ao consumo no terminal. Nesta unidade, falaremos sobre a acessibilidade aos terminais rodoviários de passageiros, uma reflexão das adaptações e reformas necessárias nas instalações, cuidados básicos com a sinalização, piso, rampas, escadas, corrimãos e guarda-corpos. Fonte: www.pibay.com 17 1. A Acessibilidade aos Terminais Rodoviários De acordo com Torbi (2014) e a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPDPD, 2015), o Decreto no 5.296/2004 determina que, para a promoção da acessibilidade a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, devem ser observadas as regras gerais nele previstas, complementadas pelas normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e pelas disposições contidas na legislação federal, estadual, municipal e do Distrito Federal. A principal norma técnica que trata da acessibilidade em edificações de uso público – tais como terminais rodoviários de passageiros – é a NBR 9050:2015. Entretanto, é necessário ressaltar que existem leis e normas complementares específicas para o transporte e assuntos correlatos que o gestor de terminal deve consultar. 2. As Adaptações e Reformas Necessárias são Complicadas e Caras? As adaptações e reformas em edificações existentes podem ser onerosas quando mal planejadas e mal executadas. Porém, se o gestor do terminal rodoviário de passageiros utilizar a criatividade, é possível realizar adaptações de forma a garantir o conforto e a segurança necessária, por meio de intervenções simples, que podem ser feitas rapidamente e com poucos recursos financeiros. Quer novos ou antigos, é extremamente importante que os terminais – bem como os pontos de parada rodoviários — sejam plenamente acessíveis. As adaptações são possíveis na grande maioria das edificações. 18 3. A Adequada Sinalização O símbolo internacional de acesso indica a acessibilidade aos serviços e identifica os espaços e equipamentos acessíveis ou utilizados por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O símbolo internacional de acesso deve ser afixado em local visível ao público em entradas, áreas e vagas de estacionamento, sanitários, áreas reservadas para pessoas em cadeiras de rodas, equipamentos exclusivos para o uso de pessoas portadoras de deficiência, entre outros. 4. Cuidados com o Piso O piso e as tampas de caixa de inspeção e de visita devem ter superfície regular (sem buracos e ondulações), firme, estável e antiderrapante, mesmo quando molhado. Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados, sendo que: • Até 5 mm de altura: não demandam tratamento especial; • Entre 5mm e 15 mm: devem ser transformados em rampa; e • Superior a 15 mm: devem ser transformados em degrau ou rampa, e ser sinalizados adequadamente. Fonte: noreassu.blogspot.com.br Fonte: www.plottar.com.br Fonte: www.atacadaodoepi.com.br 19 Os capachos, forrações, carpetes e tapetes devem ser instalados de maneira a evitar que o desnível entre a superfície e o piso não exceda a 5 mm. As grelhas e juntas devem estar, preferencialmente, fora do fluxo principal de circulação. Onde não for possível evitar tal situação, os vãos da grelha no sentido da caminhada devem ter no máximo 1,5 cm, no intuito de evitar que as rodas, de cadeiras de rodas, carrinhos de bebês e malas, fiquem emperradas. 5. Tipos de Sinalização no Piso Existem dois tipos de sinalização tátil de piso: de alerta e direcional.A sinalização de alerta sinaliza situações que envolvem risco de segurança, enquanto que a sinalização direcional orienta a realização de um percurso. Ambas devem ter cor contrastante com a do piso à sua volta. A sinalização de alerta deve ser aplicada nas seguintes situações: • Obstáculos suspensos entre 0,60 m e 2,10 m, como telefones públicos e caixas de coleta dos Correios; • No início e fim de escadas fixas, escadas rolantes e rampas; • Junto a desníveis como plataformas de embarque e desembarque nos ônibus e trens; • Junto a porta de elevadores; • Quando houver mudança de direção entre duas ou mais linhas de sinalização tátil direcional. 20 6. As Rampas As rampas facilitam a acessibilidade, o deslocamento de usuários de cadeira de rodas, idosos, carrinhos de bebê e malas. Não requerem a instalação de equipamentos ou materiais sofisticados, e possuem baixo custo para sua implantação. A circulação é mais ágil em rampas e requer menos esforços. Não requer atenção exclusiva com o cuidado no deslocamento, como acontece nas escadas. Possibilita apreciar a paisagem, lojas e vitrines, aumentando a percepção das instalações e produtos oferecidos nos terminais rodoviários de passageiros. A fim de que as rampas sejam eficazes, elas devem proporcionar ligações diretas, ou seja, devem evitar percursos que transmitam a sensação de longa distância ao serem percorridas e perda de tempo. Além disso, devem ser dotadas de piso antiderrapante e sinalização de alerta para auxílio ao deficiente visual. As rampas devem ter inclinação máxima de 8,33%, sendo permitido, em casos excepcionais, 12,5%. 7. Cuidados com as Escadas As dimensões dos pisos e espelhos das escadas devem ser constantes (iguais) em toda a escada. Espelhos menores que 16 cm devem ser evitados. A largura mínima para escadas em rotas acessíveis é de 1,20 m, e deve dispor de guia de balizamento. Deve haver, no mínimo, um patamar a cada 3,20 m de desnível, e sempre que houver mudança de direção. 21 8. Corrimãos e Guarda - Corpos Os corrimãos devem ser instalados em rampas e escadas, em ambos os lados, a 0,92 m e a 0,70 m do piso, medidos da face superior até o ponto central do piso do degrau (no caso de escadas) ou do patamar (no caso de rampas). Os corrimãos laterais devem ser contínuos, sem interrupção nos patamares das escadas e rampas, e devem prolongar-se paralelamente ao patamar, pelo menos por 0,30 m nas extremidades, sem interferir com áreas de circulação ou prejudicar a vazão. As extremidades dos corrimãos devem ter acabamento recurvado, ser fixadas ou justapostas à parede ou piso ou, ainda, ter desenho contínuo, sem protuberâncias. Em edificações existentes, onde for impraticável promover o prolongamento do corrimão no sentido do caminhamento, ele pode ser feito ao longo da área de circulação, ou fixado na parede adjacente. Exemplos de corrimãos em escada e rampa. Medidas em metros Fonte: ABNT (2015) 22 Quando se tratar de escadas ou rampas com largura igual ou superior a 2,40 m – muito comuns em terminais rodoviários — é necessária a instalação de, no mínimo, um corrimão intermediário, garantindo faixa de circulação com largura mínima de 1,20 m. Assista, no link indicado, aos exemplos de problemas decorrentes da falta de acessibilidade aos usuários com deficiênicia e mobilidade reduzida no terminal rodoviário de Belém – PA: <https://www.youtube.com/watch?v=n8bNkxCNH5A> Resumindo A principal norma técnica que trata da acessibilidade em terminais rodoviários de passageiros é a NBR 9050:2015. Contudo, esteja atento, visto que existem leis e normas complementares específicas para o transporte e assuntos correlatos, que o gestor de terminal deve consultar. Quanto à sinalização acessível, é importante que o gestor do terminal rodoviário esteja atento ao seguinte: a sinalização de alerta sinaliza situações que envolvem risco de segurança, enquanto que a sinalização direcional orienta a realização de um percurso. Ambas devem ter cor contrastante com a do piso à sua volta. Lembre-se de que a circulação é mais ágil em rampas e requer menos esforços. Não requer atenção exclusiva com o cuidado no deslocamento, como acontece tanto nas escadas. Possibilita apreciar a paisagem, lojas e vitrines, aumentando a percepção das instalações e produtos oferecidos nos terminais rodoviários de passageiros. 23 Glossário Edificações: ato de edificar ou construir alguma coisa, como um edifício. O conceito de edificação está relacionado com a construção civil, significando as técnicas usadas para a construção de edifícios, sejam eles direcionados para habitação ou comércio. Mobilidade: característica do que é móvel ou do que é capaz de se movimentar. Protuberância: parte mais elevada, que se destaca numa superfície; saliência, excrescência, proeminência. 24 Marque a alternativa correta: (1) As rampas das edificações devem ter inclinação máxima de 8,33%, sendo permitido, em casos excepcionais, 12,5%. ( ) Certo ( ) Errado (2) Julgue as assertivas seguintes. Os desníveis de qualquer natureza devem ser evitados da seguinte forma: ( ) Até 5 mm de altura: não demandam tratamento especial. ( ) Entre 5mm e 15 mm: devem ser transformados em rampa. ( ) Superior a 15 mm: devem ser transformados em degrau ou rampa, e ser sinalizados adequadamente. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. (3) Os corrimãos laterais podem ser descontínuos, com interrupção nos patamares das escadas e rampas. ( ) Certo ( ) Errado (4) Com relação à sinalização acessível de alerta, esta deve ser aplicada nas seguintes situações: ( ) Obstáculos suspensos entre 0,60 m e 2,10 m, como telefones públicos e caixas de coleta dos Correios. ( ) No início e no fim de escadas fixas, escadas rolantes e rampas. ( ) Junto a desníveis como plataformas de embarque e desembarque nos ônibus e trens. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. Atividades 25 Referências CRISTO, F. Psicologia e trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros) condutores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. D’AGOSTO, M. A. Transporte, Uso de Energia e Impactos Ambientais. Rio de Janeiro: Campus, 2015. DENATRAN. Manual de Direção Defensiva. Disponível em: <www.denatran.gov.br>. Acesso em janeiro de 2016. DNER. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros. Brasília: DNER, 1986. DUNHAM, J.A. Simulador para Terminais Rodoviários de Passageiros Intermunicipais: Contribuição para a Avaliação de Desempenho de Terminais Rodoviários no Estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação de Engenharia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008. GOUVÊA, V. B. Contribuição ao Estudo de Terminais Urbanos de Passageiros. Rio de Janeiro: IME, 1980. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <www.ibge.gov. br>. Acesso em janeiro de 2016. NTU. Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Disponível em: <www.ntu.org.br>. Acesso em janeiro de 2016. SNPDPD. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.brr>. Acesso em janeiro de 2016. SENNA, L. A. S. Economia e Planejamento dos Transportes. Rio de Janeiro: Campus, 2014. SOARES, U. P. Procedimento para Localização de Terminais Rodoviários Interurbanos, Interestaduais e Internacionais de Passageiros. Dissertação de Mestrado. Programa de Engenharia de Transporte. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006. 26 TORBI, M. Reflexões sobre o Transporte Coletivo de Passageiros. São Paulo: EMT, 2014. VASCONCELLOS, E. A. Mobilidade Urbana: O que Você Precisa Saber. São Paulo: Cia das Letras, 2013. ______. Mobilidade Urbana e Cidadania. São Paulo: Senac, 2012. ______. Transporte Urbano nos Países emDesenvolvimento – Reflexões e Propostas. São Paulo: Annablume, 2000. 27 UNIDADE 15 | ACESSIBILIDADE E INFRAESTRUTURA 28 Unidade 15 | Acessibilidade e Infraestrutura O que diferencia uma vaga de estacionamento convencional de uma reservada? Quais cuidados se deve ter na instalação de bilheterias e balcão de informações para atender aos usuários com necessidades especiais? A que detalhes se deve ficar atento em relação a banheiros acessíveis? Dando continuidade ao tema de acessibilidade nos terminais rodoviários, é importante que o gestor do terminal se passe por um usuário com necessidades especiais, a fim de ter sua própria percepção das mudanças indispensáveis. A partir de então, poderá antecipar- se aos desejos desse grupo de clientes. Nesta unidade, estudaremos vagas reservadas para veículos, bilheterias e balcão de informações, embarque e desembarque em ônibus, cuidados com os sanitários, telefones públicos acessíveis, equipamentos eletromecânicos, atendimento prioritário. Fonte: www.freeimages.com 29 1. Vagas Reservadas para Veículos Há dois tipos de vagas reservadas: para os veículos que conduzam ou sejam conduzidos por idosos; e para os veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência. A sinalização vertical das vagas reservadas deve estar posicionada de maneira a não interferir com as áreas de acesso ao veículo e com a circulação dos pedestres. As vagas para estacionamento para idosos devem ser posicionadas próximo das entradas, garantindo o menor percurso de deslocamento. Já as vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência devem: • Ter sinalização vertical específica; • Contar com um espaço adicional de circulação com, no mínimo, 1,20 m de largura, quando afastadas da faixa de travessia de pedestres; • Estar vinculadas à rota acessível que as interligue aos polos de atração; • Estar localizada de forma a evitar a circulação entre veículos; • Ter piso regular e estável; • Percurso máximo: O percurso máximo entre a vaga e o acesso à edificação ou elevadores deve ser de, no máximo, 50 m. 30 2. Bilheterias e Balcões de Informação As bilheterias e os balcões de informação devem estar próximos às entradas, exceto em locais de grande ruído. Devem ser facilmente identificados e localizados em rotas acessíveis. Para facilitar a leitura labial e gestual, o projeto de iluminação deve assegurar que a face do atendente seja uniformemente iluminada. Telas e grades podem dificultar a comunicação e devem ser utilizadas somente em casos essenciais, por questões de segurança. As bilheterias e balcões de informação acessíveis devem possuir superfície com extensão mínima de 0,90 m e altura entre 0,90 m a 1,05 m do piso acabado, assegurando-se largura livre mínima sob a superfície de 0,80 m. Deve ser garantida aproximação lateral à pessoa em cadeira de rodas (PCR) e circulação adjacente que permita giro de 180°. Próximo às bilheterias devem ser disponibilizados dispositivos organizadores de fila, para que as filas de espera não interfiram no acesso de pessoas com mobilidade reduzida e PCR. Em bilheterias e balcões de informações localizados em ambientes ruidosos, em locais de grande fluxo de pessoas – tais como em terminais rodoviários de passageiros — ou nos casos de separação do atendente com o usuário por uma divisória de segurança, deve ser previsto sistema de amplificação de voz. 3. Embarque e Desembarque em Ônibus As principais soluções adotadas para a realização de embarque e desembarque em ônibus são as seguintes: 31 • Plataforma para embarque e desembarque em nível com o veículo; • Plataforma elevatória instalada no veículo; • Rampa (com acionamento motorizado ou manual) em veículo de piso baixo, o qual pode também possuir sistema de movimentação vertical da suspensão. Em geral, as soluções adotadas para veículos urbanos também podem ser aplicadas no transporte rodoviário semiurbano, intermunicipal, interestadual e internacional. No transporte rodoviário, a cadeira de transbordo é a solução mais utilizada, pois possibilita o deslocamento até o interior do veículo, e não requer a adaptação do ônibus. A cadeira de transbordo deve ser operada por pessoal da empresa de transporte, devidamente treinado. Com relação à sinalização direcional, esta deve ser aplicada em áreas de circulação onde não há guia de balizamento – tais como meio-fio e paredes —, sinalizando o caminho a ser percorrido em espaços amplos. Nas plataformas de ônibus, ela tem a função de orientar o embarque e desembarque. A sinalização de alerta tem o intuito de sinalizar a proximidade à borda da plataforma, que pode ser tanto rebaixada quanto em nível com o piso interno do ônibus. 4. Cuidados com Sanitários Os sanitários devem estar localizados em rotas acessíveis, próximo à circulação principal, preferencialmente integrados às demais instalações sanitárias, e devidamente sinalizados. 32 Do total de bacias sanitárias, ao menos 5% devem ser acessíveis, sendo no mínimo 1 (uma) peça, ou seja, 1 bacia sanitária, por sexo. A regra é a mesma para os lavatórios. Em estabelecimentos como terminais rodoviários, independentemente de atender à quantidade mínima de 5 % de peças sanitárias acessíveis, deve também ser previsto um sanitário acessível para cada sexo junto a cada conjunto de sanitários. As portas dos boxes com bacia sanitária devem ter sentido de abertura para fora. A instalação de bacia sanitária deve prever área de transferência a partir da cadeira de rodas, com barras de apoio que garantam maior praticidade e segurança. Os lavatórios devem ser suspensos, dotados de barras de apoio e área livre de aproximação de cadeira de rodas. Demais acessórios como cabides, saboneteiras, toalheiros, papeleiras, porta-objetos e puxadores de gavetas, armários e portas, devem ter sua área de utilização dentro da faixa de alcance confortável. Medidas mínimas de um sanitário acessível em caso de reforma – vista superior Fonte: ABNT (2015) 33 Para mais detalhes, instalação de mictórios e áreas para banho, consulte a NBR 9050:2015. 5. Telefones Públicos Acessíveis Os telefones públicos podem ser adaptados para cada tipo de deficiência: auditiva, da fala, locomotora e visual. A adaptação mais simples é para o usuário de cadeira de rodas e pessoas de baixa estatura, em que um aparelho convencional é instalado com altura inferior à dos demais aparelhos. Os telefones acessíveis devem estar localizados junto aos demais telefones públicos, em rotas acessíveis e devidamente sinalizados. Nos terminais rodoviários, deve ser instalado pelo menos um telefone que transmita mensagens de texto (TDD) ou tecnologia similar, instalado a uma altura entre 0,75 m e 0,80 m do piso acabado, devendo ser sinalizado. Quando instalados nas calçadas, os telefones não podem interferir na faixa livre de circulação de pedestres. 34 6. Equipamentos Eletromecânicos Além dos elevadores e escadas rolantes normalmente utilizados em terminais rodoviários, há diversos outros tipos e modelos de equipamentos eletromecânicos disponíveis no mercado, para movimentação de usuários com mobilidade reduzida ou portadores de deficiência. Tais equipamentos podem ser empregados em locais onde não seja viável a construção de rampas ou outros dispositivos. Elevadores e plataformas, que podem ser verticais e inclinadas, consomem menos energia elétrica, pois são acionados somente no momento do uso. Escadas e esteiras rolantes são indicadas para locais de grande fluxo, em que a demanda justifica o funcionamento permanente. Qualquer que seja o tipo de equipamento a ser empregado, deve-se atender aos requisitos da NBR 9050:2015. 7. Atendimento Prioritário De acordo com o Decreto no 5.296/2004, os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional, e as empresas prestadoras de serviços públicos devem dispensaratendimento prioritário às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. O não cumprimento dessa obrigação legal pode ensejar a aplicação de sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, previstas em lei. 35 Resumindo Adaptar o terminal rodoviário às necessidades dos clientes portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida significa contribuir para a mobilidade urbana e, no sentido mais amplo, para a inclusão social. Ao realizar as modificações nas instalações existentes ou planejar novo terminal, consulte, além da legislação federal e estadual, a legislação de seu município. Não improvise. Faça a ação correta da primeira vez! Regra muitas vezes esquecida não apenas pelos operadores de terminais rodoviários, mas também pelas empresas de transporte: os passageiros portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida têm prioridade no atendimento. Com isso, instrua seus funcionários e todos os seus parceiros que tais pessoas devem ser atendidas antes de quaisquer outros clientes. Esse é verdadeiro selo da cidadania! Glossário Acessibilidade: qualidade ou caráter do que é acessível. Facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição. Percurso: ato ou efeito de percorrer. Distância ou espaço percorrido; trajeto. Similar: que é da mesma natureza; análogo, equivalente, semelhante. 36 Marque a alternativa correta: (1) Em bilheterias e balcões de informações de terminais rodoviários de passageiros, deve ser previsto sistema de amplificação de voz. ( ) Certo ( ) Errado (2) As vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência devem: ( ) Ter sinalização vertical específica. ( ) Contar com um espaço adicional de circulação com, no mínimo, 1,20 m de largura, quando afastadas da faixa de travessia de pedestres. ( ) Ter piso regular e estável. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. (3) Nos terminais rodoviários, deve ser instalado pelo menos um telefone que transmita mensagens de texto (TDD) ou tecnologia similar. ( ) Certo ( ) Errado (4) As principais soluções adotadas para a realização de embarque e desembarque em ônibus são as seguintes: ( ) Plataforma para embarque e desembarque em nível com o veículo. ( ) Plataforma elevatória instalada no veículo. ( ) Rampa com acionamento motorizado ou manual. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. Atividades 37 Referências ABNT. NBR 9050:2015 — Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. DNER. Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros. Brasília: DNER, 1986. DUNHAM, J.A. Simulador para Terminais Rodoviários de Passageiros Intermunicipais: Contribuição para a Avaliação de Desempenho de Terminais Rodoviários no Estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação de Engenharia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008. GOUVÊA, V. B. Contribuição ao Estudo de Terminais Urbanos de Passageiros. Rio de Janeiro: IME, 1980. NASCIMENTO, H. P. Metodologia para Avaliação do Nível de Qualidade dos Terminais de Atendimento aos Usuários do Sistema de Transporte Rodoviário Interurbano de Passageiros. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Transportes. Brasília: UnB, 2010. 38 Gabarito Unidade 13 1 - Errado 2 - D 3 - Certo 4 - D Unidade 14 1 - Certo 2 - D 3 - Certo 4 - D Unidade 15 1 - Certo 2 - D 3 - Certo 4 - D Unidade 13 | Novos Modelos de Exploração de Terminais 1. Desafios do Financiamento da Implantação de Novos Terminais Rodoviários 2. Exemplo de Financiamento de Implantação do Novo Terminal Rodoviário de Belo Horizonte - MG Glossário Atividades Referências Unidade 14 | Acessibilidade nos Terminais 1. A Acessibilidade aos Terminais Rodoviários 2. As Adaptações e Reformas Necessárias são Complicadas e Caras? 3. A Adequada Sinalização 4. Cuidados com o Piso 5. Tipos de Sinalização no Piso 6. As Rampas 7. Cuidados com as Escadas 8. Corrimãos e Guarda - Corpos Glossário Atividades Referências Unidade 15 | Acessibilidade e Infraestrutura 1. Vagas Reservadas para Veículos 2. Bilheterias e Balcões de Informação 3. Embarque e Desembarque em Ônibus 4. Cuidados com Sanitários 5. Telefones Públicos Acessíveis 6. Equipamentos Eletromecânicos 7. Atendimento Prioritário Glossário Atividades Referências Gabarito
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