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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO Jurisdição e competência: A jurisdição não é plena, sendo dividida em competências, e estas limitam aquelas. O juiz, por sua vez, tem sua competência decorrente da lei em uma área específica. Dessa forma, a competência é medida para jurisdição e possui as seguintes divisões abaixo. Classificação: Competência em razão do lugar (ex ratione loci): o juiz pode dizer o direito em razão de certa área geográfica. É portanto relativa e prorrogável. Art. 651 da CLT alterado pela reforma. Competência em razão da matéria e da pessoa (ex ratione materiae/ex ratione personal): é absoluta e improrrogável. A primeira diz respeito à matéria envolvida, que limitará o acesso da pessoa à justiça do trabalho. A segunda, por sua vez, no caso da justiça do trabalho não tem nenhuma restrição, e se dará se for o caso, pela matéria; qualquer pessoa poderá ingressar na justiça do trabalho. Artigo 114 da CF: A competência da justiça do trabalho alterou-se pela Emenda Constitucional número 45, que alterou o texto deste artigo. A partir disso, a competência da justiça do trabalho passou a julgar todas as relações de trabalho (estágio, etc), e a rigor, não tem competência para as relações de consumo (prestação de serviços, etc vão para a justiça comum). Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios II as ações que envolvam exercício do direito de greve; III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. PRINCÍPIOS E SINGULARIDADES DO PROCESSO DO TRABALHO Princípios: Legalidade: possui teoria dualista, pois captura regras comuns ao CPC, já que o princípio da legalidade é o princípio no qual gravita todos os processos do direito. Contudo, o ramo processual do direito do trabalho é destacado a parte, vez que o processo do trabalho é informal por excelência, embora se adeque aos princípios e normas, possuindo característica própria – no direito do trabalho, resolve-se demandas de natureza alimentar, e por isso o seu processo é simplificado e rápido para atingir seu objetivo. Apesar disso, o direito do trabalho observa o mínimo de legalidade e afetação legal – ‘’é informal mas nem tanto, nunca a ponto de abdicar de normas legais do ordenamento jurídico’’. Instrumentalidade: é a possibilidade de simplificação dos atos processuais do processo trabalhista (sem abrir mão da legalidade), da maneira mais efetiva possível, para dar à causa alimentar uma celeridade – Artigos 277 CPC e 872, p.u, CLT. Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. Art. 872 - Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumprimento, sob as penas estabelecidas neste Título. Parágrafo único. Quando os empregadores deixarem de satisfazer o pagamento de salários na conformidade da decisão proferida, poderão os empregados, juntando certidão de tal decisão, apresentar reclamação à Junta ou Juízo competente, observado o processo previsto no capítulo III deste título, sendo vedado, porem, questionar sobre a matéria de fato e de direito já apresentada na decisão. Oralidade: processo trabalhista é oral por excelência; na era digital, as petições são distribuídas pelo computador – além disso, os outros atos processuais são realizados oralmente. Ex: contestação em audiência, com a duração de 20 minutos. Concentração: ‘’A prática do maior número de atos processuais no menor espaço de tempo’’. O processo trabalhista é condensado! A audiência única, por exemplo, colhe a defesa, propõe acordo, faz instrução e marca julgamento (é facultativo no ordinário e obrigatória no rito sumaríssimo) - Artigos 849 CLT e 825-C CLT. Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) Contraditório: é inerente a toda matéria processualística e também constitucional. É isonomia legal e processual, em que o juiz deve tratar as partes de forma igualitária, para que possam exercer o contraditório e ampla defesa. Por outro lado, o juiz também não pode perder a celeridade processual. Exemplo: juntada excessiva de documentos, que leva à muitas vistas pelas partes. Assim, sempre que possível, o juiz deve evitar atendimento isolado das partes. Celeridade: e a tônica do processo trabalhista, sendo assim ligado ao princípio da instrumentalidade e concentração. O processo do trabalho tem que atingir o objetivo social de resolver os processos de natureza alimentar. Economia: juiz exerce o processo, atingindo a celeridade e evitando atos protelatórios e desnecessários, agredindo a economia processual. Exemplo: perícia de conferência de cartão de ponto. In dubio pro misero: na dúvida, se decidirá em prol do empregado – esse princípio é típico do direito material. No direito processual, há vertentes que entendem que aplica-se e outras não. Exemplo: incompatibilidade de provas entre réu e autor. Na majoritária jurisprudência, entende-se que não se aplica, em razão do ônus da prova, que caberá exclusivamente ao autor, assim como preceitua o artigo 818 da CLT: Art. 818. O ônus da prova incumbe: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. Impulso processual: é saber se o processo é de natureza inquisitiva, isto é, se o juiz dá de ofício o impulso (exceção). Já a natureza dispositiva, põe que as partes tem necessidade de manejar peças do jogo processual (maioria). Entretanto, o segundo não exclui o primeiro – Artigo 878 CLT. Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) Ultra-petição: o juiz, sob pena de nulidade, deverá se ater aos limites do pedido. Extra= coisa estranha ao que se pediu,Ultra= além daquilo que se pediu. No processo do trabalho, ‘’decota’’ e não anula, para evitar atrasos no processo ao que induz aquelas parcelas que transcedem às partes, ou seja, o juiz pode deferir, pois decorre de norma imperativa, não considerando ultra extra petita – Artigo 496 CLT. Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte. Imediação: o juiz possui ampla liberdade para conduzir o processo, mas possui contato estrito e estreito com as partes. ‘’O juiz é a verdade processual nas partes’’. O juiz ordena sentença sob o ordenamento jurídico. Eventualidade: o juiz autoriza adotar novas teses na hipótese de uma não ser acolhida, contudo, não se pode cometer contradições e incoerências, devendo agir de acordo com a lógica ‘’ad argumentandum tatum’’ (somente para argumentar). Pode também ser exercido no peticionamento inicial, como pedido sucessivo e alternativo, além da tese de defesa. Singularidades do Processo do trabalho Nome das partes: Embora não seja heresia se referie à autor e réu, suscitante e suscitado, a regra geral é: Reclamante Reclamado Ius Postulandi: É a capacidade das partes em postular em juízo sem estar acompanhado por seus patronos, e a parte a rigor poderá ir a juízo sozinha, sendo o advogado dessa forma, facultativo – é uma prerrogativa tanto quanto um ônus. Já o empregador, poderá ser representado em audiência pelo preposto, com capacidade postulandi limitada, podendo só agir em atos de audiência. Limites do Ius Postulandi: audiências, varas de trabalho, fase recursal (TST). OBS: ações rescisórias, cautelares e mandado de segurança apenas com representação processual (patronos). Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. § 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado. § 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. (Incluído pela Lei nº 12.437, de 2011) SÚMULA Nº 425 - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Gratuidade: não se paga nada para ajuizar uma ação trabalhista, mas com a reforma delimitou-se alguns abusos, de tal ordem ultra-abusivas, intensificando as questões de litigância de má-fé e honorários advocatícios, além da exigência de comprovação da miserabilidade afim de deferimento da justiça gratuita – logo, a justiça gratuita é seletiva, de modo que o empregado deve comprovar sua capacidade financeira colacionando o contra-cheque aos autos, deduzindo-se a partir disso, o valor das custas processuais. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: são aquelas decisões que resolvem questões incidentais no intermeio do processo, e são no processo do trabalho irrecorríveis, ante a previsão do ‘’protesto’’ do Artigo 795 da CLT, que é o procedimento de reclamar e mostrar o inconformismo evitando a preclusão, para que não se deixe passar direito líquido e certo do postulante. Dessa forma, deverão serem atacadas em audiência ou nos autos. Conclui-se que no processo trabalhista cabe recurso apenas das sentenças definitivas. Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. SÚMULA Nº 214 - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III - recurso de revista; IV - agravo. § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. (Parágrafo único renumerado pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) AÇÃO, PROCESSO E PROCEDIMENTO Ação: instrumento através do qual a parte submete ao poder judiciário a sua pretensão, visando obter a prestação jurisdicional. As ações mais comuns hoje do direito, são as reclamações trabalhistas, seguida pelas consignações em pagamento. Processo: sequencia lógica de atos processuais praticados com o fim de obter a solução do conflito. É o desenvolvimento da ação ajuizada. Procedimento: rito pelo qual o processo se desenvolve. São 03 os principais ritos: Ordinário: não havendo circunstâncias específicas segue o rito ordinário que se faz como regra. Sumário: adotado para ações de até 02 salários mínimos – ‘’casos de alçada’’ previstos no artigo 1º ao 4º da Lei 5584/70. Essas causas são irrecorríveis – só cabe recurso se tiver matéria constitucional, impugnando-se o valor Recurso Inominado – para rever o valor da causa, diretamente para o presidente do tribunal (raro, mas possível). Sumaríssimo: adotado para ações de até 40 salários mínimos, e tem inspiração dos Juizados Especiais. Acima dessa quantia, seguirá o rito ordinário. Artigo 852-A e seguintes da CLT: Artigo 852 – A, parágrafo único: mesmo que o valor da ação seja acima de 2 salários mínimos e até 40 salários mínimos, se a administração pública for parte no processo, o procedimento será o ordinário. Artigo 852 – B: aqui estão os requisitos que devem ser observados no procedimento sumaríssimo. I- O pedido deverá ser certo e determinado. O valor de cada pedido deve ser indicado (não pode colocar valor a apurar). Todos os pedidos devidos ao reclamante têm que estar indicados e com os respectivos valores; II- A citação não será feita por edital. Portanto, se o autor indicar errado o nome e o endereço do reclamado, incorre em falha. III- Apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias. Mas, na prática esse prazo é ultrapassado. Artigo 852 – B § 1º - o não atendimento pelo autor reclamante, do que é previsto nos incisos I e II (pedido certo, determinado e líquido; nome e endereço corretos do reclamado), importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. Ressalte- se que o inciso II diz respeito ao nome e endereço corretos, para a realização da citação. Artigo 852 – B § 2º - aqui, diz que as partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço no curso do processo. Se não for feita essa comunicação, consideram-se válidas as intimações enviadas ao local anteriormente indicado. Somente é permitida a “alteração/mudança” de endereço, após a citação inicial, no curso do processo. Artigo 852 – C: no Procedimento Sumaríssimo, as demandas serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. Normalmente,a audiência é feita por um juiz só. A audiência é única. Artigo 852 – D: o juiz tem liberdade de excluir/indeferir as provas que julgar excessivas, impertinentes ou protelatórias, visando à celeridade do processo. É o expoente do Princípio da Oralidade. Artigo 852 – E: o juiz deverá propor a conciliação, usando os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. Artigo 852 – F: na ata da audiência registra-se o depoimento das partes, cada qual ouvida em separado no sumário, é tudo ouvida em um corpo só; é um resumo. Artigo 852 – H: todas as provas serão produzidas na Audiência de Instrução e Julgamento, ainda que não requeridas previamente. Artigo 852 – H § 1º: sobre os documentos apresentados, por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interpretação da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz. Artigo 852 – H, § 2º: as testemunhas até o máximo de duas para cada parte comparecerão na audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. Artigo 852 – H § 4º: Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta (tem situações, que a perícia é obrigatória, em decorrência da lei), será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objetivo da perícia e nomear perito. Artigo 852 – H § 7º - interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se- ão no prazo máximo de 30 dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. Artigo 852- I: a sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorrido em audiência, dispensado o relatório. Artigo 852 – I § 1º - o juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo os fins sociais da lei (aqui está presente o Princípio da Finalidade Social) e as exigências do bem comum. Artigo 852 – I § 3º - as partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que é prolatada. Causas que tenham entes públicos – seguirão rito ordinário No sumaríssimo não cabe citação por edital Audiência obrigatoriamente UMA e INDIVISÍVEL Vista imediata dos autos, com manifestação na própria audiência 02 testemunhas para cada parte Discricionariedade do juiz Sentença não tem relatório ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS Prazos processuais: Juízes e advogados possuem prazos de forma diferentes. Os prazos dos advogados são aqueles de acordo com o artigo 775, CLT (exclui-se o primeiro e inclui-se o último), assim como o CPC. Os prazos dos juízes, por seu turno, também seguem o CPC em seu artigo 225 (05 dias para despachar e 30 dias para sentenciar). Além disso, há dois tipos de prazos – o dilatório (possível alargar) e os peremptórios (não são possíveis de alargar). OBS: a contagem de prazo sempre se dá com a publicação no DJE. Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. § 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I - quando o juízo entender necessário; II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. § 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. Art. 226. O juiz proferirá: I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias; II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias; III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias. Atos Processuais: Destinado ao juiz com o fim de obter a prestação jurisdicional, objetivando a movimentação do processo e por conseguinte, a sentença. Art. 770 CLT: Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente. Termos Processuais: A constituição versa sobre a publicidade dos atos, e em certos casos há segredo de justiça (em casos específicos, como por exemplo, abuso sexual e etc). De modo geral a publicidade é inerente ao direito do trabalho. Além disso, os termos processuais encontram-se cada vez mais imersos ao meio eletrônico. OBS: direito de certidão é liquído e certo, sob pena de, não o fazendo, ser impetrado mandado de segurança. Artigo 771 CLT e seguintes: Art. 771 - Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo. NULIDADES Ato nulo e Ato inexistente: Ato nulo: sanção determinada pela lei, privando o ato jurídico de suas condições normais. Se não cumprir os requisitos da lei, estará o ato fadado à nulidade (competência absoluta) ou anulabilidade (vício sanável). Ato inexistente: está entre o nulo e o anulável – é uma figura híbrida. Exemplo: sentença proferida por um oficial de justiça. Nulidade absoluta/Nulidade relativa: Nulidade absoluta: poderá ser declarado de ofício, e portanto tem competência absoluta em razão da matéria. Pode o juiz de direito julgar causa trabalhista? Poderá de ofício declarar nulidade absoluta, mas não poderá julgar a matéria trabalhista da causa, e deverá remeter os autos para o juízo competente. Exemplo: em Minas, há varas do trabalho competentes para tal, mas, em vários lugares do país que não tem vara do trabalho perto, o juiz de direito quem julga as causas trabalhistas (ex: Pará). Logo, o juiz de direito só vai julgar se não tiver vara trabalhista, pois a competência deste é absoluta. OBS: recursos, independente de existência de vara, só vai para o TRT. Nulidade relativa: envolve vício sanável; fala-se de anulabilidade e envolve convalidação desse ato, se não impugnado pela parte. Exemplo: foro de domicílio do réu. Instrumentalidade: É a capacidade do juiz de declarar nulidade relativa, passando por cima daquilo que é mais ou menos grave, ou seja, casos de anulabilidade. Quando a lei determina, terá que ser cumprido, mas quando há um ato que cumpre a forma/finalidade de outra forma diferente da lei, ele será válido, pois é um vício sanável, de nulidade relativa e anulabilidade. Artigo 277, CPPC (já colacionado em cima). Princípio da causalidade: ‘’Aproveitar a parte da maçã’’ – é declarar nulo apenas parte do ato que tem vício, e não se comunica com o resto da demanda. Exemplo: insalubridade por base de um laudo feito por um enfermeiro, quando na verdade, deveria ter sido feito por um médico do trabalho = argui-se vício só desse ato, mantendo o resto dos pedidos/demanda intactos. Artigo 798, CLT: Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência. Princípio da Transcendência ou prejuízo: está balizado no Artigo 794 da CLT, e significa que a nulidade no processo do trabalho dá-se somente quando há um prejuízo às partes e ao procedimento – no termo francês, ‘’não há nulidade sem prejuízo’’. Não havendo prejuízo, sempre se prezará pelo prosseguimento do processo. Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. Momento da arguição: balizado pelo Artigo 795 da CLT, diz que incorre em preclusão a não arguição da nulidade, quando da audiência. Ou seja, a nulidade relativa deverá ser arguida em audiência, de forma a prequestionar a matéria, devendo o protesto ser lançado na ata, e depois desse momento, nada poderá ser feito, havendo assim, o cerceamento de defesa – ‘’Inês é morta’’. Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. § 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão. PRECLUSÃO E PEREMPÇÃO Preclusão: (PERDA DO DIREITO DE AGIR EM FACE DO TEMPO) Perda da faculdade de praticar um ato processual pela transposição de um momento processual. Coisa julgada = preclusão máxima. Além disso, são 03 os tipos de preclusão: Lógica, Temporal e Consumativa.Exemplo: Artigo 836 da CLT: Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão de trânsito em julgado. Perempção: (INERCIA DO POSTULANTE NO DECURSO PROCESSUAL) extinção do direito de praticar um ato processual quando por certo tempo não se exercita o direito de agir. Exemplo: Artigo 731 e 732 da CLT: Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
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