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NAYSA GABRIELLY 1 Temperatura corporal - A temperatura interna do corpo permanece quase constante, com variação de no máximo 0,6ºC - A temperatura da parte externa do corpo está sujeita às variações das condições ambientais - Os valores térmicos estão aumentados em certas condições Refeições copiosas Exercícios físicos intensos Gravidez ou ovulação - A temperatura baixa 24 a 36h antes do início da menstruação e continua nesse nível durante o período menstrual REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL - O calor gerado no interior do corpo atinge a superfície corporal por meio dos vasos sanguíneos que formam o plexo vascular subcutâneo, mas pouco calor se difunde para a superfície, devido ao efeito isolante da camada do tecido adiposo. - Um elevado fluxo sanguíneo faz com que o calor seja conduzido da parte interna para a superfície corporal com grande eficiência, enquanto a redução do fluxo provoca fenômeno contrário. - A condução de calor para a pele é controlada pelo grau de constrição das arteríolas e das anastomoses arteriovenosas - A vasoconstrição responde às alterações que ocorrem na temperatura corporal interna - Ao chegar à superfície corporal, o calor é transferido do sangue para o meio externo através de irradiação (quando a temperatura corporal é mais alta que a do meio ambiente), condução (quando o corpo se encosta em um objeto frio, ele cede calor até que as temperaturas se igualem) e evaporação (evaporação da água da superfície corporal devido à energia térmica cedida pelo corpo) - A temperatura do corpo é regulada quase inteiramente por mecanismos nervosos de retroalimentação que operam por meio do centro termorregulador, localizado no hipotálamo. - A regulação termostática do frio é feita por receptores situados na medula espinal e pele - A conservação do calor implica vasoconstrição na pele, que reduz a perda de calor com condução e convecção, e pilo-ereção para reter o calor entre os pelos e abolir a transpiração. NAYSA GABRIELLY 2 LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA E VALORES NORMAIS - É verificada por intermédio do termômetro clínico, graduado em ºC - Os termômetros clínicos registram temperaturas entre 35ºC e 42ºC - Os termômetros eletrônicos têm como limites 32ºC e 43ºC - No Brasil, o local habitual é o oco axilar - É necessária a higiene da axila e do termômetro, evitando presença de umidade no local - O termômetro deve ser conservado em álcool absoluto ou álcool iodado - Mensuração na cavidade oral: é feita pela colocação do termômetro na região sublingual. São necessários termômetros individuais - Temperatura retal: é feita pela aplicação do termômetro na ampola retal. Uso de termômetros individuais e com bulbo redondo NAYSA GABRIELLY 3 Temperatura axilar: 35,5 a 37ºC, com média de 36 a 36,5ºC Temperatura bucal: 36-37,4ºC Temperatura retal: 36-37,5ºC, ou seja, 0,5ºC maior que a axilar FEBRE - Significa temperatura corporal acima da faixa da normalidade - Pode ser causada por transtornos no cérebro ou por substâncias tóxicas que influenciam os centros termorreguladores - A regulação da temperatura corporal requer um equilíbrio entre produção e perde de calor, cabendo ao hipotálamo regular o nível em que a temperatura deve ser mantida. Na febre, esse ponto está elevado - Pode ser resultado de infecções, lesões teciduais, processos inflamatórios e neoplasias malignas, além de outras condições SIGNIFICADO BIOLÓGICO DA FEBRE - Em algumas infecções, a hipertermia é benéfica, como na neurossífilis, infecções gonocócitas e da brucelose crônica. - A febre apresenta alguns aspectos nocivos: A maior velocidade de todos os processos metabólicos acentua a perda de peso A espoliação do nitrogênio aumenta o trabalho e a frequência do coração A sudorese agrava a perda de líquidos e eletrólitos Pode haver mal-estar consequente à cefaleia, fotofobia, indisposição geral ou uma desagradável sensação de calor Os calafrios e os suores profusos das febres sépticas são penosos para o paciente - A febre é mais um sinal de alerta do que um mecanismo de defesa SINTOMAS SUBJETIVOS DA FEBRE - Varia entre as pessoas a percepção do estado febril - Quando a temperatura se eleva subitamente, o paciente pode sentir frio ou, mais frequentemente, calafrios SÍNDROME FEBRIL - A febre não é apenas um sintoma, constitui parte de uma síndrome NAYSA GABRIELLY 4 - Além de elevação da temperatura, ocorrem outros sintomas e sinais, cujo aparecimento e intensidade variam em relação direta com a magnitude da hipertermia, destacando-se: Astenia Inapetência Cefaleia Taquicardia Taquipneia Taquisfigmia Oligúria Dor no corpo Calafrios Sudorese Náuseas Vômitos Delírio Confusão mental Convulsões PATOGENIA DA FEBRE - A febre é manifestação de diversos tipos de processos patológicos e não apenas das moléstias infecciosas. Também podem ocasionar febre as doenças neoplásicas, os acidentes vasculares, distúrbios metabólicos e inúmeros processos inflamatórios. O fator comum a todos é a lesão tecidual. - Dois aspectos da resposta febril causada por endotoxinas quanto ao seu provável mecanismo de ação: Após inoculação intravenosa, há um período latente variável (até 1 hora ou mais) antes do início de febre Durante esse período, os granulócitos circulantes desaparecem virtualmente da corrente sanguínea devido à sua aderência às paredes dos vasos CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE - Dever ser analisadas as seguintes características: Início - Pode ser súbito (percebe-se de um momento para outro, a febre quase sempre se acompanha dos sinais e sintomas que compõem a síndrome febril. É frequente a sensação de calafrios nos primeiros momentos da hipertermia) ou gradual (o paciente nem percebe o seu início. Em algumas ocasiões, predomina um ou outro sintoma da síndrome febril, prevalecendo a cefaleia, a sudorese e a inapetência) Intensidade - Febre leve ou febrícula: até 37,5ºC - Febre moderada: de 37,6ºC a 38,5ºC - Febre alta ou elevada: acima de 38,6ºC - Depende da causa e da capacidade de reação do organismo NAYSA GABRIELLY 5 Duração - É uma característica de grande relevância, infuindo inclusive na conduta do médico, que é diferente nos casos cuja febre se instalou há poucos dias em relação a outros que vêm apresentando febre por tempo prolongado. - Febre prolongada: quando a febre permanece por mais de 1 semana, tenha ou não caráter contínuo. Principais doenças que causam febre prolongada: Tuberculose Septicemia Malária Endocardite infecciosa Febre tifoide Colagenoses Linfomas Pielonefrite Brucelose Esquistossomose Modo de evolução - Só se poderá saber o modo de evolução da febre por meio da análise de um quadro térmico, mas a simples informação obtida da anamnese pode servir de base para se conhecer essas característica - O registro da temperatura em uma tabela, dividida no mínimo em dias, subdivididos em 4 ou 6 horários, compõe o que se chama gráfico ou quadro térmico, elemento indispensável para se estabelecer o tipo de evolução da febre. Unindo-se por uma linha os valores de temperatura, fica inscrita a curva térmica do paciente. - A anotação costuma ser feita 1 ou 2 vezes por dia, as em certos casos, registra-se de 4 em 4 ou de 6 em 6 horas. - O mais comum é a mensuração de temperatura pela manhã e à tarde NAYSA GABRIELLY 6 Tipos evolutivos de febre: Febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de até 1ºC e sem grandes oscilações Ex: febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia Febre irregular ou séptica: registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Não há caráter cíclico nestas variações. Mostram-setotalmente imprevisíveis e são bem evidenciadas quando se faz a tomada da temperatura várias vezes ao dia Ex: septicemia, abscessos pulmonares, empiema vesicular, tuberculose e na fase inicial da malária Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1ºC e sem períodos de apirexia. Ex: septicemia, pneumonia, tuberculose NAYSA GABRIELLY 7 Febre intermitente: a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal; registra-se febre pela manhã, mas esta não aparece à tarde; ou então, em 1 dia ocorre febre, no outro não. O período de apirexia dura 2 dias. A primeira se denomina cotidiana, a segunda terçã e a última quartã. Ex: malária, infecções urinárias, linfomas e nas septicemias Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. Durante a fase de febre não há grandes oscilações Ex: brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas Término - Conceituado em: Crise: quando a febre desaparece subitamente. Costumam ocorrer sudorese profunda e prostração. Ex: acesso malárico Lise: significa que a hipertermia vai desaparecendo gradualmente, com a temperatura diminuindo dia a dia, até atingir níveis normais. Observado em inúmeras doenças, é mais bem reconhecido pela análise da curva térmica. CAUSAS DE FEBRE - Por aumento da produção de calor, como ocorre no hipertireoidismo - Por bloqueio na perda de calor, como acontece na insuficiência cardíaca congestiva, na ausência congênita das glândulas sudoríparas e em certas doenças da pele (ex: ictiose) - Por lesão dos tecidos Todas as infecções por bactérias, riquétsias, vírus e outros parasitos Lesões mecânicas, como nos processos cirúrgicos e nos esmagamentos Neoplasias malignas Doenças hemolinfopoéticas Afecções vasculares, incluindo infarto do miocárdio, hemorragia ou trombose cerebral e trombose venosa Distúrbios dos mecanismos imunitários ou doenças imunológicas: colagenoses, doença do soro e febre resultante da ação de medicamentos Doenças do sistema nervoso central OUTRAS CAUSAS DE FEBRE - Podem apresentar quadro febril as colagenoses (lúpus eritematoso disseminado, artrite reumatoide, periarterite nodosa, moléstia reumática), as crises hemolíticas que ocorrem em alguns tipos de anemia, a NAYSA GABRIELLY 8 tromboflebite, a arterite temporal, a sarcoidose, além do uso de alguns medicamentos, inclusive antibióticos.
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