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As correntes fundamentais do pensamento Antropológico - o Difusionismo e o Culturalismo

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DAMATTA, Roberto. Segunda parte: Antropologia e História. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro, Rocco, 2000, pp. 86-106. 
ROCHA, Everardo; FRID, Marina (orgs.). Edward Tylor. Franz Boas. Os antropólogos. Petrópolis, RJ, Vozes; Rio de Janeiro, Editora PUC Rio, 2015, pp. 15-27, 42-60. 
Aula 4: As correntes fundamentais do pensamento Antropológico - o Difusionismo e o Culturalismo 
ROCHA, Everardo; FRID, Marina (orgs.). Edward Tylor. Franz Boas. Os antropólogos. Petrópolis, RJ, Vozes; Rio de Janeiro, Editora PUC Rio, 2015, pp. 15-27, 42-60. 
Edward Tylor
(1832-1917)
O primeiro a definir o conceito de “cultura” em uma perspectiva antropológica em língua inglesa.
Na passagem do século XIX para o XX, muitas vezes a Antropologia era referida como a ciência de Tylor (Tylor’s science).
Clássico evolucionista.
Nasceu em 2 de outubro de 1832, em Londres, Inglaterra.
Diagnosticado com tuberculose, seguindo recomendações médicas, se lançou em viagens em busca de climas mais quentes.
1855: vai para os Estados Unidos e países da América Central. Viajou durante quatro meses a cavalo pelo México e conheceu Cuba.
1861: publica, como resultado desta experiência, seu primeiro livro: Anahuac: or, Mexico and the Mexicans, Ancient and Modern.
A produção intelectual de Tylor é conformadora do pensamento antropológico inglês.
1865: publica seu segundo livro, Researches into the early history of mankind and the development of civilization, onde confirma a tese da unicidade psíquica da humanidade e o caráter progressivo e não degenerativo da história humana.
1871: publica seu livro mais importante, Primitive culture: researches into the development of mythology, philosophy, religion, language, art and custom.
Por meio de uma vasta comparação com dados etnográficos coletados em todo o mundo, o autor demonstrou que um progressivo desenvolvimento da mente humana é regido por leis.
1881: publicou o muito difundido manual, Anthropology: an introduction to the study of man and civilization.
1888: publicou On a method of investigation the development of institutions: applied to laws of marriage and descent, onde comparou por meio de métodos estatísticos dados relativos a casamentos e parentescos em 350 sociedades, concluindo que há um movimento que leva à prevalência das instituições masculinas ao longo do desenvolvimento da civilização.
Embora nunca tenha cursado a universidade, em 1896, foi considerado professor, o grau mais elevado da carreira universitária britânica, em Oxford.
1912: sagrado cavaleiro (Sir).
1917: faleceu aos 84 anos.
Duas disputas: plurigenistas x monogenistas e progressistas/evolucionistas x degeneracionistas.
Tylor defendia tese da origem única da espécie humana. As diferenças se explicariam, pois cada sociedade ocupa um estágio diferente no processo evolutivo. A diferença na humanidade não seria de origem, mas de desenvolvimento, e não seria de essência, mas de grau de evolução.
“Parece tanto possível quanto desejável eliminar considerações de variedade hereditária, ou raças humanas, e tratar a humanidade como homogênea em natureza, embora situada em diferentes graus de civilização.” (Tylor, [1871], 2005:76)
Tylor, como evolucionista, entendia que a humanidade caminhava em um sentido ascendente de desenvolvimento, evolução, progressão e aprendizagem.
Por meio do método comparativo em uma escala mundial, o autor procurou alinhar os dados etnográficos em uma escala mundial para demonstrar como os elementos da cultura foram se desenvolvendo da selvageria até chegarem ao estágio da civilização.
As principais influências conformadoras do pensamento de Tylor foram: o evolucionismo darwinista, o iluminismo francês, o romantismo alemão e a filologia comparada.
“Cultura ou civilização, tomada em seu mais amplo sentido etnográfico, é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade.” (Tylor [1871], 2005, 69).
O conceito de “sobrevivência” é central em sua obra: é comum que alguns traços da cultura permaneçam mesmo quando a sociedade está em outro nível de evolução.
Ex.: contos infantis, bater na madeira para espantar o azar, dizer “saúde” todas as vezes que uma pessoa espirra, etc.
Tylor possui um importante papel nos estudos antropológicos da religião, sendo o conceito de “animismo” sua maior contribuição.
O animismo seria a base fundamental a partir da qual se originaram todas as demais formas de crença em anjos, demônios, deuses, até uma divindade superior uma. Assim, esta seria a base para o desenvolvimento de todas as religiões modernas.
Apesar de todos os excessos do pensamento evolucionista, a ideia do papel-chave da história para explicar a cultura continua sendo a maior contribuição do pensamento de Tylor.
Franz Boas 
(1858-1942)
Nasceu em 9 de julho de 1858 em Minden, na Vestfália, numa família judaica de alta posição social.
Sua formação universitária se deu nas Universidade de Heidelberg, Bonn e Kiel, na área da física, na qual obteve o doutoramento.
Em 1894, já nos Estados Unidos, publica um importante trabalho, em que fez a descrição antropométrica de um grupo de imigrantes judeus moradores de Nova York, focalizando especialmente seus índices cefálicos. Sua conclusão é de que a “raça” se caracteriza pela instabilidade dos tipos humanos e não pela estabilidade,
1911: publica A mente do homem primitivo, onde produziu, pela primeira vez a separação da noção de raça da noção de cultura.
“A cultura pode ser definida como a totalidade das reações e atividades mentais e físicas que caracterizam a conduta de indivíduos que compõem um grupo social, coletiva e individualmente, em relação ao ambiente natural, a outros grupos, aos membros do próprio grupo e a cada indivíduo consigo próprio. Ela também inclui os produtos dessas atividades e seu papel na vida dos grupos” (Boas, A mente do homem primitivo)
1896: publicou o artigo As limitações do método comparativo em Antropologia, que marca o nascimento da Antropologia Cultural.
Boas torna-se ativista antirracista, apresentando palestras, publicando palestras e movimentos antirracistas, tornando-se presidente do American Committee for Democracy and Intellectual Freedom.
“Consequentemente, devemos considerar que todas as tentativas engenhosas de construção de um grande sistema de evolução da sociedade são de valor muito dúbio, a não ser que possamos provar imediatamente que os mesmos fenômenos devem ter tido a mesma origem” (Boas, As limitações do método comparativo em Antropologia)
Os processos mentais do homem são os mesmos em toda parte, a despeito de raça e cultura, e a despeito do aparente absurdo de crenças e costumes.
Não existe tal coisa como uma “mente primitiva”, ou um modo de pensar “mágico” e “pré-lógico”, mas que cada indivíduo de uma sociedade “primitiva” é um homem, uma mulher, uma criança da mesma espécie, do mesmo modo de pensar, sentir e agir que um homem, uma mulher, uma criança em nossa própria sociedade.
“O termo “raça”, aplicado a tipos humanos, é vago. Pode ter um significado biológico somente quando a raça representa um grupo uniforme e endógamo no qual todas as linhas familiares são semelhantes, como nas linhagens puras de animais domésticos. Estas condições nunca se verificam nos tipos humanos e são impossíveis em grandes populações. [...] Para que os defensores das teorias raciais possam provar que um certo tipo de comportamento é hereditário e explicassem assim que este pertence a um tipo racial, teriam que demonstrar que o tipo de comportamento em questão é característico de todas as linhas genéticas que compõem a raça. Estas provas nunca foram oferecidas e os fatos conhecidos contradizem a possibilidade de um comportamento uniforme de todos os indivíduos e das linhas genéticas de uma raça.” (Boas, O problema da raça na sociedade moderna, 1911)
Em Boas,se separa a noção de raça da noção de cultura.
Raça passou a ser uma noção de amplitude explicativa bem mais reduzida, uma vez que seu ponto de partida é que os estoques humanos já estão modificados pela mestiçagem há milhares de anos. Boas, em vez de referir-se à raça, passou a falar em tipos físicos e tipos humanos, em que enfatizou sua plasticidade e instabilidade.
A cultura é o principal condicionante dos atos humanos.
Pesquisas contemporâneas na área da genética humana mostram que entre os brancos há certa quantidade resquicial de genes específicos de negros e dos amarelos, o mesmo fenômeno se dando com esses outros tipos. Tais relíquias variam em quantidade, mas sempre se fazem presentes, de algum modo: suecos contendo genes de negros e de mongólicos, tibetanos contendo os do negro e do branco, sudaneses os dos demais tipos humanos.
Dá-se, com Boas, um passo importante para descartar uma noção errônea, já que raça não é uma realidade biológica, mas ao mesmo tempo pode surgir como um marcador cultural, já que o racismo, ainda, é uma grotesca realidade política no mundo contemporâneo.

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