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Karina Rosa- Prova 3- Carnes PRODUTOS CÁRNEOS SALGADOS Processo de adição de sal (NaCl) à carne com objetivo de conservá-la Ex: Charque, Jerked Beef, Carne de Sol Adição de Sal o Secativo e desidratante: diminui Aw o Desidrata as células bacterianas, tornando-se bacteriostático. Sensibiliza os microrganismos interferindo com as enzimas vitais da síntese microbiana. o Por dissociação, ao ionizar-se libera o cloro que tem feito bactericida. o Bactérias halofílicas são um problema, crescem na presença de sal. Classificação dos produtos salgados e dessecados o Produto com baixo teor de sal, sem qualquer preparo culinário antes do consumo o Produtos cárneos salgados e dessecados, que não necessitam de dessalga, preservados por curto período de tempo, à T ambiente, mas precisam ser cozidos o Salgados e dessecados intensamente que precisam ser dessalgados e cozidos. Seleção de matérias primas Carnes salgadas são altamente susceptíveis a defeitos de qualidade de matérias primas e ingredientes de baixa qualidade Matérias primas inspecionadas Ausência de contaminação Seleção de corte Alto teor de ácidos graxos insaturados é indesejável, pois a rancificação oxidativa é intensa. Requisitos de Layout para processamento de carnes salgadas Área de Recepção de matérias e desossa Área de salga úmida e seca Área de lavagem Área coberta para secagem Área livre de secagem- varais Área de embalagem e expedição Carne-de-sol Não ha regulamento oficial para sua comercialização Pode ser parcialmente desidratada (umidade acima de 55%) – vida de prateleira muito curta Preferência pela carne de animais com alto teor de gordura Controle de qualidade Baixo teor de sal utilizado oferece condições favoráveis para o desenvolvimento de bactérias Gram positivas, como as pertencentes ao gênero Staphylococcus. Charque É um produto cárneo salgado e seco ao sol, não requer a cadeia do frio Carne bovina salgada e dessecada Umidade máxima 45% Processamento: Retenção das mantas Pilha de espera- retenção curta (máximo 3 meses) Pilha de inverno – retenção maior que 3 meses Esse período de ‘maturação’ Confere ao Charque características sensoriais especiais- Ocorro ligeira fermentação A água de lavagem deve ser refrigerada tratada com ácido lático para abaixar o pH e prevenir o aumento da carga microbiana Obs: um pouco de gordura é interessante para proteger a carne nesse processo onde é adicionado muito sal, pois não irá permitir que a carne resseque demais. DEFEITOS CAUSAS Abombado (bolhas) Desenvolvimento de microrganismos produtores de gases sob a superfície da peça Saltão Desenvolvimento da larva de mosca varejeira na carne Vermelhão Desenvolvimento, sob na aerobiose, de microrganismos halofílicos ou halotolerantes. Cavacos Manteação e cortes mal realizados das peças, depreciando o aspecto do produto. Jerked beef Obtido de carne bovina, adicionado de cloreto de sódio e sais de cura (nitrito e nitrato), submetido a um processo de maturação e dessecação. É uma variação do charque. Tentativa de reduzir tempo de processamento Uso de nitrito e nitrato Cor avermelhada Conservante Exigência legal de salga climatizada. Embalagem do produto final à vácuo. PRODUTOS CÁRNEOS DEFUMADOS DEFUMAÇÃO Processo de aplicação da fumaça aos produtos alimentícios, produzido, pela combustão incompleta de algumas madeiras previamente selecionadas. DEFUMADOS Produtos que após processo de salga são submetidos a defumação para conferir-lhes aroma e sabor característico, além de maior vida útil, pela desidratação parcial: aumento de valor agregado. PORQUE DEFUMAR A CARNE : o Flavor Compostos fenólicos o Cor o Preservação Antimicrobiano antioxidante o Coagulação da superfície proteica Calor e fumaça provoca perda de água, a superfície fica ressecada e a coloração estabilizada (barreira física e química contra penetração e atividade microbiana) Defumação associada ao uso de sais(cloreto de sódio, nitrito de sódio) VANTAGENS: o Durante o processo, a superfície do produto fica impregnada dos componentes da fumaça, que lhe darão certa proteção contra o microrganismo.. o Agrega valor o O sal presente e a desidratação resultante da defumação, ajudam a conservação do alimento o Valoriza cortes nobres (lombo canadense, lombos com ervas, etc) DESVANTAGENS: o Presença de compostos carcinogênicos que podem se depositar na superfície da carne o Distancia entre a fonte de calor e produto é pequena (menor que 40cm) o Combustão incompleta da madeira o Perda de rendimento do produto (5-10%) dependendo do corte e tempo de defumação Celulose 40 a 45% do peso seco Hemicelulose 20 a 35% do peso seco Lignina: Responsável pela rigidez e impermeabilidade da água das células dos vegetais (polímero de base fenólica) Outros compostos (resinas, gorduras, sais) Observação :Precisa-se de madeira com maior teor de lignina -Utilizar madeira dura (cedro) -Evitar madeira mole ( pinho) Estocagem da madeira- locais protegidos de chuva. TEMPERATURA OC ATÉ 170 Perda de água secagem 200-260 Decomposição da celulose 260-310 Decomposição hemicelulose 310-500 Decomposição da lignina Acima de 500 Reações secundárias, incluindo oxidação, polimerização, condensação Fatores que afetam na composição da fumaça: o Tipo de madeira o T de combustão e aporte de oxigênio o Estocagem Tipo e propriedade da fumaça o Poder secativo o Barreira contra penetração microbiana o Enrijece o tecido conjuntivo o Conservadora o Antioxidante (fenóis) Principais produtos da fumaça o Ac. Perolenhoso – Abaixa o pH e com o metanol produz ésteres o Ac. Carbônico – não atua o Anidro carbônico- não atua o Aldeído,cetonas- antisséptico o Esteres- aromatizante o Fenóis – antisséptico e aromatizante, desenvolvem a cor caramelo característico o 3,4 benzopirina – carcinogênico FUMAÇA Deposição da fumaça depende: o Densidade da fumaça o Velocidade do ar na estufa o Umidade relativa e umidade superficial do produto -Substancias ácidas: aceleram de cura e desnaturam as proteínas -Substancias fenólicas: atuam como antioxidantes e contribuem muito com aroma e sabor de defumado -Grupos carbonílicos: intensificam o aroma de defumado, importantes no escurecimento da superfície -HPA’s Hidrocarbonetos poli- aromáticos : alguns são cancerígenos Métodos de produção de fumaça o Defumador convencional De queima indireta ? Fora do defumador, fumaça passa por tubos para ir para câmara de secagem ? Gerador de fumaça por fricção Gerador de fumaça por via úmida ou vapor Gerador de fumaça por fluidização Processo de defumação: Condições de defumação de pernil Secagem (4h a 49oC) chaminé aberta Fumaça (9h a 60oC) chaminé fechada Cozimento (85oC) chaminé aberta até que o pernil atinja 70oC internamente Deposição da fumaça Circulação natural Circulação forçada: controle de T e umidade é possível Partes que compõem um defumador: Câmara de defumação: deposito de produto Chaminé Termômetro Tipos de defumação: Defumação à frio o Temperaturas baixas (20- 35oC) o Efeito conservante devido a ação de própria fumaça e não do calor o Nesse processo utiliza-se serragem e em períodos que variam de 1 a 16 dias, em função da geometria do produto. Defumação a quente o O calor é gerado por qualquer tipi de fonte e a fumaça pode ser produzida a partir de serragem ou de aparas grossas de madeira. T de 60 a 80 oC Fumaça líquida o Destila-se a fumaça- condensa a fase gasosa – dilui em água- fumaça líquida o Não agride o meio ambienteo Tipos : Fumaça liquida em base aquosa Fumaça liquida em base oleosa Fumaça liquida com acidez corrigida, pH maior que 4,0 Fumaça em pó Vantagens: Possibilidade de eliminação de compostos cancerígenos Requer menos espaço físico Melhor controle das condições higiênicas, tempo e temperatura. TECNOLOGIA DE PESCADO FALTA MATÉRIA INTRODUTORIA Fatores que afetam a qualidade da carne de pescado o Microbiológico: o pescado já apresenta contaminação microbiana na superfície corporal, órgãos digestivos, guelras, enquanto vivo. o Histológico: fibra musculas mais facilmente atacada por bactérias o Bioquímico: o período de Rigor Mortis é muito curto (1-2h) fazendo com que a autólise se processe rapidamente o Diminui glicogênio, diminui produção de ácido lático, pequeno decréscimo do valor de pH do músculo induzem deterioração. Altamente susceptível à deterioração: pH próximo à neutralidade alto teor de nutrientes elevada atividade de água nos tecidos acentuado teor de fosfolipídios Conversão do músculo em carne Quando o peixe morre ocorrem mudanças físicas e químicas em 4 fases: o Hipermia -Liberação de muco - Glicoproteínas (mucina) liberadas de glândulas mucosas da pele do peixe em resposta a um ambiente adverso. → excelente substrato para crescimento de microrganismos - A lavagem do peixe elimina o muco → Favorece conservação o Rigor Mortis -‘ contração muscular’, intensa e irreversível que ocorre com a exaustão das reservas de energia do músculo. - Ligações permanentes de actina e miosina - o Rigor instala-se pelo decréscimo de ATP muscular - inicia na cabeça e avança para a cauda pois a mesma tem mais reserva de glicogênio - Possui três fases Pré-rigor: - captura (asfixia) → cessa o aporte de O2 -morte animal - cessa a circulação - glicogênio convertendo em ácido lático → tempo de pré-rigor depende de vários fatores Rigor Pleno: - pH muscular ligeiramente ácido - estrutura muscular fechada (contraída) - tempo para instalação do Rigor depende do teor de glicogênio e da T coporal. . → 5 a 10oC até atingir o rigor pleno. Índice de Rigor [(DO-DT) / DO] x100 Onde: DO e DT representa a distancia da base da nadadeira caudal à linha horizontal da mesa, no inicio e no tempo T, respectivamente. Antes de iniciar o Rigor Mortis: DT = DO, então o índice é 0% Quando o Rigor máximo é atingido DT=0, então o índice é 100% Pós Rigor: (autólise- flacidez) -Degradação enzimática -Catepsinas (mais efetiva) → protease ácida → presente nos lisossomos- liberada com a queda do pH post mortem -Calpaínas →Proteases neutras -Degradaçao de proteínas → favorece ação microbiana → início da elevação do pH Deterioração microbiana o Ação intensa de lipases e proteases -liberação de substancias nitrogenadas voláteis -início da elevação do pH → crítico 6,8 Modificações químicas durante deterioração o Decomposição OTMA em TMA o Decomposição da ureia em amônia o Decomposição de histidina em histamina o Decomposição de aminoácidos Obtenção higiênica do pescado o Usar método de captura- abate em que os peixes se fadigam e tenham morte rápida o Proceder à lavagem imediata do pescado para eliminação do muco o Proceder à evisceração rápida → ação de catepsinas → destruição da mucosa intestinal. Tecnologias tradicionais RIISPOA (art.439) Pescado fresco: não sofre processo de conservação além do gelo Pescado Resfriado: acondicionado com gelo e mantido sob T -0,5 e –2,0oC Pescado congelado>: congela em ultrafreezeres a -25oC Resfriamento Imediatamente após captura 12-14 dias úteis- dependendo da espécie. Alguns c maior concentração de lipídios podem ser menor a T de armazenamento Resfriamento com líquido refrigerante – peixes imersos em salmoura gelada. Em tanques é mais eficiente que por aspersão Congelamento Mantem valor nutritivo. Proporciona produto de excelente qualidade Ate 1 ano de vida útil devido a maior redução de velocidade de reações enzimáticas Congelamento por líquido refrigerante- 1 ano dependendo da espécie. Mais eficiente e melhor em filés Enlatamento Comercial Esterilização comercial o Estocagem por tempo prolongado (1 – 2 anos) o Inativação de bactérias patogênicas e enzimas o Produtos apropriados para enlatamento: sardinhas, cavalinhas, salmões, mexilhões, camarões etc.. 1. Acondicionamento em latas Colocá-las dentro da lata- manualmente e mecanicamente Necessário padronizar tamanho-e além disso pode interferir no processo estéril Tratamento prévio Descongelamento, classificação, evisceração, salmoiragem. 2. Adição do líquido de cobertura Óleo vegetal, molho tomate, ervas finas, água Já quente 65- 70oC – vai auxiliar formação vácuo, já começa pré cozinhar e elevar T para esterilização 3. Exaustão e Recravação 4. Processo térmico: Esterilizaçao 5. Resfriamento: para não haver super cozimento. Feito em água corrente 6. Embalagem e Estocagem Salga Desidratação osmótica Fatores que interferem na salga o Teor de gordura do peixe o Ideal para salga- peixes magros ou semi-gordos o Se aumenta a T, diminui o tempo de salga Métodos de salga: o Seca: o Mista o Úmida Defumação Ideal para peixes gordos (7 a 15% gordura) Compostos fenólicos vao evitar a oxidação Fumaça mascara off flavors o Á quente: T maior que 40oC – Vida útil 10 dias sob refrigeração o À frio: T menor que 40oC – Ação apenas dos compostos depositados. Duração de 1 a 4 dias. Vida útil até 21 dias sob refrigeração o Fumaça líquida: Mais versátil. Não tem compostos indesejáveis o Defumação com salmouragem, pois ela vai ajudar na lixiviação de sangue Fermentação Conservação Em tanque- camadas de sal, peixe, sal ... – Não retira exsudado e vira salga úmida- Fecha o tanque e começa a fermentação em anaerobiose TECNOLOGIA DE OVOS OVO: um dos alimentos mais completos que existe, sendo composto de proteínas, lipídios, sais minerais, carboidratos e vitaminas Observação: a casca tem duas membranas, entre elas uma célula de ar. Chalaza - segura a gema no centro do ovo, quanto mais novo o ovo, mais no centro Casca do ovo: Composição: carbonato de cálcio 94%, carbonato de magnésio 1%, fosfato de cálcio 1%, matéria orgânica - cutícula glicoproteica: protege exterior da casca - porosidade → trocas gasosas, dióxido de carbono e umidade, penetração microrganismos. Câmara de ar: Postura: Não possui câmara de ar Após um tempo: Conteúdo se retrai e o ar entra através da casca porosa. Câmara de ar aumenta à medida que a umidade é perdida através da porosidade da casca. Clara: Representa cerca de 60% do ovo Água proteínas e vitaminas Constituída por 3 camadas distintas e chalazas -Chalaza: é uma estrutura, fibrosa, que se estende através da clara até a extremidade do ovo. Mantem a gema em sua posição Ovoinibidor- protege o ovo de microrganismos que conseguem chegar à clara. Gema: 50% água e 50% sólidos Obs: Quando se estoca o ovo por muito tempo a membrana que protege a gema perde força e permite passagem de água proveniente da clara, diminuindo quantidade de sólidos deixando a gema menos estruturada, mais mole Vitaminas lipossolúveis: A, D E e K Cor alaranjada devido presença de carotenoides (antioxidante) Qualidade do ovo - após a postura tendem a perder qualidade rapidamente CLARA: - o conteúdo de água decresce desde as camadas externas para internas - aumento do pH da clara (7,60- 9,70) -Perda de dióxido de carbono pelos poros da casca - aumento de pH- perda da consistência (ruptura da estrutura de gel) Obs: quanto mais velho ovo, maior o pH, mais básico, estrutura do ovo mais fluida Gema aumenta de volume e a membrana enfraquece. Práticas para manutenção da qualidade do ovo o Refrigeração T de 10- 13oC o Umidade do ambiente de estocagem Umidade elevada- crescimento de fungo na cama glicoproteica, destrói a camada. Contaminação por Salmonella o Infecção alimentar o Habitat natural- Trato intestinal do homem e de animais: mamíferos, aves e répteis. Processamento de ovos para consumo Legislação o Coloração da casca Branco e de cor o Qualidade- 3 classes ( A, B e C) Classe A: mais perfeito, sem deformação Ovoscopia- identificação do ovo sem necessitar quebra - Verifica: defeito de casca - Rachadura -Mancha de sangue -Câmara de ar -Posição da gema Industrialização de ovos o Recepção, lavagem e seleção o Quebra e preparação do ovo o Filtragem (separa chalaza, membrana e casca) o Resfriamento e armazenamento o Pasteurização o Acondicionamento Pasteurização x Propriedades funcionais o Capacidade de emulsificação da gema Capacidade de formação de espuma da clara
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