Buscar

01_AS-TICS-APLICADAS-NO-ENSINO-SUPERIOR-5

Prévia do material em texto

1 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICs NO AMBIENTE EDUCACIONAL ........ 2 
2 A INSERÇÃO DAS TIC NA EDUCAÇÃO.................................................... 3 
2.1 O uso das TIC na educação – pontos positivos e negativos ................ 4 
3 TIC NO ENSINO SUPERIOR, SUA IMPORTÂNCIA E USO ...................... 6 
3.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas na EAD e ensino 
presencial das IES ................................................................................................... 7 
3.2 TIC no processo de ensino e aprendizagem e seus benefícios e uso . 9 
4 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ...... 11 
5 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: 
HISTÓRIA E CONCEITOS ........................................................................................ 11 
6 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA ......................................... 13 
7 EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .................................. 17 
8 METODOLOGIA DE ENSINO ................................................................... 22 
9 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO .................................................................. 24 
9.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino 
Superior com TIC. .................................................................................................. 27 
10 DOCENTE UNIVERSITÁRIO ................................................................ 29 
11 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO 
SUPERIOR 32 
11.1 Análise das estratégias de ensino na disciplina metodologia do ensino 
superior com TIC ................................................................................................... 34 
12 O DESAFIO DE INTEGRAR TIC À FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE .. 35 
12.1 Perspectivas Futuras: ferramentas cognitivas e pensamento 
computacional integrados à formação docente ..................................................... 39 
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 46 
 
 
2 
1 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICS NO AMBIENTE EDUCACIONAL 
Segundo Chiavenato (2002, p. 142), comunicação “é a troca de informações 
entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um 
dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social”. A 
comunicação pode ser feita de maneira verbal (oral e escrita) e não verbal na qual 
ocorre a troca de sinais, como movimentos com a cabeça, expressão dos olhos e da 
face, postura, mímica, paralinguagem, dentre outras formas de expressão (ROSA, 
LANDIM, 2009). 
A crescente globalização e criação de novas tecnologias ao longo dos anos têm 
proporcionado à população, novos meios de comunicação (SALGADO, 2002). Por 
consequência, a sociedade tem descoberto novas formas de ensinar e aprender, no 
entanto, não é o suficiente (MORAN, 2004). Além, do ato da aprendizagem, os alunos 
precisam ser inovadores, empreendedores, criativos, independentes, com 
comportamento ético e preocupações sociais (MORAN, 2004). 
Desta maneira, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são um 
conjunto de recursos tecnológicos e computacionais, presentes no processo de 
utilização da informação (VELLOSO, 2003). Elas estão cada vez mais presentes na 
vida da população e inseridas no processo educacional (CRUZ et al, 2010). A nova 
era da tecnologia está produzindo mudanças mundiais tanto na economia e 
comunicação, quanto no modo de pensar a educação (RIBAS, 2008). 
Diante desse cenário as TIC são vistas como ferramentas para facilitar o 
cotidiano das pessoas e o uso da tecnologia de forma geral, principalmente na 
educação, podendo transformar a sociedade e para isso, é necessário que o seu 
acesso não seja restrito, mas que todos possuam condições de usá-la (REIS, 
SANTOS, TAVARES, 2012). No entanto, seu mau uso por parte dos alunos pode ser 
um agravante no processo de ensino e aprendizagem (CRUZ, et al 2010). 
Por outro lado, é preciso que os professores estejam preparados para introduzir 
esse novo mundo das tecnologias em sala de aula adequando-se com a realidade e 
tornando os alunos mais autônomos diante do processo de construção do 
conhecimento (RIBAS, 2008). Como as TIC inseridas cada vez mais na educação, 
estudar os benefícios do seu uso é uma maneira de obter subsídios para a criação de 
 
3 
cursos preparatórios para professores e consequente melhoria do processo de ensino 
e aprendizagem. 
 
Fonte:educacional.cpb.com.br 
Diante do exposto, propõe-se no presente artigo saber quais são os benefícios, 
encontrados na literatura, que o uso das TIC pode trazer para o processo de ensino 
aprendizagem no Ensino Superior, apontando quais são as TIC usadas na educação, 
como estas têm sido incorporadas na educação, qual a importância do seu uso no 
ensino superior, quais os pontos fortes e os pontos fracos do uso das TIC na educação 
e por fim quais os benefícios do uso destas no processo de ensino e aprendizagem 
em nível superior. 
2 A INSERÇÃO DAS TIC NA EDUCAÇÃO 
Desde a década de 70 as potencialidades educacionais do computador vêm 
sendo estudadas e a discussão continua na atualidade através do contínuo 
desenvolvimento das tecnologias (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012). O uso do 
computador nas salas de aula do ensino fundamental, por exemplo, é defendido no 
artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o qual preconiza a necessidade 
da compreensão da tecnologia como formação básica do cidadão (BRASIL, 2005). 
 
4 
Sendo o computador, como um exemplo de tecnologia da informação, tão 
presente na vida das pessoas, é imprescindível que as instituições educacionais se 
adaptem ao seu uso de maneira a incluí-lo como uma ferramenta de ensino. Assim, 
as Instituições de Ensino (IE), no meio dessa explosão tecnológica se veem 
“obrigadas” a utilizar as TIC para estreitar as relações físicas e virtuais entre os 
educadores e educandos, pois estes (em sua grande maioria) fazem parte de duas 
gerações marcadas pelo avanço tecnológico que surgiram a partir da década de 90 e 
são denominadas gerações y e z (CARDIM, 2009). 
É sabido, no entanto, que o acesso à tecnologia enfrenta muitas barreiras como 
falta de recursos financeiros, espaço físico deficiente, despreparo de professores e 
alunos para receber esse novo método de ensino, etc. Com isso, o processo de 
informatização nas IE traz uma constante discussão sobre o antagonismo entre as 
aulas modernas e as tradicionais, pois essas aulas precisam ser conduzidas de uma 
forma criativa e inovadora para não serem prejudicadas pelo uso das Novas 
Tecnologias (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012). 
Assim sendo, os professores precisam desenvolver metodologias alternativas 
para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem, onde ele sairá do papel de 
transmissor do conhecimento para o de facilitador da construção do mesmo (REIS, 
SANTOS, TAVARES, 2012). Compete a eles também criar um ambiente desafiador 
ao educando oferecendo metodologias diversificadas mediadas pelo uso das 
tecnologias (BRITO, 2012). Desse modo, cabe aos educadores à habilidade para 
utilizar essas tecnologias em benefício do processo de ensino, e aos educandos, a 
consciência de utilizá-las para o devido fim. 
2.1 O uso das TIC na educação – pontos positivos e negativos 
Nesse contexto de sociedade tecnológica, as TIC têm um importante papel na 
educação sendo entendidas como um meio de transformação e difusão do 
conhecimento. Existem alguns pontos positivos e negativos, apresentados que 
envolvem o uso das TIC na educação que devem ser levados em consideração. 
 
Pontos Positivos e Negativos do Uso das TICs 
 
 
5 
Positivos 
 
 As TIC no processo educacionalpodem enriquecer as aulas, diversificando as 
metodologias de ensino e aprendizagem onde os professores deixam de ser 
mestres e passam a ser facilitadores deste processo, proporcionam agilidade 
e eficiência tanto para os professores quanto para os alunos (RIBAS, 2008) 
(SOLTOSKI, SOUZA, 2011). 
 A introdução das TIC nas salas de aula auxilia no processo de ensino e 
aprendizagem, proporcionando o aluno todo tempo a construir conhecimento, 
uma vez que facilitam o acesso a informações (RIBAS, 2008) 
 A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto estudo e aprendizagem 
dirigida, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo 
acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2009). 
 O uso do computador no processo de ensino e aprendizagem permite para os 
alunos e professores um espaço amplo de pesquisa, poderoso em recursos, 
comunicação e velocidade (REIS, SANTOS, TVARES, 2012). 
 As TIC permitem estreitar as relações entre alunos e professores através da 
utilização de programas que permitem à comunicação à distância como e-mails 
e chats, expandindo o processo de ensino para além da sala de aula servindo 
como meio de troca de materiais, desenvolvimento de trabalhos em conjuntos, 
novos conhecimentos compartilhados, etc. (CARDIM, 2009) (RIBAS, 2008). 
 
Negativos 
 
 As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira efetiva, 
motivos: despreparo inicial de professores que desconhecem o modo de utilizá-
las e muitas vezes elas acabam não atuando como ferramentas pedagógicas, 
dificuldade de investimento financeiro, limitação de banda em algumas regiões 
do país e possíveis conflitos culturais (ALVES, 2012). 
 Facilidade de divulgação de informações, que muitas vezes são equivocadas 
ou até mesmo erradas, além disso, os alunos podem ser prejudicados por 
materiais retirados de fontes nada confiáveis, duvidosas ou sem nenhuma 
fundamentação teórica. (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). 
 
6 
 As cópias ou plágios dos conteúdos disponibilizados na internet em trabalhos 
escolares. Nesse ponto de vista, a internet acaba facilitando a vida do aluno, 
prejudicando o seu desenvolvimento intelectual (CRUZ, 2010). 
 Falta de preparo dos usuários para a utilização das TIC associada à 
precariedade de estrutura para a utilização de tais recursos acaba tornando os 
equipamentos mal utilizados ou até inúteis (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). 
 Este novo homem precisa ser capaz de resolver problemas, precisa dominar 
as novas TIC e estar em constante busca pelo conhecimento para não ser 
deixado para trás (BUENO, VARELLA, 2010). 
Educar nessa nova sociedade, além de treinar as pessoas para o uso das 
novas TIC, significa investir na criação de cidadãos capazes de tomar decisões 
fundamentais, operar com fluência os meios e ferramentas em seu trabalho e ensinar 
os indivíduos para ‘aprender a aprender', de modo que estes não sejam “atropelados” 
pela contínua e acelerada transformação da tecnologia (TAKAHASHI, 2000). 
A partir dos teóricos que sustentaram as nossas análises, observamos que é 
preciso que alunos e professores saibam filtrar e aproveitar os pontos fortes das TIC 
e usem para crescimento e desenvolvimento pessoal e social. 
3 TIC NO ENSINO SUPERIOR, SUA IMPORTÂNCIA E USO 
Visto que as Instituições de Ensino Superior (IES) tem um papel fundamental 
na formação do cidadão e preparação deste para o mercado de trabalho, a utilização 
das TIC nos seus processos de ensino e aprendizagem é de extrema importância 
perante a sociedade atual. 
 Diante disso, o sistema de Educação à Distância (EAD) ganha um espaço cada 
vez mais amplo no sistema educacional devido a esse impulso causado pela chegada 
da internet e informática e a necessidade cada vez maior de utilizar esse recurso no 
processo educacional (RIBAS, 2008). A EAD, apesar do que muitos pensam, não é 
uma modalidade recente de educação. Ela já é utilizada há anos no Brasil, utilizando, 
por exemplo, o rádio e materiais impressos. Contudo, passa por reformulações devido 
à utilização cada vez mais constante das TIC (ARAGÃO, 2004). 
Um componente importante e de forte respaldo para a prática do EAD no 
Ensino Superior foi a Lei de Diretrizes Básicas da Educação, art. 80. (BRASIL, 2005). 
 
7 
Esta fornece mecanismos de criação e incentivo para o ensino EAD em todos os níveis 
da educação brasileira (SILVA, 2014). 
No Brasil a EAD está cada vez mais consolidada e vem se fortalecendo muito 
graças ao avanço que as TIC vêm proporcionando (SILVA, 2014). Esse avanço 
tecnológico expressivo vem quebrando barreiras de distância, inclusão e acesso ao 
ensino (SILVA, 2014). 
 Desta maneira faz-se importante o conhecimento dos recursos utilizados pela 
EAD, a fim de guiar a sociedade para uma aceitação cada vez maior das tecnologias 
inseridas na sociedade. 
3.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas na EAD e ensino presencial 
das IES 
A EAD, por ser uma modalidade de ensino relativamente nova, requer recursos 
tecnológicos que sejam adequados para um processo de ensino e aprendizagem de 
qualidade. 
Nesse contexto, destaca-se o uso do “moodle” – Modular Object-Oriented 
Dynamic Learning Environment (ambiente modular de aprendizagem dinâmica 
orientada a objetos) – que é uma plataforma de aprendizagem a distância baseada 
em software livre (ARAGÃO, 2004) (SANTOS, 2009). Tais sistemas de educação via 
Internet podem ser chamados também de Sistemas de Gerenciamento de 
Aprendizagem (SGA) ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) (FILHO, 2004). 
Este recurso, além de utilizado no EAD, é também usado pelo ensino presencial 
de algumas para que sejam criados cursos online de qualidade. Os professores e 
alunos possuem um login e senha fornecidos pela instituição e a partir daí acessam o 
ambiente de onde quiserem. Como exemplo de algumas atividades realizadas no 
moodle estão: prova online, questionários, material extra dos assuntos abordados em 
sala, etc. (SANTOS, 2009). 
Além disso, algumas outras ferramentas são utilizadas na EAD. Estas estão 
divididas em ferramentas assíncronas e ferramentas síncronas. 
 Ferramentas assíncronas são, “são aquelas que independem de tempo e lugar 
e podem revolucionar o processo de interação entre professores e estudantes” 
(ZAGO, 2008). Tendo como exemplos: 
 
8 
 E-mail, considerada a ferramenta mais utilizada na Internet e que permite a 
troca de mensagens e compartilhamento de informações; 
 Fórum ou Lista de discussão permite a entrada em um espaço criado para 
discutir diversos temas, possibilita a comunicação entre membros de uma comunidade 
com interesses afins; 
  Webblogs ou Blogs que é um veículo de publicação digital de postagens em 
ordem cronológica como um diário virtual. Ferramentas síncronas exigem a 
participação dos professores e estudantes em eventos marcados. Ocorrem em tempo 
real (online), dão aos alunos e aos professores, como também a todos os envolvidos 
na instituição, grupos e comunidades interação de forma instantânea (FARIA, 2008). 
Sendo exemplos: 
  Chat (Sala de bate-papo) permite a comunicação síncrona, entre distintas 
pessoas conectadas em determinado momento; 
  Videoconferência, comunicação, de duas ou mais pessoas, através de envio 
e áudio e vídeo em tempo real. 
  Audioconferência, sistema de transmissão de áudio, recebido 
simultaneamente por um ou mais usuários; 
 Teleconferência, todo tipo de conferência à distância, envolvendo 
transmissão e recepção de tipos de mídia, com sons e imagens, em tempo real; 
Esse conceito de educação que tem sido oferecido, principalmente, pelas IES 
consegue atender uma maior diversidade de alunos, pois permite uma “flexibilidade”que engloba diferentes realidades. No contexto de introdução das TIC nas IES as 
habilidades e competências exigidas dos profissionais docentes apontam para uma 
preparação acadêmica tanto na área específica do conhecimento de cada um quanto 
no uso dos novos recursos tecnológicos para a educação (RIBAS, 2008). 
 No que se refere a esses aspectos de formação do professor universitário, esta 
não ocorre apenas em cursos preparatórios, mas também no exercício profissional 
durante sua formação contínua (ALVES, 2012). O novo docente de cursos de Ensino 
Superior deve ser alguém criativo, competente e comprometido com o advento das 
novas tecnologias. 
 Sendo assim, o uso das TIC nas IES tem suma importância no que diz respeito 
à formação de um cidadão preparado para enfrentar a nova sociedade da informação 
 
9 
e comunicação que exige um profissional competente e antenado com o mundo à sua 
volta. 
3.2 TIC no processo de ensino e aprendizagem e seus benefícios e uso 
O docente, a fim de dinamizar suas aulas, no intuito de que os alunos aprendam 
o conteúdo programático de uma forma diferente e interessante, pode usar a todo 
momento um leque de estratégias metodológicas. Dentre essas possibilidades, as TIC 
se encaixam perfeitamente, pois proporcionam uma troca de informações de diversas 
formas que podem levar ao conhecimento (FREIRE, 2011). 
 Em se tratando de sala de aula, as TIC são vistas como molas propulsoras e 
recursos dinâmicos para a educação, uma vez que, quando utilizadas de maneira 
correta pelos educadores e educandos permitem intensificar a melhoria das práticas 
pedagógicas desenvolvidas em sala de aula e fora dela (FREIRE, 2011). 
O uso das TIC no processo de ensino e aprendizagem estimula os alunos, 
permite a dinamização dos conteúdos, e o desenvolvimento da autonomia e 
criatividade dos mesmos (ANDRADE, 2011). 
Essas tecnologias, facilitam também as trocas interindividuais levando o aluno 
todo tempo a construir conhecimento, pois facilitam o acesso a informações (RIBAS, 
2008). 
Como já dito, a sociedade de hoje exige um cidadão mais criativo, autônomo e 
atento às novidades e mudanças que ocorrem todo o tempo no mundo. A introdução 
das TIC na educação ajuda significativamente nesse contexto, sendo vistas então 
como um benefício em se tratando dessa formação do cidadão moderno. 
São muitos os recursos à disposição dos educadores e educandos para 
aprender e para ensinar. Também são inúmeras as mudanças ainda necessárias para 
alunos e professores aprenderem integrar esses recursos em prol do benefício do 
processo de ensino e aprendizagem. 
 É preciso que os professores e alunos reciclem os próprios conceitos de 
educação e comunicação, no sentido de criar propostas pedagógicas que incorporem 
as potencialidades da tecnologia para a aprendizagem. 
 
 
10 
Fonte:www.lantec.fe.unicamp.br 
 Para que esse processo através da utilização das TIC de certo, é preciso 
entender que o essencial não é a tecnologia, mas sim um novo estilo de pedagogia 
baseado na participação, cooperação e feedback de informação dos envolvidos. 
Ainda que haja alguns pontos negativos em relação ao uso das TIC na 
educação, percebe-se que estes podem ser mudados com o tempo e que o 
comportamento das pessoas é de fundamental importância para esse processo. 
Observou-se que uso das TIC na educação é uma ferramenta positiva para o 
auxílio do processo de ensino e aprendizagem e que a formação contínua dos 
professores é fundamental para que ele esteja preparado para atuar nesse novo 
cenário. 
 Sendo assim, percebeu-se que os benefícios que o uso das TIC, no cenário 
educacional, traz para a formação do cidadão são muito importantes e relevantes e 
merecem ser levados em consideração quando entrar em discussão o uso ou não 
destas na educação.1 
 
1 Extraído do link: file:///C:/Users 
 
 
11 
4 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
A educação contemporânea tem sido marcada pela utilização de recursos 
tecnológicos em sala de aula, que tem contribuído no aprendizado e no interesse dos 
alunos pela escola, no entanto tem exigido melhor formação de professores para o 
uso das mídias, com uma prática pedagógica reflexiva e transformadora. 
É comum no meio acadêmico a preocupação acerca da utilização das 
Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC como ferramentas no processo de 
ensino – aprendizagem, acarretando grandes debates sobre o uso desta ferramenta 
em sala de aula. De um lado profissionais defendem a inserção dessas tecnologias 
no processo educacional, outros acreditam que ao utilizarem essas tecnologias na 
sala de aula contribuirá para o comodismo do aluno que deixam de desenvolver 
habilidades de raciocínio, criatividade e autonomia. Desse modo, tem-se um desafio 
aos docentes que deverão buscar conhecimento para a utilização dessas tecnologias, 
pois ele cada vez mais deixa de ser o detentor da transmissão do conhecimento. 
Acredita-se que o uso de recursos tecnológicos na sala de aula contribui para 
uma aprendizagem mais significativa e contextualizada, porém muitos docentes ainda 
têm resistência quanto ao manuseio das novas tecnologias, já outros compreendem 
os subsídios que os recursos tecnológicos oferecem. 
Surge assim, o interesse por esta pesquisa, na busca de informações que 
possam ajudar a identificar as competências que devem ser adotadas pelo professor 
voltadas ao uso de tecnologias, visando à transformação de sua prática pedagógica 
no processo de ensino e aprendizagem, bem como as concepções dos alunos acercas 
dessas práticas. As Tecnologias de Informação e Comunicação são muito importantes 
para facilitar o processo de ensino aprendizagem dos membros da unidade escolar. 
5 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: HISTÓRIA E 
CONCEITOS 
As tecnologias da informação e comunicação (TIC’s), são ferramentas de 
grande importância para a educação e os profissionais da mesma, pois auxilia muito 
 
12 
na mediação do conhecimento. O professor ao usar ferramentas tecnológicas como o 
computador em sala se torna um mediador, pois o mesmo não é o dono do saber. 
Segundo o dicionário de filosofia de Nicola Abbagnano (1982, p. 906), a 
tecnologia é o estudo dos processos técnicos de um determinado ramo de produção 
industrial ou de mais ramos. 
Nas reflexões de Vieira Pinto (2005) sobre Tecnologia ele a define como 
conjunto de todas as técnicas de que dispõe determinada sociedade. Trata de uma 
linguagem do cotidiano quando normalmente, não há necessidade de precisão 
conceitual. Conforme o autor a técnica ganha mais centralidade, do que o ser humano 
que reside no local que irá recebê-la. O autor compara ainda o conceito de técnica 
com a ideologização da tecnologia, onde menciona a ideologia da técnica, quando fica 
estabelecida certa relação entre o estado de desenvolvimento das técnicas e a 
elevação delas à ideologia social. Envolve um estado de espírito eufórico e uma 
cresça no seu poder demiúrgico. Afirma o autor que supostamente, o ser humano, por 
meio da tecnologia, irá construir uma vida feliz para todos. Afirma também que o ser 
humano, na ideologização em vez de fazer da máquina instrumento de transformação 
a vê como instrumento de adoração e que não é à toa que muitos atribuem nomes 
próprios a essas máquinas como se fossem serem vivos. Diz ainda que a máquina 
representa o aspecto estático e incorpora um programa de ação, visível na sucessão 
de atos que ela própria executa. 
A tecnologia para Vieira Pinto (2005), torna-se a grande ideologia do nosso 
tempo justamente em função desses interesses políticos; tecnologia que, de fato, 
obtém significativautilidade no “enfeitiçamento da maioria da população”. O autor 
acrescenta ainda, as formas de ideologização da tecnologia como sendo incluir o 
esforço para mostrar que a tecnologia supostamente mais avançada só pode ser fruto 
dos países centrais; procurar mostrar que a técnica desenvolvida nos países centrais 
é uma “benção para a humanidade em geral” e denunciar que as tentativas de se opor 
a esse desenvolvimento tecnológico correspondem a uma visão retrógrada de 
estudiosos românticos. Fala ainda dos resultados desta ideologização da tecnologia 
com sendo: revestir a sociedade de valor ético positivo e utilizar a técnica como 
instrumento para silenciar as manifestações políticas. Alerta ainda que a nova 
tecnologia tem de se relacionar à antiga, mesmo que, venha a ocorrer entre elas um 
salto evolutivo e acrescente que a realidade das massas ou das sociedades “não 
 
13 
tecnológicas” não pode ser vista como se estas fossem destituídas de tecnologia. Para 
ele transplantar tecnologia como se não existisse alguma instalada é pressupor que a 
máquina faz o ser humano e não que o ser humano faz a máquina. 
6 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA 
Ao longo do século XX, especialmente entre os anos 1940 e 1970, o telefone, 
o cinema, o rádio, as revistas e a televisão constituíram-se em um sistema, que o 
desenvolveu-se, transformou-se em aparato de última geração ao integrar outros 
avanços tecnológicos mais recentes como telefones, TV interativa e a internet. Tais 
aparatos foram sendo produzidos e vinculados com a totalidade, estabelecendo uma 
íntima relação com os objetivos da industrialização (BRANDÃO, 2002). 
Desde a década de 1980, Rezende e Fusari (1995, p. 68) enfatizavam que o 
papel da escola na produção social da comunicação emancipatória com as mídias 
precisava ser estudado e aperfeiçoado. Era preciso “aprender a elaborar e a intervir 
no processo comunicacional que se dá entre professores e alunos com essas mídias, 
para ajudar na realização da cidadania contemporânea”. 
A evolução da humanidade e a globalização, fez com que várias fronteiras 
fossem diminuídas, a fim de ampliar e aproximar os processos culturais, sociais e 
históricos. No momento de transformação constante da política, da economia e acima 
de tudo da educação, as adaptações estruturais e pedagógicas das escolas 
direcionam-se a um novo contexto social, onde a implantação da tecnologia é muito 
importante. 
Um grande incentivo às mudanças é a chegada dos equipamentos tecnológicos 
à escola (TV, vídeo, computadores), porém apenas a presença física dos 
equipamentos não qualifica as mudanças. As mudanças profundas ocorrem quando 
realmente existe interação entre os atores educacionais e a máquina, sendo esta 
utilizada como estruturante do saber. (OLIVEIRA, 2007.p.5). 
As tecnologias estão transformando amplamente as convivências sociais. As 
informações são transmitidas rapidamente, transformam assim todos em seu modo 
de agir, ser e de pensar, e além de fazer uma leitura crítica do mundo, onde cada 
pessoa é capaz de ver o que há ou não de útil para sua vida (MERCADO, 1999). 
 
14 
Os meios digitais ou ferramentas tecnológicas, são ótimos auxiliares para os 
professores quando se trata de envolver os alunos em sala, além de deixar a aula 
mais agradável e prazerosa, faz com que os alunos sejam agentes ativos no processo 
de ensino aprendizagem. 
A tecnologia não é uma panaceia para a reforma do ensino, mas ela pode ser 
um canalizador significativo para a mudança. Para aquele que procuram uma solução 
simples e inovadora, a tecnologia não é resposta. Para aqueles que procuram uma 
ferramenta poderosa para apoiar ambientes de aprendizagem colaborativos a 
tecnologia tem um enorme potencial (SANDHOLTZ, 1997. p.175). 
A escola deve oferecer ferramentas necessárias para que o professor possa 
fazer um ensino de qualidade, oferecendo recursos e materiais adequados e 
diversificados para facilitar o seu trabalho. 
As tecnologias usadas em sala de aula contribuem muito para uma 
interatividade entre alunos e conhecimento, alunos e professores, pois os alunos se 
sentem mais à vontade quando se utiliza o computador. Alguns se sentem mais à 
vontade de relatar algo e escrever textos no computador do que se expressar para o 
professor ou para os colegas (SOUZA e ZAKABI, 2006). 
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) oferecem recursos para 
favorecer e enriquecer as aplicações e os processos, principalmente na área de 
educação. A adoção dos recursos das TIC para a aprendizagem abre novas 
possibilidades para complementar a educação formal. (CARITÁ, PANDOVAN, 
SANCHES, 2011, p.2). 
Com o computador em sala de aula, os alunos podem criar algo e compartilhar 
com o professor e seus colegas sala. É valido lembrar que textos ou imagens criadas 
por um aluno não precisam ficar expostos apenas para seus colegas e professores. 
Ao usar a rede mundial de computadores o mundo todo pode ter acessos aos 
trabalhos e criações de cada indivíduo (VALENTE, 2005). 
Essa divulgação on-line de trabalhos poderá ajudar o aluno a se desenvolver 
suas habilidades, pois, ao mesmo tempo em que algo é disponibilizado na internet, 
pode receber comentários os quais podem levar ao crescimento cultural e intelectual, 
ou até mesmo crítica construtiva que contribuirá para o aprimoramento no seu 
trabalho. Caberá ao mesmo considerar o que irá ou não o ajudar em seu 
desenvolvimento (BELLONI, 2001). 
 
15 
O papel do computador como mediador, interfere de forma complexa e 
ambivalente em nossos processos mentais por apresentar características ao mesmo 
tempo semelhantes e diferentes das nossas: transformação da representação e do 
raciocínio em objetos manipuláveis através do seu poder em registrá-los numa 
memória ilimitada e inalterada; rapidez de execução dos comandos e efeitos 
recursivos, ou seja, a volta sistemática da informação sobre si mesma. Tudo isso 
produz formas de interatividade e ritmos novos, que levam os efeitos diversos, 
positivos, não só no plano cognitivo da aprendizagem, como também no plano psico 
afetivo e social. (LINARD, 1990, P.86). 
É dever do educador, escolher se deverá incluir tais ferramentas em seu 
método de ensino ou apenas deixá-las de lado. Quando acontece essa inclusão, o 
professor além de inovar o processo de ensino aprendizagem, leva para sala de aula 
um leque de informações para auxiliá-lo no seu trabalho. 
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) oferecem recursos para 
favorecer e enriquecer as aplicações e os processos, principalmente na área de 
educação. A adoção dos recursos das TIC para a aprendizagem abre novas 
possibilidades para complementar a educação formal. (CARITÁ, PANDOVAN, 
SANCHES, 2011, p.2). 
A educação acompanhada de certa forma, o progresso científico e tecnológico 
da sociedade, mesmo que, ainda, de maneira não satisfatória. Nesse sentido, a 
Informática Educativa representa um meio de estimular e desenvolver as funções 
perceptivas, cognitivas e sociais dos alunos (OLIVEIRA, 2003). 
As tecnologias nas escolas aliada a uma boa proposta pedagógica, facilita ao 
aluno construir seu próprio conhecimento, e o aluno passa a ter papel ativo na 
aprendizagem, buscando resolver suas necessidades, resolver situações problemas, 
realizar pesquisas, etc. (MORAN, 2000, p. 45). É um momento que precisa ser 
analisado pela comunidade escolar, afim de que se possam buscar metodologias 
novas que contemplem essa realidade. 
Para Levy (2000) o mundo virtual pode simular fielmente o mundo real, mas de 
acordo com escalas imensas ou minúsculas. Pode permitir ao explorador que construa 
uma imagem virtual muito diferente de sua aparência física cotidiana… O exploradordo mundo virtual deve poder controlar seu acesso a um imenso banco de dados de 
 
16 
acordo com princípios e reflexos mentais análogos aos que o fazem controlar o acesso 
a seu ambiente físico imediato. 
As Novas Tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam 
profundamente os dados da inteligência individual e coletiva mudam profundamente 
os dados dos problemas da educação e da formação. O que é preciso aprender não 
pode mais der planejado nem precisamente definido com antecedência. Os percursos 
e perfis de competências são todos singulares e podem cada vez menos ser 
canalizados em programas ou cursos válidos para todos. E que devemos construir 
novos modelos do espaço do conhecimento. 
Segundo Levy (2000) as reflexões e as práticas sobre a incidência das novas 
tecnologias na educação desenvolveram-se em vários eixos. Há, por exemplo, 
numerosos trabalhos versando sobre a multimídia como suporte de ensino ou sobre 
os computadores como substitutos incansáveis dos professores (ensino assistido por 
computador). Nessa visão, segundo ele é a mais clássica possível -, a informática 
oferece máquinas de ensinar. De acordo com outra abordagem, os computadores são 
considerados como instrumentos de comunicação, de pesquisa de informações, de 
cálculo, de produção de mensagens (textos, imagens, som) a serem colocados nas 
mãos dos estudantes. 
Diante dessa realidade, delineiam os desafios da escola sobre esse tema na 
tentativa de responder como ela poderá contribuir para que as crianças e jovens se 
tornem usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que se tornem meros 
consumidores compulsivos de representações novas de velhos clichês (BELLONI, 
2001, p.8). 
O que marcará a modernidade educativa será a didática do aprender a 
aprender, ou do saber pensar, englobando, num só toda a necessidade de 
apropriação do conhecimento disponível, e seu manejo criativo e crítico… A 
competência que a escola deve consolidar e sempre renovar é aquela fundada na 
propriedade do conhecimento como instrumento mais eficaz da emancipação das 
pessoas e da sociedade. (DEMO, 1995, p.45). 
 
17 
7 EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO 
No mundo globalizado, com constantes transformações, é fundamental 
estarmos preparados para o novo contexto da Era Digital. O mundo, o conhecimento, 
a sociedade está em constante modificação e o professor tem de estar preparado para 
todas essas mudanças. E com a introdução da tecnologia na educação o professor 
tem que conhecer as ferramentas que estão sendo usadas na escola, como a 
utilização do computador dentro da sala de aula (MORAN, 2006). 
 
Fonte: www.itforum365.com.br 
A visão do professor como o dono do saber e o aluno um mero receptor de 
informações está obsoleto. O papel do professor hoje é de dar instruções para que o 
aluno construa seu próprio conhecimento. O aluno deixou de ser uma pessoa passiva 
que apenas recebia informações do professor e passa a ter um papel ativo no 
processo de ensino aprendizagem, onde também contribui no processo da construção 
do conhecimento participando de todos os de assuntos abordados. 
A educação é entendida como mediação no seio da prática social global. A 
prática social se põe, portanto como ponto de partida e o ponto de chegada da prática 
educativa. Daí decorre um método pedagógico que parte da prática social em que 
professor e aluno se encontram igualmente inseridos ocupando, porém posições 
 
18 
distintas, condição para que travem uma relação fecunda na compreensão e 
encaminhamento da solução dos problemas postos pela prática social 
(problematização), dispor os instrumentos teóricos e práticos para sua compreensão 
e solução (instrumentação) e viabilizar sua incorporação como elementos integrantes 
da própria vida dos alunos (SAVIANI, 2005, p. 263). 
O papel de dono do saber não cabe mais ao professor, pois ele não é o detentor 
absoluto da verdade. Ele tem o papel de transformar a sala de aula num ambiente 
desafiador e fazer com que o aluno busque a verdadeira essência do conhecimento, 
além de aumentar sua criticidade do mundo e sua autoestima. Pois não somente o 
aluno, como também o professor vive num constante processo de formação e 
transformação. 
Mediar significa estar no meio, estar entre o que poderia ser entendido como 
barreira, afastando extremidades. Mas o significado de mediação para a educação é 
oposto. Mediar é estar no meio, para que se possa mais facilmente perceber as 
necessidades de ambos os lados e interceder buscando um maior equilíbrio. Logo, 
estar “entre” não é permanecer inerte, sendo apenas uma ponte que interliga 
extremos. É interagir, construindo um todo significado. (SPONHOLZ, 2003, p. 206). 
Quase todas as escolas têm seu laboratório de informática e cabe ao professor, 
fazer uma mediação entre os alunos e o computador, tirar dúvidas e apresentar 
propostas de trabalho aos mesmos, para que ocorra a construção do conhecimento 
(MOTTA, 1997). 
O professor nunca deixa de ser um aprendiz, deverá sempre buscar novos 
métodos de ensino, no que implica a utilização de novas ferramentas para auxiliá-lo. 
Esse preparo de professores para a inclusão das tecnologias em sala de aula, a 
vontade de aprender e mudar deverá partir do próprio professor, para que depois ele 
possa buscar uma formação nesse sentido de introdução à tecnologia, para que ele 
possa aprender e mudar seu método de ensino (TARDIFF, 2002). 
A formação de professores para essa nova realidade tem sido crítica e não tem 
sido privilegiada de maneira efetiva pelas políticas em educação nem pelas 
Universidades. As soluções propostas inserem-se, principalmente, em programas de 
qualificação de recursos humanos. O perfil do profissional de ensino é orientado para 
uma determinada “especialização”, mesmo por que, o tempo necessário para essa 
apropriação não o permite. Como resultado, evidencia-se a fragilidade das ações e da 
 
19 
formação, refletidas também através dos interesses econômicos e políticos. (COSTA 
E XEXÉO, 1997). 
A escola é uma instituição social que se caracteriza como um local de trabalho 
coletivo voltado para a formação das novas gerações, diferente de outras tantas 
instituições sociais. Segundo Valente (1999, p. 3), a tecnologia como ferramenta 
educacional representa um poderoso recurso a ser utilizado pelo aluno em seu 
processo de aprendizagem, pois permite ao mesmo criar, comunicar-se e resolver 
problemas. 
Nos estudos de Moran (2000), essa escola deve ser uma escola 
redimensionada para ajudar na construção de cidadãos reais, capazes não só de 
explicar o mundo, como transformá-lo, em benefício da humanização de todos. 
Sabe-se que a melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem mediante as 
implicações que o novo contexto impõe a escola depende, dentre outras condições, 
do profissional da educação na produção do conhecimento. 
“O profissional do ensino é alguém que deve habitar e construir seu próprio 
espaço pedagógico de trabalho de acordo com limitações complexas que só ele pode 
assumir e resolver de maneira cotidiana, apoiando necessariamente em visão de 
mundo, de homem e de sociedade. (Tardiff, 2002, p.149) 
No trabalho pedagógico desenvolvido com o uso da tecnologia, o professor é o 
profissional que vai ajudar na compreensão, utilização, aplicação e avaliação crítica 
das inovações, em um sentido amplo. Assim, o professor em relação as novas 
tecnologias, tem o papel de utiliza-las de maneira criativa, através de atividades que 
podem colaborar para tornar suas aulas dinâmica e atrativa. Assim, o aluno terá 
condições de entrar em contato com material diversificado e construir novos conceitos 
(MOREIRA, MASINI, 2006, p. 33).Valente (2005), adverte que o professor ao trabalhar com as novas tecnologias 
deve estar atento ao processo ensino aprendizagem, uma vez que são inúmeras 
oportunidades que essas oferecem. A escola tem como função possibilitar aos que 
nela estão inseridos o seu crescimento intelectual, além de constituir-se como um 
espaço de inclusão sociocultural (GOMES, 2002, p. 88). 
As novas tecnologias contribuem para o professor desenvolver ações 
metodológicas que promovam o desenvolvimento de práticas pedagógicas 
significativas priorizando o aperfeiçoamento da aquisição do conhecimento. 
 
20 
Assim sendo, o educador precisa estar ciente que as novas tecnologias no 
espaço escolar é uma contribuição para facilitar a aprendizagem, para tanto todas as 
atitudes e ações concernentes ao processo devem ser revistas cotidianamente, a fim 
de se construir um espaço de criação, onde os educandos se sintam livres para agir, 
tornando-se agente de seu desenvolvimento, sem receber ensinamentos prontos 
(PERRENOUD, 2000, p. 55). 
A prática pedagógica do professor ao utilizar as novas tecnologias no meio 
educacional, precisa considerar o interesse do aluno, bem como a liberdade para que 
ele possa criar, escolher e fazer suas próprias produções. Cabe ao professor 
desenvolver sua prática pedagógica visando estimular seu aluno a querer aprender, a 
conhecer, enfim a buscar (FREIRE, 2002, p. 109). 
Para isso, é fundamental que o professor esteja consciente de que: 
(…) ensinar já não significa transferir pacotes sucateados, nem mesmo significa 
meramente repassar o saber. Seu conteúdo correto é motivar o processo 
emancipatório com base em saber crítico, criativo, atualizado, competente. Trata-se, 
não de cercear, temer, controlar a competência de quem aprende, mas de abrir a 
chance na dimensão maior possível. Não interessa o discípulo, mas o novo mestre 
(Demo, 1995, p. 153). 
O professor não pode ser repassador de conhecimento, deve ser criador de 
ambientes de aprendizagem e facilitador do processo de desenvolvimento intelectual 
do aluno, proporcionando a este o despertar da curiosidade, da dúvida, da pergunta, 
da investigação e da sua própria criação, desafiando-o a sentir o prazer de aprender 
(VALENTE, 2005, p. 98). 
Segundo Moran (2000, p. 34) adequar a prática pedagógica do professor frente 
às novas exigências que a sociedade impõe não significa não abandonar os antigos 
métodos de ensinar, mas utilizá-los dentro de uma visão pedagógica nova e criativa 
para mediar à aprendizagem e a descoberta, contribuindo para melhoria da qualidade 
de ensino. 
Nesse sentido, a prática pedagógica do professor deve estar voltada entre o 
real e o virtual, sendo desenvolvida a potencialidade do aluno que está em processo 
construtivista, e, através da tecnologia, alunos e professores aprendem juntos, 
conforme é mostrada a proposta de Freire “saber ensinar não é transferir 
 
21 
conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou sua 
construção”. (FREIRE, 2002, p.52). 
Moran (2000) contribui com seus estudos, mostrando que as novas tecnologias 
desempenham diferentes papéis no âmbito educacional. No entanto, algumas vezes 
estas não são utilizadas de forma que venha contribuir para a melhoria do ensino, 
diante disso, é papel do professor, ser mediador e facilitador do processo ensino – 
aprendizagem de seus alunos e proporcionar um ambiente capaz de estabelecer 
conexões individuais e coletivas. 
O professor deve utilizar metodologias que melhor relacione o ensino com as 
novas tecnologias, uma vez que não basta ao professor possuir apenas 
conhecimentos técnocientíficos para transmitir aos alunos, é preciso uma série de 
outras competências relacionadas à didática do saber ensinar, uma vez que “o saber 
transmitido não possui, em si mesmo nenhum valor formador: somente a atividade de 
transmissão lhe confere esse valor”. (Tardif, 2002, p. 44). 
Nesse sentido, cabe ao professor planejar suas aulas e construir uma prática 
educativa que seja desenvolvida dentro de uma coerência ética, educativa, 
pedagógica e criativa de conteúdos. Moran (2000, p. 65) entende que a prática 
pedagógica do professor com as novas tecnologias implica a releitura da função do 
professor como profissional reflexivo e da escola como organização promotora do 
desenvolvimento do processo educativo. 
Assim sendo, as estratégias pedagógicas do professor devem ser adequadas, 
capazes de solucionarem as possíveis dificuldades que vão surgindo com as inúmeras 
oportunidades que o mundo tecnológico oferece (Moran, 2000, p. 65) 
Portanto, no desenvolvimento do ensino aprendizagem o professor deve 
proporcionar uma aprendizagem significativa para seus alunos e ensinar a utilizar a 
tecnologia de forma significativa, educando democraticamente, visando alcançar a 
todos, para que possam participar discutir e refletir as novas descobertas (BARRETO, 
2000). 
A informática na escola vem contribuir com uma educação transformadora, com 
o olhar voltado para o aluno, contribuindo com a formação de cidadãos capazes de 
observar, opinar, decidir e transformar o meio em que vivem. Para Belloni (2001, p. 
55), a informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno para aquisição de novos 
 
22 
conhecimentos servindo de complemento aos conteúdos escolares, visando o 
desenvolvimento integral dos indivíduos. 
Motta (1997) afirma que enquanto não forem criadas possibilidades através de 
substancial mudança na estrutura do ensino continuaremos na situação de 
dependência e servidão. No entanto, o computador e sua capacidade técnica podem 
sob forma contraditória, ser usado no sentido da democratização, humanização, 
transformando as desigualdades existentes na sociedade. 
Gomes (2002, p.123) assegura que a tecnologia contribuiu em levar as pessoas 
a acreditarem que inovação tecnológica é sinônimo de progresso humano; que é 
circundado por fatores afetivos, cognitivos, sociais e econômicos, sendo que numa 
economia globalizada isto significa muito mais que uma simples ascensão. 
Partindo do princípio que toda pessoa é capaz de aprender, e estas só 
aprendem a partir da sua ação e interação com o mundo a sua volta, a tecnologia 
torna-se um importante meio facilitador do processo de aprendizagem desde a 
primeira etapa da educação, desde a educação infantil ao Ensino Superior 
(BRANDÃO, 1995). 
A mídia-educação se ocupa de muitas questões que constituem seu objeto: a 
comunicação e a formação; os pontos de vistas instrumentais e temáticos que 
caracterizam as mídias para formação e a formação para as mídias; a atenção às 
dimensões expressivas e críticas para escrever/ler com e sobre as mídias; os níveis 
operativos práticos e teóricos para ensinar as mídias e refletir sobre elas em termos 
de contextualização, de metarreflexão e de capacitação; os âmbitos da intervenção 
escolar para a educação formal, informal, extraescolar, tais como animação 
sociocultural, terceiro setor, empresas sem fins lucrativos e/ou instituições 
assistenciais, empresas comerciais e formação profissional para atuar nas indústrias 
da comunicação. (RIVOLTELLA, 2002, p. 99- 107). 
8 METODOLOGIA DE ENSINO 
As relações de ensino e aprendizagem são tão antigas quanto a própria 
humanidade e ao longo da história- foram adquirindo cada vez mais importância em 
dada situação. 
 
 
23 
Fonte:conservacaodefloraefauna.blogspot.com/ 
O que caracteriza um curso de nível superior é justamente o compromisso com 
a construção do conhecimento e não apenas a transmissão. Neste sentido a 
metodologia de ensino, por paradoxal que possa parecer, requer do professor que 
evite a utilização de procedimentos metodológicos que fazem da ação educativauma 
mera rotina pedagógica. Desta forma, o método de ensino não pode ser considerado 
como um simples instrumento de estruturação pedagógica. Na realidade, o método 
de ensino deve proporcionar ao educando, uma forma significativa de construção e 
de assimilação crítica do conhecimento; representado nas instituições educacionais, 
pelas matérias de ensino. 
Porém, o ensino não pode ser restrito apenas em sala de aula ou na escola de 
origem, como se a educação acontecesse em uma única fonte de aprendizagem, este 
processo conforme Vasconcelos (1995) compreende qualquer espaço físico onde haja 
interação direta entre professor e aluno, passando pela pratica, seleção de conteúdos, 
posições políticas e ideológicas transmitindo e recebendo “ valores e afetos”. 
Assim, além dos recursos de exposição didática, dos estudos práticos em sala 
de aula, estudos dirigidos e independentes, seminários, entre outros, procedimentos 
estes, tão utilizados no meio universitário, é necessário incluir procedimentos 
metodológicos que assegurem a articulação da vida acadêmica com a realidade 
concreta da sociedade e os avanços tecnológicos, incluindo, portanto, novas 
alternativas como os projetos de pesquisa, e novos recursos como a televisão, 
 
24 
multimídia, Internet, visitas técnicas etc., considerando, entretanto, que esses 
recursos tecnológicos não podem se configurar como um fim em si mesmo, mas como 
um instrumento facilitador do processo de construção e assimilação do conhecimento, 
um mecanismo capaz de desenvolver no aluno à cultura investigativa, metodológica 
e uma postura criativa que lhe permite avançar frente ao desconhecido.2 
9 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO 
A tecnologia está presente em todos os setores da vida contemporânea. Num 
curto período de tempo ela foi ganhando espaço e hoje é indiscutível a sua importância 
nas mais variadas atividades do cotidiano. Na esfera econômica destaca-se o 
desenvolvimento do comércio internacional, a expansão de empresas multinacionais; 
no âmbito da informação e comunicação, ressalta-se a velocidade com que as notícias 
circulam em rede, sem falar da comunicação em massa. A tecnologia trouxe inúmeras 
mudanças em âmbito mundial, conforme destaca Castells (2016), com 
desdobramentos principalmente na ordem social e impactos não menos importantes 
na esfera da educação. 
 Alguns sociólogos, tais como Ulrich Beck (2010) e Anthony Giddens (2012), 
denominam esse período de modernidade, cuja característica principal é a ruptura 
com os modelos institucionais tradicionais. A educação é um exemplo dessa mudança 
com a chegada da tecnologia, uma vez que possibilita o aprendizado através de 
múltiplos espaços virtuais. 
Não há como se falar em desenvolvimento tecnológico sem mencionar as 
redes. Elas são uma importante categoria por se tratar de um elemento substancial 
para a compreensão da nova era tecnológica que se impõe. As redes são um 
verdadeiro desdobramento desta sociedade da informação, trata-se de “conexões 
entre entidades”. Assim, sejam “redes de computadores, grades de poder e redes 
sociais, todas funcionam através do princípio simples de que as pessoas, grupos, 
sistemas, nós, podem ser conectados para criar um todo integrado”. (SIEMENS, 2004, 
p. 5). 
 
2 Extraído do link: www.nucleodoconhecimento.com.br 
 
25 
A contribuição da compreensão das redes faz-se necessária, uma vez que ela 
instrumentaliza juntamente com a internet a difusão das informações. A sociedade da 
informação é, então, alicerçada pelo fluxo de informações intenso, uma nova era que 
coloca à disposição inúmeras maneiras de aprender, ultrapassando o espaço físico 
dos estabelecimentos de ensino formal. (COUTINHO; LISBÔA, 2011). 
Assim, a tecnologia encurta distâncias, possibilitando o acesso ao 
conhecimento àqueles que desejam possuí-lo, mas moram longe das instituições de 
ensino que, geralmente, localizam-se nos grandes centros urbanos. Daí a importância 
de falar-se em Ensino a Distância – EaD nesse contexto, proporcionando a 
democratização do ensino e ainda a inclusão social. Trata-se de um novo viés 
educacional que favorece “ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a 
aprendizagem coletiva em rede” (LÉVY, 2010, p. 160), tornando o aluno mais 
autônomo, criativo e flexível em seu processo de aprendizagem. Além disso, o uso 
das Tecnologias da Informação e da Comunicação – TIC também facilita a formação 
contínua do docente, desenvolvendo suas competências para o ensino. 
Nesse aspecto, a escola é desafiada a encontrar maneiras de adequar o ensino 
à nova ordem que se impõe. O aluno precisa desenvolver competências que o façam 
ser capaz de lidar, de maneira crítica, com o volume de informações que chega até si. 
As instituições de ensino contemporâneas não só podem, mas devem incentivar e 
desenvolver nos professores e alunos competências que contribuam para romper com 
o paradigma tradicional da educação. Cabe à escola, segundo Coutinho e Lisbôa 
(2011, p. 17), “educar crianças, jovens e adultos de maneira diferente para um mundo 
mutante”. 
Percebe-se, pois, que ao contrário do contexto da prática educativa tradicional, 
o processo de ensino-aprendizagem não ocorre unicamente dentro da sala de aula, 
no âmbito formal, mas em todos os lugares, inclusive nos espaços virtuais. Estes 
podem, inclusive, contribuir para a difusão de informações sobre o patrimônio cultural, 
auxiliando sobremaneira no processo de educação patrimonial que será abordado de 
forma mais consistente no próximo item. 
O uso de tecnologias faz-se importante para a democratização do 
conhecimento e inclusão social, uma vez que possibilita fazer esse conhecimento 
chegar às localidades mais remotas do país. Para isso, tanto professor quanto aluno 
devem desenvolver competências que favoreçam a utilização dos meios tecnológicos. 
 
26 
Nesse sentido, vê-se no uso das tecnologias a possibilidade de proporcionar 
formas de trabalho mais significativas com a educação patrimonial, oportunizando que 
alunos que não moram em cidades históricas, conheçam esse patrimônio a partir das 
TIC, por exemplo. Dessa forma, poderiam ser utilizados vídeos, podcasts, blogs e 
jogos através das redes sociais. Assim, torna-se conhecida a diversidade cultural 
nacional, chamando a atenção para a sua preservação. 
Essa diversidade cultural é contemplada a partir dos PCN’s, devendo, portanto, 
ser abordada transversalmente nas práticas pedagógicas da educação básica. Porém, 
a realidade mostra que em muitos contextos educacionais do Brasil não há essa 
preocupação desde o planejamento das aulas. Às vezes, os próprios professores 
desconhecem aspectos referentes ao patrimônio, o que dificulta o trabalho com essa 
temática. 
 Além disso, a realidade do ensino público, hoje, obsta o emprego de 
tecnologias, posto que para sua utilização faz-se necessário uma infraestrutura 
mínima como, por exemplo, ter disponível uma internet banda larga, wifi, tablets, 
computadores, datashow. Este fato não é observado em muitas escolas públicas 
nacionais. No caso das escolas privadas, onde se detém um maior poder econômico, 
apesar de se observar uma infraestrutura mínima, em muitos casos, a conexão da 
internet não é de qualidade ou os professores não se encontram devidamente 
preparados para o trabalho com as TIC. 
No contexto que ultrapassa a sala de aula, constata-se que os alunos estão 
acessando a internet, em sua maioria, dos smartphones e também de dispositivos 
digitais. Há, inclusive, pesquisas que apontam que os jovens têm aumentado o seu 
acesso à internet e o tempo em que utilizam seus dispositivos digitais e celulares fora 
da escola. Tais pesquisas servirampara constatar a importância de se estar 
conectado e a facilidade com que a população tem tido acesso às mais diversas 
informações.3 
 
3 Extraído do link: tecedu.pro.br 
 
27 
9.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino 
Superior com TIC. 
Na atualidade, o ensino superior e as práticas docentes enfrentam algumas 
mudanças e desafios advindos do uso das TDIC na sociedade. Exige-se então, novas 
competências docentes e surgem novos desafios no ensino superior, consonante a 
integração das TIC no processo de ensino-aprendizagem. Um deles é o 
desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras, que objetivem o diálogo, 
construção colaborativa, formação autônoma, reflexiva e uma educação de qualidade, 
voltada para atender os estudantes. Neste sentido Berbel (2011, p. 29), afirma que o 
“docente atua como facilitador ou orientador para que o estudante faça pesquisas, 
reflita e decida por ele mesmo, o que fazer para atingir os objetivos estabelecidos”. 
Assim, o docente passa a ser o ativador dos processos de ensino e de aprendizagem, 
instigando o estudante a buscar o próprio conhecimento. Quanto à questão da prática 
pedagógica dos docentes Almeida (2005, p. 43), concorda que: 
Essa prática pedagógica é uma forma de conceber educação que envolve o 
estudante, o docente, as tecnologias disponíveis (...) e todas as interações que se 
estabelecem nesse ambiente denominado ambiente de aprendizagem. Tudo isso 
implica um processo de investigação, representação, reflexão, descoberta e 
construção do conhecimento. 
 O papel das tecnologias nesse sentido é fazer uma ponte entre o que é 
ensinado e o que é aprendido. Neste sentido Lima (2008, p. 23), afirma que "o 
conhecimento resulta da "organização" das informações em redes de significados. 
Mas não uma organização qualquer, sim, por novos atos de conhecimento, por outras 
informações em função de atividades específicas à apropriação do conhecimento. 
Assim, pode-se compreender que informação é um conjunto de dados que pode ser 
transmitido, apreendido e memorizado. 
 Para Masetto (1998), o docente do ensino superior, como cidadão, deve estar 
atento as mudanças sociais, em formação constante, para conhecer o potencial 
pedagógico que as TIC oferecem quando usadas adequadamente. Serra e Silva 
(2008, p. 251-253) esclarecem que o meio educacional, tendo em vista o potencial de 
viabilização do conhecimento que as TDIC proporcionam, de forma rápida e interativa, 
cria possibilidades de ensino para além do ambiente da sala de aula presencial. 
 
28 
Mercado (2014, p. 65) afirma que “os métodos ativos são inovadores por contribuírem 
para formar nos alunos o pensamento criador; oferecem um conjunto de situações 
problemas que precisam de solução; permitem que o docente, ao orientar o 
pensamento do aluno, não precise abordar todo conteúdo em sala de aula; 
possibilitando relacionar os novos conhecimentos com os conteúdos de outras 
disciplinas”. 
É pensando em tornar a aula significativa e dinâmica que a integração das TDIC 
ao currículo é fundamental, assim como o desenvolvimento de estratégias didáticas, 
que segundo Mercado (2016) torne o curso “[...] mais dinâmico, desafiador, criativo e 
renovado. ” Para Rios e Santos, (2011, p.8), as "TDIC contribuem para o 
desenvolvimento das habilidades e competências dos docentes e estudantes numa 
perspectiva crítica e colaborativa. A inovação no fazer pedagógico contribui 
significativamente na formação crítica, participativa e autônoma do indivíduo". De 
acordo com Pozo (1996, p.195) boas estratégias concederão, certamente um melhor 
processo de aprendizagem. Mercado (2014, p. 70) afirma que “as estratégias de 
ensino designam os procedimentos e recursos didáticos utilizados para atingir os 
objetivos desejados e previstos". Berbel (2011, p. 29), afirma que as “metodologias 
ativas se baseiam em formas de desenvolver o processo de aprender, utilizando 
experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, 
desafios advindos das atividades essenciais da prática social”. As estratégias 
inovadoras contribuem assim, para criar novas metodologias que favorece a 
construção de conhecimento e aprendizagem entre docentes e estudantes, sendo 
assim, o fazer pedagógico dinâmico oportunizado pelas TDIC contribuem diretamente 
na capacidade de aprendizagem do estudante. 
Visando contribuir para a prática docente e estudos na área, este artigo 
apresenta algumas estratégias de ensino com uso das TDIC, experienciadas na 
disciplina de Metodologia do Ensino Superior com TIC do Programa de Pós-
Graduação em Educação da UFAL, ofertada em 2016, que apresentou nas aulas 
metodologias voltadas para o ensino superior, com atividades utilizando diversos 
recursos digitais. Inicialmente apresentamos um estudo a respeito do docente 
universitário e suas competências frente o uso das TDIC no ensino superior, 
suscitando a importância de metodologias que conduzam satisfatoriamente a um 
ensino contextualizado e de qualidade, conduzindo a reflexão sobre as atribuições 
 
29 
docente no ensino que “em lugar de meros instrutores ou apresentadores, sejamos 
de fato educadores em nosso tempo” (SILVA e SANTOS, 2006, p. 35). 
 
Fonte: notícias.universia.com.ar 
10 DOCENTE UNIVERSITÁRIO 
O docente do ensino superior atualmente se caracteriza por seu aspecto de 
formação profissional em poder atuar em várias funções da prática pedagógica, da 
pesquisa as atividades administrativas. Somados a esses fatores determinantes, 
emergem também no cenário atual da educação brasileira novos valores balizados 
pela lógica da produtividade e do mercado. Isto remete à incessante busca dos 
docentes do ensino superior por publicações, qualificação, diplomação, cursos de 
aperfeiçoamento e demais indicadores de classificação e avaliação institucional. 
 As instituições do ensino superior (IES) de acordo com Masetto (1998, p. 23) 
são locais de encontro e convivência entre docentes e estudantes, que se reúnem e 
trabalham para que ocorra situações favoráveis ao “desenvolvimento dos aprendizes 
nas diferentes áreas do conhecimento, no aspecto efetivo-emocional, nas habilidades 
e nas atitudes e valores”. A luz do desenvolvimento humano para a melhoria da vida 
da população, Masetto (1998) destaca como importante para formação do docente do 
ensino superior a formação simultânea, a formação acadêmica, à flexibilização, 
dinamização curriculares, à revitalização da vida acadêmica pela atividade 
 
30 
profissional, à desestabilização de currículos fechados e acabados. Estes termos 
apresentam-se como características essenciais para o saber deste profissional. 
Masetto (1998) afirma que, para o docente universitário adquirir a conotação de 
profissionalismo e realizar atividades de sua competência como à pesquisa, o 
processo de ensino-aprendizagem e a gestão pedagógica e administrativa, se exige 
deste profissional também o desenvolvimento de competências próprias: 
Quadro-1: Competências do Docente do Ensino Superior. 
Quadro-1: Organizado a partir de Masetto (1998). 
O docente universitário está em volto em inúmeras atuações e funções dentro 
e fora da IES. Zabalza (2004) e Masetto (1998) revelam que, atualmente, podem ser 
atribuídas como competências gerenciais ao docente do ensino superior “divulgação 
cientifica, produção científica, gestão acadêmica universitária, orientação e 
supervisão, participação de bancas e comissões julgadoras, avaliação institucional, 
extensão, docência e pesquisa”. Além destas competências, na era digital, segundo 
Perez Gomes (2015), o docente universitário enfrenta novos desafios. Novaspossiblidades de conhecimentos são produzidos com as TDIC, através das redes 
sociais, internet e plataformas digitais. 
Neste novo cenário o docente adquire outras habilidades em suas práticas 
pedagógicas integradas o uso das TDIC. Mercado (2015) afirma que o desafio 
consiste em adaptar-se ao novo modelo de ensino com TIC, propiciar vivências e 
experiências com tecnologias na prática educativa multiletradas com saberes 
coletivos que exigem participação, iniciativas, cooperação na solução de problemas, 
letramento digital, sonoro e informacional; aprender e desenvolver atividades 
dinâmicas que envolva as TDIC na perspectiva da Pedagogia da Autoria com 
competências para lidar com estudantes multitarefas. Com o desenvolvimento 
tecnológico, ampliam-se as competências gerencias do docente do ensino superior, 
Mauri e Onrubia (2010) afirmam que o docente em ambientes virtuais aprende a 
dominar e valorizar nova cultura da aprendizagem; domina as TDIC com formações 
contínuas e neste processo acontece a interação entre docente-estudante, que passa 
a conhecer as diversas ferramentas tecnológicas flexibilizando o ensino através de 
atividade interativa institucional a organizar e atribuir significado e sentido as novas 
informações, como também desenvolver habilidades e capacidade de gestão do 
aprendizado, do conhecimento e da informação. Isto porque as TDIC proporcionam, 
 
31 
segundo Bernabé (2012), novas oportunidades para educação e formação, facilitando 
a colaboração, a inovação e a criatividade tanto dos estudantes, como dos docente e 
IES. Diante do atual cenário do ensino superior, ser docente universitário se revela 
como atividade complicada, devido as várias funções que desempenha. No entender 
de Zabalza (2004, p. 111), “[...] ensinar é uma tarefa complexa na medida em que 
exige conhecimento consistente acerca da disciplina ou das suas atividades”. Por isso, 
segundo Maseto (1998) o docente, além de conhecer os conteúdos deve ter 
desenvolvimento na área do conhecimento; desenvolvimento no aspecto afetivo 
emocional; desenvolvimento de habilidades e desenvolvimento de atitudes e valores, 
o que significa que a identidade e habilidades do docente do ensino superior 
acontecem pela prática pedagógica, pela formação profissional, pelo processo 
evolutivo e singular das experiências dinâmicas e culturais. (RAMOS, 2010). 
 A formação da identidade do docente universitário é evolutiva e singular, 
acontece pela dissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, de forma individual 
e institucional. A formação profissional acontece simultânea com a formação 
acadêmica que fornece competências para uma determinada área, domínio na área 
pedagógica no exercício de dimensão política. Os saberes teóricos e práticos 
construtores da identidade docente acontece pela formação contínua e permanente, 
regida pelo art. 66 da Lei de Diretrizes e Bases - IDBEN Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 
196), prioritariamente determina formação em mestrado e doutorando. 
A construção da identidade docente é processual e dinâmica dentro de uma 
conjuntura para desconstruir visões como “quem sabe, automaticamente, sabe 
ensinar” ou “só quem sabe investigar, pode realmente ensinar” (RAMOS, 2010, p. 33). 
Segundo Fávero e Tauchen (2013), a gestão profissionalizante do docente se 
desenvolve pela produção do “pesquisador docente, que desenvolve prática de 
produção científica e aulas acessórias e docente pesquisador, que tem como foco 
principal o ensino como pesquisa, desenvolve ações de extensão, mas, não possui 
produção de pesquisa”. A construção da identidade do docente universitário 
inicialmente atende o desejo do próprio docente, em buscar caminhos para docência 
voltada para o ensino, para uma docência baseada na aprendizagem (FÁVERO; 
TAUCHEN, 2013). A expansão das atividades do docente do ensino superior ocorrida 
nas últimas décadas, tem redesenhado o perfil e a identidade dos mesmos. A prática 
docente, por sua vez, não fica limitada em mostrar o que está feito ou acumulado 
 
32 
historicamente, pois necessita de ações que englobam conhecimentos tanto 
cognitivos, quanto não cognitivos, com propostas de conteúdos e tarefas que 
envolvam atividade construtiva individual e coletiva. Os usos das TDIC no processo 
de aprendizagem interligam as novas tecnologias as metodologias de trabalho que 
podem melhorar as habilidades dos docentes em criar novas maneiras para enfrentar 
as tarefas que, por sua vez mudam a natureza da atividade universitária. 
11 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR 
No processo de construção do conhecimento o docente dotado de 
conhecimentos, habilidades e práticas-reflexivas, através de sua prática pedagógica 
leva os estudantes a desenvolveram o senso crítico-reflexiva, acerca das discussões 
atuais do mundo contemporâneo, que perpassa os conteúdos a serem estudados, 
dentro e fora da universidade. Para Gemignani (2012, p. 1) o grande desafio das IES 
na contemporaneidade é a busca por metodologias inovadoras que possibilitem uma 
práxis pedagógica capaz de ultrapassar os limites do treinamento puramente técnico 
e tradicional, para efetivamente alcançar a formação do sujeito como um ser ético, 
histórico, crítico, reflexivo, transformador e humanizado. Para democratizar o 
processo de ensino aprendizagem em sala de aula com práticas pedagógicas 
permeadas pela pesquisa, o docente universitário é levado a construir proposta 
construtivista para o ensino superior que consiste em educar para a autonomia, 
através de metodologias ativas e inovadoras, para a descoberta, utilizando-se da 
pesquisa, participação dos estudantes, trabalhos em grupo, como meio de aprofundar 
e resinificar os conhecimentos. O desenvolvimento do conhecimento para liberdade é 
uma atividade que requer do docente método ativo, domínio na temática, recursos 
metodológicos e didáticos que atendem os objetivos propostos. Para Debald (2003, 
p.1) 
 A prática pedagógica no Ensino Superior deve ser encarada com muita 
seriedade. Requer posturas e comprometimentos com um processo que eduque para 
a autonomia do acadêmico, mediado pelo professor. Somente uma educação que 
tenha como princípio a liberdade, poderá auxiliar na construção de uma sociedade 
mais humanizada. 
 
33 
 O processo da construção do saber não é fácil de ser desenvolvida, pois, em 
muitos casos a dificuldade não está em abordar o conteúdo, mas especificamente na 
metodologia que atenda as expectativas dos estudantes. (ABREU e MASETTO, 1990) 
afirmam que “ O conhecimento e o domínio das estratégias é uma ferramenta que o 
docente maneja de acordo com sua criatividade, sua reflexão e sua experiência, para 
alcançar os objetivos da aprendizagem”. 
A pesquisa, um estudo de caso de natureza qualitativa foi realizada na 
disciplina “Metodologia do Ensino superior com TIC”, no curso de Mestrado e 
Doutorado em Educação, na turma do segundo semestre de 2016. A escolha desta 
abordagem de pesquisa qualitativa é justificada pelo objetivo de divulgar metodologias 
educacionais com o uso das TIC como ferramentas norteadoras no processo de 
promoção e inovação da qualidade do ensino superior. Segundo Oliveira (2014, p. 
37), a pesquisa qualitativa é um processo de reflexão e análise da realidade através 
da utilização de métodos e técnicas para a compreensão detalhada do objeto de 
estudo em seu contexto histórico e/ou segundo sua estruturação. 
Destacaremos as metodologias envolvendo o uso de diversas estratégias 
didáticas com TIC, utilizadas na disciplina analisada, como debate no Whatsapp, 
elaboração de mapas conceituais e circulares, seminários temáticos com estratégias 
didáticas com TIC no ensino superior – aprendizagem comsimulação/dramatização, 
aprendizagem com projetos: webquest, webinquirity project, webgincanas, 
aprendizagem a partir de casos, aprendizagem com laboratórios ou experimentos 
virtuais, aprendizagem com jogos online, aprendizagem baseada em problemas, 
elaboração de plano de ensino para uma disciplina do curso superior utilizando as 
TIC, entrevista com docente utilizando ferramentas como Facebook, e-mail, chat do 
Gmail, Whatsapp ou Twitter, elaboração de sequências didáticas empregando TIC, 
elaboração de plano de aula utilizando um aplicativo móvel, a partir das propostas 
disponíveis no livro Apps para dispositivos móveis: manual para professores, 
formadores e bibliotecários (carvalho, 2015), construção do blog coletivo para as 
atividades da turma, avaliação da disciplina e elaboração de um artigo contendo 
estratégias didáticas com TIC no ensino superior. 
 
34 
11.1 Análise das estratégias de ensino na disciplina metodologia do ensino 
superior com TIC 
As estratégias didáticas, fruto da experiência na disciplina Metodologia do 
Ensino Superior com TIC, permitem oportunidades para os docentes ampliarem os 
conhecimentos pedagógicos e metodológicos, possibilitam um processo de ensino-
aprendizagem mais prazeroso e dinâmico. 
O uso das TIC no ensino superior precisa ser feito com intencionalidade 
pedagógica previamente planejada, visando alcançar os objetivos propostos. Com as 
constantes mudanças nas tecnologias, a pesquisa, o estudo, a formação e o ensino 
vão acompanhar sempre o fazer e o inovar da prática pedagógica do docente. As 
atividades didáticas desenvolvidas na disciplina contribuem para a prática pedagógica 
do docente no ensino superior, dinamizando as aulas, possibilitando interação entre 
os estudantes e docentes. 
 Através das postagens das atividades no blog coletivo da turma constatamos 
que ensinar com a utilização das TIC é estimular a competência de autonomia do 
estudante para o desenvolvimento de seu potencial criativo, intelectivo, reflexivo e 
interativo. Utilizar estratégias didáticas e atividades com TIC desenvolve habilidades 
nos estudantes para utilização na prática pedagógica, aprendendo a avaliar, 
selecionar e integrar os recursos tecnológicos nas atividades curriculares. Com o 
desenvolvimento das atividades os estudantes demonstraram conhecimento entre 
teoria e prática, com experiências práticas ao longo da disciplina, articulando 
conhecimentos-competências. 
Os desafios impostos ao docente do ensino superior na atualidade são muitos; 
articular pesquisa, docência, gestão, administração, extensão e outras atividades de 
sua competência. No cenário das competências e habilidades frente a era digital 
(MASETTO, 1998; PEREZ GOMES, 2005) os docentes do ensino superior adquirem 
competências e habilidades em formação continuada para usar as TIC na prática 
pedagógica de aprendizagem colaborativa/multiletrada/interativa (MERCADO, 2015). 
As estratégias didáticas utilizadas na disciplina Metodologia do Ensino Superior 
com TIC foram plenamente desenvolvidas e os estudantes demonstraram que 
alcançaram os objetivos propostos, pesquisaram, analisaram, produziram, interagiram 
 
35 
no blog coletivo, passaram de passivos para ativos no processo de construção do 
saber, do conhecimento ativo/reflexivo.4 
 
Fonte: www.ebay.com.au 
12 O DESAFIO DE INTEGRAR TIC À FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE 
Quando o assunto é articular ensino e tecnologia, para muitos educadores, o 
primeiro movimento é a não utilização pelo simples fato de desconhecerem suas 
potencialidades para o ensino, ou mesmo rejeitar um conhecimento envolvendo o 
contexto social em que estão inseridos, como apontam alguns estudos. 
Tanto os processos cognitivos quanto as ações humanas são orientados, 
direcionados ou “moldados” por instrumentos culturais empregados pelos sujeitos, e, 
sendo as TICs instrumentos culturais, introduzidos no fluxo de atividades sociais, 
deve-se atentar às mudanças qualitativas dessa ação e não apenas ao seu 
desenvolvimento ou outra mudança quantitativa qualquer. Logo, parece ser mais 
relevante identificar e analisar as mudanças reais provocadas pelas tecnologias e as 
causas dessas mudanças do que propriamente constatar que determinadas questões 
mudam para melhor ou pior, ou que ficam mais fáceis ou difíceis, lentas ou rápidas. 
 
4 Extraído do link: encuentros.virtualeduca.red 
 
36 
É nesse sentido que as ideias e tese de Vigotski (2007, 2008) tornam-se vivas 
e necessárias no sentido de contextualizar e explicar, sob o ponto de vista da 
abordagem histórico-cultural, de que forma o sistema social e cultural e, mais 
especificamente, o funcionamento cognitivo humano, são alterados pela inclusão de 
novos instrumentos culturais, como as TICs, por exemplo. A presença ou chamada 
“inserção” das TICs no ensino vem sendo explorada por diversos estudos, tanto em 
âmbito nacional como internacional (COSTA, 2007a, 2007b, 2010; COSTA; VISEU, 
2007; GIRAFFA, 2013; KURTZ, 2015; MARCELO, 2013), em grande parte 
destacando os pontos positivos trazidos ou propiciados pela relação do ensino com 
as tecnologias. A mera utilização desses instrumentos, por outro lado, sem alterar 
práticas tradicionais, tem sido, de modo específico, pauta de muitas pesquisas, entre 
as quais incluímo-nos, considerando que a falta de conhecimento técnico por parte 
dos professores é apenas a ponta do iceberg. 
 O foco é, a nosso ver, desconstruir a concepção instrumental e tecnicista de 
mero “uso” de tecnologias no ensino e mesmo na formação docente, enfatizando a 
necessidade de um processo formativo que contemple os aspectos sociais e políticos 
das TICs no contexto histórico-social e o papel do professor na formação de seus 
alunos em meio a esse cenário. Futuros professores não podem ser concebidos sob 
um olhar paternalista, cuja formação é meramente técnica, mas sim como indivíduos 
capazes de refletir sobre o mundo em que vivem, de forma crítica e criativa. O ponto 
de partida de tal discussão deve envolver também o prisma sociológico e psicológico 
quanto ao uso das TICs no contexto vigente, ainda na formação inicial docente, de 
modo transversal, e não em uma ou outra disciplina, como estudos têm apontado. 
Logo, o objetivo deste estudo é construir entendimentos teóricos e conceituais 
no que diz respeito a um olhar integrado entre TICs e formação inicial docente, 
considerando, essencialmente, duas questões que se mostram ainda timidamente 
investigadas no Brasil: a relação entre pensamento computacional e a formação de 
professores, e a concepção das TICs como ferramentas cognitivas, que empoderam 
o aluno, servindo como uma espécie de parceiras intelectuais dos sujeitos, sob uma 
perspectiva emancipatória e crítica, se considerarmos a abordagem histórico-cultural 
vigotskiana como suporte teórico (VIGOTSKI, 2007; WERTSCH, 2003). Resultados 
construídos em Kurtz (2015) e desenvolvidos posteriormente em Kurtz (2016a; 
2016b), Kurtz, Vargas e Ávila (2017a) e Kurtz e Silva (2017b), vinculados a pesquisas 
 
37 
realizadas junto ao Grupo de Pesquisa (grupo de pesquisa dos autores), embasam as 
discussões ora realizadas. 
Nesse sentido, é impossível desconsiderar o que Castells (1999) observa sobre 
o novo paradigma tecnológico, organizado em torno das TICs e associado a 
transformações sociais, econômicas e culturais, como Coll e Monereo (2010) 
retomam. Diferentemente, porém, da perspectiva de “atender” a um perfil, é 
fundamental que a escola e mesmo a universidade, em seus cursos de Licenciatura, 
atentem ao fato de que somente darão um salto de qualidade quando o caráter 
exclusivamente preparatório para o mercado de trabalho

Continue navegando