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Radiobiologia Pollyana Santos – Odontologia UFPE São fenômenos que vem do contato das radiações com os sistemas biológicos. Podem ser resumidos exposição, absorção e efeitos biológicos, respectivamente. Temos 3 estágios para o processo: físico, físico-químico, biológico. FÍSICO Depois de ser exposto o organismo passa por algumas alterações que podem resultar em ionização ou excitação das moléculas. FÍSIC0-QUÍMICO As biomoléculas podem ser lisadas por mecanismos diretos ou indiretos; No caso dos mecanismos diretos a lesão vem da ação da energia liberada pela radiação e isso pode levar a alteração do DNA. Já no mecanismo indireto a lesão vem da hidrolise da água onde temos a formação de radicais livres que tem ação toxica para o organismo. BIOLÓGICO É caracterizado por lesões bioquímicas e metabólicos resultando nos efeitos biológicos somáticos e alterações genéticas. Existem alguns fatores que influenciam nos efeitos biológicos que podem estar: 1. Relacionado a radiação: - dose -Ritmo de aplicação -Tamanho da área irradiada -Tipo de radiação – o poder de penetração dela. Quanto maiores os níveis, maior será o dano e mais rápido vão surgir os efeitos. 2. Organismo: - espécie -idade – mais jovem pior o dano - tipo de célula irradiada As que tem maior reprodução tem maior sensibilidade e as que tem maior diferenciação tem menor sensibilidade. Existem dificuldades de identificação dos efeitos por causa da inespecificidade(como, por exemplo, o câncer que é uma doença multifatorial), polimorfismo e o período de latência (que é o tempo entre a irradiação e a manifestação clínica. Ellenger classificou as células de acordo com sua sensibilidade em ordem decrescente em linfócitos, eritoblastos, granulócitos, mieloblastos, células epiteliais, entre outros. A ação das radiações ionizantes causa nas células alterações morfológicas, formando um núcleo picnótico e citoplasma e núcleo aumentados e de coloração atípica, alterações da fisiologia celular e de permeabilidade celular. Efeitos na reprodução e aberrações cromossômicas. Os efeitos radioinduzidos podem receber denominações em função: 1. Do valor da dose e da forma de resposta (estocástico e determinístico). 2. Do tempo de manifestação (imediato e tardio). 3. Do nível de dano (somático e genético). Os efeitos estocásticos são efeitos onde a probabilidade de ocorrência é proporcional à dose de radiação recebida, sem existir um limiar. Os efeitos determinísticos tem uma dose limiar para o dano, ou seja, quanto maior a dose maior o dano e normalmente tem um curto período de latência. Na pele esses efeitos causam radiodermite. Em relação aos efeitos imediatos e tardios. Os primeiros efeitos biológicos causados pela radiação, que ocorrem em um período de poucas horas até algumas semanas após a exposição, são chamadas de efeito imediato, como por exemplo a radiodermite. Os que aparecem depois de anos ou décadas são chamados de efeitos tardios, como o câncer. Os efeitos somáticos afeta apenas o indivíduo que foi exposto, ou seja, não repassa o dano para a prole. Os efeitos podem aparecem em 90 dias ou até 25 anos. Os efeitos genéticos são aqueles que passam para a prole devido a irradiação das células germinativas. De acordo com a dose recebida pelo indivíduo podemos considerar síndromes agudas de radiações como síndrome hematopoiética, que tem período de latência de 2 a 3 semanas; Síndrome gastrointestinal leva a alteração do epitélio do intestino delgado com ulcerações, febre, diarreia, vômito, entre outros. Síndrome do sistema nervoso central que pode causar vasculite, meningite, edema e necrose de neurônios. Podemos considerar alguns tipos de exposições a radiação como a forma aguda grave, exposição aguda de radiação do corpo todo, consequente de explosões atômicas e acidentes com reatores. O segundo tipo é a forma aguda frustra, exposição aguda a porções limitadas do corpo. Exposições crônicas, pequenas doses de radiação ao corpo todo. E por último pequenas doses de radiação a porções limitadas do corpo, pequenas doses repetidas sobre tecidos sensíveis. A pratica de manutenção do filme radiográfico na boca do paciente, pelo profissional provocas as chamadas radiodermites que podem ser de 3 graus. O grau 1, semelhante a uma queimadura solar com eritema simples e vermelhidão na pele. Grau 2, com destruição da epiderme e derme integra e grau 3 lesão profunda atingindo a derme. Os principais efeitos de irradiação de um feto são alterações no desenvolvimento, mutações somáticas e genéticas, lesões no SNC e possíveis neoplasias pós-natal. Os efeitos genéticos são efeitos biológicos ocasionados pela ação das radiações sobre elementos responsáveis pela herança, nas espécies biológicas. Resumindo, efeitos deletérios sobre as estruturas, chamadas cromossomos, que existem nas células. E como podemos alterar a herança? Durante a fecundação os cromossomos se rompem e sofrem rearranjos, respeitando sempre a ordem nas sequencias dos genes. Sob a ação da radiação, um cromossomo se parte e o fragmento não se une, dando origem a fragmentação. Por exemplo, se isso acontecer com o gene responsável pela cor do cabelo, então o filho nasce sem o gene, albino. Podemos também, ter uma duplicação com uma inversão dos genes, ou a união de fragmentos com centríolo dando um cromossomo dicêntrico e o sem centríolo dando origem ao cromossomo acêntrico. De acordo com informações obtidas in vitro podemos afirmar que radiações ionizantes são agentes mutagênicos, efeitos genéticos produzidos pela radiação são deletérios, as ações mutagênicas das radiações são acumulativas e a frequência das mutações cresce linearmente com as doses. Se as doses forem muito altas, predominam os efeitos imediatos e as lesões serão severas e letais. Para doses intermediárias predominam os efeitos intermediários de severidade menor. Para doses baixas não haverá efeitos imediatos, mas há a possibilidade de lesões a longo prazo.
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