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Direito Civil: Família e Sucessões Micheli Holzschuh Instagram: @studylaw0 Direito de Família Família antiga Família atual Numerosa Não numerosa Patriarcal Há divisão de tarefas Religiosas Não mais tão religiosa Política Sem viés político Procriação Livre escolha sobre ter filhos ou não Quais os motivos da mudança: Mulher deixou de ser coadjuvante, submissa – a mulher ganha mais direitos ao longo dos anos e começa a ser protagonista juntamente com o marido na relação Deixou de ser família rural para ser urbana – migração rural Web – globalização das informações e estudos Aspectos econômicos Liberdade sexual O Estado: O Estado passou a intervir mais na família – isso ficou mais evidente a partir da CF/88 Artigos 226 a 230, CF/88 Proteção do Estado a qualquer entidade familiar Família é detentora de direitos e obrigações Os interesses pessoais se sobrepõem aos patrimoniais Não há distinção entre filhos Liberdade de constituir ou dissolver a entidade familiar A família passou a ser um espaço de realização pessoal e de dignidade pessoal de cada pessoa Esteio/Base AFETIVIDADE Princípios: 1 – Fundamentais: a) dignidade da pessoa humana - art. 226, §7º; 227; 230, CF/88 Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. b) solidariedade 2 – Gerais a) igualdade – art. 226 caput e §5º; 227, §6º Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Art. 227 - § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. b) liberdade – art. 226, §7º - exceção – art. 1641, II, CC Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos c) afetividade d) convivência familiar – art. 5º, XI, CF Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; e) melhor interesse da criança/adolescente Entidades Familiares Casamento União estável formalizada Não formalizada União livre Monoparental Mosaico / Recompostas Do Casamento – art. 1511 Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. É um contrato? Sim Documento formal Regras estabelecidas pelo Estado Características: 1º. É um ato solene – art. 1535 – para dar segurança aos contraentes Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados." 2º. Normas de Ordem Pública 3º. Comunhão de vida em comum, com igualdade de direitos e deveres – art. 1565 e 1566 Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. §1º Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. §2º O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas. Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos. 4º. União permanente 5º. Diversidade de sexo 6º. Não comporta condições ou encargos: promessa de patrimônio em troca do casamento 7º. Liberdade: de escolha dos nubentes e do regime de bens Finalidade Antiga: procriação Atual: idealização de uma vida conjugal com metas, objetivos, ideias comuns, afinidade e afeto. Da celebração do casamento – art. 1534 e 1535 Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular. Local: na sede do cartório (regra geral) ou em edifício público ou particular, autorizado pelo juiz de paz. Horário: qualquer horário, exceto na madrugada, por conta do acesso das pessoas no casamento. Data: não há restrição de data, desde que o juiz celebre a união. Testemunhas – art. 1534 2 testemunhas – no cartório 4 testemunhas – fora do cartório ou se algum dos nubentes não souber ou não puder assinar Autoridade: juiz de paz Vontade: inequívoca Suspensão – art. 1538 Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: I - recusar a solene afirmação da sua vontade; II - declarar que esta não é livre e espontânea; III - manifestar-se arrependido. Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia. Assinatura no livro – art. 1536 Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro Oposições ao casamento: 1. Causas suspensivas – art. 1523 – não devem casar – orientação/sugestão/conselho Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto nãocessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. Por que: I. Para não confundir os patrimônios do antigo casamento (com o falecido), com o do novo companheiro. II. Para, em caso de gravidez da viúva, tenha-se certeza de que o filho não é do falecido; provar que não está grávida do falecido – art. 1523, p. único (exame para eliminar a questão) III. Para que não haja mistura de bens de ambos os casamentos e, eventuais problemas de partilhas desses bens. 2. Causas impeditivas – art. 1521 – não podem casar – estão proibidos Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Filhos são parentes em linha reta – descendente de 1º grau Netos são parentes em linha reta – descendente de 2º grau Bisnetos são parentes em linha reta – descendente de 3º grau Pais são parentes em linha reta – ascendente de 1º grau Avós são parentes em linha reta – ascendente de 2º grau Bisavós são parentes em linha reta – ascendente de 3º grau Irmãos são parentes colaterais de 2º grau Sobrinhos são parentes colaterais de 3º grau Primos são parentes colaterais de 4º grau Art. 1520 – casamento de menor de idade – Lei 13.811 de 12/03/19 – altera sua redação “Não será permitido em qualquer caso que não atingiu a idade núbil (16 anos)” 3. Ritos especiais do casamento 1º - casamento religioso com efeitos civis – art. 1515 Casamento antes dos proclames – art. 1516, §2º Casamento após os proclames – art. 1516, §1º 2º - casamento em caso de moléstia grave – art. 1539 Se a pessoa está doente e a doença evoluir A papelada para o casamento já foi iniciada 2 testemunhas 3º - casamento nuncupativo – art. 1540 Iminente risco de vida Não há tempo para a celebração do matrimônio dentro das conformidades previstas pelo CC A papelada para o casamento ainda não foi iniciada É necessário pleno juízo nas faculdades mentais 4º casamento por procuração – art. 1542 Por instrumento público O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo. Eficácia: 90 dias Prova do casamento – certidão – art. 1543 Responsabilidade civil do noivo desistente 4. Dos efeitos do casamento 1º - constituir família – “Afecttio Maritalis” Cônjuges 2º - nome dos consortes 3º - deveres dos cônjuges – art. 1566 4º - regime de bens 5. Eficácia do casamento – art. 1567 Igualdade Colaboração pelo marido e pela mulher Sempre no interesse do casal e dos filhos Regime de bens – art. 1639 e seguintes 1. Regime Convencional ou Regime Legal – regime da comunhão parcial de bens Veio para o Brasil com a Lei do Divórcio – Lei 6.515/77 2. Regimes opcionais Regime da comunhão total de bens (vigorava antes da lei do divórcio como convencional) Regime da participação final nos aquestos Regime da separação absoluta de bens 3. Regime Obrigatório - Regime da separação obrigatória de bens Disposições gerais A escolha é feita no momento da habilitação para o casamento Caso queiram contrair matrimônio com regime de bens que não o convencional, deverão subscrever escritura pública antenupcial (antes das núpcias) – art. 1640 Atos livres do cônjuge, sem anuência do outro – art. 1642 - Atos próprios da atividade profissional - Administração dos bens próprios Bens próprios – que a pessoa já tem antes de casar, recebidos por herança Bens comuns – aqueles havidos por ambos os cônjuges - Desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados sem a concordância dela - Buscar anulação de eventual negócio no qual tenha havido aval ou fiança sem sua concordância - Buscar bens doados pelo cônjuge à concubina - Praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. Atos livres do cônjuge, sem anuência do outro – art. 1643 - Comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica - Obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir Casado, exceto no regime da separação absoluta, é obrigatório a outorga uxória – art. 1647 - Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis - Pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos - Prestar fiança ou aval - Fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação * São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada * Pacto antenupcial – art. 1653 até 1657 - Nulo – se não for por escritura pública - Ineficaz – se não houver o casamento I – Regime da comunhão total ou universal de bens – art. 1667 a 1671 Importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas Exceções – art. 1668: I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; (compromissar alguém no testamento) III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; (antes do casamento -- *aquestos – após o casamento*) IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. Excluem-se da comunhão - Art. 1.659 V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Também são exceções: - Direitos Autorais - Honorários advocatícios Exige o pacto antenupcial II – Regime de comunhão parcial de bens – art. 1658 a 1666 Comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento Exceções – art. 1659: I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão (bens de raiz), e os sub-rogados em seu lugar; (bens aprestos – antes de casar) II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub- rogação dos bens particulares; III - As obrigações anteriores ao casamento; IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Entram na comunhão – art. 1660: I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidosna constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. Não exige pacto antenupcial III – Regime da Participação Final nos Aquestos – art. 1672 até 1686 Bens adquiridos após o casamento Regime híbrido – só se comunicam os bens adquiridos na constância do matrimônio Durante o casamento, aplicam-se as regras da separação total de bens e, Após a dissolução do casamento (morte ou divórcio), aplicam-se as regras da comunhão parcial de bens Exige o pacto antenupcial IV – Regime de Separação de Bens – art. 1687 e 1688 Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial. 1. Regime opcional da separação total ou absoluta de bens: Casal opta pelo regime Exige o pacto antenupcial Não existem bens comuns Art. 1647 2. Regime da separação obrigatória de bens ou regime da separação legal – art. 1641: Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; (art. 1523) II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Súmula 377, STF: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento” Alteração de regime – art. 1639 Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. §1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. §2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. Dissolução da Sociedade Conjugal – art. 1571 até 1582 Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges; II - pela nulidade ou anulação do casamento; (art. 1550) III - pela separação judicial; IV - pelo divórcio. (Lei 6.515/77) Divórcio: 2010 – Nova lei do divórcio – EC 66/10 alterou o §6º do art. 226 da CF a) Até 2010, o casamento poderia ser dissolvido em separação judicial (1 ano do casamento; 1 ano após a sentença da separação, pode converter em divórcio) ou divórcio direto (2 anos da separação de fato) b) Após 2010, o divórcio pode ser feito na semana subsequente ao casamento, não é necessário tempo de casamento para o divórcio. Não há mais a intervenção do Estado se as pessoas estão infelizes com o casamento. O art. 1572 não se aplica mais no tangente ao divórcio Art. 1575 – hoje em dia não se fala mais em separação de corpos Art. 1580 – não existe mais Luto conjugal c) O nome do(a) divorciando(a): absolutamente pessoal da pessoa que mudou o nome d) Não modifica/retira direito dos filhos e) Partilha ou não dos bens – art. 731, CPC: (vide 732, CPC) I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Pode ser feito por escritura pública – art. 733, CPC: I – comum acordo II – não existem filhos, nem nascituro III – ambos divorciandos maiores e capazes f) O pedido somente competirá aos cônjuges. Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão Outras entidades familiares 1. Famílias Constitucionais: Casamento União estável Famílias monoparentais 2. Famílias não-constitucionais: União livre Famílias recompostas ou mosaicos Famílias constitucionais: União Estável – art. 1723 até 1727 Constituir família Ambos os companheiros estão aptos para, se quiserem, casar Lei 8.971/94 – 5 anos de vida em comum, embaixo do mesmo teto, como marido e mulher Lei 9.278/96 – excluiu o tempo de 5 anos Famílias Monoparentais – art. 226, §4º, CF “Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.” Famílias não constitucionais: União Livre – quando as pessoas não podem casar pois estão impedidas, como por exemplo, quando uma pessoa possui um vínculo de casamento anterior, e já possui um relacionamento com outra pessoa Família recomposta ou mosaico – “famílias com sucessivas recomposições, fartura de vínculos e com grande afeto entre seus membros. Tem como requisito primordial a presença de pelo menos um filho anterior à atual união. O elemento central dessas famílias é o afeto.” (Família Mosaico: conceito e características – JusBrasil) Direito parental I. Antigamente: Filhos legítimos: havidos dentro do casamento Filhos ilegítimos: naturais (filhos biológicos havidos fora do casamento – filho de mãe solteira, viúva), e espúrios (filhos havidos por adultério, “bastardos”) II. Atualmente: Filiação biológica (relação sexual ou meios artificiais do próprio casal) Filiação não-biológica (filhos adotivos, socioafetivos ou gerados por substituição – outra barriga) Filiação – art. 1596 até 1606 Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Não existe distinção entre filhos adotados e sanguíneos Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Adoção – art. 1618 e 1619, CC e art. 39 até 52-D, ECA Lei 12.010/09 – Lei de Adoção Ato de aceitar, acolher, tomar por filho, legitimar, dar o seu nome a um filho de outrem, atribuindo os direitos de filho próprio Criança e adolescente serão adotados quando houver vulnerabilidade social - perda do poder familiar (pai e mãe) e, se não há a família estendida Poder Familiar – art. 1630 a 1638 Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. Não existe poder familiar/ guarda de maiores de idade Na falta ou impedimento de um dos cônjuges/companheiros, o poder familiar compete exclusivamente ao outro Caso haja divergência entre os cônjuges/companheiros, qualquer um pode requerer ao juiz solução para o desacordo A separação, divórcio ou dissolução da união não altera a relação dos pais com os filhos Filho não reconhecido pelo pai fica sobre poder familiar exclusivo da mãe; caso não seja reconhecido pela mãe ou não haja capacidade de exercer o poder, caberá tutor à criança Exercício do poder familiar – art. 1634 Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - dirigir-lhes a criação e a educação; II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; V - conceder-lhes ou negar-lhesconsentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. Extinção do poder familiar – art. 1635 Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único; III - pela maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. Perda do poder familiar por ato judicial – art. 1638 Novidade com a Lei 13.715/18 Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão. Suspensão do poder familiar – art. 1637 Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. Bem de Família – Lei 9.009/90 A lei visa resguardar o único imóvel destinado ao domicílio da família, para resguardar a dignidade da mesma Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. Excluem-se da impenhorabilidade – art. 2º Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo. Exceções – art. 3º Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação; e VIII - para cobrança de crédito constituído pela Procuradoria-Geral Federal em decorrência de benefício previdenciário ou assistencial recebido indevidamente por dolo, fraude ou coação, inclusive por terceiro que sabia ou deveria saber da origem ilícita dos recursos. Dívida alimentar: Ritos: 1. de prisão – art. 528, §7º e 8º, CPC 2. de expropriação de bens – art. 528, §1º ao 6º, CPC Guarda de filhos – art. 1583 até 1589 Será unilateral ou compartilhada – art. 1583 Lei 11.698/08 – regra: guarda compartilhada; exceção: guarda unilateral Guarda compartilhada: ambos os pais exercem o poder familiar, ambos têm a obrigação de bem zelar pelos filhos. Atuação conjunta nas decisões referentes aos filhos. Ambos participam ativamente da formação dos filhos Necessita a fixação de um domicílio Guarda alternada não existe no direito brasileiro Guarda, visitas e alimentos não transitam em julgado Direito de visitas: Direito da criança/adolescente de ser visitado pelo pai Direito de visitas dos avós – art. 1589, p. único Os avós são progenitores das crianças/adolescentes Tutela – art. 1728 até 1766 Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. Aos irmãos órfãos, dá-se apenas um tutor Caberá ao tutor – art. 1740: Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor: I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus haveres e condição; II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister correção; III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar doze anos de idade. Curatela – art. 1767 até 1783-A Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; V - os pródigos. O cônjuge ou companheiro não separado, é curador do outro quando interdito Ordem da curatela – art. 1775: 1. cônjuge / companheiro 2. ascendentes 3. descendente que se mostrar mais apto Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa – art. 1775-A A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado – art. 1778 Se a mulher grávida não possuir o poder familiar, e falecendo o pai do seu filho, dá-se curador ao nascituro (art. 1779) e, estando esta interdita, seu curador será o mesmo do nascituro (p. único) A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para quepossa exercer sua capacidade – art. 1783-A Alimentos – art. 1694 até 1710 Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. Caráter de subsistência, visando resguardar a dignidade do alimentando Alimentação Vestuário Transporte Educação Lazer Saúde Cada caso depende das circunstâncias para a fixação do valor dos alimentos, devendo ser proporcionais à necessidade do reclamante e aos recursos da pessoa obrigada – art. 1694, §1º Divórcio: é necessário que os filhos mantenham o mesmo padrão de antes do divórcio Necessidade x possibilidade Não transitam em julgado Se sobrevier mudança na situação financeira de quem supre os alimentos, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo – art. 1699 Características a) personalíssimo: somente o alimentando pode postular - art. 1707 b) intransferível: não há possibilidade de cessar o alimento, é insuscetível - art. 1707 c) incompensável: não admite compensação - art. 1707 d) irrenunciável: é vedado ao credor renunciar o direito aos alimentos. Não se aplica no divórcio/dissolução de união estável entre o ex-casal (uma vez renunciado, não poderá ser pedido novamente) - art. 1707 e) impenhorabilidade: a verba alimentar é impenhorável - art. 1707 f) irrepetibilidade: não há possibilidade de ser compensado, não podem ser devolvidos - art. 1707 g) reciprocidade: são recíprocos entre pais e filhos e extensivo a todos os ascendentes – art. 1696 h) divisibilidade: se o obrigado a pagar os alimentos não possuir condições, e, havendo mais pessoas obrigadas a pagar os alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos – art. 1698 Exceção – art. 12, Lei 10.741/03 – o idoso pode optar entre os prestadores (filhos) Espécies de alimentos: 1º Provisórios – Lei 5.478/68: Serão fixados pelo juiz com base na prova de filiação ou vínculo conjugal 2º Intuito Familiae: alimentos arbitrados, ou acordados de forma global, para todo o grupo familiar, sem pormenorizar e separar as quotas de cada integrante da família destinatária coletiva da pensão alimentar. 3º Gravídicos – Lei 11.804/08: A mulher é o polo ativo da ação, onde os alimentos remetem às despesas da gravidez, sua alimentação e saúde/medicamentos Necessidade de comprovação de vínculo afetivo e possível filiação com o devedor dos alimentos 4º Compensatórios: visam a diminuição de prejuízo econômico entre cônjuges e companheiros por ocasião do rompimento da relação. Possui caráter provisório e transitório, com caráter alimentício para pessoa dependente financeiramente da outra 5º Definitivos: determinados por sentença ou acordo entre as partes, após sua homologação transitar em julgado, onde muitas vezes confirmam os alimentos provisórios (não é regra) 6º Indenizatórios: decorrem de um ato ilícito (acidente) Descontos em folha – art. 529, CPC Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. Obrigação em favor de crianças/adolescentes: necessidade é presumida Obrigação em favor de filhos adultos: o alimentando deve provar a necessidade do recebimento dos alimentos Obrigação em favor do cônjuge/companheiro Obrigação em favor dos netos – alimentos avoenga – art. 1698 Complementar Solidária Subsidiária Direito Sucessório Sucessão Conceito: conjunto de normas que disciplinam a transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte, ao herdeiro, em virtude de lei ou testamento. Sucessão é o que vem após/depois Sucessão inter vivos: entre vivos – doação com reserva de usufruto Sucessão causa mortis: “[...]transmissão dos bens da pessoa falecida aos seus herdeiros, que podem ter essa qualificação por força da lei ou por força de testamento. Também ocorre sucessão no caso de ausência de uma pessoa, desaparecimento sem deixar vestígios, sem dar notícias do seu paradeiro e sem deixar quem a represente. Uma vez declarada judicialmente a ausência, dá- se a sucessão provisória nos seus bens, tornando-se definitiva depois de certo tempo, diante da morte presumida do ausente.” (Dr. Euclides de Oliveira) Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Princípio da Saisine: quando a morte, prevista hipoteticamente no mundo dos fatos, transfere-se para o mundo jurídico e passa a fazer efeito. A morte determina a abertura da sucessão Princípio da Comoriência: “é um fenômeno jurídico que ocorre quando dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumindo-se simultaneamente mortos. Não haverá sucessão entre os comorientes falecidos.” (Dicionário Jurídico) Art. 8º. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Regimento da sucessão – art. 1787 Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela. 1. Sucessão Legítima Herdeiros legítimos – art. 1829 Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; (ou companheiro – jurisprudência) IV - aos colaterais. Herança: expectativa de direito, provém apenas de pessoa morta Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva – pacto corvino – é nulo tal contrato Herdeiros: são os beneficiados por uma herança deixada pelo de cujos Parentes afins não são herdeiros Herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge ou companheiro (positivado na jurisprudência) – art. 1845 Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima. A parte disponível da herança pode ser doado para quem/o que quiser; já a parte dos herdeiros necessários será dividida entre eles 2. Sucessão Testamentária Herdeiros testamentários – tem por base um testamento (ato de última vontade; ato de última disposição) Testamento é revogável O testador deve estar em pleno juízo mental A título universal – 100% da parte disponível A título singular ou legatário – o testador deixa um bem específico Limite de testar – art. 1789 Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. Legítima = parte indisponível – cabe aos herdeiros necessários Não havendo herdeiros necessários, todo seu patrimônio é disponível para que seja feita qualquer coisa/doação Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar. Capacidade para ser herdeiro Pessoa física – art. 1798 Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. Pessoa jurídica – de direito privado ou público Capacidade na sucessão testamentária – art. 1799 Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;II - as pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação. Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. §4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos. Excluídos da sucessão 1. Indignidade – art. 1814 ao 1818 Pena civil que atinge os herdeiros necessários e legatários (pessoa beneficiada no testamento) Limitada à pessoa do indigno, que é considerado como se morto fosse ao tempo da abertura da sucessão A exclusão será decretada por sentença, e extingue-se em 4 anos contados da abertura da sucessão. Nesta hipótese, um membro do MP pode demandar a exclusão do herdeiro ou legatário Os descendentes do herdeiro excluído recebem a herança em seu lugar, sendo seu ascendente considerado como se morto fosse no momento da abertura da sucessão Hipóteses – art. 1814 Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 2. Deserdação – art. 1961 ao 1965 Declarada em testamento Somente com declaração expressa de causa pode ser ordenada no testamento Atinge os herdeiros necessários Hipóteses – 1963 Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. Semelhanças entre deserdação e indignidade 1ª- Penalidade igual: em ambos os casos, o excluído é considerado como se morto fosse – Princípio da Intranscendência 2ª- São penas confirmadas por sentença – art. 1815 e 1965 3ª- Somente haverá ação após a abertura da sucessão 4ª- As hipóteses da indignidade coincidem com a deserdação Diferenças entre deserdação e indignidade 1ª- A indignidade decorre da sucessão legítima, enquanto a deserdação decorre da sucessão testamentária 2ª- A indignidade atinge os herdeiros legítimos, necessários e os legatários; já a deserdação atinge apenas os necessários 3ª- A indignidade revela-se antes ou depois da morte; já a deserdação revela- se apenas após da morte, pois é feita com a abertura do testamento Herança Art. 1784 ao 1828 São os bens deixados pelo de cujos Considera-se um bem imóvel – art. 80, II Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - o direito à sucessão aberta Defere-se em um todo unitário – art. 1791 e art. 91 A herança é um todo indivisível – art. 1791, § único Compossuidores – art. 1199 Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. Até a partilha, os herdeiros estarão em composse A abertura da sucessão é diferente de abertura de inventário Abertura do inventário: 30 dias a contar da abertura da sucessão – art. 1796, CC 60 dias a contar da abertura da sucessão – art. 611, CPC O prazo para a abertura do inventário deve ser de 60 dias, pois o Código de Processo Civil é mais atual que o Código Civil, devendo a lei mais atual ser a aplicada nestes casos Cessão de direitos hereditários – um dos herdeiros pode ceder sua parte da herança em prol de outro herdeiro (incide tributo 2 vezes) – art. 1793 Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. Eficácia – art. 1793, §2º §2º É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. Pode ser a título oneroso ou gratuito Necessidade de outorga uxória – art. 1647 Direito de preferência do co-herdeiro – direito de preempção – 180 dias após a transmissão (prazo decadencial) Quando a cessão for gratuita, não há direito de preempção, a pessoa pode doar para quem quiser Responsabilidade do herdeiro – art. 1792 Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe- lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados. Responde até o limite das forças da herança Aceitação e renúncia da herança – art. 1804 a 1813 A aceitação é a regra Pode ser expressa ou tácita Irrevogável – não cabe arrependimento Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. §1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. §2º Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros. A renúncia deve ser feita por escritura pública ou termo judicial (termo nos autos do processo) Manifestação expressa de negar a herança ou testamento Consequência: o renunciante é considerado como se jamais tivesse existido Outorga uxória para casados (exceto separação opcional de bens), bem como em união estável – art. 1647 Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. Cada pessoa receberá o equivalente ao montante de herdeiros – todos receberão em igualdade Irrevogável – não cabe arrependimento Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. §1º A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. – Nos autos do processo §2º Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros. Regras comuns à aceitação e renúncia a) são irrevogáveis – art. 1812 b) são incondicionais e não se sujeitam a termo futuro – art. 1808 c) são indivisíveis – exceção: quando o herdeiro também é legatário Sucessão Legítima Art. 1829 a 1844 Decorre da lei – Código Civil Art. 1829 – ordem da sucessão legítima I. Aos descendentes, em concorrência com o cônjuge/companheiro(a), dependendo do regime de bens II. Aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge/companheiro(a) III. Ao viúvo(a)/companheiro(a) IV. Aos colaterais Regras da sucessão legítima 1ª. Se o autor da herança não fez testamento, a sucessão será legítima – art. 1857 2ª. A existência de herdeiros de uma classe afasta os herdeiros da classe seguinte 3ª. Dentro de uma mesma classe de herdeiros, os graus mais próximos do autor da herança, afastam os mais remotos Exceção: Direito de representação – art. 1851 a 1856 – o direito de representação só acontece quando a pessoa herdeira morre antes do seu ascendente, ficando seu(s) espólio(s) como herdeiros em seu lugar Art. 1.852. O direito de representaçãodá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente. Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra. Sucessão na linha reta descendente Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos – art. 1833 Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. Sucessão na linha reta ascendente Ocorre quando a pessoa morre sem deixar descendentes, seguindo-se assim a sucessão aos seus ascendentes Os mais próximos excluem os mais remotos, sem distinção de linhas paternas ou maternas – art. 1836, §1º Havendo igualdade entre os ascendentes, cabe metade aos de linha paterna e metade aos de linha materna – art. 1836, §2º Não há direito de representação em linha ascendente – art. 1852 Sucessão do cônjuge ou companheiro – art. 1830 e ss. Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. Se aplica também ao companheiro Não pode estar divorciado Direito real de habitação – art. 1831 c/c arts. 1414, 1415 e 1416 Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Herança (paga imposto) meação (não paga imposto) Regimes de bens 1º. Em concorrência com os descendentes do de cujos Concorre: No regime da comunhão parcial de bens, quando o de cujos deixar bens particulares – recebe quinhão igual ao dos herdeiros, não podendo sua quota ser inferior a ¼ da herança se for ascendente de todos os herdeiros Não concorre: No regime da comunhão universal, pois metade dos bens já é do sobrevivente por meação Na separação obrigatória de bens Na comunhão parcial, se o autor da herança deixou apenas bens comuns 2º. Em concorrência com o ascendentes do de cujos Não há descendentes do de cujos O cônjuge/companheiro receberá herança em todos os regimes de bens neste caso Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. Neste caso, o cônjuge/companheiro é herdeiro e meeiro dos bens comuns deixados pelo de cujos, recebendo meação e herança ao mesmo tempo 3º. Cônjuge/companheiro sobrevivente – art. 1838 Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente. Sucessão dos colaterais São chamados na ausência de herdeiros necessários Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. Os mais próximos afastam os mais remotos, salvo o direito de representação dos filhos de irmãos – art. 1840 Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais. Sucessão Testamentária Art. 1857 e ss. CC Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. §1º A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. §2º São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado. Testamento: Negócio jurídico unilateral, personalíssimo e causa mortis (só gera efeitos após a morte) Manifestação de última vontade Ato de última disposição É revogável (direito de arrependimento) – art. 1858 É solene Gratuito (a disposição) – não abrange os emolumentos (o cartório cobra para fazer o ato) Capacidade de testar – art. 1860 e 1861 Art. 1860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. Art. 1861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade. Testamento Art. 1862. São testamentos ordinários: I - o público; II - o cerrado; III - o particular. a) Testamento Público – art. 1864 a 1867 É feito pelo tabelião É registrado no livro Deve ser lido em voz alta ao testador e 2 testemunhas (não podem ser parentes/empregados ou ter qualquer vínculo com o testador ou a(s) pessoa(s) beneficiada(s)), a um só tempo Ser o documento assinado por todos, exceto o beneficiado Pode ser escrito manualmente ou mecanicamente, ou ser feito pela inserção de declaração de vontade das partes, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador b) Testamento Cerrado – art. 1868 a 1875 Secreto ou místico ou fechado – ninguém poderá ler o que a pessoa escreveu em seu testamento até a data de sua morte Escrito pelo testador ou outra pessoa Deve ser entregue pelo testador ao tabelião na presença de 2 testemunhas O testador deve declarar que aquele é o testamento a ser aprovado Forma ordinária Forma especial Público Cerrado Particular Militar Aeronáutico Marítimo O tabelião deve lavrar o auto de aprovação na presença de 2 testemunhas e lê-lo aos presentes O auto de aprovação deve ser assinado pelo tabelião, pelas testemunhas e o testador Pode ser escrito mecanicamente, desde que numeradas e autenticadas todas as páginas Pode ser escrito em língua nacional ou estrangeira, pelo próprio testador ou outrem O tabelião pode escrever o testamento a rogo do testador e, posteriormente, aprova-lo Não pode ser feito por quem não saiba ou não possa ler c) Testamento Particular – art. 1876 a 1880 Pode ser escrito de próprio cunho, se lido e assinado por quem o escreveu na presença de 3 testemunhas, que o subscrevem ou por processo mecânico, não podendo contar espaços em branco ou rasuras, se lido e assinado pelo testador na presença de 3 testemunhas, que o subscrevem Após a morte do testador, o testamento será publicado em juízo com a citação dos herdeiros legítimos Se as testemunhas reconhecerem os requisitos do testamento, este será confirmado Pode ser escrito em língua estrangeira, desde que as testemunhas o compreendam Em circunstâncias especiais, o testamento escrito de próprio punho e assinado pelo testador sem testemunhas, pode ser confirmado a critério do juiz Codicilos – art. 1881 a 1885 “Escrito feito por pessoa que poderia fazer testamento, de próprio punho, destinando pequenos valores (comparado com seu patrimônio)...” – Direitocom Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou joias, de pouco valor, de seu uso pessoal. Art. 1886. São testamentos especiais: I – o marítimo; II – o aeronáutico; III – o militar. d) Testamento Marítimo e Aeronáutico – art. 1888 a 1892 Quem estiver viajando a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante pode testar perante o comandante e 2 testemunhas, em testamento correspondente ao público ou cerrado – o registro será feitono diário de bordo Quem estiver viajando a bordo de aeronave militar ou comercial pode testar perante pessoa designada pelo comandante O testamento ficará sob a guarda do comandante que o entregará a autoridade administrativa no primeiro porto ou aeroporto nacional Caducará o testamento se o testador não morrer em viagem ou nos 90 dias subsequentes ao seu desembarque em terra e) Testamento Militar – art. 1893 a 1896 Art. 1.893. O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações interrompidas, poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por ele uma delas. Disposições testamentárias – art. 1897 e ss. Nomeação de beneficiário – art. 1857 Sob condição a) resolutiva – ex.: deixa uma casa para o filho, desde que não se exonere de seu concurso b) suspensiva – ex.: deixa uma casa para o filho se este for aprovado em x concurso Para certo fim ou modo – ex.: deixa uma casa para o filho, desde que este cuide de seus animais Por certo motivo Só pode estabelecer tempo se este for razoável – art. 1898 A vontade do testador deve sempre ser observada, em caso de cláusula testamentária passível de interpretações diversas – art. 1899 Disposições nulas – art. 1900 Art. 1.900. É nula a disposição: I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que este disponha, também por testamento, em benefício do testador, ou de terceiro; II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar; III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua identidade a terceiro; IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado; V - que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802. Disposições válidas – art. 1901 Art. 1.901. Valerá a disposição: I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado; II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar o valor do legado. São anuláveis as disposições testamentarias que contenham vícios do consentimento, extinguindo-se em 4 anos o direito de anular a disposição, contados da data do conhecimento do vício – art. 1909 Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. Legados – art. 1912 e ss. É ineficaz o legado de coisa que não pertença ao testador ao momento da abertura da sucessão – o legado caducará – art. 1912 c/c 1939, II Caducidade dos legados – art. 1939 e 1940 Art. 1.939. Caducará o legado: I - se, depois do testamento, o testador modificar a coisa legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a denominação que possuía; II - se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso, caducará até onde ela deixou de pertencer ao testador; III - se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido do seu cumprimento; IV - se o legatário for excluído da sucessão, nos termos do art. 1.815; V - se o legatário falecer antes do testador. Art. 1.940. Se o legado for de duas ou mais coisas alternativamente, e algumas delas perecerem, subsistirá quanto às restantes; perecendo parte de uma, valerá, quanto ao seu remanescente, o legado. Direito de acrescer – art. 1941 a 1946 Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-herdeiros, salvo o direito do substituto. Art. 1.944. Quando não se efetua o direito de acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a quota vaga do nomeado. Redução da disposição testamentária – art. 1966 a 1968 Art. 1.966. O remanescente pertencerá aos herdeiros legítimos, quando o testador só em parte dispuser da quota hereditária disponível. Acontece geralmente quando a pessoa nomeia os bens que estão sendo dispostos, ultrapassando estes a parte disponível para disposição testamentária Revogação do testamento – art. 1969 a 1972 Pode ser revogado pelo mesmo modo e forma que foi feito Pode ser total ou parcial Produz efeitos mesmo quando o testamento caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado Rompimento do testamento – art. 1973 a 1975 Rompe-se o testamento quando houver descendente sucessível desconhecido, e também se feito na ignorância de existirem outros herdeiros necessários Não se rompe quando o testador dispuser de sua metade não contemplando os herdeiros necessários que tenha conhecimento ou quando os exclua dessa parte Testamenteiro – art. 1976 a 1990 O testador pode nomear um ou mais testamenteiros, conjuntos ou separados para cumprirem seu ato de última vontade O testador pode conceder ao testamenteiro a posse e a administração da herança ou parte dela se não possuir cônjuge/companheiro Quando o testamenteiro estiver em posse de administração ou posse dos bens, deve requerer o inventário para cumprir o testamento O testamento deve ser registrado na vara da direção do foro – certidão de registro de testamento O testamenteiro deve defender a validade do testamento – deve fazer cumprir o ato de última vontade do testador em até 6 meses O encargo da testamentaria não se transmite aos herdeiros do testamentário Salvo disposição testamentária em contrário, o testamenteiro que não herdeiro ou legatário receberá um prêmio de 1% a 5% da parte disponível da herança líquida Inventário e Partilha Inventário – art. 1991 Art. 1.991. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante. Inventariante – múnus público – é removido ou destituído (substituído) Sonegados – art. 1992 a 1996 Sonegar: a) ocultar bens da herança b) não colaciona bens que deve colacionar c) omite créditos do falecido d) encobre dívidas do herdeiro para com espólio e) deixa de cobrar dívidas do espólio A pena de sonegados só pode ser requerida pelos herdeiros ou credores da herança Pagamento das dívidas – art. 1997 a 2001 A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido, mas, feita a partilha, os herdeiros respondem apenas na proporção de seus quinhões As despesas funerárias sairão do monte da herança, tendo o falecido herdeiros ou não O juiz manda separar os bens para pagar os credores Colação – art. 2002 a 2012 Existe quando um descendente recebe em vida patrimônio que deveria receber apenas quando da morte do ascendente Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. Para os cálculos, o valor dos bens será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível Em regra, toda e qualquer doação de ascendente para descendente considera-se adiantamento da legítima – se a doação for para um neto, não se trata de colação, apenas de ato de disposição da pessoa dona do bem Há direito de representação quando os descendentes morrerem antes do ascendente, vindo seus espólios a sucederem em seu lugar – não se considera mero ato de disposição de vontade quandoo ascendente doar algo para o neto, neste caso Tem por fim igualar as legítimas dos descendentes e do cônjuge/companheiro sobrevivente Se, quando computados os valores das doações adiantadas, não houver bens suficientes para igualar as legítimas, estes serão devolvidos em espécie Só o valor dos bens doados entrará na colação, não os das benfeitorias acrescidas (úteis ou voluptuárias) São dispensadas da colação as doações que o ascendente determinar que saiam da parte disponível – pode ser outorgada pelo doador em testamento ou no próprio título de liberdade Aquele que renunciou ou foi excluído da herança deve conferir as doações recebidas, a fim de repor o que excede o disponível Art. 2.007. São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dispor, no momento da liberalidade. Impostos Unidade padrão fiscal do Rio Grande do Sul (UPF/RS) – R$ 19,53 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD) – varia de 0% a 6% sobre o quinhão hereditário de cada herdeiro Partilha – art. 2013 e ss. Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual faculdade aos seus cessionários e credores. Se todos os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha de forma amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário ou escrito particular homologado pelo juiz Na partilha, se observará quanto a seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdade possível Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários. Inventário e Partilha – aspectos processuais – art. 610 a 673, CPC Partilha Via judicial – é necessário quando Via extrajudicial - Herdeiro/meeiro for incapaz - Herdeiro/meeiro estiver desaparecido - Houver testamento - Houver litígio/briga - Todos forem maiores e capazes - Não há testamento - Consensual
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