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Prova no Processo Penal

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Prova
Conceito
Prova é o elemento que autoriza a conclusão acerca da veracidade de um fato ou circunstância.
Finalidade
O objetivo da atividade probatória é convencer seu destinatário: o juiz. Na medida em que não presenciou o fato que é submetido à sua apreciação, é por meio das provas que o juiz poderá reconstruir o momento histórico em questão, para decidir se a infração, de fato, ocorreu e se o réu foi seu autor. 
Só depois de resolvida, no espírito do julgador, essa dimensão fática do processo é que ele poderá aplicar o direito.
Vale ressaltar que nem todos os fatos e circunstâncias relacionados à causa, todavia, precisam ser provados, pois a atividade probatória tem feição essencialmente utilitária, de modo a restringir seu objeto aos acontecimentos úteis e relevantes ao julgamento da causa. Disso decorre, logicamente, que não se admitirá que a prova verse sobre: 
● Fatos impertinentes (alheios à causa) ou irrelevantes (relacionados à causa, mas sem influência na decisão), pois nada justifica que se deturpe a atividade instrutória, de maneira a retardar a entrega do provimento jurisdicional, em busca de informações que em nada irão contribuir para o julgamento da lide penal. 
● Fatos notórios, entendidos esses como os acontecimentos ou situações que são de conhecimento geral.
O fato criminoso que constitui objeto da imputação jamais pode ser tido como notório, de modo a dispensar a prova de sua ocorrência, daí por que somente os fatos notórios acidentais dispensam comprovação.
● Fatos impossíveis, ou seja, aqueles cuja ocorrência se mostra contrária às leis das ciências naturais. 
● Fatos cobertos por presunção legal de existência ou veracidade. Se a lei toma como verdadeiro determinado fato ou situação, as partes não precisam com- prová-los, como se dá, por exemplo, com a inimputabilidade do menor de 18 anos. Se a presunção legal for de caráter relativo, contudo, admite-se que a parte a quem ela desfavorece produza prova na tentativa de infirmá-la.
Fonte de prova
É tudo quanto possa ministrar indicações úteis cujas comprovações sejam necessárias. Assim, são fontes de prova a denúncia ou a queixa, pois das afirmações nelas insertas deriva a necessidade da atividade probatória, bem como, eventualmente, a resposta escrita, o interrogatório e as declarações do ofendido.
Princípios
● Princípio do contraditório (ou da audiência bilateral): estabelece a necessidade de garantir a ambas as partes o direito de presenciar a produção das provas ou de conhecer o seu teor, de manifestar-se sobre elas e, ainda, de influir no convencimento do juiz por meio da produção de contraprova. 
● Princípio da comunhão dos meios de prova (ou da aquisição da prova): estabelece que, uma vez produzida, a prova pode socorrer qualquer das partes, independentemente de qual dos litigantes a indicou ou introduziu no processo. 
● Princípio da imediação (ou imediatidade): exige que o juiz tenha contato direto com as provas de que se valerá para decidir, daí por que, em regra, é inválida a prova produzida sem a presença do magistrado. 
● Princípio da identidade física do juiz: determina que a decisão seja proferida, salvo em hipóteses excepcionais, pelo juiz que teve contato direto com a colheita da prova.
● Princípio da oralidade: consagra a preponderância da linguagem falada sobre a escrita em relação aos atos destinados a formar o convencimento do juiz. Decorre desse princípio a opção pela qual os depoimentos de testemunhas são prestados oralmente, salvo em casos excepcionais, em que a forma escrita é expressamente admitida.
● Princípio da concentração: consubstancia-se na exigência de que a atividade probatória seja realizada em uma única audiência ou, na impossibilidade, em poucas audiências sem que haja grandes intervalos entre elas.
● Princípio da publicidade: garante que a instrução seja acompanhada não apenas pelos sujeitos processuais, mas pelo público, vedando, assim, qualquer atividade secreta. Quando o interesse público ou a tutela da intimidade exigir a restrição à presença popular, no entanto, a lei pode estabelecer a publicidade restrita dos atos instrutórios. O Código de Processo Penal prevê as seguintes exceções à regra da publicidade ampla:
- Possibilidade de o juiz determinar, para tutela da intimidade, vida privada, honra ou imagem do ofendido, dentre outras providências, o segredo de justiça em relação a dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a respeito da vítima, para evitar sua exposição aos meios de comunicação;
- Possibilidade de o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato processual seja realizado a portas fechadas e com número limitado de pessoas, sempre que da publicidade puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem.
● Princípio do privilégio contra a autoincriminação: confere ao investiga- do ou acusado o direito de abster-se de praticar qualquer conduta que possa acarretar a obtenção de prova em seu desfavor. 
● Princípio da autorresponsabilidade: atribui às partes o ônus de produzir prova de suas alegações, estabelecendo que elas terão de arcar com as consequências processuais de eventual omissão. 
● Princípio da investigação: dispõe que o juiz deve zelar pela obtenção de provas que permitam o esclarecimento do fato submetido a julgamento, sem que esteja limitado, na formação de sua convicção, pelos elementos trazidos ao processo pelas partes.
Meios de prova
Além desses meios legais ou nominados (como o exame de corpo de delito e outras perícias, o interrogatório do acusado, a confissão, as declarações do ofendido, as testemunhas, o reconhecimento de pessoas ou coisas, a acareação, os documentos, os indícios e a busca e apreensão), há outros, ditos inominados, como as filmagens (videofonogramas) e arquivos de áudio (fonogramas), as fotografias e a inspeção judicial.
Provas Ilícitas
São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
- São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
- Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
- Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
Classificação
● Quanto a eficácia representativa: 
a) Direta (inartificial ou histórica): diz-se que é direta a prova quando, por si só, demonstra o fato controvertido; 
b) Indireta (crítica, oblíqua ou artificial): é a prova que demonstra um fato do qual se deduz o fato que se quer provar. 
● Quanto ao valor: 
- Plena (perfeita ou completa): é aquela apta a, por si só, conduzir o julgador a um juízo de certeza ou, em outras palavras, é aquela que faz tanta fé quanto basta para terminar a controvérsia; 
- Não plena (imperfeita ou incompleta) — autoriza apenas o juízo de probabilidade acerca da ocorrência de um fato, isto é, aquela que produz alguma fé, mas não tanta que possa levar o juiz a proferir sentença. 
● Quanto à origem: 
- Originária: quando não há intermediários entre o fato e o meio de prova (testemunha presencial); 
- Derivada: quando existe intermediação entre o fato e o meio de prova (testemunho do testemunho). 
● Quanto à fonte: 
- Pessoal: tem como fonte alguma manifestação humana, ou seja, “é a fornecida por ente humano” (testemunho, confissão, conclusões periciais etc.);
- Real: tem como fonte a apreciação de elementosfísicos distintos da pessoa dotada de personalidade, ou seja, “é a que consiste em coisa” (o cadáver, a arma do crime etc.).
Momento da atividade probatória
● Fase de proposição (ou indicação): refere-se ao momento em que as partes manifestam seu desejo no tocante à produção de determinada prova. 
● Fase de admissão: diz respeito à análise, pelo juiz, da pertinência e da necessidade da aquisição da prova. 
● Fase da produção: consiste na realização e introdução da prova nos autos. 
● Fase da apreciação: é o momento em que o juiz exerce a análise crítica dos elementos de convicção, atribuindo a cada qual determinado valor, de modo a permitir que, racionalmente, conclua sobre a procedência ou improcedência da pretensão punitiva.

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