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I.M. P ág in a1 Societário: 1) Teoria Geral: TIPOS SOCIETÁRIOS: Sociedade em comum Não personificadas Sociedade em conta de participação Sociedade simples Personificadas e não empresariais Sociedade cooperativa Sociedade em nome coletivo Personificadas e empresariais Sociedade em comandita simples Sociedade em comandita por ações Sociedade limitada Sociedade anônima A personalidade jurídica de uma sociedade só é adquirida a partir do registro na Junta Comercial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (nos casos das sociedades simples), conforme previsão dos arts. 1.150 a 1.154 do CC. A affectio societatis é elemento essencial da sociedade, que á a partilha dos resultados entre os sócios, sejam os lucros, sejam os prejuízos. O art. 981 do CC, define uma sociedade da seguinte forma: “ART.981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.” A sociedade então é uma pessoa jurídica de direito privado com finalidade econômica. I.M. P ág in a2 O art. 981 prevê a possibilidade da contribuição por meio de serviços para o exercício da atividade empresarial, no entanto, a sociedade limitada e anônima não permitem a contribuição por meio de serviços. 1.1) Classificação das sociedades: a) Quanto ao objeto social: As sociedades podem ser classificadas quanto ao objeto social como empresárias ou simples. Sendo as sociedades empresárias aquelas que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito à registro (a. 982 CC) e simples, as demais. Dessa forma, as sociedades empresárias são levadas a registro nas Juntas Comerciais, já as sociedades simples, são levadas a registro no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Existem sociedades consideradas simples ou empresárias independentemente do objeto social, é o caso da sociedade anônima que sempre será empresária, e as cooperativas que sempre serão simples. b) Quanto à responsabilidade dos sócios: A classificação quanto à responsabilidade dos sócios, leva em conta se a responsabilidade é limitada, ilimitada ou mista. As sociedades que possuem responsabilidade limitada, são aquelas em que há uma limitação entre o patrimônio dos sócios e o patrimônio empresarial, de forma que para atingir o patrimônio dos sócios é necessário o instituto da desconsideração da personalidade jurídica, há uma separação clara e nítida dos patrimônios. Já nas sociedades ilimitadas não há essa limitação, de forma que o patrimônio dos sócios pode responder por dívidas da sociedade. Por fim, nas sociedades mistas, há tanto sócios com responsabilidade limitada como com responsabilidade ilimitada. c) Quanto ao regime de constituição e dissolução: Quanto ao regime de constituição e dissolução, as sociedades podem ser contratuais, que são aquelas constituídas por meio de contrato social ou institucionais, que são aquelas constituídas por meio de estatuto. I.M. P ág in a3 d) Quanto à composição: Já quanto à composição, as sociedades se dividem em sociedades de pessoas ou de capital. A presença do affectio societatis é de grande importância nas sociedades de pessoas, pois são as características dos sócios que determinam a formação do vínculo societário. Já quanto às sociedades de capital, as características dos sócios não são de grande importância, sendo livre a entrada de terceiros. 1.2) Liquidação: a liquidação de uma sociedade se dá para o pagamento das contas, após a dissolução da sociedade. Dissolvida a sociedade, é nomeado liquidante que liquidará o passivo, pagará as contas, retribuirá as sobras e extinguirá a sociedade. 1.3) Operações Societárias: a) Transformação: há uma modificação no tipo contratual. Ex.: a sociedade Y é limitada e se torna anônima. b) Incorporação: há a incorporação quando uma sociedade incorpora a outra. Ex.: a sociedade Y incorpora a X, de forma que a X é extinta e passa a fazer parte de Y. Y + X = Y. c) Fusão: duas sociedades se unem e se transformam em uma terceira sociedade. Ex.: X e Y se transformam em Z. X + Y = Z. d) Cisão: quando uma sociedade cede parte do seu patrimônio para transformar em outra sociedade. Ex.: Y cede uma parte para criar X. 1.4) Sociedade dependente de autorização: a sociedade dependente de autorização é aquela que depende da autorização do Governo Federal para seu funcionamento. Após a autorização e a respectiva publicação, o prazo para colocar a empresa em atividade é de 12 meses. a) Sociedade nacional: organizada conforme a lei brasileira e com sede administrativa no Brasil. b) Sociedade estrangeira: por exclusão, é a não organizada conforme a lei brasileira e sem sede no país. Não pode funcionar sem autorização do poder executivo. 2) Sociedades em espécie: I.M. P ág in a4 2.1) Sociedade em comum: Não possui seus atos constitutivos levados a registro (exceto S/A que tem regulamento próprio). As sociedades em comum se utilizam de modo supletivo das regras da sociedade simples previstas no Código Civil. A sociedade é comprovada entre os sócios por escrito, e para terceiros, de qualquer forma. Seu patrimônio é chamado patrimônio especial, porque não possui formação especifica. É de responsabilidade ilimitada, porém há o benefício de ordem, onde primeiro se atinge o patrimônio da empresa e depois do sócio. No entanto, o sócio que contratar em nome da sociedade, perde o benefício de ordem. 2.2) Sociedade em conta de participação: Seu objeto social é explorado exclusivamente pelo sócio ostensivo. Seus sócios se dividem em: ostensivo e participante. O sócio ostensivo é o responsável pelas relações com terceiros. Se o sócio participante vier a intervir nas relações com terceiros, responderá solidariamente com o ostensivo. Pode ser comprovada por todos os meios de direito. A inscrição de seu contrato não lhe confere personalidade jurídica, e seu contrato só produz efeito entre os sócios. Também possui patrimônio especial, por não possuir formação específica. Na falência de uma sociedade em conta de participação, o sócio ostensivo requererá habilitação como crédito quirografário e o participante será enquadrado como contrato da massa falido, ou o que for mais vantajoso. Utiliza supletivamente das regras da sociedade simples. 2.3) Cooperativas: Lei 5.764/71 As sociedades cooperativas não visam ao lucro, e sim a reunião de esforços, reunião de pessoas com um objetivo em comum. Este tipo societário não está sujeito à falência. I.M. P ág in a5 Características do art. 4º: adesão voluntária; cotas por meio de capital; cotas podem ser limitadas; não cabem cotas à terceiros; singularidade de voto; assembleia-geral baseada em pessoas; retorno das sobras; prestação de assistência. O nome empresarial é sempre por denominação, acompanhado do termo Cooperativa. Cooperativas singulares: No mínimo 20 pessoas. Trabalha diretamente com seus associados. Cooperativas centrais: No mínimo 3 cooperativas singulares. Analisam o interesse comum da atividade. Confederações: No mínimo 3 cooperativas centrais. Concilia os interesses em atividades mais amplas. A responsabilidade dos sócios depende da previsão do estatuto. Sua constituição se dá por meio de uma assembleia-geral dos fundadores, que gera uma ata ou instrumento público, a partir daí é gerado o ato constitutivo da sociedade que é assinado pelos sócios. Este tipo societário não depende de autorização para funcionar. Apesar de serem sociedades SIMPLES, o registro se dá nas Juntas Comerciais. A cooperativa poderá agir em nome dos seus associados, mas deve haver a previsão no estatuto. O capital é dividido em cotas. No art. 21 da Lei, está previsto o que deverá conterem seu estatuto: Art. 21. O estatuto da cooperativa, além de atender ao disposto no artigo 4º, deverá indicar: I - a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade, fixação do exercício social e da data do levantamento do balanço geral; II - os direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades e as condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão e as normas para sua representação nas assembléias gerais; III - o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser subscrito pelo associado, o modo de integralização das quotas-partes, bem como as condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou de exclusão do associado; IV - a forma de devolução das sobras registradas I.M. P ág in a6 aos associados, ou do rateio das perdas apuradas por insuficiência de contribuição para cobertura das despesas da sociedade; V - o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, com definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, a representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato, bem como o processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais; VI - as formalidades de convocação das assembléias gerais e a maioria requerida para a sua instalação e validade de suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiverem interesse particular sem privá-los da participação nos debates; VII - os casos de dissolução voluntária da sociedade; VIII - o modo e o processo de alienação ou oneração de bens imóveis da sociedade; IX - o modo de reformar o estatuto; X - o número mínimo de associados; XI – se a cooperativa tem poder para agir como substituta processual de seus associados, na forma do art. 88-A desta Lei. Já o art. 35 determina como será feita a exclusão dos associados: I - por dissolução da pessoa jurídica; II - por morte da pessoa física; III - por incapacidade civil não suprida; IV - por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso ou permanência na cooperativa. A assembleia geral será composta pelos associados, e as decisões serão tomadas por maioria. O quórum será: I - 2/3 (dois terços) do número de associados, em primeira convocação; II - metade mais 1 (um) dos associados em segunda convocação; III - mínimo de 10 (dez) associados na terceira convocação ressalvado o caso de cooperativas centrais e federações e confederações de cooperativas, que se instalarão com qualquer número. Sendo que, cada associado presente não terá direito a mais de 1 (um) voto, qualquer que seja o número de suas quotas-partes. Os órgãos de administração da cooperativa são: a diretoria e o conselho de administração. O Conselho Fiscal é responsável pela fiscalização, conforme previsão do art. 56. Fusão: união de duas sociedades, há a extinção das duas e se transformam em uma nova. I.M. P ág in a7 Incorporação: Uma cooperativa absorve a outra. Desmembramento: Uma cooperativa se transforma em duas ou mais. No art. 63 estão previstas as hipóteses de dissolução e no art. 66 de liquidação. 2.4) Sociedade em nome coletivo: Sociedade empresarial, personificada, formada apenas por pessoas físicas. Os sócios respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Utiliza supletivamente das regras da sociedade simples. Utiliza-se da firma social como nome empresarial. O administrador deve necessariamente ser sócio. A dissolução se dá nas formas do art. 1.033 e 1.044 do CC. 2.5) Sociedade em comandita simples: Este tipo societário possui duas categorias de sócios: os comanditários e os comanditados. Os sócios comanditários possuem responsabilidade limitada. Os sócios comanditados devem necessariamente ser pessoa física e possuem responsabilidade solidária e ilimitada. Aplica-se supletivamente as regras da sociedade simples e sociedade em nome coletivo. O sócio comanditado segue as disposições da sociedade em nome coletivo. A administração só pode pertencer ao sócio comanditado. A dissolução está prevista no art. 1.044 e 1.051, II do CC. 2.5) Sociedade Limitada: Em regra, rege-se supletivamente pelas regras da sociedade simples, mas pode optar por utilizar as regras da sociedade anônima. O nome empresarial é por meio de firma social ou denominação. As cotas não podem ser integralizadas por meio de serviços. I.M. P ág in a8 A cessão das cotas para sócios pode se dar sem anuência dos demais, já para não sócios, não pode se dar se houver a oposição de mais de ¼ dos demais sócios. O sócio remisso com relação a cota pode ser excluído. A administração da sociedade pode ser exercida por uma ou mais pessoas que serão designadas no contrato ou em ato separado. Em se tratando de administrador não sócio, se o capital estiver integralizado deve haver o voto de no mínimo 2/3 dos sócios, e se não estiver, deve ser por unanimidade. O Conselho Fiscal é órgão facultativo, e na sua falta, as decisões não podem ser tomadas por outro órgão. As deliberações poderão ser dadas por meio de reunião se presentes dez ou mais sócios e não estiver deliberado por escrito; por assembleia se mais de dez sócios e não deliberado por escrito; e por escrito. O sócio dissidente tem direito de retirada mediante as alterações contratuais. Para que haja aumento do capital social, as cotas devem estar devidamente integralizadas, o contrato deverá ser modificado, deve haver o direito de preferência e deve haver assembleia geral ou reunião. Para a redução do capital social deve haver perdas irreparáveis ou objeto excessivo. 2.6) Sociedades Coligadas: “Art. 1.097. Consideram-se coligadas as sociedades que, em suas relações de capital, são controladas, filiadas, ou de simples participação, na forma dos artigos seguintes” Sociedade controlada: quando há o controle por meio de outra sociedade. Art. 1.098 CC. I - a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria dos votos nas deliberações dos quotistas ou da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores; II - a sociedade cujo controle, referido no inciso antecedente, esteja em poder de outra, mediante ações ou quotas possuídas por sociedades ou sociedades por esta já controladas. I.M. P ág in a9 Coligada/filiada: sociedade de cujo capital outra sociedade participa com dez por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la. Simples participação: sociedade de cujo capital outra sociedade possua menos de dez por cento do capital com direito de voto. 2.7) Sociedade anônima: Lei 6.404 O capital é dividido por ações. A responsabilidade dos sócios é limitada às ações. Sociedade de capitais, de natureza empresarial. Nome empresarial por denominação, sempre com CIA ou Companhia no início ou no meio, ou S/A no final. Sociedade anônima de capital aberto: é aquela que está aberta à negociações no mercado de valores mobiliários. Sociedade anônima de capital fechado: não está aberta à negociações no mercado de valores mobiliários, de acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O número de ações deve constar do estatuto. O valor nominal de ações da companhia aberta não pode ser inferior ao mínimo fixado pela CVM. As ações podem ser ordinárias, preferenciais ou de fruição, de acordo com os benefícios proporcionados aos acionistas. As ações ordinárias estão previstas no art. 16, as preferenciais no art. 17 e as de fruição não estão previstas, são aquelas para investidores. Valores mobiliários: partes beneficiárias são créditos eventuais que dependem das participações nos lucros e não cabem nas companhias abertas; debêntures são títulos de crédito que dão direito não eventual ao resgate, sua emissão é de competência exclusiva daassembleia geral; bônus de subscrição é a possibilidade do direito de preferência na compra das ações da sociedade. Os requisitos para a constituição de uma S/A são: duas ou mais pessoas; 10% em dinheiro do valor da emissão das ações; depósito. A S/A tem 6 meses a partir da data do depósito para se constituir. I.M. P ág in a1 0 A S/A constituída por meio de subscrição pública necessita do prévio registro da emissão na CVM. A S/A constituída por meio de subscrição particular necessita de assembleia geral ou escritura pública. Nas S/A não se aplica a teoria ultra vires, que dispõe que o ato praticado pelo administrador não se imputa à sociedade. Os administradores possuem dever de diligencia, lealdade e informação. O Conselho Fiscal é órgão obrigatório e também possui dever de diligencia e lealdade. A dissolução pode se dar de pleno direito quando do fim do prazo, nos casos previstos no estatuto, por deliberação da assembleia, pela unipessoalidade (exceto entre o período entre duas assembleias gerais ordinárias) e extinção da autorização. Pode se dar de forma judicial também, quando anulada sua constituição, pelo não preenchimento do fim social ou por falência. E por fim, pode ser administrativa. 2.8) Sociedade em comandita por ações: Lei 6.404 Possui o capital social dividido em ações. O nome empresarial pode ser por firma ou denominação, devendo constar a expressão “Comandita por ações”. Rege-se supletivamente pelas regras da S/A. Somente sócios ou acionistas podem administrar ou gerir. O diretor possui responsabilidade ilimitada e solidária.
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