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Ordem Díptera, - família Culicidae INTRODUÇÃO ❖ É uma das maiores ordens de insetos ❖ 100 famílias descritas e 85.000 espécies conhecidas ❖ Adultos ♦ 1 par de asas funcionais e um par de asas vestigiais – os alteres ou balancins; ♦ Evolução tipo HOLOMETABÓLICA – ovo, larva, pupa e adulto. BIOLOGIA ❖ Sendo insetos holometabólicos, sua evolução é completa; ❖ Variadíssimo o meio escolhido por cada espécie para fazer a postura e o desenvolvimento da larva ❖ Nematocera (mosquitos) características - antenas longas, mais de 6 segmentos; ❖ Brachycera (moscas) características – antenas curtas, 3 segmentos; ❖ Culicidae subfamílias – Culicinae e Anophelinae; ❖ Psichodidae subfamílias – Psychodinae e Phlebotominae. CLASSIFICAÇÃO FAMÍLIA CULICIDAE INTRODUÇÃO ❖ Apresenta grande interesse em parasitologia médica ❖ Maior número de insetos hematófagos DIPTERA NEMATOCERA CULICIDAE PSICHODIDAE SIMULIIDAE CERETOPOGONIDAE BRACHYCERA TABANIDAE STRATIOMYDAE SYRPHIDAE TEPHRITIDAE GLOSSINIDAE HIPPOBOSCIDAE MUSCIDAE CALLIPHORIDAE SARCOPHAGIDAE OESTIDAE CUTEREBRIDAE ORDEM SUBORDEM M FAMÍLIA ❖ Apenas as fêmeas exercem hematofagia – durante este o inseto perturba o hospedeiro, esfolia o sangue e pode transmitir doenças como dengue, febre amarela, Chikungunya zica e encefalites, além de protozoozes como a malária e helmintoses como a helefantíase; ❖ Popularmente são conhecidas como mosquitos, pernilongos, muriçocas, mossorongos, sovelas, mosquitos-prego, carapanãs, etc; ❖ Mosquitos NÃO são moscas – mosquitos são dípteros nematóceros; ❖ Família com cerca de 3.600 espécies; ❖ No Brasil, existem cerca de 500 espécies descritas; ❖ Pouco mais de 20 têm importância médico- veterinária (estudando as 10 principais); ❖ O estudo dos Culicidae tomou-se ainda mais necessário, com a reintrodução do Aedes aegypti, em 1967 e com a introdução do Aedes albopictus no Brasil e, 1986, vista da capacidade daquelas duas espécies de transmitir o vírus da do dengue, zika, chikungunya e da febre amarela. MORFOLOGIA ❖ Medem cerca de 3-6 mm de comprimento; ❖ Antenas com 15 a 16 segmentos, plumosa no macho e pilosa na fêmea; ❖ Ausência de ocelos; ❖ Fêmeas apresentam aparelho bucal picador (sugador pungitivo) e machos do tipo sifonadores-sugadores; ❖ Palpos nítidos, com tamanho variável nas várias espécies; ❖ Tórax, pernas, asas e abdome revestidos de escamas + longas pernas. BIOLOGIA ❖ São holometabólicos, isto é, passam pelas fases de ovo, larva (quatro estádios = L1, L2, L3 e L4), pula e adulto; ❖ Os adultos são terrestres, e as formas imaturas são aquáticas; ❖ A duração de cada estágio depende essencialmente das condições climáticas e da disponibilidade de alimento; ❖ A duração do ciclo de vida de ovo até adulto pode durar de 7 a 20 dias; ❖ Número de ovos varia por espécie (70 a 120 ovos por postura); ❖ Postura é feita após ~3 dias após o repasto sanguíneo; ❖ Variando de duas a oito posturas por fêmea ❖ A oviposição pode ser feita de várias maneiras: ♦ Isolados sobre a água (Anopheles sp); ♦ Isolados e fora d’água, na parede do recipiente (Aedes aegypti); ♦ Unidos, formando “jangada” sobre a água (culex quinquefasciatus) ❖ Os ovos dão origem as larvas após um pedíodo médio de 1 à 3 dias, em temperatura média de 26°C; ❖ As larvas se movimentam ativamente e se alimentam constantemente de plâncton e matéria orgânica; ❖ O período de desenvolvimento larval é de 6 a 8 dias, a larva de quarto estádio transforma-se em pupa; ❖ A pupa não se alimenta, mas respira e movimenta-se ativamente; ❖ Após 2 a 3 dias, emerge o adulto, que sai pelo cefalotórax da pupa, através de uma fenda em “T”; ❖ O mosquito (adulto) permanece em repouso sobre a exúvia (que faz o papel de bóia), tempo suficiente para o enrijecimento da quitina e dos músculos, permitindo ao inseto força para voar e andar; ❖ Após o enrijecimento, o mosquito recém emergido voa até um abrigo com pouca luz e ausência de ventos; ❖ Do abrigo, os mosquitos dispersam-se a fim de se alimentar e/ou copular ♦ Fêmeas – copulam com poucas horas de vida. ♦ Machos – copulam após 24 horas ❖ A primeira alimentação dos machos e fêmeas – açúcares ou néctar de plantas.; ❖ Os adultos vivem cerca de 1 a 2 meses no verão e até 6 meses no inverno (diapausa – estado de redução do desenvolvimento em resposta a condições ambientais adversas); HÁBITOS ❖ Os mosquitos permanecem nos abrigos saindo somente no horário de alimentação e acasalamento; ❖ Culicídeos voam bastante, boa capacidade de dispersão; ❖ Exemplo: ♦ Fêmeas Aedes aegypti – 2.500m ♦ Fêmeas Anopheles aquasalis – 4.800m ♦ Fêmeas A. Bellator e A. cruzi – 1.500m ♦ Fêmeas A. darlingi – 2.000m ♦ Fêmea Culex quinquefasciatus – 22.000m ❖ As fêmeas de mosquitos de importância médica são hematófagas obrigatórias; ❖ O sangue ingerido tem função de maturação dos ovários, e auxiliar na nutrição; ❖ Fêmeas sem alimentação sanguínea tem sobrevivência menor; ❖ Os machos só se alimentam de açúcares; ❖ De modo geral, a hematofagia é crepuscular, mas algumas espécies podem fazê-lo preferencialmente durante a noite (noturnos), outros durante o dia (diurnos), ou ainda, em ambos os períodos. ❖ Há também espécies que só se alimentam dentro de casa (domésticos), outras fora de casa (silvestres), ou indiferentemente. SUBFAMÍLIA CULICINAE MORFOLOGIA ❖ Adultos ♦ Pouso paralelo a superfície; ♦ Asas sem manchas; ♦ Palpos e probócida de tamanho diferente – palpo é maior (no macho e na fêmea); ♦ Machos – antena plumosa e palpos maior que probócida; ♦ Fêmeas – antena pilosa e palpos menos que probócida; ❖ Ovos − agrupados formando jangadas (Culex) − isolados (Aedes); ❖ Larvas ♦ Larva com sifão respiratório; ♦ Larva com posição oblíqua em relação a superfície da água. SUBFAMÍLIA ANOPHELINAE MORFOLOGIA ❖ Adultos ♦ Pouso perpendicular a superfície; ♦ Asas com manchas ♦ Palpos e probóscidas de mesmo tamanho (macho e fêmea); ♦ Machos – palpo clavado no ápice e antena plumosa; ♦ Fêmea – palpo cilíndrico e antena pilosa ❖ Ovos ♦ Colocados sobre a água isolados uns dos outros; ❖ Larvas ♦ Sem sifão respiratório; ♦ Ocupam posição paralela a superfície da água; PRINCIPAIS DIFERENÇAS DAS SUBFAMÍLIAS CULICINAE E ANOPHELINAE EPIDEMIOLOGIA DAS ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA Anopheles sp. ֎Transmissores da malária ❖ Características: cor marrom; pouso perpendicular à superfície; asas com manchas. Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi ❖ Principal espécie transmissora da malária no Brasil; ❖ Mais frequente em domicílios; ❖ Pode picar fora das habitações, mas prefere fazê-lo dentro dos crepúsculos vespertino e matutino; ❖ Criadouros: grandes coleções de água (represas, remansos de rios), desde que sejam límpidas e ensolaradas ou parcialmente sombreadas; ❖ Encontrado desde o México até a Argentina; ❖ Brasil: todos os Estados, exceção regiões secas e áridas do Nordeste. Anopheles (Nyssorhynchus) aquasalis ❖ Principal transmissor de malária no litoral do Brasil e considerado vetor secundário da elefantíase bancroftiana em Belém; ❖ Pode picar tanto dentro como fora das habitações e prefere fazê-lo ao anoitecer; ❖ Pode picar vários animais além do homem; criadouro - pequenas ou grandes coleções de água com ligeiro teor de salinidade (NaCl), ❖ Daí sua distribuição costeira; .no Brasil, é uma espécie importante na transmissão da malária na região costeira desde o Amazonas até São Paulo; ❖ Não é visto nos Estados sulinos Anopheles albitarsis ❖ Duas subespécies: A albitarsisalbitarsis − hábitos estritamente silvestres; − América Central até o norte da Argentina. A albitarsis domesticus − já foi capturado no PA, RN, BA, ES e RJ; − invade em grande quantidade as habitações; − responsável pela transmissão da malária em Natal, Salvador, Vitória e Baixada Fluminense. Anopheles cruzii ❖ Principal transmissora da malária no sul do país; espécie silvestre, mas pode picar tanto fora e dentro habitações e também durante o dia ou noite; ❖ Mais ativa durante o crepúsculo vespertino; ❖ Criadouros: águas coletadas de folhas de bromélias protegidas da luz solar; ❖ Brasil: AM, AC, PA, SE, MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS. ❖ Brasil: importância na transmissão da malária nos Estados de São Paulo para o sul, tanto no planalto como nas planícies. Anopheles Bellator ❖ É muito semelhante a espécie anterior; ❖ Prefere para criadouro as bromélias expostas à luz solar (pedras, topo das arvores); ❖ Mais comum nas planícies do que no planalto; ❖ Brasil: PB, ES, RJ, SP, PR, SC e RS. ❖ Brasil: espécie importante na transmissão da malária nos Estados de São Paulo até o Rio Grande do Sul. Culex quinquefasciatus ❖ Características: Asas sem manchas; Cor geral morrom amarelado; Tarsos escuros; Abdome com faixas claras de cor esbranquiçada. ❖ Hábitos hematofágicos noturnos; ❖ Presente nos trópicos de todo o mundo; principal transmissor da filariose bancroftiana no Brasil; ❖ maior perturbador do repouso noturno humano em nosso país; ❖ A predileção pelo sangue humano facilita o contato das microfilárias com este mosquito, tornando-o mais eficiente que outros mosquitos Suscetíveis; ❖ Incidência da elefantíase no Brasil reduziu muito nos últimos 30 anos; ❖ Cidades com elevados índices de casos: Recife e Olinda (PE), Maceió (AL) e Belém (PA). ❖ Responsável pela veiculação do vírus Oropouche (arbovirus) no Estado do Pará; ❖ Pica só dentro de casa e durante a noite; ❖ Criadouros: água paradas e poluídas por matéria orgânica, próximas das casas ❖ Nas grandes cidades, com dificuldade de escoamento dos esgotos, a densidade desses insetos é alta, pelo número e pela extensão dos criadouros existentes. Aedes aegypti ❖ Características: Cor marrom médio; Asas sem manchas; Faixa curva, branco-prateada de cada lado do mesonoto (tórax) e outra mais fina, reta, longitudinal, central, (forma de lira); Manchas brancas no abdome; Artículos tarsais com anelações claras. ❖ Principal transmissor da febre amarela urbana e do dengue em todo o mundo; ❖ Importado da África para a América durante a colonização e a escravidão; ❖ Disseminou por toda a faixa tropical e hoje é considerado cosmopolita; ❖ Fêmeas realizam a oviposição na parede do recipiente, próximo do nível da água; ❖ Chegou aqui nos navios que aqui atracavam, ao se encher novamente os tonéis de água as larvas eclodiam e, cerca de oito dias depois, liberavam os adultos, que invadiam o litoral; ❖ Mais tarde, a disseminação passou a ser feita através de veículos terrestres e de aviões. ❖ Criadouros: variados recipientes de água domiciliares e peridomiciliares: pneus sem uso, latas, pratos de plantas, caixas d'água descobertas, piscinas em uso etc; ❖ Hematofagia, cópula e oviposição diurnas; ❖ Dispersão máxima 200 metros; capacidade de vôo de fêmeas 700m/dia; ❖ Vive cerca de 15-20 dias; ❖ Hematofagia tanto dentro como fora das casas, entre 7 e 10 hs e entre 16 e 19 hs. ❖ Prefere sugar o homem, principalmente nos pés ou nas partes inferiores das pernas; alimenta também de cães, roedores e aves; ❖ Ao exercer a hematofagia, inocula com a saliva as partículas virais. ❖ Habilidade de escapar de ser morto pela vítima durante o repasto sanguíneo. ❖ Vôos rápidos retomando a atacá-la ou procurar outra vítima. ❖ A fêmea infectada pode ter várias alimentações sanguíneas curtas em diferentes hospedeiros. ❖ As fêmeas grávidas infectadas com o vírus do dengue podem contaminar os seus ovos (transmissão transovariana). ❖ Os ovos são colocados em grupos (10-30 ovos/criadouro). ❖ Ovos muito resistentes a dessecação, podendo permanecer por mais de um ano. ❖ Após o contato com a água podem eclodir nos primeiros 15 minutos. ❖ Capacidade de dessecação dos ovos é considerado como um dos principais obstáculos para o seu controle. ❖ Esta condição permite que o ovo seja transportado a grandes distâncias em ambiente seco. ❖ Esse é o motivo da alta população de Aedes aegypti durante o período de chuvas. Aedes albopictus ❖ Características: Cor negra; Asas sem manchas; Mesonoto com uma faixa central longitudinal de escamas prateadas; Abdome com faixas brancas; Pernas marcadas de branco e preto Popularmente denominado "tigre asiático" devido a sua coloração. ❖ Espécie transmissora do dengue, febre amarela urbana e silvestre e encefalite nos países asiáticos. ❖ Brasil: espécie ainda não é considerada como vetor da febre amarela urbana, mais pode transmitir a vírus do dengue, zika, Chikungunya. ❖ Introduzido no Brasil em 1985 através de navios (Japonês) que vêm importar minério de ferro no porto de Vitória ES); ❖ Se disseminou para os outros estados por trem, caminhões, comércio de pneus usados etc. ❖ Antropofilica, mas também pode se alimentar de outros animais, (equinos, bovinos, cães, macacos, aves, roedores); ❖ Atividade diurna (hematofagia, cópula e oviposição); ❖ Deposita ovos isolados sobre a água ou na parede dos criadouros (pneus, latas, caixas d'água, buracos no chão, em árvores etc); ❖ Desenvolve-se bem em temperaturas variadas (de 15 até 30°C); ❖ Pode ser vista em ambientes silvestre, rural, periurbano e urbano; ❖ Pode veicular várias arboviroses. Haemagogus sp. ❖ Características: Cor metálica azul e violáceo; Asas sem manchas; Manchas prateadas no corpo. Haemagogus capricornii ❖ Espécie muito importante na transmissão da febre amarela silvestre; ❖ Vive no nível da copa das árvores. ❖ Criadouro: buracos em tronco de arvores. ❖ Espécie eclética quanto ao hábito alimentar, picando homens e animais. ❖ Já foi vista invadindo habitações humanas próximas de matas. ❖ É encontrada em matas de grande ou pequeno porte. Sabethes sp. ❖ Características: "Cerdas” na tíbia da pata posterior em forma de remo; Mosquito com colorido metálico verde, azul e violáceo. ❖ Responsáveis pela transmissão da febre amarela Silvestre; ❖ Picam durante o dia e a noite; ❖ Têm como criadouros águas coletadas em buracos de árvores e bambus, em folhas caídas etc. ❖ São vistas em todos os tipos de matas do Brasil. CONTROLE DOS CULICÍDEOS INTRODUÇÃO ❖ Os culicídeos adquirem rapidamente resistência aos inseticidas. Importunam o homem; Combatidos com inseticidas; Desenvolvem gerações resistentes; • em pouco tempo repovoam o ambiente; Esta geração já é resistente ao inseticida. Para ser letal para as novas gerações deverá ser aplicado em dosagem maior. ❖ Desta forma, novas drogas e novos métodos devem ser constantemente desenvolvidos. ❖ É realizado nas fases de larva e adulto, mais diferem muito, pois os mosquitos apresentam diversos criadouros e hábitos urbanos ou silvestres. ❖ Controle das larvas: fisico, quimico, biologico e integrado. ❖ Controle Químico Larvicidas: − Organofosforados, ex. temephos e malathion; − Carbamatos, ex., propoxur − Piretróides, ex. deltrametrina e permetrina. Hormônio juvenil: − Interferem no desenvolvimento larval e na emergência de adultos. − Inibidores de formação de quitinas. ❖ Controle Físico Modificar ou remover os criadouros Brejos- pântanos aterro, drenagem. Remoção de recipientes contendo agua parada → pneus, latas, recipientes descartáveis etc. ❖ Controle Biológico Organismos biológicos. Predadores - microcrustáceos e peixes. Helmintos - nematódeos Fungos - Metharhysium anisopliae Bactérias - Bacillis thuringiensis israelensis e Bacillus sphaericus ❖ Proteção Pessoal Telar janelas, Uso de mosquiteiros; Uso de repelentes. ❖ Inseticidas Residual; Fumasse. ❖ Controle Integrado de larvas e adultos Consiste em integrar dois ou mais métodos de controle simultaneamente ou sequencialmente, visando reduzir os custos e aumentar os resultados. Criadouros menos volumosos - indicado uso de inseticida. Criadouros domiciliares ou peridomiciliares (Culex quinquesfasciatus, A. aegypti, A. albopictus) é recomendado: Campanha para orientar a população a destruir ou proteger em suas casas todos os possíveis criadouros, aplicação de inseticida por guardas sanitários em todos os criadouros fora do alcance da população e uso de lagoas de oxidação (Culex quinquefasciatus). REFERÊNCIAS ❖ NEVES, David Pereira, MELO, Alan Lane, LINARDI, Pedro Marcos & VICTOR, Ricardo W. Almeida. Parasitologia Humana. S. Paulo: Ed. Atheneu, 13° edição, 2016.
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