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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter MATERIAL DE APOIO CURSO DE REPESCAGEM JUIZADOS ESPECIAIS Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 2 PRINCÍPIOS INFORMADORES DOS JUIZADOS: Sem dúvidas a lei n. 9099/95 é a base regulamentadora desse sistema normativo, a qual define a maioria das regras, tanto para Juizados Especiais Cíveis e Criminais, quanto para os Juizados Especiais Federal e da Fazenda Pública, sem prejuízo, claro, da legislação esparsa, como as leis ns. 10.259/2001 e 12.153/2009. Os juizados especiais são um conjunto de órgãos de primeiro grau e segundo grau: Os principais princípios norteadores são: oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual, gratuidade em primeiro grau, celeridade, conciliação e mediação ou transação. As regras gerais do processo civil algumas vezes são afastadas, em razão desses princípios, principalmente em razão: da simplicidade, informalidade e celeridade. Vejamos cada um deles: a) PRINCÍPIO DA ORALIDADE: salvo os atos essenciais (art. 13, §3º, da Lei 9099/95), que serão reduzidos a termo nos autos do processo, os atos serão praticados de forma oral. Exemplos práticos desse princípio podemos verificar no pedido da inicial (art. 14, caput e §3º, da Lei 9099/95) e a defesa (art. 30, da Lei 9099/95), os quais podem ser oferecidos de forma oral na Secretaria dos Juizados; a concessão de poderes ao advogado pode ser feita oralmente, salvo poderes especiais para receber citação, dar quitação, renunciar, entre outros que exigem 01 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 3 instrumento escrito (art. 9º, §3º, da Lei 9099/95); diferente dos outros recursos, os embargos declaratórios podem ser orais também (art. 49, Lei 9099/95); a prova oral não precisa ser reduzida a escrito, podendo ser registrada por outro meio, como filmagem ou gravação (art. 36, Lei 9099/95); b) PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE: todas atividades desenvolvidas nos Juizados Especiais devem ser de modo que qualquer uma das partes compreenda, principalmente aquelas desacompanhadas de advogado. Um exemplo é a própria redação do artigo 14, §1º, da Lei 9099/95, que diz “do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível”. Acerca da simplicidade também está o fato da desoneração da complexidade do procedimento ordinário, por exemplo, fica dispensado o relatório da sentença, conforme artigo 381, da Lei 9099/95 e enunciado 92, do FONAJE. c) PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE: os atos processuais devem ser praticados com o mínimo de formalidade possível, tornando-os simples, econômicos e efetivos, sem esquecer que algumas formas são essenciais, portanto, o princípio de informalidade pode ser definido como a busca pela eliminação das formas não essenciais do ato. Assim, não se reconhecerá a nulidade de qualquer ato processual se não houver prejuízo efetivo à parte ou se o ato atingiu sua finalidade, evitando a sua repetição desnecessária (art. 13, da Lei 9099/95). d) PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: economia processual é obter o maior resultado com mínimo de atividade processual possível. Para tanto os atos processuais se concentram em audiência e tenta-se obter o máximo possível de proveito deles. 1 Portanto, não se aplica o artigo 489, do Código de Processo Civil (que trata dos elementos essenciais da sentença), conforme previsto no enunciado 162, do FONAJE. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 4 e) PRINCÍPIO DA GRATUIDADE EM PRIMEIRO GRAU: de acordo com o artigo 54 e 55 da Lei n. 9.099/95, o acesso ao Juizados Especiais independe de pagamento de custas, taxas ou despesas em primeiro grau de jurisdição, não são devidas despesas nem para efeito do cumprimento de diligência, ainda que seja expedição de carta precatória (enunciado 44, do FONAJE). O pagamento das despesas processuais ocorrerá junto com o preparo do recurso, ou seja, em segunda instância haverá o pagamento das despesas dispensadas de pagamento em primeira instância, salvo se a parte for beneficiária da assistência judiciária gratuita2. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido ao pagamento das custas e honorários de advogado, salvo os casos de litigância de má-fé3. Diferente do segundo grau, em que a parte vencida será condenada ao pagamento de custas e honorários, que serão fixados entre dez e vinte por cento do valor da condenação, ou do valor corrigido da causa. f) PRINCÍPIO DA CELERIDADE: quanto menor a complexidade da matéria em debate, menos formal, menor o número de atos processuais e consequentemente, mais célere o processo, essa é a lógica dos juizados. A própria simplicidade e informalidade resulta na celeridade dos processos no Juizados Especiais. Temos como exemplos de celeridade: a concentração de atos em audiência; possibilidade de conciliação independente de prévia apresentação/registro do pedido (art. 17 da Lei 9.099/95); inexistência de reexame necessário nos Juizados da Fazenda Pública e Federal (Art. 11, da Lei 12.153/2009 e art. 13 da Lei 10.259/2001). 2 Indeferida a concessão do benefício da gratuidade da justiça requerido em sede de recurso, conceder-se-á prazo de 48horas para efetuar o preparo (enunciado 115, do FONAJE). O juiz poderá, de ofício, exigir que a parte comprove a insuficiência de recursos para obter a gratuidade da justiça, uma vez que há presunção relativa de veracidade da afirmação de pobreza pela parte (enunciado 116, do FONAJE). 3 O reconhecimento da litigância de má-fé poderá implicar em condenação ao pagamento de custas, honorários de advogado, multa e indenização nos termos dos artigos 55, caput, da lei 9.0995/95 e 81 do CPC, segundo enunciado 136, do FONAJE. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 5 g) PRINCÍPIO DA AUTOCOMPOSIÇÃO: apesar da lei n. 9.099/95 fazer menção, no artigo 2º, apenas da conciliação e transação, há também a possibilidade de mediação, a partir do Novo CPC (artigos, 3º, 165 a 175) e da Lei n. 13.140/15 (lei de Mediação). A lei prevê a realização de audiências exclusivamente voltadas para a autocomposição, tanto no procedimento cognitivo (art. 21 da Lei n. 9.099/95), quanto do procedimento executivo fundado no título extrajudicial (art. 53, §1º da Lei n. 9.099/95). COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS: A Constituição Federal previu em seu artigo 98, que: Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - Juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; Cabendo a legislação infraconstitucional definir as demandas que se enquadram no Juizados Especiais Cíveis, Criminais Estaduais e Federais4, e da Fazenda Pública: 4 Art. 1o (do JEF): São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. 02 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 6 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 7 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter8 ATENÇÃO: As ações cíveis sujeitas aos procedimentos especiais não são admissíveis nos Juizados Especiais, conforme enunciado 8 do FONAJE, com exceção das possessórias, visto que estão previstas expressamente no art. 3º, IV da Lei 9.099/95, desde que seja imóvel e que o valor não ultrapasse 40SM. De acordo com o Enunciado 1 do FONAJE, o direito de ação nos Juizados Especiais Cível Estadual é facultado para o autor, isto é, poderá optar pela Justiça Comum se quiser. Diferente dos Juizados Especiais Federais e da Fazenda Pública, que trouxe expressamente que sua competência é absoluta (art. 3º, §3º, da Lei n. 10.259/01). A incompetência territorial poderá ser reconhecida de ofício (enunciado 89, do FONAJE), diferente do procedimento comum, onde diz que se competência relativa não for alegada na contestação haverá a prorrogação, portanto, a chamada prorrogação não acontece no JEC, podendo o juiz reconhecer de ofício. 2.1 Do Foro de competência: É competente julgar as causas previstas para os Juizados Especiais na seguinte ordem (art. 4º, da Lei n. 9.099/95): a) Do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 9 b) Do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; c) Do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza. Segundo o enunciado 03, do FONAJE, a lei local não pode ampliar a competência do Juizado Especial. As causas que contiverem objeto comum ou a mesma causa de pedir, poderão ser reunidas para efeito de instrução e julgamento, de acordo com o enunciado 73, do FONAJE. No rito do Juizados Especiais Federal, o artigo 20, da Lei n. 10.259/01, refere que se não houver Vara Federal a causa poderá ser ajuizada no Juizado Federal mais próximo do foro definido pelo artigo 4º, da Lei n. 9.099/95. 2.2 Causas de menor complexidade: Segundo o Enunciado 54 “a menor complexidade da causa para a fixação da competência é aferida pelo objeto da prova e não em face do direito material”. Competência em razão do valor da causa: nos Juizados Especiais Cíveis, o valor da causa é até 40 salários mínimos (nacional), correspondente à pretensão econômica objeto do pedido, segundo enunciado 39 e 50 do FONAJE. Nos Juizados Especiais Federal e da Fazenda Pública é até 60 salários mínimos (Enunciados 87 e 133, do FONAJE) o valor da causa. Segundo o Enunciado 144, “a multa cominatória não fica limitada ao valor de 40 salários mínimos, embora deva ser razoavelmente fixada pelo Juiz, obedecendo ao valor da obrigação principal, mais perdas e danos, atendidas as condições econômicas do devedor”. Para dar valor a causa, deverá ser observado o artigo 292 do CPC: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 10 I - Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; II - Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; IV - Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; V - Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; VI - Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. § 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras. § 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações. § 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. ATENÇÃO: A opção pelo procedimento previsto na Lei 9.099/95 importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido no art. 3º, I, da Lei 9.099/95, excetuada a hipótese de conciliação, visto que pode haver acordo com valores superiores aos 40 salários mínimos, na forma do art. 3º, §3º da Lei 9.099/95. As ações nas quais se discute a ilegalidade de juros não são complexas, podendo ser julgadas pelo Juizado Especial, assim como a revisão de contrato, ainda que o autor pretenda parcelamento da dívida, desde que seja observado o valor de alçada e não exigirem perícia contábil (enunciados 70 e 94, do FONAJE). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 11 DO JUIZ, CONCILIADOR E DO JUIZ LEIGO: Conciliadores e Juízes leigos serão auxiliares da Justiça, de preferência bacharéis em Direito e se possível, advogados com mais de cinco anos de experiência. Os juízes leigos ficam impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais (enunciado 40, do FONAJE), enquanto forem Juízes Leigos (art. 7º, Lei 9.099/95 e §2º, art. 15, Lei 12.153/2009). O juiz leigo poderá dirigir a instrução, sob a supervisão do juiz togado. De acordo com o artigo 40, da Lei 9.099/95, o Juiz Leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis. Caberá ao Juiz dirigir o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica, ele adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum (art. 5º e 6º da Lei 9.099/95). Nos Juizados Especiais Federais, o Juiz presidente é que designará os conciliadores pelo período de dois anos, sendo admitida a recondução (art. 18, da Lei 10.259/2001). 03 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 12 DAS PARTES NO JUIZADO ESPECIAL: JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DA JUSTIÇA FEDERAL As pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas. Art. 8º, §1º, I da Lei 9.099/95; Exceto, microempresas e empresa de pequeno porte, segundo enunciado 135, do FONAJE. Como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar n. 123/2006 e artigo 5º, inciso I, da Lei n. 12.153/2009. Como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei n. 9.317/1996 e art. 6º, inciso I, da Lei 10.259/2001. As pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006. Art. 8º, §1º, II da Lei Como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas. Art. 5º, inciso II da Lei 12.153/2009. Como rés, a União, autarquias, fundações e empresaspúblicas federais. Art. 6º, inciso II, da Lei 10.259/2001. As pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999. Art. 8º, §1º, III da Lei As sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. Art. 8º, §1º, IV da Lei 9.099/95; O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para fins de conciliação. Art. 8º, §2º, da Lei 9.099/95; Não poderão ser partes, no processo instituído pela lei 9.099/95, o incapaz, o preso, as pessoas juridicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil. Não se admitirá a intervenção de terceiros, nem de assistência, apenas de litisconsórcio. O Ministério Público poderá intervir, de acordo com os casos previstos em lei. Artigos 10 e 11, da Lei n. 9.099/95. Exceção: admite-se intervenção de terceiros em incidente de desconsideração da personalidade jurídica, conforme art. 1.062 do NCPC. DAS PARTES ADMITIDAS 04 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 13 O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício, segundo art. 9º, §4º, da Lei 9.099/95. Não será admitida: A pessoa jurídica que exerça atividade de factoring e de gestão de créditos e ativos financeiros, excetuando as entidades descritas no artigo 8º, §1º, inciso IV, da Lei 9.099/95, não será admitida a propor ação nos Juizados Especiais, conforme enunciado 146, do FONAJE. Todavia, admitirá embargos de terceiro dessas pessoas, de acordo com enunciado 155, do FONAJE. Nas causas até 20 salários mínimos as partes poderão comparecer assistidas ou não de advogado, entretanto nas causas de valor superior, deverão, obrigatoriamente, ser assistidas. Essa assistência obrigatória tem lugar a partir da fase instrutória, não se aplicando para a formulação do pedido e a sessão de conciliação, enunciado 36, do FONAJE. Cabe ressaltar que se uma das partes comparecer com advogado e a outra não ou, ainda, se uma das partes não estiver assistida e a outra parte for pessoa jurídica, firma individual, microempresa ou empresa de pequeno porte5 (enunciado 48, do FONAJE), terá a outra parte oportunidade de obter assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial. Bem como, poderá o juiz alertar a parte da conveniência de advogado quando a causa recomendar, de acordo com o artigo 9º, da Lei 9.099/95. 5 A microempresa e a empresa de pequeno porte, quando autoras, devem ser representadas, inclusive em audiência, pelo empresário individual ou pelo sócio dirigente, de acordo com o enunciado 141, do FONAJE. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 14 Segundo o parágrafo único, do artigo 10, da Lei n. 10.259/2001, os representantes judiciais da União, autarquias, fundações e empresas públicas federais, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da competência dos Juizados Especiais Federais. Ainda que o pedido seja até 20 salários mínimos, será admitido o pedido contraposto no valor superior (até 40 salários mínimo), contudo será obrigatória a assistência de advogados às partes (enunciado 28 do FONAJE). A FGV já questionou sobre a capacidade de ser parte no Juizado Especial Cível, vamos resolver a questão? ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 01 – XXIII EXAME Após sofrer acidente automobilístico, Vinícius, adolescente de 15 anos, necessita realizar cirurgia no joelho direito para reconstruir os ligamentos rompidos, conforme apontam os exames de imagem. Contudo, ao realizar a intervenção cirúrgica no Hospital Boa Saúde S/A, o paciente percebe que o médico realizou o procedimento no seu joelho esquerdo, que estava intacto. Ressalta-se que o profissional não mantém relação de trabalho com o hospital, utilizando sua estrutura mediante vínculo de comodato, sem relação de subordinação. Após realizar nova cirurgia no joelho correto, Vinícius, representado por sua mãe, decide ajuizar ação indenizatória em face do Hospital Boa Saúde S/A e do médico que realizou o primeiro procedimento. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 15 Em face do exposto, responda aos itens a seguir. A) Na apuração da responsabilidade do hospital, dispensa-se a prova da culpa médica? (Valor: 0,75) B) O procedimento do juizado especial cível é cabível? (Valor: 0,50) ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 04 – XX EXAME – REAPLICAÇÃO PORTO VELHO / RO Jacinto por meio de sua microempresa individual celebrou contrato com a sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. tendo como objeto a safra de milho que ainda seria plantada e posteriormente colhida no sítio de propriedade de Jacinto. A sociedade empresária teve perfeita ciência desses fatos. Com relação ao preço, ficou acordado que seria pago metade na assinatura do contrato e metade após a entrega da safra. Chegada a época do plantio, Jacinto dispensou todos os seus esforços no plantio, tendo comprado sementes de excelente qualidade e preparado a terra de forma adequada. Também durante o crescimento da plantação, Jacinto, diligentemente, tratou de observar todas as medidas adequadas para afastar as pragas. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 16 No entanto, dias antes da entrega da safra de milho à Distribuição de Milho S.A., uma nova praga surgiu no Brasil e devastou quase toda a plantação de Jacinto. Na data prevista, Jacinto entregou à sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. apenas o que restou após a praga, 1/3 do total da safra de milho. Em contrapartida, a sociedade empresária negou-se a efetuar o pagamento da outra metade do preço, alegando que a quantidade entregue da safra de milho era menor do que a necessária para cumprir com seus compromissos perante seus clientes. Em virtude do não pagamento da segunda metade do preço, o microempreendedor Jacinto alega ter sofrido, além do dano material, dano moral. Sobre a situação descrita, responda aos itens a seguir. A) Assiste razão à sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. em não ter efetuado o pagamento da segunda metade do preço a Jacinto? (Valor: 0,60) B) Havendo a propositura de uma ação em desfavor de Distribuição de Milho S.A., como deve ser calculado o valor da causa? (Valor: 0,30) C) Considerando que o valor da causa não excederia 40 (quarenta) salários mínimos, a ação pode ser proposta no Juizado Especial Cível? (Valor: 0,35) Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 17 ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 03 – VII EXAME Rodrigo, casado pelo regime da comunhão parcial com Liandra, garante à Indústria Bandeirantes S/A satisfazer obrigação assumida por seu amigo João. De posse do contrato de confissão de dívida, também assinado por duas testemunhas, a Bandeirantes S/A cedeu o contrato ao estudante Marcos, com anuência de João e Rodrigo. Decorrido o prazo contratual para pagamento da quantia de R$5.000,00, configurada a inadimplência, Marcos ajuizou demanda executiva em face de Rodrigo e João, junto à Vara do Juizado Especial Cível de Colatina/ES, local de cumprimento da obrigação. De acordo com os elementos do enunciado: Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 18 A) Apontequal a relação contratual acessória existente entre Rodrigo e João? A relação acessória pode ser objeto de questionamento? Fundamente. (valor: 0,85) B) Fazendo uma análise processual dos elementos do enunciado, a demanda ajuizada reúne condições de procedibilidade? (valor: 0,40) CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: 5.1 Atos processuais: Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno (art. 12). Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis (incluído pela Lei n. 05 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 19 13.728/2018). Apenas aqueles considerados essenciais é que serão registrados resumidamente, os demais atos poderão ser gravados, sendo inutilizados depois do trânsito em julgado da decisão (art. 13, §3º), lembrando que nos Juizados Especiais não cabe ação rescisória (art. 59). Eles serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, não se pronunciando qualquer nulidade sem que tenha prejuízo das partes (art. 13, §1º). A prática de atos processuais de outras comarcas pode ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação. “Nos Juizados Especiais Cíveis, os prazos processuais contam-se da data da intimação ou da ciência do ato respectivo, e não da juntada do comprovante da intimação”, enunciado 13 do FONAJE. 5.2 Dos pedidos: O pedido poderá ser escrito ou oral à Secretaria do Juizado, se escrito, deverá ser em forma simples e linguagem acessível, se oral, deverá ser reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado através do sistema de fichas ou formulários impressos. No pedido constarão: a) O nome, a qualificação e o endereço das partes; b) Os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; c) O objeto e seu valor. Poderá ser genérico quando não for possível determinar o valor da obrigação. Poderão ser alternativos ou cumulados, se cumulados, deverão ser conexos e a soma não ultrapassar o valor de 40 salários mínimos se Juizado Especial Estadual e 60 salários mínimos se for Juizado Especial Federal ou da Fazenda Pública (art. 15). Havendo pedido contraposto (que poderá ser por parte de pessoa jurídica, enunciado 31, do FONAJE), poderá ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença, de acordo com parágrafo único, do artigo 17, da Lei n. 9.099/95. O autor poderá aditar o pedido até o momento da audiência de instrução e julgamento, ou até a fase instrutória, contudo, desde que seja resguardado ao réu o direito de defesa (enunciado 157, do FONAJE). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 20 5.3 Citações e Intimações nos Juizados Especiais Estaduais: A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência de que o seu não comparecimento acarretará na presunção de veracidade das alegações iniciais, sendo proferido julgamento de plano. Segundo enunciado 53, do FONAJE, deverá constar também a advertência da possibilidade de inversão do ônus da prova. A citação será feita por: a) Por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria. De acordo com o enunciado 05 e 41 do FONAJE, a correspondência ou a contrafé recebida no endereço da parte ou do advogado será eficaz para efeito da citação/intimação, quando identificado o seu recebedor; b) Tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado; c) Sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória. Ainda, segundo enunciado 33 do FONAJE, é dispensável a expedição de carta precatória nos Juizados Especiais Cíveis, cumprindo-se os atos nas demais comarcas por meio de: via postal, ofício do Juiz, fax, telefone ou qualquer outro meio idôneo de comunicação. As intimações serão feitas da mesma forma que a citação ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação. Dos atos praticados em audiência, as partes serão consideradas cientes desde logo. Importante mencionar que, se a parte não indica a mudança de endereço a intimação enviada para endereço antigo será considerada eficaz. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 21 Não é necessária a publicação em Diário Eletrônico quando o réu for revel (enunciado 167, do FONAJE). 5.4 Citação e intimação nos Juizados da Justiça Federal: A citação e intimação da União serão feitas na forma prevista pelos artigos 35 a 38 da Lei Complementar n. 73/1993: Art. 35. A União é citada nas causas em que seja interessada, na condição de autora, ré, assistente, oponente, recorrente ou recorrida, na pessoa: I - Do Advogado-Geral da União, privativamente, nas hipóteses de competência do Supremo Tribunal Federal; II - Do Procurador-Geral da União, nas hipóteses de competência dos tribunais superiores; III - do Procurador-Regional da União, nas hipóteses de competência dos demais tribunais; IV - Do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da União, nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau. Art. 36. Nas causas de que trata o art. 12, a União será citada na pessoa: II - Do Procurador-Regional da Fazenda Nacional, nas hipóteses de competência dos demais tribunais; III - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da Fazenda Nacional nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau. Art. 37. Em caso de ausência das autoridades referidas nos arts. 35 e 36, a citação se dará na pessoa do substituto eventual. Art. 38. As intimações e notificações são feitas nas pessoas do Advogado da União ou do Procurador da Fazenda Nacional que oficie nos respectivos autos. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na pessoa do representante máximo da entidade, no local onde proposta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representação; senão, na sede da entidade (parágrafo único, do art. 7º, Lei n. 10.259/2001). As partes serão intimadas da sentença em audiência, se não for proferida na audiência, serão intimadas pessoalmente por ARMP (aviso de recebimento em mão própria). As demais intimações serão feitas na pessoa dos advogados ou procuradores, pessoalmente ou por via postal (art. 8º, §1º, da Lei n. 10.259/2001). O prazo para citação da audiência de conciliação deverá ser feito com antecedência mínima de trinta dias. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 22 5.5 Citação e intimação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública: Quanto às citações e intimações nos Juizados da Fazenda Pública, aplica-se o disposto no Código de Processo Civil, conforme artigos 238 ao 259 e artigos 269 ao 275. Não haverá prazo diferenciado para as pessoas jurídicas de direito público, nem mesmo na interposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 dias, segundo o artigo 7º da Lei n. 12.153/2009. CONCILIAÇÃO E JUÍZO ARBITRAL: Aberta a audiência o juiz togado, leigo ou, ainda, o conciliador, conduzirá a conciliação e esclarecerá as vantagens da conciliação. Não é obrigatória a presença do juiz togado ou leigo na sessão de conciliação, segundo enunciado 06 do FONAJE. Havendo conciliação, está será reduzida a escrito e homologada pelo juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo. Se não houver conciliação, as partes poderão optar em comum acordo pelo juízo arbitral, que será instaurado independente de termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes, o qual deverá ser um juiz leigo. O árbitro conduzirá o processocom os mesmos critérios do Juiz. Deverá apresentar no término da instrução ou nos cinco dias subsequentes, um laudo ao juiz togado, para homologação por sentença irrecorrível (enunciado 07 do Fonaje). 06 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 23 6.1 Conciliação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública: Diferente da Lei 9.099/95, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, Lei 12.153/2009, prevê que caberá ao conciliador, sob a supervisão do Juiz, conduzir a audiência de conciliação, podendo ouvir as parte e testemunhas. Não obtida a conciliação, caberá ao Juiz presidir a instrução do processo, podendo dispensar novos depoimentos, se entender suficientes para o julgamento e se as partes não contestarem (§2º, art. 16, Lei 12.153/2009). INSTRUÇÃO E JULGAMENTO: Não instituído o juízo arbitral pelas partes, proceder-se-á a audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte em prejuízo para a defesa, pois, se não for possível sua realização imediata, será a audiência designada para 15 dias subsequentes. Na audiência de instrução são ouvidas as partes, colhida as provas e proferida a sentença. Assim, se uma das partes apresentar documentos, a outra parte manifestar-se-á imediatamente, sem interrupção da audiência. De acordo com enunciado 06 do FONAJE, não será necessária a presença de juiz togado na audiência de instrução conduzida por juiz leigo. Nem serão obrigatórios os debates orais, enunciado 35. 07 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 24 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 25 ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 01 – XII EXAME Martha foi convidada para participar, como palestrante, de um Congresso que ocorreria no Uruguai. Após confirmar a sua participação no evento, Martha decide comprar suas passagens pela Internet no site de uma famosa companhia aérea. Como não possuía voo direto que a levasse de Goiás para o Uruguai, Martha adquire um voo com escala em São Paulo. No dia da viagem, ao chegar a São Paulo, lugar onde teria que fazer a troca de aeronave, a passageira é informada a respeito do cancelamento de seu voo para o Uruguai. Preocupada, Martha indaga se seria possível realocá-la em outra aeronave, mas recebe a notícia de que somente decolariam novos voos para o Uruguai no dia seguinte, ou seja, após o evento do qual participaria. Inconformada com a perda do Congresso, Martha propõe uma ação no juizado especial cível de seu domicílio, postulando a reparação por danos morais e materiais em face da sociedade empresária. Em sede de contestação, a referida sociedade empresária alega não possuir culpa, não havendo, portanto, responsabilidade. Com base no exposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) O argumento utilizado pela sociedade empresária em sede de contestação está correto? (Valor: 0,65) B) Suponha que Martha, ciente da data da audiência de instrução e julgamento, não compareça e não comprove que a sua ausência decorreu por motivo de força maior. Nesse caso, qual atitude deve ser tomada pelo juiz? (Valor: 0,60) Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 26 RESPOSTA DO RÉU E REVELIA: A contestação será oral ou escrita, conterá a matéria de defesa, exceto a arguição de suspeição ou impedimento do Juiz. A contestação poderá ser apresentada até a data da audiência de instrução e julgamento (enunciado 10, do FONAJE). A apresentação de contestação não dispensa o comparecimento pessoal da parte, enunciado 78, do FONAJE. Não se admite no âmbito dos Juizados Especiais a reconvenção, todavia, é lícito ao réu formular pedido em seu favor (chamado pedido contraposto), nos limites do artigo 3º da Lei n. 9.099/95, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia. De acordo com o parágrafo único, do artigo 31 da Lei 9.099/95, o autor poderá responder o pedido do réu na própria audiência ou então solicitar a designação de nova data. 08 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 27 Se o réu não comparecer na audiência de instrução e julgamento, ainda que o seu advogado compareça com a contestação, mesmo assim será decretada a revelia! MEIOS DE PROVA: Todos os meios de provas são válidos, desde que legítimos. As provas serão produzidas em audiência, ainda que não requeridas previamente, podendo o juiz excluir as que achar excessivas, impertinentes ou protelatórias. O número máximo de testemunhas será de 3 para cada parte, de acordo com o artigo 34, da Lei n. 9.099/95, as quais deverão comparecer em audiência de instrução e julgamento independente de intimação. Caso a parte queira que as testemunhas sejam intimadas, deverá requerer na Secretaria, com no mínimo cinco dias antes da audiência. Se a testemunha intimada não comparecer, o Juiz poderá determinar a imediata condução. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir apenas o essencial. O juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, desde que permita às partes apresentar parecer técnico. Durante a audiência o juiz poderá de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas ou determinar alguém que lhe relatará informalmente o verificado, de acordo com o parágrafo único, do artigo 35, da Lei n. 9.099/95. A perícia informal é admissível na hipótese do artigo 35 e segundo enunciado 12, do FONAJE. 09 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 28 SENTENÇA: Não se admite nos Juizados Especiais sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que o pedido tenha sido genérico, bem como, a sentença não poderá ultrapassar a alçada estabelecida em lei, qual seja, 40 salários mínimos nos juizados especiais estaduais e 60 salários mínimos nos juizados federais e da fazendo pública. A sentença deverá mencionar os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes, não sendo necessário o relatório. A fundamentação da sentença ou do acórdão poderá ser feita oralmente, com gravação por qualquer meio, tanto eletrônico, quanto digital, sendo necessário consignar apenas o dispositivo em ata (enunciado 46, do FONAJE). No término da audiência de instrução, conduzida pelo juiz leigo, a proposta de sentença deverá ser apresentada em até dez dias para o juiz togado, sendo as partes intimadas no próprio termo de audiência para comparecimento na data de leitura da sentença (enunciado 95, do FONAJE). O juiz togado poderá homologar a sentença proferida pelo juiz leigo ou, então, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis. RECURSOS: Não será cabível recurso adesivo, por falta de previsão legal (enunciado 88, do FONAJE). 10 11 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 29 11.1 Recurso Inominado: Da sentença caberá recurso inominado (no rito comum, chamado de apelação) para o próprio Juizado, no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, na qual constará as razões de recurso e o pedido do recorrente. O preparo deverá ser realizado independente de intimação, em até 48hs seguintes a interposição, sob pena de deserção. Se não ocorrer o recolhimento integral do preparo e sua comprovação, o recurso será julgado deserto, não sendo admitida a complementação intempestiva, de acordo com o enunciado 80, do FONAJE. Somente após o preparo é que a Secretariaintimará o recorrido para oferecer contrarrazões no prazo de dez dias. Lembrando que não cabe recurso da sentença de conciliação ou laudo arbitral (Art. 41). O recurso será julgado por uma turma composta por três juízes togados e as partes deverão estar acompanhadas por advogado. A regra é que o recurso inominado seja recebido no efeito devolutivo, podendo, entretanto, se houver possibilidade de dano irreparável para a parte, ser concedida pelo Juiz o efeito suspensivo. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositivo. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 30 Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão. Quando o recurso interposto for manifestamente inadmissível, a turma recursal ou o relator, em decisão monocrática, condenará o recorrente a pagar multa de 1% e indenizar o recorrido no percentual de 20% do valor da causa, ficando a interposição dos demais recursos condicionados ao respectivo depósito, segundo o enunciado 118, do FONAJE. No juizado especial da Fazenda Pública somente será admitido recurso contra a sentença, exceto nos casos de providências cautelares ou antecipatórias deferidas no curso do processo para evitar danos de difícil ou incerta reparação. Esquema para peça processual de Recurso Inominado: a) Cabimento: O recurso inominado é utilizado para atacar as sentenças proferidas no âmbito do Juizado Especial Civil (Lei 9.099/95) submetendo o processo a um órgão colegiado, denominado Turmas Recursais Cíveis, na forma do art. 41, §1º da Lei 9.099/95. b) Fundamento do recurso: art. 41 da Lei 9.099/95. c) Elaboração: Folha de apresentação (dirigida ao juízo a quo) + folha das razões (dirigida ao juízo ad quem). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 31 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 32 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 33 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 34 11.2 Embargos de Declaração: Caberá embargos de declaração contra sentença ou acórdão, que obtiverem obscuridade, contradição, omissão ou dúvida, os quais interrompem o prazo de interposição de recurso. Os embargos poderão ser por meio escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão. “Contra decisões das Turmas Recursais são cabíveis somente os embargos declaratórios e o Recurso Extraordinário” (enunciado 63, FONAJE), cujo prazo começará a fluir da data do julgamento (enunciado, 85, do FONAJE). Não existe omissão para se sanada por meio de embargos de declaração quando o acórdão não enfrenta todas as questões arguidas pelas partes, desde que uma delas tenha sido suficiente para o julgamento do recurso, segundo enunciado 159, do FONAJE. Os erros materiais não necessitam propriamente de embargos de declaração para sua correção, podendo ser corrigido de ofício. O Novo Código de Processo Civil estabeleceu efeito interruptivo aos embargos de declaração, conforme: Art. 1.064. O caput do art. 48 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência) “Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil. ...................................................................................” (NR) Art. 1.065. O art. 50 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência) “Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.” (NR) Art. 1.066. O art. 83 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação: (Vigência) “Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão. ............................................................................................. § 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. ...................................................................................” (NR) Caberão embargos de declaração nos Juizados da Fazenda Pública também. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1045 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 35 11.3 Não cabimento de Recurso Especial: De acordo com o artigo 105, III, da Constituição Federal, é cabível recurso especial contra julgamentos de última instância no Tribunal Regional Federal, dos Estados ou Distrito Federal, nada menciona sobre as Turmas Recursais, entendimento corroborado pela súmula 203, do STJ. Por tanto, não caberá recurso especial nos Juizados Especiais Estaduais ou Federal, nem mesmo nos Juizados da Fazenda Pública. 11.4 Recurso Extraordinário: É cabível recurso extraordinário, uma vez que o artigo 102, III, da Constituição Federal não refere que o recurso é exclusivamente contra decisões de Tribunais. Caberá ao presidente da Turma Recursal o juízo de admissibilidade do Recurso Extraordinário (enunciado 84, do FONAJE). Caberá recurso extraordinário nos Juizados da Fazenda Pública também. 11.5 Mandado de Segurança e Habeas Corpus: Caberá Mandado de Segurança e Habeas Corpus nos atos judiciais oriundos dos Juizados Especiais, contudo, cabe, exclusivamente, às Turmas Recursais conhecer e julgar, de acordo com enunciado 62, do FONAJE. Das decisões proferidas pelas Turmas Recursais em mandado de segurança não cabe recurso ordinário, segundo o enunciado 124, do FONAJE. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 36 11.6 Divergência entre decisões proferidas pelos Tribunais Recursais do Juizado Especial Federal: Cabe pedido de uniformização de interpretação de lei federal (art. 14, Lei n. 10.259/2001), quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferida pelas Turmas Recursais da mesma região, o qual será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência do Juiz Coordenador. O pedido de divergência deverá ser julgado por turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do Coordenador da Justiça Federal, se os juízes forem domiciliados em cidades diferentes, poderá ser feita pela via eletrônica. Se a orientação acolhida pela Turma de Uniformização contrariar súmula ou jurisprudência dominante no STJ, a parte poderá provocar a manifestação desta e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder de ofício ou a requerimento, medida liminar determinando a suspensão do processo. O relator poderá, no prazo de cinco dia, pedir informações ao Presidente da Turma Recursal ou ao Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o MP, eventuais interessados, ainda que não sejam parte do processo, poderão se manifestar no prazo de trinta dias (§7º, art. 14, Lei 10.259/2001). Cabe aos Tribunais Regionais, STJ e STF expedir normas regulamentadoras à composição dos órgãos e o procedimento para processamento e julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 37 11.7 Divergência entre decisõesproferidas pelos Tribunais Recursais do Juizado Especial da Fazenda Pública: As turmas recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes em exercício de primeiro grau, com mandato de dois anos e integradas, de preferência, por juízes do Sistema dos Juizados Especiais. A designação desses juízes obedecerá ao critério de antiguidade e merecimento (§1º, art. 17, Lei 12.153/2009). O pedido de uniformização de interpretação de lei caberá quando houver divergência entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais sobre direito material. Se o pedido for de divergência entre Turmas do mesmo Estado, será julgado em reunião conjunta das Turmas, sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça (§1º, art. 18, Lei 12.153/2009). Se os juízes forem de cidades diferentes, poderá ser feita por meio eletrônico. Entretanto, se for divergência entre turmas de diferentes Estados, as quais derem interpretação divergente sobre lei federal, ou se a decisão for contrária a Súmula do Superior Tribunal de Justiça, o pedido será julgado pelo próprio STJ (art. 19, Lei 12.153/2009). Havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a requerimento, medida liminar determinando a suspensão dos processos (§2º, art. 19, Lei 12.153/2009). Se necessário, o relator poderá pedir informações ao Presidente da Turma Recursal ou ao Turma de Uniformização e, nos casos previstos em lei, ouvirá o Ministério Público, no prazo de 5 dias (§3º, art. 19, Lei 12.153/2009). Os pedidos de uniformização idênticos e recebidos subsequentemente, em quaisquer das Turmas Recursais, ficarão retidos os autos até que o STJ se pronuncie. Publicado o acórdão respectivo, os pedidos que estavam retidos serão apreciados pelas Turmas, as quais poderão exercer juízo de retratação ou declararão prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo STJ (§§1º e 6º, art. 19, Lei 12.153/2009). Caberá ao STJ e STF expedir normas regulamentando os procedimentos para processamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 38 EXTINÇÃO DO PROCESSO: O processo pode se extinguir por: a) Quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo. Nesses casos haverá condenação em custas (enunciado 28, do FONAJE); b) Quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação; c) Quando for reconhecida a incompetência territorial; d) Quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º desta Lei; e) Quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de trinta dias; f) Quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato. g) Quando houver desistência da ação, mesmo sem a anuência do réu já citado, implicará na extinção do processo sem resolução do mérito, mesmo que se dê em audiência, salvo se houver indícios de litigância de má-fé ou lide temerária (enunciado 90, do FONAJE). A extinção do processo independe de prévia intimação das partes e no caso de o autor deixar de comparecer a qualquer audiência do processo, se comprovar que a ausência decorre de força maior, a parte poderá ficar isenta do pagamento das custas. Lembrando que o comparecimento pessoal da parte em audiência é obrigatório, a pessoa jurídica poderá ser representada por preposto (enunciado 20, do FONAJE), o qual não poderá ser o próprio advogado (enunciado 98, do FONAJE). O preposto deverá apresentar carta de preposição, se comparecer à audiência sem, obriga-se a apresentá-la no prazo que for assinado, sob pena de se reputar verdadeiros os fatos alegados na inicial, ou, sendo preposto da parte autora, será extinto o processo, de acordo com o enunciado 99, do FONAJE. 12 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 39 EXECUÇÃO A Execução da sentença ocorre no próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações, de acordo com o artigo 52 da Lei n. 9.099/95: I - As sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente; II - Os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor judicial; III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V); IV - Não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação; V - Nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado; VI - Na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob pena de multa diária; VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel; VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor; IX - O devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando sobre: a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia; b) manifesto excesso de execução; c) erro de cálculo; d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à sentença. 13 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 40 A execução de título extrajudicial, no valor de até 40 salários mínimos obedecerá ao Código de Processo Civil, com as modificações trazidas pela Lei 9.099/95: a) Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer a audiência de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente. Lembrando que, conforme enunciado 71, do FONAJE, é cabível a designação de audiência de conciliação em execução de título judicial. b) Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado. A arrematação e a adjudicação podem ser impugnadas por simples pedido, no prazo de cinco dias (enunciado 81, do FONAJE). c) Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior. d) Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 41 Na execução nãosão contadas custas, salvo se reconhecida a litigância de má-fé, se improcedentes os embargos do devedor ou tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do devedor. Os embargos à execução poderão ser decididos pelo juiz leigo, observado o artigo 40, da Lei n. 9.099/1995. É obrigatória a segurança do Juízo pela penhora para apresentação dos embargos à execução (enunciado 117, do FONAJE). O prazo para embargos será de quinze dias, contados da intimação da penhora (enunciado 142, do FONAJE). Cabe recurso inominado, dos embargos à execução (enunciado 143, do FONAJE). É permitido o desconto em folha de pagamento para quitação, desde que tenha anuência expressa do devedor e em percentual que não afeta sua subsistência e da sua família (enunciado 59, do FONAJE). Não havendo bens para garantia do débito, expedir-se-á certidão de dívida para fins de inscrição no serviço de Proteção de Crédito (SPC, SERASA), a pedido do exequente, conforme enunciado 76, do FONAJE. 13.1 Execução nos Juizados Especiais na Justiça Federal: O cumprimento de acordo ou de sentença que imponha obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do Juiz (art. 16, Lei 10.259/2001). Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, o pagamento será no prazo de sessenta dias, na agência da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, contados da entrega da requisição à autoridade citada (com valor limite de até 60 salários mínimos). Se a requisição for desatendida, será determinada pelo juízo o sequestro do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, não sendo possível o fracionamento do valor da execução. Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 42 É vedado o fracionamento de modo que o pagamento se faça em parte, “mediante expedição do precatório, e a expedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago”, segundo o §3º do artigo 17, da Lei n. 10.259/2001. Caso o valor ultrapasse sessenta salários mínimos, o pagamento será por precatório, podendo a parte exequente renunciar o crédito do valor excedente para que possa optar pelo pagamento sem precatório. 13.2 Execução nos Juizados Especiais da Fazenda Pública: Tratando de obrigação de pagar quantia certa o pagamento será efetuado da seguinte forma, segundo artigo 13, da Lei n. 12.153/2009: I – No prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art. 100 da Constituição Federal; ou II – Mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como obrigação de pequeno valor. § 1o Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda Pública. § 2o As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da Federação. Não havendo lei de que trata o §2º do artigo 13, os valores limites serão de 40 salários mínimos para Estados e Distrito Federal e 30 salários mínimos para os municípios (obrigações definidas como pequeno valor, que serão pagas independente de precatório). Vedado o fracionamento do pagamento (§4º, do artigo 13, da Lei n. 12.153/2009), se o valor ultrapassar o pagamento que independe de precatório, o pagamento será realizado através de precatório, podendo a parte renunciar o excedente para que possa receber sem precatório. O saque pode ser feito pela parte ou por meio de procurador, mediante procuração especifica, com firma reconhecida, da qual constem o valor originalmente depositado e sua precedência. Se realizado pela parte autora, pessoalmente, poderá ser em qualquer agência do banco depositário, independentemente de alvará (§7º, do artigo 13, da Lei n. 12.153/2009). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 43 DIFERENÇAS ENTRE JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ESTADUAIS E FEDERAIS: ENUNCIADOS DA FAZENDA PÚBLICA: ENUNCIADO 01 – Aplicam-se aos Juizados Especiais da Fazenda Pública, no que couber, os Enunciados dos Juizados Especiais Cíveis (XXIX Encontro – Bonito/MS). ENUNCIADO 02 – É cabível, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o litisconsórcio ativo, ficando definido, para fins de fixação da competência, o valor individualmente considerado de até 60 salários mínimos (XXIX Encontro – Bonito/MS). ENUNCIADO 03 – Não há prazo diferenciado para a Defensoria Pública no âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (XXIX Encontro – Bonito/MS). ENUNCIADO 04 – Cancelado (XXIX Encontro – Bonito/MS). ENUNCIADO 05 – É de 10 dias o prazo de recurso contra decisão que deferir tutela antecipada em face da Fazenda Pública (nova redação – XXX Encontro – São Paulo/SP). ENUNCIADO 06 – Vencida a Fazenda Pública, quando recorrente, a fixação de honorários advocatícios deve ser estabelecida de acordo com o § 4º, do art. 20, do Código de Processo Civil, de forma equitativa pelo juiz (XXIX Encontro – Bonito/MS). ENUNCIADO 07 – O sequestro previsto no § 1º do artigo 13 da Lei nº 12.153/09 também poderá ser feito por meio do BACENJUD, ressalvada a hipótese de precatório (XXX Encontro – São Paulo/SP). ENUNCIADO 08 – De acordo com a decisão proferida pela 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça no Conflito de Competência 35.420, e considerando que o inciso II do art. 5º da Lei 12.153/09 é taxativo e não inclui ente da Administração Federal entre os legitimados passivos, não cabe, no Juizado Especial da Fazenda Pública ou no Juizado Estadual Cível, ação contra a União, suas empresas públicas e autarquias, nem contra o INSS (XXXII Encontro – Armação de Búzios/RJ). ENUNCIADO 09 – Nas comarcas onde não houver Juizado Especial da Fazenda Pública ou juizados adjuntos instalados, as ações serão propostas perante as Varas comuns que detêm competência para processar os feitos de interesse da Fazenda Pública ou perante aquelas 15 14 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 44 designadas pelo Tribunal de Justiça, observando-se o procedimento previsto na Lei 12.153/09 (XXXII Encontro – Armação de Búzios/RJ). ENUNCIADO 10 – É admitido no juizado da Fazenda Pública o julgamento em lote/lista, quando a material for exclusivamente de direito e repetitivo (XXXII Encontro – Armação de Búzios/RJ). ENUNCIADO 11 – As causas de maior complexidade probatória, por imporem dificuldades para assegurar o contraditório e a ampla defesa, afastam a competência do Juizado da Fazenda Pública (XXXII Encontro – Armação de Búzios/RJ). ENUNCIADO 12 – Na hipótese de realização de exame técnico previsto no art. 10 da Lei 12.153/09, em persistindo dúvida técnica, poderá o juiz extinguir o processo pela complexidade da causa (XXXVIII Encontro – Belo Horizonte-MG). ENUNCIADO 13 – A contagem dos prazos processuais nos Juizados da Fazenda Pública será feita de forma contínua, observando-se, inclusive, a regra especial de que não há prazo diferenciado para a Fazenda Pública - art. 7º da Lei 12.153/09 (XXXIX Encontro - Maceió-AL). ENUNCIADO 175 DO FONAJEF, 19 DO CJF, ambos de 2017: estipularam que aplicar-se-á o prazo do CPC agora, ou seja, os prazos serão contados em dias úteis. ENUNCIADO 14 – A obrigação de assistência por advogado, nas causas de valor superior a vinte salários mínimos, nos termos do art. 9.°, caput, da Lei 9.099/1995, aplica-se ao Juizado Especial da Fazenda Pública (44.° Encontro - Rio de Janeiro - RJ). ENUNCIADOS DO FONAJEF: Enunciado nº 1 - O julgamento liminar de mérito não viola o princípio do contraditório e deve serem pregado na hipótese de decisões reiteradas de improcedênciapelo juízo, bem como nos casos que dispensem a fase instrutória, quando o pedido contrariar frontalmente norma jurídica (Revisado no XI FONAJEF). Enunciado nº 2 - Nos casos de julgamentos de procedência de matérias repetitivas, é recomendável a utilização de contestações depositadas na Secretaria, a fim de possibilitar a imediata prolação de sentença de mérito (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 3 - A auto intimação eletrônica atende aos requisitos das Leis nºs 10.259/2001 e 11.419/2006 e é preferencial à intimação por e-mail. (Revisado no IV FONAJEF). Enunciado nº 4 - Na propositura de ações repetitivas ou de massa, sem advogado, não havendo viabilidade material de opção pela auto intimação eletrônica, a parte firmará compromisso de comparecimento, em prazo pré-determinado em formulário próprio, para ciência dos atos processuais praticados (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 5 - As sentenças e antecipações de tutela devem ser registradas tão-somente em meio eletrônico (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 6 - Havendo foco expressivo de demandas em massa, os juizados especiais federais solicitarão às Turmas Recursais e de Uniformização Regional e Nacional o julgamento prioritário da matéria repetitiva, a fim de uniformizar a jurisprudência a respeito e de possibilitar o planejamento do serviço judiciário (Aprovado no II FONAJEF). 16 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 45 Enunciado nº 7 - Nos Juizados Especiais Federais o procurador federal não tem a prerrogativa de intimação pessoal (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 8 - É válida a intimação do procurador federal para cumprimento da obrigação de fazer, independentemente de ofício, com base no artigo 461 do Código de Processo Civil (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 9 - Além das exceções constantes do § 1º do artigo 3º da Lei n. 10.259, não se incluem na competência dos Juizados Especiais Federais, os procedimentos especiais previstos no Código de Processo Civil, salvo quando possível a adequação ao rito da Lei n. 10.259/2001 (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 10 - O incapaz pode ser parte autora nos Juizados Especiais Federais, dando- se-lhe curador especial, se ele não tiver representante constituído (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 11 - No ajuizamento de ações no JEF, a microempresa e a empresa de pequeno porte deverão comprovar essa condição mediante documentação hábil (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 12 - No Juizado Especial Federal, não é cabível o pedido contraposto formulado pela União Federal, autarquia, fundação ou empresa pública federal (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 13 - Não são admissíveis embargos de execução nos JEFs, devendo as impugnações do devedor ser examinadas independentemente de qualquer incidente (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 14 - Nos Juizados Especiais Federais, não é cabível a intervenção de terceiros ou a assistência (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 15 - Na aferição do valor da causa, deve-se levar em conta o valor do salário mínimo em vigor na data da propositura de ação (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 16 - Não há renúncia tácita nos Juizados Especiais Federais para fins de fixação de competência (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 17 - Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos Juizados Especiais Federais (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 18 - Aplicam-se os §§1º e 2º do art. 113 do CPC/2015 em sede de Juizados Especiais Federais. (Aprovado no II FONAJEF) (Redação atualizada pelo XIV FONAJEF) Enunciado nº 19 - Aplica-se o parágrafo único do art. 46 do CPC em sede de Juizados Especiais Federais (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 20 - Não se admite, para firmar competência dos juizados especiais federais, o fracionamento de parcelas vencidas, ou de vencidas e vincendas, decorrentes da mesma relação jurídica material (Revisado no XIII FONAJEF). Enunciado nº 21 - As pessoas físicas, jurídicas, de direito privado ou de direito público estadual ou municipal podem figurar no pólo passivo, no caso de litisconsórcio necessário (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 22 - A exclusão da competência dos Juizados Especiais Federais quanto às demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos somente se aplica quanto a ações coletivas (Aprovado no II FONAJEF). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 46 Enunciado nº 23 - Nas ações de natureza previdenciária e assistencial, a competência é concorrente entre o JEF da Subseção Judiciária e o da sede da seção judiciária (art. 109, § 3º da CF/88 e Súmula 689 do STF) (Cancelado no V FONAJEF). Enunciado nº 24 - Reconhecida a incompetência do Juizado Especial Federal, é cabível a extinção de processo, sem julgamento de mérito, nos termos do art. 1 da Lei n. 10.259/2001 e do art. 51, III, da Lei n. 9.099/95, não havendo nisso afronta ao art. 12, parágrafo 2º, da Lei 11.419/06. (Revisado no V FONAJEF) Enunciado nº 25 - No ato do cadastramento eletrônico, as partes se comprometem, mediante adesão, a cumprir as normas referentes ao acesso (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 26 - Nos Juizados Virtuais, considera-se efetivada a comunicação eletrônica do ato processual, inclusive citação, pelo decurso do prazo fixado, ainda que o acesso não seja realizado pela parte interessada (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 27 - Não deve ser exigido o protocolo físico da petição encaminhada via internet ou correio eletrônico ao Juizado Virtual, não se aplicando as disposições da Lei n 9.800/99 (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 28 - É inadmissível a avocação, por Tribunal Regional Federal, de processos ou matéria de competência de Turma Recursal, por flagrante violação ao art. 98 da Constituição Federal (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 29 - Cabe ao Relator, monocraticamente, atribuir efeito suspensivo a recurso, não conhecê-lo, bem assim lhe negar ou dar provimento nas hipóteses tratadas no artigo 932, IV, ‘c’, do CPC, e quando a matéria estiver pacificada em súmula da Turma Nacional de Uniformização, enunciado de Turma Regional ou da própria Turma Recursal (Revisado no XIII FONAJEF). Enunciado nº 30 - A decisão monocrática referendada pela Turma Recursal, por se tratar de manifestação do colegiado, não é passível de impugnação por intermédio de agravo interno (Revisado no XIII FONAJEF). Enunciado nº 31 - O recurso de agravo interposto contra decisão que nega seguimento a recurso extraordinário pode ser processado nos próprios autos principais, dispensando-se a formação de instrumento no âmbito das Turmas Recursais (Cancelado no V FONAJEF). Enunciado nº 32 - A decisão que contenha os parâmetros de liquidação atende ao disposto no art. 38, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95. Enunciado nº 33 - Qualquer membro da Turma Recursal pode propor emissão de enunciado o qual terá por pressuposto demanda excessiva no JEF acerca de determinada matéria ou quando verificada, o julgamento de caso concreto, a necessidade de uniformização de questão processual. A aprovação, alteração e cancelamento de enunciado sujeita-se ao quórum qualificado estabelecido pela Turma Recursal (Cancelado no IV FONAJEF) Enunciado nº 34 - O exame de admissibilidade do recurso poderá ser feito apenas pelo relator, dispensado o prévio exame no primeiro grau (Cancelado no XII FONAJEF). Enunciado nº 35 - A execução provisória para pagar quantia certa é inviável em sede de juizado, considerando outros meios jurídicos para assegurar o direito da parte (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 36 - O momento para oferecimento de contrarrazões de recurso é anterior ao seu exame de admissibilidade (Cancelado no XIII FONAJEF). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter47 Enunciado nº 37 - Excepcionalmente, na ausência de Defensoria Pública, pode ser nomeado advogado dativo ou voluntário, ou ser facultado à parte o preenchimento de termo de recurso, por analogia ao disposto no Código de Processo Penal (Cancelado no IV FONAJEF). Enunciado nº 38 - A qualquer momento poderá ser feito o exame de pedido de gratuidade com os critérios da Lei nº 1.060/50. Para fins da Lei nº 10.259/01, presume-se necessitada a parte que perceber renda até o valor do limite de isenção do imposto de renda (Revisado no IV FONAJEF). Enunciado nº 39 - Não sendo caso de justiça gratuita, o recolhimento das custas para recorrer deverá ser feito de forma integral nos termos da Resolução do Conselho da Justiça Federal, no prazo da Lei n 9.099/95 (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 40 - Havendo sucumbência recíproca, independentemente da proporção, não haverá condenação em honorários advocatícios (Cancelado no V FONAJEF). Enunciado nº 41 - Devido ao princípio da celeridade processual, não é recomendada a suspensão dos processos idênticos em primeiro grau, quando houver incidente de uniformização de jurisprudência no STJ ou recurso extraordinário pendente de julgamento (Cancelado no V FONAJEF). Enunciado nº 42 - Em caso de embargos de declaração protelatórios, cabe a condenação em litigância de má-fé (princípio da lealdade processual) (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 43 - É adequada a limitação dos incidentes de uniformização às questões de direito material (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 44 - Não cabe ação rescisória no JEF. O artigo 59 da Lei n 9.099/95 está em consonância com os princípios do sistema processual dos Juizados Especiais, aplicando-se também aos Juizados Especiais Federais (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 45 - Havendo contínua e permanente fiscalização do juiz togado, conciliadores criteriosamente escolhidos pelo Juiz, poderão para certas matérias, realizar atos instrutórios previamente determinados, como redução a termo de depoimentos, não se admitindo, contudo, prolação de sentença a ser homologada (Aprovado no II FONAJEF). Enunciado nº 46 - A litispendência deverá ser alegada e provada, nos termos do CPC (art. 301), pelo réu, sem prejuízo dos mecanismos de controle desenvolvidos pela Justiça Federal (Aprovado no I FONAJEF). Enunciado nº 47 - Eventual pagamento realizado pelos entes públicos demandados deverá ser comunicado ao Juízo para efeito de compensação quando da expedição da Requisição de Pequeno Valor (Aprovado no I FONAJEF). Enunciado nº 48 - Havendo prestação vencida, o conceito de valor da causa para fins de competência do Juizado Especial Federal é estabelecido pelo art. 260 do CPC (Aprovado no I FONAJEF). Enunciado nº 49 - O controle do valor da causa, para fins de competência do Juizado Especial Federal, pode ser feito pelo juiz a qualquer tempo (Aprovado no I FONAJEF). Enunciado nº 50 - Sem prejuízo de outros meios, a comprovação da condição sócio econômica do autor pode ser feita por laudo técnico confeccionado por assistente social, por auto de constatação lavrado por oficial de justiça ou através de oitiva de testemunha (Revisado no IV FONAJEF). Enunciado nº 51 - O art. 20, parágrafo primeiro, da Lei 8742/93 não é exauriente para delimitar o conceito de unidade familiar (Aprovado no III FONAJEF). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 48 Enunciado nº 52 - É obrigatória a expedição de Requisição de Pequeno Valor - RPV em desfavor do ente público para ressarcimento de despesas periciais quando este for vencido (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 53 - Não há prazo em dobro para a Defensoria Pública no âmbito dos Juizados Especiais Federais (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 54 - O artigo 515 e parágrafos do CPC interpretam-se ampliativamente no âmbito das Turmas Recursais, em face dos princípios que orientam o microssistema dos Juizados Especiais Federais (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 55 - A nulidade do processo por ausência de citação do réu ou litisconsorte necessário pode ser declarada de ofício pelo juiz nos próprios autos do processo, em qualquer fase, ou mediante provocação das partes, por simples petição (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 56 - Aplica-se analogicamente nos Juizados Especiais Federais a inexigibilidade do título executivo judicial, nos termos do disposto nos arts. 475-L, par. 1º e 741, par. único, ambos do CPC (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 57 - Nos Juizados Especiais Federais, somente o recorrente vencido arcará com honorários advocatícios (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 58 - Excetuando-se os embargos de declaração, cujo prazo de oposição é de cinco dias, os prazos recursais contra decisões de primeiro grau no âmbito dos Juizados Especiais Federais são sempre de dez dias, independentemente da natureza da decisão recorrida (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 59 - Não cabe recurso adesivo nos Juizados Especiais Federais (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 60 - A matéria não apreciada na sentença, mas veiculada na inicial, pode ser conhecida no recurso inominado, mesmo não havendo a oposição de embargos de declaração (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 61 - O recurso será recebido no duplo efeito, salvo em caso de antecipação de tutela ou medida cautelar de urgência (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 62 - A aplicação de penalidade por litigância de má-fé, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95, não importa na revogação automática da gratuidade judiciária (Revisado no IV FONAJEF). Enunciado nº 63 - Cabe multa ao ente público pelo atraso ou não-cumprimento de decisões judiciais com base no art. 461 do CPC, acompanhada de determinação para a tomada de medidas administrativas para apuração de responsabilidade funcional e/ou dano ao erário, inclusive com a comunicação ao Tribunal de Contas da União. Havendo contumácia no descumprimento, caberá remessa de ofício ao Ministério Público Federal para análise de eventual improbidade administrativa (Revisado no XI FONAJEF). Enunciado nº 64 - Não cabe multa pessoal ao procurador ad judicia do ente público, seja com base no art. 14, seja no art. 461, ambos do CPC (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 65 - Não cabe a prévia limitação do valor da multa coercitiva (astreintes), que também não se sujeita ao limite de alçada dos Juizados Especiais Federais, ficando sempre assegurada a possibilidade de reavaliação do montante final a ser exigido na forma do parágrafo 6º do artigo 461 do CPC (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 66 - Os Juizados Especiais Federais somente processarão as cartas precatórias oriundas de outros Juizados Especiais Federais de igual competência (Aprovado no III FONAJEF). Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil Professor Leonardo Rizzolo Fetter 49 Enunciado nº 67 - O caput do artigo 9º da Lei n. 9.099/1995 não se aplica subsidiariamente no âmbito dos Juizados Especiais Federais, visto que o artigo 10 da Lei n. 10.259/2001 disciplinou a questão de forma exaustiva (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 68 - O estagiário de advocacia, nos termos do Estatuto da OAB, tão-só pode praticar, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, atos em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste (Aprovado no III FONAJEF). Enunciado nº 69 - O levantamento de valores e Precatórios, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, pode ser condicionado à apresentação, pelo mandatário, de procuração especifica com firma reconhecida, da qual conste, ao menos, o numero de registro do Precatório ou RPV ou o número da conta de depósito, com respectivo valor . (Cancelado no XIV FONAJEF) Enunciado nº 70 - É compatível com o rito dos juizados Especiais Federais a aplicação do art. 112 da Lei n. 8.213/1991, para fins de habilitação processual e pagamento (Revisado no V FONAJEF). Enunciado
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