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NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 ~ Complicações da cirrose hepática ~ 1. INTRODUÇÃO → Cirrose hepática: Condição que surge por agressão hepática crônica → Principais causas: o Vírus B e C o Alcoolismo o Colangite esclerosante 1ª o Colangite biliar 1ª o Esteato-hepatite não alcoólica → Principais repercussões clinicas da cirrose: o Hipertensão portal o Insuficiência hepática → Diante desses dois pilares surgem as possíveis complicações do paciente cirrótico o HDA – Hemorragia digestiva alta varicosa o Ascite → infecção → peritonite bacteriana espontânea o Encefalopatia hepática o Síndrome hepato-renal 2. BASES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DA HIPERTENSÃO PORTAL (HP) → Veia mesentérica superior + veia esplênica = veia porta hepática → O sistema venoso portal é constituído por veias que drenam o sangue da porção intra-abdominal do trato alimentar, baço, pâncreas e vesícula biliar o Veia gástrica esquerda geralmente se une a veia porta na sua origem, mas pode drenar para a veia esplênica o Veia mesentérica inferior: drena o sangue do cólon esquerdo e do reto e geralmente, penetra no terço médio da veia esplênica o Veia mesentérica superior: formada por tributárias que drenam o lado direito do cólon, intestino delgado e cabeça do pâncreas → Veia mesentérica superior + veia esplênica → veia porta hepática → sinusódes → VCL (veias centrolobulares) → veias hepáticas → VCI (veia cava inferior) → Drenagem: plexo esofágico inferior → anastomoses fundo e corpo gástrico → gástrica E → veia porta → A pressão portal pode aumentar se houver aumento do fluxo sanguíneo portal ou aumento da RVP (resistência vascular periférica), sendo esta ultima a principal causa o A resistência aumentada do fluxo de sangue da veia porta pode ser pré-hepática, pós-hepática e intra-hepática a) Pré-hepática: ▪ Trombose da veia esplênica; ▪ Trombose da veia porta; ▪ Esplenomegalia maciça (síndrome de Banti); ▪ Cavernomatose da veia porta. b) Intra-hepática: ▪ I.Pré sinusoidal: Esquistossomose; Fibrose hepática congênita; ▪ II.Sinusoidal: Cirrose hepática; Hepatite crônica. ▪ III.Pós sinusoidal: Obstrução sinusoidal hepática (síndrome veno-oclusiva) b) Pós-hepática: ▪ Síndrome de Budd-Chiari; IMPORTANTE! No exame físico é importante observar se o paciente apresenta uma ou mais dessas alterações (indícios de hepatopatia crônica): - Aranhas vasculares - Eritema palmar -Ginecomastia - Emagrecimento - Anorexia - Circulação colateral - Hálito hepático - Edema MMII - Ascite - Alterações neuropsiquiátricas que podem ser indicativos de encefalopatia NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 ▪ Malformações congênitas na veia cava inferior; ▪ Causas cardíacas (miocardiopatia restritiva, pericardite constritiva, insuficiência cardíaca congestiva grave). 3. VARIZES DE ESOFAGO → Na cirrose há formação de traves de colágeno dentro do fígado (cicatrizes). Essa fibrose leva a distorção da arquitetura hepática, o que prejudica o fluxo sanguíneo. Com o fluxo reduzido a pressão dentro das veias aumenta, a isso denominamos hipertensão portal. → Dessa forma, caso a pressão portal se mantenha superior a pressão na VCI por um período significativo ocorre dilatação a montante (das veias que desembocam na veia porta) → esôfago distal (plexo esofágico inferior) e fundo gástrico – produzindo vasos dilatados e de aspecto tortuoso – varizes o Varizes esofágicas o Varizes no estomago → Diagnóstico: EDA – endoscopia diagnostica alta (padrão ouro) + clínica → Fatores de risco para sangramento digestivo decorrente de varizes esofágicas: ▪ Tamanho da variz – quanto maior, maior o risco (varizes de médio e grosso calibre) ▪ Presença de sinais vermelhos (red spots) ▪ Gravidade da doença hepática (Child-Pugh C) – quando pior o prognostico do paciente ▪ Gradiente de pressão venosa hepática > ou = 12mmHg – sendo que a partir de ~10 mmHg já ocorre o surgimento das varizes 3.1 MEDIDAS PROFILÁTICAS PARA VARIZES ▪ Profilaxia 1ª ✓ VE médio/ grosso calibre ✓ VE fino calibre child B ou com red spots ✓ Sem sangramento prévio ▪ Beta bloqueadores não seletivos – propranolol → maior disponibilidade, baixo custo – padrão ouro de escolha → caso o paciente apresente algum efeito adverso (hipotensão, tontura, impotência sexual, etc podemos suspender a medicação e optar pela ligadura elástica por exemplo) ▪ Ligadura elástica – indicada para pacientes contraindicação ao uso de betabloqueadores – ex: asma grave, DPOC grave, doença arterial periférica, claudicação intermitente, efeitos adversos ao uso anterior de betabloqueador, etc ▪ Sangramento ativo ✓ Conduta: Reposição de volume – pacientes instáveis (pacientes hipotensos, taquicardícos, ...) Terlipressina (constrictores esplâncnicos) Antibioticoprofilaxia – Ceftriaxona Prevenir peritonite bacteriana no paciente cirrótico com ascite – sangue na luz intestinal aumento do risco de translocação e infecção do liquido ascítico Prevenção de sangramento – redução da liberação de endotelinas, endotoxinas e isso reduz o gradiente de pressão hepático e consequentemente o risco de sangramento OBS: • ATB de escolha é a Cefatriaxona (cefalosporina) – 1g/dia durante 7 dias OU • Norfloxacino 400mg – 12 em 12 horas Varizes de esôfago – em EDA Red spots em varizes esofágicas (vistas em EDA) NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 Essas medidas de suporte devem ser feitas 12 horas antes da realização da endoscopia. Esse procedimento além de confirmar a etiologia do sangramento digestivo tem função de tratar a partir de ligadura elástica ou escleroterapia #OBS: A colocação do balão consiste em terapia temporária – no máximo 24 horas → é extremamente agressivo #OBS: TIPS – shunt intra-hepatico portossistêmico → faz-se uma comunicação direta entre a veia hepática e a veia porta dessa forma haverá diminuição do fluxo sanguíneo e da pressão portal através do sistema porta 4. ASCITE → Causas: o 80% - secundárias à cirrose hepática o Carcinomatose peritoneal o Insuficiência cardíaca o Tuberculose peritoneal o Outras: síndrome nefrótica, pancreatite, endometriose, hipotireoidismo 4.1 FISIOPATOLOGIA DA ASCITE o Pressão hidrostática ▪ Cirrose hepática ▪ Insuficiência cardíaca (IC) ▪ Pericardite constrictiva o Pressão oncótica – P gerada pelas proteínas do plasma sanguíneo (albumina) ▪ Síndrome nefrótica ▪ Cirrose hepática ▪ Desnutrição – perda proteica importante o Produção de liquido peritoneal > reabsorção ▪ Tuberculose peritoneal ▪ Neoplasia – carcinomatoses peritoneais O diagnóstico de ascite é CLÍNICO!! É feito com base na história clínica, associada ao exame físico o Piparote – ascites de grande volume o Macicez móvel – ascites de volume moderado Exames radiológicos: podem ajudar a confirmar a sua hipótese, por exemplo em ascites pequenas é difícil a detecção pelo exame físico → US (baixo custo, padrão ouro) ENDOSCOPIA Ligadura elástica ou escleroterapia Controle do sangramento profilaxia 2ª (prevenção de novo sangramento) Ligadura elástica + beta- bloqueador não seletivo (propanolol) Sangramento persistente Repetir EDA (endoscopia digestiva alta) e tentar tratamento endocópico Sangramento persistente Balão de Sengstaken- Blakemore TIPS Semicírculo de Skoda Macicez móvel NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 4.2 PESQUISA DA ETIOLOGIA DA ASCITE o Paracentese diagnóstica o Drenagem e análise do liquido ascítico → orienta o raciocínio clinico o É feita em todo paciente internado com ascite no momento da admissão hospitalar o Pacientes cirróticos já submetidos a paracentese inicial – devemos refazer o exame em casos de deterioração do quadro clínico e febre(suspeita de peritonite bacteriana espontânea) Análise do LA: OBRIGATÓRIO OPCIONAL (EXTRA) ▪ Contagem de células ▪ Albumina ▪ Proteínas totais ▪ Cultura do LA ▪ Glicose/ HDL ▪ Gram/ cultura TB (suspeita de tuberculose peritoneal) ▪ Amilase e triglicerídeos (suspeita de pancreatite) ▪ Pesquisa de células neoplásicas #OBS: Ascite quilosa – liquido ascítico branco – IMPORTANTE descartar suspeita de CA!! 4.3 GRADIENTE DE ALBUMINA SORO-ASCITE (GASA) GASA = ALBUMINA SÉRICA – ALBUMINA LA o Gradiente ALTO (> ou – 1,1 g/dl) – paciente COM hipertensão portal* o Gradiente BAIXO (< 1,1 g/dl) – paciente SEM hipertensão portal *acurácia de 79% ALTO > ou = 1,1g/dl BAIXO <1,1 g/dl ▪ Cirrose hepática ▪ Insuficiência cardíaca ▪ Metástases hepáticas ▪ Síndrome de Budd-Chiari ▪ Carcinomatose peritoneal ▪ Síndrome nefrótica ▪ Peritonite tuberculosa ▪ Ascite pancreática 4.4 ANÁLISE DO LÍQUIDO ASCÍTICO o Cirrose hepática (não infectado) ▪ Leucócitos <500 celulas/mm³ (PMN < 250) ▪ GASA > ou = 1,1 g/dl ▪ Proteína total < 2,5 g/dl – BAIXA* ▪ Amarelo citrino o Insuficiência Cardíaca congestiva (ICC) ▪ Leucócitos <500 celulas/mm³ (PMN < 250) ▪ GASA > ou = 1,1 g/dl ▪ Proteína total > ou = 2,5 g/dl – ALTA* ▪ Amarelo citrino *OBS: a dosagem de proteína do líquido ascítico é o que diferencia uma etiologia cirrótica de uma etiologia cardiovascular (ICC – insuficiência cardíaca congestiva). Na ICC o liquido ascítico apresenta as mesmas características do liquido ascítico de um paciente cirrótico, a única diferença está na dosagem de proteínas totais, que é > ou = 2,5 g/dl (ALTA!) nestes pacientes o Carcinomatose peritoneal ▪ Leucócitos >500 celulas/mm³ (PMN < 50%) ▪ GASA <1,1 g/dl ▪ Proteína total > ou = 2,5 g/dl – ALTA* ▪ Amarelo citrino / hemorrágico 4.5 TRATAMENTO DA ASCITE NO PACIENTE CIRRÓTICO o Dieta com restrição de sódio – hipossódica (2g/ dia) → é importante que o paciente se alimenta adequadamente por isso acabamos sendo um pouco permissivos no Na+ (lembrar que paciente cirrótico possui catabolismo elevado) o Restrição hídrica se Na < 120 mEq/l → ajuda no tratamento da ascite e também da hiponatremia (não devemos repor sódio em paciente cirrótico!) o Diuréticos: espironolactona (100 mg/dia – máx 400mg/dia) / furosemida (40mg- máx160mg) NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 o Paracentese terapêutica: com reposição de albumina (6-8 g/litro LA) – ascite tensa (paracentese para alivio) e ascite refrataria (paciente que não tolera uso de diurético*) #OBS: Isso ocorre quando o paciente tem efeitos colaterais importantes com o uso da medicação com insuficiência renal, cursa com hipocalemia ou desenvolve encefalopatia hepática. Outro caso é quando mesmo com a medicação não há melhora do quadro #OBS: paracentese sem a reposição adequada de albumina leva ao aumento do risco de desenvolvimento de síndrome hepatorrenal – leva ao paciente a uma disfunção circulatória. Dessa forma SEMPRE na retirada de liquido ascítico de um paciente cirrótico devemos repor albumina 5. PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA (PBE) → Infecção do liquido ascítico que ocorre em cirróticos descompensados na ausência de uma fonte intra- abdominal de infecção → Prevalência em cirróticos internados – 10-30% → Mortalidade de 20-30% → Patogênese: “se eu não tenho infecção intra-abdominal qual a origem da peritonite?” ▪ Translocação de bactérias entéricas ▪ Baixa capacidade de opsonização do LA (concentração baixa de proteínas) 5.1 DIAGNÓSTICO DA PBE ▪ Contagem de PMN no LA > ou = 250/ mm³ ▪ Cultura do LA positivo ▪ O paciente normalmente tem quadro clinico florido infeccioso – febre, dor abdominal, prostração, etc. – contudo 30% das peritonites podem ser ASSINTOMÁTICAS! 5.2 TRATAMENTO DA PBE ▪ Cefotaxima + albumina (1,5 g/ kg nas primeiras 6h D1, 1g/kg no D3) OBS: no Hucam é utilizado a Cefatraxona ▪ Prevenção da disfunção renal e melhora da sobrevida em pacientes (creatinina > 1mg/dl E/ OU bilirribuna > 4mg/dl) ▪ Duração 5-10 dias ▪ Repetir paracentese 48 horas após o inicio do ATB - PMN 25-50% 5.3 PROFILAXIA SECUNDARIA PBE – pacientes que já tiveram PBE tem risco de recorrência de 70% em um ano ▪ Norfloxacina 400mg/dia – contínuo (até que o paciente seja transplantado ou até que ocorra o controle/ resolução da ascite) 6. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA → Alterações neuropsiquiátricas reversíveis → Amplo espectro clinico – desde formas subclínicas → coma → Cirrose hepática descompensada → Shunts porto sistêmicos → Insuficiência hepática aguda grave → Graduação: ▪ Grau I – déficit de atenção, euforia, irritabilidade, inversão padrão sono-vigília, incoordenação, tremores, alteração escrita ▪ Grau II – alteração de comportamento, desorientação no tempo e espaço, lentificação de respostas, redução de memoria, desinibição, asterixix (flapping), ataxia, disartria ▪ Grau III – estupor, desorientação no tempo e espaço, delírio, agitação, Asterix contínuo, Babinski, hiperreflexia, incontinência esfincteriana ▪ Grau IV – coma, convulsões, hipo ou arreflexia, ausência de resposta a dor, postura de descerebração Para a produção de energia e metabolismo das células é necessário que o organismo absorva e utilize o nitrogênio, que é adquirido por meio de dieta rica em proteínas, aminoácidos livres e amônia. A amônia pode ser sintetizada em vários órgãos, mas as maiores concentrações provêm dos intestinos e rins. Para NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 suprir as necessidades do organismo de nitrogênio, as proteínas são carreadas até o fígado para serem metabolizadas. O excesso de amônia que não foi metabolizado, precisa passar pelo ciclo da ureia nos hepatócitos, para ser então convertido em formas não tóxicas que podem ser eliminadas com facilidade (amônia ► ureia). Portanto, a diminuição da atividade metabólica em hepatócitos periportais e perivenulares, em casos lesão hepatocelular (e fibrose) e a formação de shunts portossistêmicos reduz a capacidade de transformar a amônia em ureia, o que causa seu acumulo no organismo. A amônia é considerada uma neurotoxina (atravessa BHE), pois sua presença no sistema nervoso promove alterações em astrócitos e induz neuroinflamação. Portanto, seu acumulo está relacionada ao início da encefalopatia, juntamente com outras neurotoxinas. Além disso, outros fatores como o edema cerebral, o aumento do GABA e de compostos de zinco e manganês, também fazem parte da sua fisiopatogenia. Embora fundamental, a elevação de amônia não explica todos os casos de EH. Ela pode estar elevada mesmo em pacientes sem EH, e a correlação de seus níveis séricos com a gravidade da síndrome é pobre em pacientes com cirrose. níveis de amônia (ultrapassa BHE) Ação de falsos neurotransmissores: octopamina/ feniletanolamina número e sensibilidade de receptores GABA/ benzodiazepínicos neurotransmissores inibitórios Fatores preciptantes ▪ Hemorragia digestiva (hematêmese/ melena) ▪ Ingestão excessiva de proteínas → aumento na produção de amônia ▪ Alterações eletrolíticas – hipocalemia ▪ Uso de benzodiazepínicos (aumento dos neurotransmissores endógenos) ▪ Insuficiência renal ▪ TIPS – shunt portossistemico 6.1 DIAGNÓSTICO ENCEFALOPATIA HEPÁTICA o Exame clinico ▪ Alterações neuropsíquicas ▪ Asterix (flapping +) ▪ Hálito hepático ▪ Testes psicométricos – conexão numérica (ligar os números)/ micrografia (pedir ao paciente para escrever seu nome, notar redução gradual no tamanho das letras a medida que escreve) ▪ Eletroencefalograma – ondas theta e delta → não é necessário 6.2 TRATAMENTO ENCEFALOPATIA HEPÁTICA o Identificar e corrigir o fator desencadeante – infecções, hemorragia digestiva, excesso de proteína, sedativos (benzodiazepínicos – ex: clonazepam), diuréticos o Suspensão uso diuréticos o Restringir proteínasda dieta o Suporte calórico adequado – ex. paciente sarcopenico – a amônia é metabolizada no fígado mas também é no musculo, portanto a sarcopenia favorece a manutenção e progressão do quadro ▪ Lactulose – 10-30 ml 3x dia → redução das bac produtoras de uréase (conversão de ureia em amônia) ▪ Rifaximina: não disponível no brasil ▪ Neomicina 2-6 d/dia ▪ Metronidazol – 750 mg/ dia #OBS: O uso crônico está associado a efeitos colaterais - Neomicina – ototoxicidade / nefrotoxicidade - Metronidazol – neuropatia periferíca NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 7. SINDROME HEPATORRENAL (SHR) → Insuficiência renal funcional que ocorre em pacientes com CH avançada na ausência de evidencia clinica, laboratorial ou anatômica de doença renal → Complicação grave do paciente cirrótico → Cirróticos com ascite e função renal normal desenvolvem SHR o 18% em 1 ano de seguimento o 39% em 5 anos de seguimento → Prognostico reservado/ mortalidade 90% → Alterações histológicas renais mínimas ou ausentes → Rim transplantado de paciente cirrótico com SHR para paciente com insuficiência renal, funciona normalmente → Transplante de fígado reverte a insuficiência renal 7.1 TIPOS SHR: o TIPO 1: rápida e progressiva perda da função renal em curto período de tempo (dias ou semanas) o TIPO 2: evolução mais lenta, sobrevida superior ao tipo 1, ascite refrataria 7.2 CRITERIOS DIAGNÓSTICOS SHR o Cirrose com ascite o Lesão renal aguda pelos critérios de ICA-AKI – aumento de 0,3 na creatinina nas ultimas 48h ou 7 dias o Ausência de melhora nos valores de creatinina após pelo menos dois dias de interrupção do uso de diuréticos e iniciada a expansão com albumina (1g/kg) o Ausência de choque o Ausência de uso recente ou recorrente de drogas nefrotóxicas o Ausência de doença renal parenquimatosa indicada por proteinúria superior a 500mg/dia, hematúria microscópica (>50 hemácias por campo) e/ ou alterações renais no USG EX: Paciente com albumina de 0,8 internou por uma peritonite bacteriana espontânea e em 48 horas aumentou para 1,3 então aumentou em 0,5 – isso já é critério para disfunção renal! 7.3 TRATAMENTO PARA SHR o Melhor tratamento é a prevenção de SHR o Transplante hepático antes de SHR o Evitar e tratar fatores preciptantes: paracentese sem reposição de albumina, PBE, hemorragia digestiva NATÁLIA GIACOMIN LIMA - MEDICINA UFES 101 Tratar causa base Evitar descompensação Encefalopatia
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