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Sopros - Semiologia Cardíaca

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
 
 
 
 
 
- São produzidos por vibrações decorrentes de 
alterações do fluxo sanguíneo 
- Em condições normais, o sangue flui sob a forma 
de corrente laminar, com velocidade pouco mais 
rápida na porção central. O fato fundamental é que 
flua sem formar turbilhões, pois, quando isso 
acontece, o fluxo deixa de ser laminar, e surgem 
vibrações que dão origem aos ruídos denominados 
sopros 
 
- Eles aparecem na dependência de alterações do 
próprio sangue, da parede do vaso ou das 
câmaras cardíacas, principalmente dos aparelhos 
valvares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MECANISMOS FORMADORES DE 
SOPROS: 
AUMENTO DA VELOCIDADE DA 
CORRENTE SANGUÍNEA 
- Isso pode levar à formação de turbulência capaz 
de dar origem a sopros 
- É o mecanismo dos sopros que surgem após 
exercício físico, na anemia, no hipertireoidismo e 
na síndrome febril 
DIMINUIÇÃO DA VISCOSIDADE 
SANGUÍNEA 
- A viscosidade do sangue exerce efeito 
amortecedor sobre a turbulência do sangue 
- Os sopros que se auscultam nos portadores de 
anemia (sopros anêmicos) decorrem da diminuição 
da viscosidade sanguínea que acompanha esta 
afecção 
PASSAGEM DO SANGUE ATRAVÉS DE 
UMA ZONA ESTREITADA 
- O fluxo sanguíneo sofre modificações, deixando 
de ser laminar para se fazer turbilhões 
- O turbilhonamento produz vibrações que 
correspondem aos sopros 
 
- A passagem de um grande volume de sangue 
através de um orifício normal também pode 
ocasionar sopro. Nessa circunstância, a abertura 
normal é relativamente estenótica para o volume 
aumentado. Um exemplo disso é o sopro sistólico 
de ejeção que se ouve no foco pulmonar em 
pacientes com comunicação interatrial. Esse sopro 
se origina de uma estenose pulmonar “relativa”, em 
razão do hiperfluxo de sangue por essa valva 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
 
- Os defeitos valvares (estenose e insuficiência) e 
algumas anormalidades congênitas (comunicação 
interventricular, persistência do canal arterial) 
representam zonas de estreitamento entre duas 
câmaras cardíacas ou entre uma câmara e um 
vaso ou entre dois vasos. A análise semiológica 
dos sopros produzidos nestas condições constitui a 
base para o diagnóstico destas afecções 
PASSAGEM DO SANGUE POR UMA ZONA 
DILATADA: 
- Por meio desse mecanismo explicam-se os 
sopros de alguns defeitos valvares, dos 
aneurismas e o rumor venoso 
PASSAGEM DO SANGUE POR UMA 
MEMBRANA DE BORDA LIVRE: 
- Quando isso acontece, originam-se vibrações que 
se traduzem também como sopros 
 
- Em crianças febris é comum o encontro de 
sopros por simples aumento da velocidade do 
sangue. Quando essas crianças são portadoras de 
lesões valvares ou defeitos congênitos, sopros 
preexistentes se tornam mais intensos, e a correta 
avaliação clínica só pode ser feita depois do 
desaparecimento da febre 
CARACTERÍSITCAS SEMIOLÓGICAS DOS 
SOPROS: 
SITUAÇÃO NO CICLO CARDÍACO: 
- Situá-los corretamente no ciclo cardíaco é a 1ª e 
mais importante etapa da análise semiológica de 
um sopro 
- É essencial o reconhecimento da 1ª e 2ª bulha 
- Sugere-se que o examinador que, ao fazer a 
ausculta do coração, palpe concomitantemente o 
pulso carotídeo e, por meio dele, determine o que 
é sistólico e o que é diastólico 
 
 
 
SOPROS SISTÓLICOS: 
- São classificados em 2 tipos: 
 Sopro sistólico de ejeção  são causados 
por estenose da valva aórtica ou pulmonar 
e se originam durante o período de ejeção 
ventricular 
Características do sopro de ejeção: 
 Começam alguns centésimos de 
segundo após a 1ª bulha, intervalo que 
corresponde à fase de contração 
isovolumétrica 
 Neste período, a pressa intraventricular 
se eleva e as valvas atrioventriculares 
(mitral e tricúspide) se fecham, dando 
origem à 1ª bulha 
 A pressão intravascular (aorta ou 
pulmonar) ainda está mais elevada do 
que a pressão no interior dos 
ventrículos e, por isso, as valvas 
sigmoides (aórticas e pulmonares) 
continuam fechadas sem que haja 
saída de sangue dos ventrículos 
 Em consequência desse fato, percebe-
se o sopro após a 1ª bulha 
 Quando a pressão ventricular 
ultrapassa a pressão intra-aórtica e a 
intrapulmonar, o sangue começa a ser 
expulso dos ventrículos 
 A princípio a ejeção é lenta e passa a 
ser máximana mesossístole e voltando 
a se reduzir na telessístole 
 Do ponto de vista estetoacústico o que 
se observa é um sopro crescendo-
descrescendo 
 O sopro termina antes da 2ª bulha 
porque na última fase da sístole as 
pressões no interior dos ventrículos 
praticamente se igualam às pressões 
na aorta e na pulmonar, não havendo 
quase nenhuma ejeção de sangue 
neste momento 
 Este sopro aparece na estenose aórtica 
e na estenose pulmonar 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 
 
 
 Sopro sistólico de regurgitação  é audível 
desde o início da sístole, surge junto com a 
B1, recobrindo-a e mascarando-a. Ocupa 
todo o período sistólico (holossistólico) com 
intensidade mais ou menos igual e termina 
imediatamente antes da B2 ou pode 
recobri-la 
 São causados pela regurgitação de 
sangue do ventrículo para o átrio, 
quando há insuficiência mitral ou 
tricúspide, ou de um ventrículo para o 
outro, quando existe uma comunicação 
entre eles 
 Durante a fase de contração 
isovolumétrica, período em que as 
valvas atrioventriculares (mitral e 
tricúspide) estão se fechando, a pressão 
no interior dos ventrículos já está mais 
alta do que no átrio, e por esse motivo o 
sangue regurgita para a câmara de 
menor pressão desde o início da sístole 
 Durante todo o período sistólico, o 
sangue continua regurgitando e só deixa 
de regurgitar ao terminar a contração 
ventricular 
SOPROS DIASTÓLICOS: 
- Surgem durante a diástole e, conforme o 
momento em que nela se situam são classificados 
em protodiastólicos, mesodiastólicos e 
telediastólicos ou pré-sistólicos 
- Ocorrem em 2 grupos de afecções – estenose 
atrioventricular e insuficiência das valvas aórtica e 
pulmonar – que têm comportamento 
hemodinâmico que lhes confere características 
semiológicas próprias 
- O sopro diastólico das estenoses 
atrioventriculares (estenose mitral e estenose 
tricúspide) ocupa a parte média da diástole, 
momento em que se dá o enchimento rápido dos 
ventrículos; algumas vezes se prolonga, podendo 
sofrer determinado reforço no fim da diástole ou 
pré-sístole 
- O reforço pré-sistólico depende da contração 
atrial 
- Existe um nítido intervalo entre a B2 e o início 
desses sopros. Porque neste período, as pressões 
intra-atriais e intraventriculares são quase iguais e 
uma pequena quantidade de sangue passa pelos 
orifícios valvares 
- O sopro começa com um estalido de abertura se 
a valva for flexível 
- São sopros de baixa frequência e tom grave, o 
que lhes confere o caráter de “ruflar” 
- Outro grupo de sopros diastólicos é o que 
aparece quando as valvas sigmoides aórticas e 
pulmonares não se fecham completamente, e 
apresenta as seguintes características: 
 Inicia-se imediatamente após a B2, porque 
neste momento já é importante o gradiente de 
pressão entre os vasos da base (aorta e 
pulmonar) e os ventrículos 
 Pode ficar restrito à primeira parte da diástole 
(protodiástole) ou ocupar também a 
mesodiástole e a telediástole 
 São sopros de alta frequência, de intensidade 
decrescente, tom agudo, qualidades que 
conferem a estes sopros caráter aspirativo 
 São consequência do refluxo de sangue de um 
dos vasos da base para um dos ventrículos 
 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 
 
SOPROS SISTODIASTÓLICOS OU 
CONTÍNUOS: 
- São ouvidos durante toda a sístole e a diástole, 
sem interrupção, recobrindo e mascarando a B1 e 
B2 
- O examinador deve ter cuidado para não 
considerar como sopro contínuo aqueles que 
ocorrem combinadamente na sístole e na diástole 
sem assumir o caráter de sopros contínuos 
propriamenteditos 
- A parte sistólica desses sopros costuma ser mais 
intensa e mais rude 
- São designados sopros “em maquinaria” porque 
lembram o ruído de máquina a vapor em 
movimento 
- Surgem na persistência do canal arterial, nas 
fístulas arteriovenosas, nas anomalias dos sesptos 
aortopulmonares e no rumor venoso 
LOCALIZAÇÃO: 
- Localiza-se um sopro na área em que é mais bem 
audível, e como pontos de referência empregam-
se as áreas de ausculta e as demais áreas do 
precórdio 
- A localização de um sopro em uma das áreas de 
ausculta não tem valor absoluto. 
Exemplo: o fato de esse auscultar um sopro na 
área mitral, não significa obrigatoriamente, que ele 
esteja sendo formado na valva mitral 
IRRADIAÇÃO: 
- Depois de se estabelecer o local de maior 
intensidade do sopro, desloca-se o receptor do 
estetoscópio em várias direções para determinar 
sua irradiação 
- 2 fatores influenciam na irradiação do sopro: 
1. Intensidade  quando mais intenso, maior 
a área em que é audível 
2. Direção da corrente sanguínea  esse 
fator pode condicionar irradiação tão 
característica que passa a ter excepcional 
interesse semiológico 
 
 
Exemplos: 
- O sopro da estenose aórtica se irradia para os 
vasos do pescoço porque o sangue que flui pela 
valva aórtica se dirige naquela direção, enquanto o 
da insuficiência mitral se propaga 
predominantemente para a axila porque o átrio 
esquerdo se situa acima e atrás do ventrículo 
esquerdo 
INTENSIDADE: 
+  sopros débeis, só audíveis quando se 
ausculta com atenção e em ambiente silencioso 
++  indicam sopros de intensidade moderada 
+++  sopros intensos 
++++  sopros muito intensos acompanhados de 
frêmito, audíveis mesmo quando se afasta o 
estetoscópio da parede torácica ou quando se 
interpõe entre esta e o receptor a mão do 
examinador 
- A intensidade de um sopro depende de vários 
fatores, alguns relacionados com a transmissão 
das vibrações, sobressaindo-se a espessura da 
parede torácica e a presença de enfisema ou de 
derrame pericárdico, outros diretamente ligados ao 
próprio mecanismo de formação do sopro 
- Entre esses fatores, destacam-se: 
 Velocidade do fluxo e o volume de sangue 
que passa pelo local em que se ele se origina 
Quando o volume sanguíneo é pequeno, o 
sopro apresenta fraca intensidade 
Quando é grande, o sopro se torna mais 
intenso 
- A intensidade de um sopro não diz nada sobre a 
gravidade do estado clínico do paciente 
TIMBRE E SOM: 
- Estão relacionadas com a velocidade do fluxo e 
com o tipo de defeito causador do turbilhonamento 
sanguíneo 
- Denominações para a qualidade de um sopro: 
 Suave 
 Rude 
 Musical 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 
 
 Aspirativo 
 Em jato de vapor 
 Granular 
 Piante 
 Ruflar 
- O timbre e o tom têm significado semiológico por 
facilitarem a diferenciação de alguns sopros 
Sopros da estenose mitral  é de baixa frequência 
e por lembrar o bater de asas de um pássaro 
recebeu a denominação de ruflar 
Sopro da insuficiência aórtica  é de alta 
frequência, com intensidade que decresce tão 
abruptamente que lembra o ruído obtido ao se 
fazer aspiração com a boca, o que justifica a 
designação de sopro aspirativo 
Sopro da estenose aórtica  sopro granular 
- A denominação musical se aplica a um sopro que 
lembra o som produzido por instrumento de sopro 
MODIFICAÇÕES DO SOPRO COM A FASE 
DA RESPIRAÇÃO, POSIÇÃO DO PACIENTE 
E EXERCÍCIO FÍSICO: 
RELAÇÃO DO SOPRO COM A FASE DA 
RESPIRAÇÃO: 
Manobra de Rivero-Carvallo: 
- Usada para diferenciar o sopro da insuficiência 
tricúspide do da insuficiência mitral 
- Com o paciente em decúbito dorsal, coloca-se o 
receptor do estetoscópio na área tricúspide, 
conferindo atenção especial à intensidade do sopro 
- Em seguida, pede-se ao paciente que faça uma 
inspiração profunda, durante a qual o examinador 
procura detectar qualquer modificação na 
intensidade do sopro 
- Se não houver alteração ou se o sopro diminuir 
de intensidade, diz-se que a manobra de Rivero-
Carvallo é negativa. Neste caso, o sopro audível 
naquela área não passa de propagação de um 
sopro originado na valva mitral 
- Se o sopro aumenta de intensidade, é correto 
concluir que se trata de um sopro originado no 
aparelho valvar tricúspide 
Esses fenômenos ocorrem, pois, na inspiração 
profunda há um aumento da negatividade 
intratorácica, propiciando maior afluxo de sangue 
ao coração direito. Quando mais sangue alcançar 
o ventrículo direito, haverá, ipso facto, maior 
refluxo de sangue para o átrio durante a sístole 
Esta manobra serve também para diferenciar o 
desdobramento fisiológico do desdobramento 
patológico da B2 no foco pulmonar 
- Outra influência da respiração pode ser 
observada nas lesões aórticas, cujos sopros se 
tornam mais audíveis se o paciente fizer uma 
expiração forçada 
RELAÇÃO DO SOPRO COM A POSIÇÃO DO 
PACIENTE: 
- Os sopros da base do coração, principalmente o 
da insuficiência aórtica, se tornam mais nítidos 
quando o paciente está na posição sentada com o 
tórax fletido para a frente 
- O ruflar diastólico da estenose mitral se torna 
mais intenso no decúbito lateral esquerdo 
- O rumor venoso aumenta de intensidade na 
posição sentada ou de pé, diminuindo ou 
desaparecendo quando o paciente se deita 
RELAÇÃO DO SOPRO COM EXERCÍCIO 
FÍSICO: 
- O exercício físico aumenta a velocidade 
sanguínea, logo determina quase sempre 
intensificação dos sopros 
- Aproveita-se desse fenômeno e solicita-se para o 
paciente que tenha suspeita de estenose mitral 
que faça algum exercício. A partir dessa manobra 
é possível tornar mais forte um ruflar que era de 
pequena intensidade quando o paciente estava em 
repouso

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