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Juizados Especiais

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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
CURSO DE REPESCAGEM 
 JUIZADOS ESPECIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
2 
 
 
PRINCÍPIOS INFORMADORES DOS JUIZADOS: 
 
Sem dúvidas a lei n. 9099/95 é a base regulamentadora desse sistema 
normativo, a qual define a maioria das regras, tanto para Juizados Especiais 
Cíveis e Criminais, quanto para os Juizados Especiais Federal e da Fazenda 
Pública, sem prejuízo, claro, da legislação esparsa, como as leis ns. 
10.259/2001 e 12.153/2009. Os juizados especiais são um conjunto de órgãos 
de primeiro grau e segundo grau: 
 
 
 
 
 
 
Os principais princípios norteadores são: oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual, 
gratuidade em primeiro grau, celeridade, conciliação e 
mediação ou transação. As regras gerais do processo 
civil algumas vezes são afastadas, em razão desses 
princípios, principalmente em razão: da simplicidade, informalidade e 
celeridade. 
 
 Vejamos cada um deles: 
 
a) PRINCÍPIO DA ORALIDADE: salvo os atos essenciais (art. 13, §3º, da 
Lei 9099/95), que serão reduzidos a termo nos autos do processo, os 
atos serão praticados de forma oral. Exemplos práticos desse princípio 
podemos verificar no pedido da inicial (art. 14, caput e §3º, da Lei 
9099/95) e a defesa (art. 30, da Lei 9099/95), os quais podem ser 
oferecidos de forma oral na Secretaria dos Juizados; a concessão de 
poderes ao advogado pode ser feita oralmente, salvo poderes especiais 
para receber citação, dar quitação, renunciar, entre outros que exigem 
01 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
3 
 
instrumento escrito (art. 9º, §3º, da Lei 9099/95); diferente dos outros 
recursos, os embargos declaratórios podem ser orais também (art. 49, 
Lei 9099/95); a prova oral não precisa ser reduzida a escrito, podendo 
ser registrada por outro meio, como filmagem ou gravação (art. 36, Lei 
9099/95); 
 
b) PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE: todas atividades desenvolvidas nos 
Juizados Especiais devem ser de modo que qualquer uma das partes 
compreenda, principalmente aquelas desacompanhadas de advogado. 
Um exemplo é a própria redação do artigo 14, §1º, da Lei 9099/95, que 
diz “do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível”. 
Acerca da simplicidade também está o fato da desoneração da 
complexidade do procedimento ordinário, por exemplo, fica dispensado 
o relatório da sentença, conforme artigo 381, da Lei 9099/95 e enunciado 
92, do FONAJE. 
 
c) PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE: os atos processuais devem ser 
praticados com o mínimo de formalidade possível, tornando-os simples, 
econômicos e efetivos, sem esquecer que algumas formas são 
essenciais, portanto, o princípio de informalidade pode ser definido como 
a busca pela eliminação das formas não essenciais do ato. Assim, não 
se reconhecerá a nulidade de qualquer ato processual se não houver 
prejuízo efetivo à parte ou se o ato atingiu sua finalidade, evitando a sua 
repetição desnecessária (art. 13, da Lei 9099/95). 
 
d) PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: economia processual é 
obter o maior resultado com mínimo de atividade processual possível. 
Para tanto os atos processuais se concentram em audiência e tenta-se 
obter o máximo possível de proveito deles. 
 
 
1 Portanto, não se aplica o artigo 489, do Código de Processo Civil (que trata dos 
elementos essenciais da sentença), conforme previsto no enunciado 162, do FONAJE. 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
4 
 
e) PRINCÍPIO DA GRATUIDADE EM PRIMEIRO GRAU: de acordo com o 
artigo 54 e 55 da Lei n. 9.099/95, o acesso ao Juizados Especiais 
independe de pagamento de custas, taxas ou despesas em primeiro 
grau de jurisdição, não são devidas despesas nem para efeito do 
cumprimento de diligência, ainda que seja expedição de carta precatória 
(enunciado 44, do FONAJE). O pagamento das despesas processuais 
ocorrerá junto com o preparo do recurso, ou seja, em segunda 
instância haverá o pagamento das despesas dispensadas de 
pagamento em primeira instância, salvo se a parte for beneficiária da 
assistência judiciária gratuita2. A sentença de primeiro grau não 
condenará o vencido ao pagamento das custas e honorários de 
advogado, salvo os casos de litigância de má-fé3. Diferente do segundo 
grau, em que a parte vencida será condenada ao pagamento de custas 
e honorários, que serão fixados entre dez e vinte por cento do valor da 
condenação, ou do valor corrigido da causa. 
 
f) PRINCÍPIO DA CELERIDADE: quanto menor a complexidade da 
matéria em debate, menos formal, menor o número de atos processuais 
e consequentemente, mais célere o processo, essa é a lógica dos 
juizados. A própria simplicidade e informalidade resulta na celeridade 
dos processos no Juizados Especiais. Temos como exemplos de 
celeridade: a concentração de atos em audiência; possibilidade de 
conciliação independente de prévia apresentação/registro do pedido (art. 
17 da Lei 9.099/95); inexistência de reexame necessário nos Juizados 
da Fazenda Pública e Federal (Art. 11, da Lei 12.153/2009 e art. 13 da 
Lei 10.259/2001). 
 
 
2 Indeferida a concessão do benefício da gratuidade da justiça requerido em sede de recurso, 
conceder-se-á prazo de 48horas para efetuar o preparo (enunciado 115, do FONAJE). O juiz 
poderá, de ofício, exigir que a parte comprove a insuficiência de recursos para obter a 
gratuidade da justiça, uma vez que há presunção relativa de veracidade da afirmação de 
pobreza pela parte (enunciado 116, do FONAJE). 
3 O reconhecimento da litigância de má-fé poderá implicar em condenação ao pagamento de 
custas, honorários de advogado, multa e indenização nos termos dos artigos 55, caput, da lei 
9.0995/95 e 81 do CPC, segundo enunciado 136, do FONAJE. 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
5 
 
g) PRINCÍPIO DA AUTOCOMPOSIÇÃO: apesar da lei n. 9.099/95 fazer 
menção, no artigo 2º, apenas da conciliação e transação, há também a 
possibilidade de mediação, a partir do Novo CPC (artigos, 3º, 165 a 175) 
e da Lei n. 13.140/15 (lei de Mediação). A lei prevê a realização de 
audiências exclusivamente voltadas para a autocomposição, tanto no 
procedimento cognitivo (art. 21 da Lei n. 9.099/95), quanto do 
procedimento executivo fundado no título extrajudicial (art. 53, §1º da Lei 
n. 9.099/95). 
 
COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS: 
 
A Constituição Federal previu em seu artigo 98, que: 
 
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados 
criarão: 
I - Juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e 
leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de 
causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor 
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, 
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o 
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
 
Cabendo a legislação infraconstitucional definir as demandas que se 
enquadram no Juizados Especiais Cíveis, Criminais Estaduais e Federais4, e 
da Fazenda Pública: 
 
4 Art. 1o (do JEF): São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça 
Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 
26 de setembro de 1995. 
02 
 
 
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ATENÇÃO: As ações cíveis sujeitas aos procedimentos especiais não 
são admissíveis nos Juizados Especiais, conforme enunciado 8 do FONAJE, 
com exceção das possessórias, visto que estão previstas expressamente no 
art. 3º, IV da Lei 9.099/95, desde que seja imóvel e que o valor não ultrapasse 
40SM. 
De acordo com o Enunciado 1 do FONAJE, o direito de ação nos 
Juizados Especiais Cível Estadual é facultado para o autor, isto é, poderá optar 
pela Justiça Comum se quiser. Diferente dos Juizados Especiais Federais e 
da Fazenda Pública, que trouxe expressamente que sua competência é 
absoluta (art. 3º, §3º, da Lei n. 10.259/01). 
A incompetência territorial poderá ser reconhecida de ofício (enunciado 
89, do FONAJE), diferente do procedimento comum, onde diz que se 
competência relativa não for alegada na contestação haverá a prorrogação, 
portanto, a chamada prorrogação não acontece no JEC, podendo o juiz 
reconhecer de ofício. 
 
 
 
 
 
2.1 Do Foro de competência: 
É competente julgar as causas previstas para os Juizados Especiais na 
seguinte ordem (art. 4º, da Lei n. 9.099/95): 
a) Do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele 
exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, 
filial, agência, sucursal ou escritório; 
 
 
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Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
9 
 
b) Do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; 
c) Do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para 
reparação de dano de qualquer natureza. 
Segundo o enunciado 03, do FONAJE, a lei local não pode ampliar a 
competência do Juizado Especial. 
As causas que contiverem objeto comum ou a mesma causa de pedir, 
poderão ser reunidas para efeito de instrução e julgamento, de acordo com o 
enunciado 73, do FONAJE. 
No rito do Juizados Especiais Federal, o artigo 20, da Lei n. 10.259/01, 
refere que se não houver Vara Federal a causa poderá ser ajuizada no Juizado 
Federal mais próximo do foro definido pelo artigo 4º, da Lei n. 9.099/95. 
 
2.2 Causas de menor complexidade: 
Segundo o Enunciado 54 “a menor complexidade da causa para a 
fixação da competência é aferida pelo objeto da prova e não em face do direito 
material”. 
 
 
 
 
 
Competência em razão do valor da causa: nos Juizados Especiais 
Cíveis, o valor da causa é até 40 salários mínimos (nacional), correspondente à 
pretensão econômica objeto do pedido, segundo enunciado 39 e 50 do 
FONAJE. Nos Juizados Especiais Federal e da Fazenda Pública é até 60 
salários mínimos (Enunciados 87 e 133, do FONAJE) o valor da causa. 
Segundo o Enunciado 144, “a multa cominatória não fica limitada ao valor de 
40 salários mínimos, embora deva ser razoavelmente fixada pelo Juiz, 
obedecendo ao valor da obrigação principal, mais perdas e danos, atendidas 
as condições econômicas do devedor”. 
Para dar valor a causa, deverá ser observado o artigo 292 do CPC: 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da 
reconvenção e será: 
 
 
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10 
 
I - Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida 
do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se 
houver, até a data de propositura da ação; 
II - Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o 
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de 
ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais 
pedidas pelo autor; 
IV - Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de 
avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
V - Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
VI - Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia 
correspondente à soma dos valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido 
principal. 
§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, 
considerar-se-á o valor de umas e outras. 
§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação 
anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo 
superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das 
prestações. 
§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa 
quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em 
discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em 
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. 
 
ATENÇÃO: A opção pelo procedimento previsto na Lei 9.099/95 
importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido no art. 3º, I, 
da Lei 9.099/95, excetuada a hipótese de conciliação, visto que pode haver 
acordo com valores superiores aos 40 salários mínimos, na forma do art. 3º, 
§3º da Lei 9.099/95. 
As ações nas quais se discute a ilegalidade de juros não são complexas, 
podendo ser julgadas pelo Juizado Especial, assim como a revisão de contrato, 
ainda que o autor pretenda parcelamento da dívida, desde que seja observado 
o valor de alçada e não exigirem perícia contábil (enunciados 70 e 94, do 
FONAJE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
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DO JUIZ, CONCILIADOR E DO JUIZ LEIGO: 
Conciliadores e Juízes leigos serão auxiliares da Justiça, de preferência 
bacharéis em Direito e se possível, advogados com mais de cinco anos de 
experiência. 
 
 
 
 
Os juízes leigos ficam impedidos de exercer a advocacia perante os 
Juizados Especiais (enunciado 40, do FONAJE), enquanto forem Juízes Leigos 
(art. 7º, Lei 9.099/95 e §2º, art. 15, Lei 12.153/2009). O juiz leigo poderá dirigir 
a instrução, sob a supervisão do juiz togado. 
 De acordo com o artigo 40, da Lei 9.099/95, o Juiz Leigo que tiver 
dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz 
togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se 
manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis. 
Caberá ao Juiz dirigir o processo com liberdade para determinar as 
provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às 
regras de experiência comum ou técnica, ele adotará em cada caso a decisão 
que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às 
exigências do bem comum (art. 5º e 6º da Lei 9.099/95). 
Nos Juizados Especiais Federais, o Juiz presidente é que designará os 
conciliadores pelo período de dois anos, sendo admitida a recondução (art. 18, 
da Lei 10.259/2001). 
03 
 
 
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Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
12 
 
DAS PARTES NO JUIZADO ESPECIAL: 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E 
CRIMINAIS
JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA 
PÚBLICA
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E 
CRIMINAIS DA JUSTIÇA FEDERAL
As pessoas físicas capazes, 
excluídos os cessionários de 
direito de pessoas jurídicas. Art. 
8º, §1º, I da Lei 9.099/95; Exceto, 
microempresas e empresa de 
pequeno porte, segundo 
enunciado 135, do FONAJE.
Como autores, as pessoas 
físicas e as microempresas e 
empresas de pequeno porte, 
assim definidas na Lei 
Complementar n. 123/2006 e 
artigo 5º, inciso I, da Lei n. 
12.153/2009.
Como autores, as pessoas físicas 
e as microempresas e empresas 
de pequeno porte, assim definidas 
na Lei n. 9.317/1996 e art. 6º, inciso 
I, da Lei 10.259/2001.
As pessoas enquadradas como 
microempreendedores 
individuais, microempresas e 
empresas de pequeno porte na 
forma da Lei Complementar 
no 123, de 14 de dezembro de 
2006. Art. 8º, §1º, II da Lei 
Como réus, os Estados, o Distrito 
Federal, os Territórios e os 
Municípios, bem como autarquias, 
fundações e empresas públicas a 
eles vinculadas. Art. 5º, inciso II 
da Lei 12.153/2009.
Como rés, a União, autarquias, 
fundações e empresaspúblicas 
federais. Art. 6º, inciso II, da Lei 
10.259/2001.
As pessoas jurídicas qualificadas 
como Organização da 
Sociedade Civil de Interesse 
Público, nos termos da Lei 
no 9.790, de 23 de março de 
1999. Art. 8º, §1º, III da Lei 
As sociedades de crédito ao 
microempreendedor, nos termos 
do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 
de fevereiro de 2001. Art. 8º, §1º, 
IV da Lei 9.099/95; 
O maior de dezoito anos poderá 
ser autor, independentemente de 
assistência, inclusive para fins 
de conciliação. Art. 8º, §2º, da Lei 
9.099/95;
Não poderão ser partes, no 
processo instituído pela lei 
9.099/95, o incapaz, o preso, as 
pessoas juridicas de direito 
público, as empresas públicas 
da União, a massa falida e o 
insolvente civil.
Não se admitirá a intervenção 
de terceiros, nem de assistência, 
apenas de litisconsórcio. O 
Ministério Público poderá intervir, 
de acordo com os casos 
previstos em lei. Artigos 10 e 11, 
da Lei n. 9.099/95. Exceção: 
admite-se intervenção de 
terceiros em incidente de 
desconsideração da 
personalidade jurídica, conforme 
art. 1.062 do NCPC.
DAS PARTES ADMITIDAS
 
04 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
13 
 
O réu, sendo pessoa jurídica ou 
titular de firma individual, poderá 
ser representado por preposto 
credenciado, munido de carta de 
preposição com poderes para 
transigir, sem haver necessidade 
de vínculo empregatício, segundo 
art. 9º, §4º, da Lei 9.099/95.
Não será admitida: A pessoa 
jurídica que exerça atividade de 
factoring e de gestão de créditos 
e ativos financeiros, excetuando 
as entidades descritas no artigo 
8º, §1º, inciso IV, da Lei 9.099/95, 
não será admitida a propor ação 
nos Juizados Especiais, 
conforme enunciado 146, do 
FONAJE. Todavia, admitirá 
embargos de terceiro dessas 
pessoas, de acordo com 
enunciado 155, do FONAJE.
 
 
Nas causas até 20 salários mínimos as partes poderão comparecer 
assistidas ou não de advogado, entretanto nas causas de valor superior, 
deverão, obrigatoriamente, ser assistidas. Essa assistência obrigatória tem 
lugar a partir da fase instrutória, não se aplicando para a formulação do pedido 
e a sessão de conciliação, enunciado 36, do FONAJE. 
Cabe ressaltar que se uma das partes comparecer com advogado e a 
outra não ou, ainda, se uma das partes não estiver assistida e a outra parte for 
pessoa jurídica, firma individual, microempresa ou empresa de pequeno porte5 
(enunciado 48, do FONAJE), terá a outra parte oportunidade de obter 
assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial. 
Bem como, poderá o juiz alertar a parte da conveniência de advogado quando 
a causa recomendar, de acordo com o artigo 9º, da Lei 9.099/95. 
 
 
 
 
 
 
5 A microempresa e a empresa de pequeno porte, quando autoras, devem ser 
representadas, inclusive em audiência, pelo empresário individual ou pelo sócio dirigente, de 
acordo com o enunciado 141, do FONAJE. 
 
 
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14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o parágrafo único, do artigo 10, da Lei n. 10.259/2001, os 
representantes judiciais da União, autarquias, fundações e empresas públicas 
federais, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da 
competência dos Juizados Especiais Federais. 
Ainda que o pedido seja até 20 salários mínimos, será admitido o pedido 
contraposto no valor superior (até 40 salários mínimo), contudo será obrigatória 
a assistência de advogados às partes (enunciado 28 do FONAJE). 
 
A FGV já questionou sobre a capacidade de ser parte no Juizado 
Especial Cível, vamos resolver a questão? 
 
ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 01 – XXIII EXAME 
Após sofrer acidente automobilístico, Vinícius, adolescente de 15 anos, 
necessita realizar cirurgia no joelho direito para reconstruir os ligamentos 
rompidos, conforme apontam os exames de imagem. 
Contudo, ao realizar a intervenção cirúrgica no Hospital Boa Saúde S/A, 
o paciente percebe que o médico realizou o procedimento no seu joelho 
esquerdo, que estava intacto. 
Ressalta-se que o profissional não mantém relação de trabalho com o 
hospital, utilizando sua estrutura mediante vínculo de comodato, sem relação 
de subordinação. Após realizar nova cirurgia no joelho correto, Vinícius, 
representado por sua mãe, decide ajuizar ação indenizatória em face do 
Hospital Boa Saúde S/A e do médico que realizou o primeiro procedimento. 
 
 
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Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
15 
 
Em face do exposto, responda aos itens a seguir. 
A) Na apuração da responsabilidade do hospital, dispensa-se a prova da 
culpa médica? (Valor: 0,75) 
B) O procedimento do juizado especial cível é cabível? (Valor: 0,50) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 04 – XX EXAME – REAPLICAÇÃO PORTO 
VELHO / RO 
Jacinto por meio de sua microempresa individual celebrou contrato com 
a sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. tendo como objeto a safra 
de milho que ainda seria plantada e posteriormente colhida no sítio de 
propriedade de Jacinto. 
A sociedade empresária teve perfeita ciência desses fatos. Com relação 
ao preço, ficou acordado que seria pago metade na assinatura do contrato e 
metade após a entrega da safra. Chegada a época do plantio, Jacinto 
dispensou todos os seus esforços no plantio, tendo comprado sementes de 
excelente qualidade e preparado a terra de forma adequada. Também durante 
o crescimento da plantação, Jacinto, diligentemente, tratou de observar todas 
as medidas adequadas para afastar as pragas. 
 
 
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16 
 
No entanto, dias antes da entrega da safra de milho à Distribuição de 
Milho S.A., uma nova praga surgiu no Brasil e devastou quase toda a plantação 
de Jacinto. 
Na data prevista, Jacinto entregou à sociedade empresária Distribuição 
de Milho S.A. apenas o que restou após a praga, 1/3 do total da safra de milho. 
Em contrapartida, a sociedade empresária negou-se a efetuar o pagamento da 
outra metade do preço, alegando que a quantidade entregue da safra de milho 
era menor do que a necessária para cumprir com seus compromissos perante 
seus clientes. 
Em virtude do não pagamento da segunda metade do preço, o 
microempreendedor Jacinto alega ter sofrido, além do dano material, dano 
moral. Sobre a situação descrita, responda aos itens a seguir. 
A) Assiste razão à sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. em 
não ter efetuado o pagamento da segunda metade do preço a Jacinto? (Valor: 
0,60) 
 
B) Havendo a propositura de uma ação em desfavor de Distribuição de 
Milho S.A., como deve ser calculado o valor da causa? (Valor: 0,30) 
 
C) Considerando que o valor da causa não excederia 40 (quarenta) 
salários mínimos, a ação pode ser proposta no Juizado Especial Cível? 
(Valor: 0,35) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 03 – VII EXAME 
 
Rodrigo, casado pelo regime da comunhão parcial com Liandra, garante 
à Indústria Bandeirantes S/A satisfazer obrigação assumida por seu amigo 
João. De posse do contrato de confissão de dívida, também assinado por duas 
testemunhas, a Bandeirantes S/A cedeu o contrato ao estudante Marcos, com 
anuência de João e Rodrigo. 
Decorrido o prazo contratual para pagamento da quantia de R$5.000,00, 
configurada a inadimplência, Marcos ajuizou demanda executiva em face de 
Rodrigo e João, junto à Vara do Juizado Especial Cível de Colatina/ES, local de 
cumprimento da obrigação. De acordo com os elementos do enunciado: 
 
 
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A) Apontequal a relação contratual acessória existente entre Rodrigo e 
João? A relação acessória pode ser objeto de questionamento? Fundamente. 
(valor: 0,85) 
B) Fazendo uma análise processual dos elementos do enunciado, a 
demanda ajuizada reúne condições de procedibilidade? (valor: 0,40) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: 
 
5.1 Atos processuais: 
Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário 
noturno (art. 12). Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo 
juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a interposição de 
recursos, computar-se-ão somente os dias úteis (incluído pela Lei n. 
05 
 
 
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19 
 
13.728/2018). Apenas aqueles considerados essenciais é que serão 
registrados resumidamente, os demais atos poderão ser gravados, sendo 
inutilizados depois do trânsito em julgado da decisão (art. 13, §3º), lembrando 
que nos Juizados Especiais não cabe ação rescisória (art. 59). Eles serão 
válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem 
realizados, não se pronunciando qualquer nulidade sem que tenha prejuízo das 
partes (art. 13, §1º). 
A prática de atos processuais de outras comarcas pode ser solicitada 
por qualquer meio idôneo de comunicação. 
“Nos Juizados Especiais Cíveis, os prazos processuais contam-se da 
data da intimação ou da ciência do ato respectivo, e não da juntada do 
comprovante da intimação”, enunciado 13 do FONAJE. 
 
5.2 Dos pedidos: 
 O pedido poderá ser escrito ou oral à Secretaria do Juizado, se escrito, 
deverá ser em forma simples e linguagem acessível, se oral, deverá ser 
reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado através do sistema de fichas ou 
formulários impressos. No pedido constarão: 
a) O nome, a qualificação e o endereço das partes; 
b) Os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; 
c) O objeto e seu valor. 
Poderá ser genérico quando não for possível determinar o valor da 
obrigação. Poderão ser alternativos ou cumulados, se cumulados, deverão ser 
conexos e a soma não ultrapassar o valor de 40 salários mínimos se Juizado 
Especial Estadual e 60 salários mínimos se for Juizado Especial Federal ou da 
Fazenda Pública (art. 15). 
Havendo pedido contraposto (que poderá ser por parte de pessoa 
jurídica, enunciado 31, do FONAJE), poderá ser dispensada a contestação 
formal e ambos serão apreciados na mesma sentença, de acordo com 
parágrafo único, do artigo 17, da Lei n. 9.099/95. 
O autor poderá aditar o pedido até o momento da audiência de instrução 
e julgamento, ou até a fase instrutória, contudo, desde que seja resguardado 
ao réu o direito de defesa (enunciado 157, do FONAJE). 
 
 
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5.3 Citações e Intimações nos Juizados Especiais Estaduais: 
A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para 
comparecimento do citando e advertência de que o seu não comparecimento 
acarretará na presunção de veracidade das alegações iniciais, sendo proferido 
julgamento de plano. Segundo enunciado 53, do FONAJE, deverá constar 
também a advertência da possibilidade de inversão do ônus da prova. A 
citação será feita por: 
a) Por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria. De 
acordo com o enunciado 05 e 41 do FONAJE, a correspondência ou 
a contrafé recebida no endereço da parte ou do advogado será 
eficaz para efeito da citação/intimação, quando identificado o seu 
recebedor; 
b) Tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega 
ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado; 
c) Sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de 
mandado ou carta precatória. Ainda, segundo enunciado 33 do 
FONAJE, é dispensável a expedição de carta precatória nos 
Juizados Especiais Cíveis, cumprindo-se os atos nas demais 
comarcas por meio de: via postal, ofício do Juiz, fax, telefone ou 
qualquer outro meio idôneo de comunicação. 
 
As intimações serão feitas da mesma forma que a citação ou por 
qualquer outro meio idôneo de comunicação. Dos atos praticados em 
audiência, as partes serão consideradas cientes desde logo. 
Importante mencionar que, se a parte não indica a mudança de 
endereço a intimação enviada para endereço antigo será considerada eficaz. 
 
 
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21 
 
Não é necessária a publicação em Diário Eletrônico quando o réu for 
revel (enunciado 167, do FONAJE). 
 
 
5.4 Citação e intimação nos Juizados da Justiça Federal: 
A citação e intimação da União serão feitas na forma prevista pelos 
artigos 35 a 38 da Lei Complementar n. 73/1993: 
 
Art. 35. A União é citada nas causas em que seja interessada, na 
condição de autora, ré, assistente, oponente, recorrente ou recorrida, 
na pessoa: 
I - Do Advogado-Geral da União, privativamente, nas hipóteses de 
competência do Supremo Tribunal Federal; 
II - Do Procurador-Geral da União, nas hipóteses de competência dos 
tribunais superiores; 
III - do Procurador-Regional da União, nas hipóteses de competência 
dos demais tribunais; 
IV - Do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da União, nas 
hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau. 
Art. 36. Nas causas de que trata o art. 12, a União será citada na 
pessoa: 
II - Do Procurador-Regional da Fazenda Nacional, nas hipóteses de 
competência dos demais tribunais; 
III - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da Fazenda 
Nacional nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau. 
Art. 37. Em caso de ausência das autoridades referidas nos arts. 35 e 
36, a citação se dará na pessoa do substituto eventual. 
Art. 38. As intimações e notificações são feitas nas pessoas do 
Advogado da União ou do Procurador da Fazenda Nacional que oficie 
nos respectivos autos. 
 
A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na 
pessoa do representante máximo da entidade, no local onde proposta a causa, 
quando ali instalado seu escritório ou representação; senão, na sede da 
entidade (parágrafo único, do art. 7º, Lei n. 10.259/2001). 
As partes serão intimadas da sentença em audiência, se não for 
proferida na audiência, serão intimadas pessoalmente por ARMP (aviso de 
recebimento em mão própria). As demais intimações serão feitas na pessoa 
dos advogados ou procuradores, pessoalmente ou por via postal (art. 8º, §1º, 
da Lei n. 10.259/2001). 
O prazo para citação da audiência de conciliação deverá ser feito com 
antecedência mínima de trinta dias. 
 
 
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22 
 
 
 
5.5 Citação e intimação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública: 
Quanto às citações e intimações nos Juizados da Fazenda Pública, 
aplica-se o disposto no Código de Processo Civil, conforme artigos 238 ao 259 
e artigos 269 ao 275. 
Não haverá prazo diferenciado para as pessoas jurídicas de direito 
público, nem mesmo na interposição de recursos, devendo a citação para 
audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 dias, 
segundo o artigo 7º da Lei n. 12.153/2009. 
 
CONCILIAÇÃO E JUÍZO ARBITRAL: 
 
Aberta a audiência o juiz togado, leigo ou, ainda, o conciliador, conduzirá 
a conciliação e esclarecerá as vantagens da conciliação. Não é obrigatória a 
presença do juiz togado ou leigo na sessão de conciliação, segundo enunciado 
06 do FONAJE. 
Havendo conciliação, está será reduzida a escrito e homologada pelo 
juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo. Se não houver 
conciliação, as partes poderão optar em comum acordo pelo juízo arbitral, que 
será instaurado independente de termo de compromisso, com a escolha do 
árbitro pelas partes, o qual deverá ser um juiz leigo. 
O árbitro conduzirá o processocom os mesmos critérios do Juiz. Deverá 
apresentar no término da instrução ou nos cinco dias subsequentes, um laudo 
ao juiz togado, para homologação por sentença irrecorrível (enunciado 07 do 
Fonaje). 
 
 
 
06 
 
 
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6.1 Conciliação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública: 
Diferente da Lei 9.099/95, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, 
Lei 12.153/2009, prevê que caberá ao conciliador, sob a supervisão do Juiz, 
conduzir a audiência de conciliação, podendo ouvir as parte e testemunhas. 
Não obtida a conciliação, caberá ao Juiz presidir a instrução do processo, 
podendo dispensar novos depoimentos, se entender suficientes para o 
julgamento e se as partes não contestarem (§2º, art. 16, Lei 12.153/2009). 
 
 
INSTRUÇÃO E JULGAMENTO: 
 
Não instituído o juízo arbitral pelas partes, proceder-se-á a audiência de 
instrução e julgamento, desde que não resulte em prejuízo para a defesa, pois, 
se não for possível sua realização imediata, será a audiência designada para 
15 dias subsequentes. 
Na audiência de instrução são ouvidas as partes, colhida as provas e 
proferida a sentença. Assim, se uma das partes apresentar documentos, a 
outra parte manifestar-se-á imediatamente, sem interrupção da audiência. 
De acordo com enunciado 06 do FONAJE, não será necessária a 
presença de juiz togado na audiência de instrução conduzida por juiz leigo. 
Nem serão obrigatórios os debates orais, enunciado 35. 
 
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ENUNCIADO DA QUESTÃO Nº 01 – XII EXAME 
Martha foi convidada para participar, como palestrante, de um 
Congresso que ocorreria no Uruguai. Após confirmar a sua participação no 
evento, Martha decide comprar suas passagens pela Internet no site de uma 
famosa companhia aérea. 
Como não possuía voo direto que a levasse de Goiás para o Uruguai, 
Martha adquire um voo com escala em São Paulo. No dia da viagem, ao 
chegar a São Paulo, lugar onde teria que fazer a troca de aeronave, a 
passageira é informada a respeito do cancelamento de seu voo para o Uruguai. 
Preocupada, Martha indaga se seria possível realocá-la em outra 
aeronave, mas recebe a notícia de que somente decolariam novos voos para o 
Uruguai no dia seguinte, ou seja, após o evento do qual participaria. 
Inconformada com a perda do Congresso, Martha propõe uma ação no juizado 
especial cível de seu domicílio, postulando a reparação por danos morais e 
materiais em face da sociedade empresária. 
Em sede de contestação, a referida sociedade empresária alega não 
possuir culpa, não havendo, portanto, responsabilidade. Com base no exposto, 
responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) O argumento utilizado pela sociedade empresária em sede de 
contestação está correto? (Valor: 0,65) 
B) Suponha que Martha, ciente da data da audiência de instrução e 
julgamento, não compareça e não comprove que a sua ausência decorreu por 
motivo de força maior. Nesse caso, qual atitude deve ser tomada pelo juiz? 
(Valor: 0,60) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESPOSTA DO RÉU E REVELIA: 
 
A contestação será oral ou escrita, conterá a matéria de defesa, exceto a 
arguição de suspeição ou impedimento do Juiz. A contestação poderá ser 
apresentada até a data da audiência de instrução e julgamento (enunciado 10, 
do FONAJE). A apresentação de contestação não dispensa o comparecimento 
pessoal da parte, enunciado 78, do FONAJE. 
Não se admite no âmbito dos Juizados Especiais a reconvenção, 
todavia, é lícito ao réu formular pedido em seu favor (chamado pedido 
contraposto), nos limites do artigo 3º da Lei n. 9.099/95, desde que fundado 
nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia. 
De acordo com o parágrafo único, do artigo 31 da Lei 9.099/95, o autor 
poderá responder o pedido do réu na própria audiência ou então solicitar a 
designação de nova data. 
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Se o réu não comparecer na audiência de instrução e julgamento, ainda 
que o seu advogado compareça com a contestação, mesmo assim será 
decretada a revelia! 
 
 
MEIOS DE PROVA: 
 
Todos os meios de provas são válidos, desde que legítimos. As provas 
serão produzidas em audiência, ainda que não requeridas previamente, 
podendo o juiz excluir as que achar excessivas, impertinentes ou protelatórias. 
O número máximo de testemunhas será de 3 para cada parte, de acordo 
com o artigo 34, da Lei n. 9.099/95, as quais deverão comparecer em audiência 
de instrução e julgamento independente de intimação. Caso a parte queira que 
as testemunhas sejam intimadas, deverá requerer na Secretaria, com no 
mínimo cinco dias antes da audiência. 
Se a testemunha intimada não comparecer, o Juiz poderá determinar a 
imediata condução. 
A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir 
apenas o essencial. 
O juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, desde que permita às 
partes apresentar parecer técnico. 
Durante a audiência o juiz poderá de ofício ou a requerimento das 
partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas ou determinar alguém que lhe 
relatará informalmente o verificado, de acordo com o parágrafo único, do artigo 
35, da Lei n. 9.099/95. A perícia informal é admissível na hipótese do artigo 35 
e segundo enunciado 12, do FONAJE. 
 
 
 
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SENTENÇA: 
 
Não se admite nos Juizados Especiais sentença condenatória por 
quantia ilíquida, ainda que o pedido tenha sido genérico, bem como, a 
sentença não poderá ultrapassar a alçada estabelecida em lei, qual seja, 40 
salários mínimos nos juizados especiais estaduais e 60 salários mínimos nos 
juizados federais e da fazendo pública. 
A sentença deverá mencionar os elementos de convicção do Juiz, com 
breve resumo dos fatos relevantes, não sendo necessário o relatório. A 
fundamentação da sentença ou do acórdão poderá ser feita oralmente, com 
gravação por qualquer meio, tanto eletrônico, quanto digital, sendo necessário 
consignar apenas o dispositivo em ata (enunciado 46, do FONAJE). 
No término da audiência de instrução, conduzida pelo juiz leigo, a 
proposta de sentença deverá ser apresentada em até dez dias para o juiz 
togado, sendo as partes intimadas no próprio termo de audiência para 
comparecimento na data de leitura da sentença (enunciado 95, do FONAJE). O 
juiz togado poderá homologar a sentença proferida pelo juiz leigo ou, então, 
proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a 
realização de atos probatórios indispensáveis. 
 
 
 RECURSOS: 
 
 
Não será cabível recurso adesivo, por falta de previsão legal (enunciado 
88, do FONAJE). 
 
 
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11.1 Recurso Inominado: 
Da sentença caberá recurso inominado (no rito comum, chamado de 
apelação) para o próprio Juizado, no prazo de dez dias, contados da ciência da 
sentença, por petição escrita, na qual constará as razões de recurso e o pedido 
do recorrente. O preparo deverá ser realizado independente de intimação, em 
até 48hs seguintes a interposição, sob pena de deserção. Se não ocorrer o 
recolhimento integral do preparo e sua comprovação, o recurso será julgado 
deserto, não sendo admitida a complementação intempestiva, de acordo com o 
enunciado 80, do FONAJE. 
Somente após o preparo é que a Secretariaintimará o recorrido para 
oferecer contrarrazões no prazo de dez dias. Lembrando que não cabe recurso 
da sentença de conciliação ou laudo arbitral (Art. 41). 
O recurso será julgado por uma turma composta por três juízes togados 
e as partes deverão estar acompanhadas por advogado. A regra é que o 
recurso inominado seja recebido no efeito devolutivo, podendo, entretanto, se 
houver possibilidade de dano irreparável para a parte, ser concedida pelo Juiz 
o efeito suspensivo. 
 
 
O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com 
indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositivo. 
 
 
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Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do 
julgamento servirá de acórdão. 
Quando o recurso interposto for manifestamente inadmissível, a turma 
recursal ou o relator, em decisão monocrática, condenará o recorrente a pagar 
multa de 1% e indenizar o recorrido no percentual de 20% do valor da causa, 
ficando a interposição dos demais recursos condicionados ao respectivo 
depósito, segundo o enunciado 118, do FONAJE. 
No juizado especial da Fazenda Pública somente será admitido recurso 
contra a sentença, exceto nos casos de providências cautelares ou 
antecipatórias deferidas no curso do processo para evitar danos de difícil ou 
incerta reparação. 
 
Esquema para peça processual de Recurso Inominado: 
 
a) Cabimento: O recurso inominado é utilizado para atacar as 
sentenças proferidas no âmbito do Juizado Especial Civil (Lei 9.099/95) 
submetendo o processo a um órgão colegiado, denominado Turmas Recursais 
Cíveis, na forma do art. 41, §1º da Lei 9.099/95. 
 
b) Fundamento do recurso: art. 41 da Lei 9.099/95. 
 
c) Elaboração: Folha de apresentação (dirigida ao juízo a quo) + folha 
das razões (dirigida ao juízo ad quem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11.2 Embargos de Declaração: 
Caberá embargos de declaração contra sentença ou acórdão, que 
obtiverem obscuridade, contradição, omissão ou dúvida, os quais 
interrompem o prazo de interposição de recurso. Os embargos poderão ser 
por meio escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da 
decisão. “Contra decisões das Turmas Recursais são cabíveis somente os 
embargos declaratórios e o Recurso Extraordinário” (enunciado 63, FONAJE), 
cujo prazo começará a fluir da data do julgamento (enunciado, 85, do 
FONAJE). 
 Não existe omissão para se sanada por meio de embargos de 
declaração quando o acórdão não enfrenta todas as questões arguidas pelas 
partes, desde que uma delas tenha sido suficiente para o julgamento do 
recurso, segundo enunciado 159, do FONAJE. 
Os erros materiais não necessitam propriamente de embargos de 
declaração para sua correção, podendo ser corrigido de ofício. 
O Novo Código de Processo Civil estabeleceu efeito interruptivo aos 
embargos de declaração, conforme: 
 
Art. 1.064. O caput do art. 48 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 
1995, passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência) 
“Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou 
acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil. 
...................................................................................” (NR) 
Art. 1.065. O art. 50 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, 
passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência) 
“Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a 
interposição de recurso.” (NR) 
Art. 1.066. O art. 83 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, 
passam a vigorar com a seguinte redação: (Vigência) 
“Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou 
acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão. 
............................................................................................. 
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a 
interposição de recurso. 
...................................................................................” (NR) 
 
Caberão embargos de declaração nos Juizados da Fazenda Pública 
também. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1045
 
 
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11.3 Não cabimento de Recurso Especial: 
De acordo com o artigo 105, III, da Constituição Federal, é cabível 
recurso especial contra julgamentos de última instância no Tribunal Regional 
Federal, dos Estados ou Distrito Federal, nada menciona sobre as Turmas 
Recursais, entendimento corroborado pela súmula 203, do STJ. Por tanto, não 
caberá recurso especial nos Juizados Especiais Estaduais ou Federal, nem 
mesmo nos Juizados da Fazenda Pública. 
 
11.4 Recurso Extraordinário: 
É cabível recurso extraordinário, uma vez que o artigo 102, III, da 
Constituição Federal não refere que o recurso é exclusivamente contra 
decisões de Tribunais. 
Caberá ao presidente da Turma Recursal o juízo de admissibilidade do 
Recurso Extraordinário (enunciado 84, do FONAJE). 
 
Caberá recurso extraordinário nos Juizados da Fazenda Pública 
também. 
 
11.5 Mandado de Segurança e Habeas Corpus: 
Caberá Mandado de Segurança e Habeas Corpus nos atos judiciais 
oriundos dos Juizados Especiais, contudo, cabe, exclusivamente, às Turmas 
Recursais conhecer e julgar, de acordo com enunciado 62, do FONAJE. 
Das decisões proferidas pelas Turmas Recursais em mandado de 
segurança não cabe recurso ordinário, segundo o enunciado 124, do FONAJE. 
 
 
 
 
 
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11.6 Divergência entre decisões proferidas pelos Tribunais Recursais do 
Juizado Especial Federal: 
Cabe pedido de uniformização de interpretação de lei federal (art. 14, 
Lei n. 10.259/2001), quando houver divergência entre decisões sobre questões 
de direito material proferida pelas Turmas Recursais da mesma região, o qual 
será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência do 
Juiz Coordenador. 
O pedido de divergência deverá ser julgado por turma de Uniformização, 
integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do Coordenador 
da Justiça Federal, se os juízes forem domiciliados em cidades diferentes, 
poderá ser feita pela via eletrônica. 
Se a orientação acolhida pela Turma de Uniformização contrariar súmula 
ou jurisprudência dominante no STJ, a parte poderá provocar a manifestação 
desta e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator 
conceder de ofício ou a requerimento, medida liminar determinando a 
suspensão do processo. 
O relator poderá, no prazo de cinco dia, pedir informações ao Presidente 
da Turma Recursal ou ao Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o 
MP, eventuais interessados, ainda que não sejam parte do processo, poderão 
se manifestar no prazo de trinta dias (§7º, art. 14, Lei 10.259/2001). 
Cabe aos Tribunais Regionais, STJ e STF expedir normas 
regulamentadoras à composição dos órgãos e o procedimento para 
processamento e julgamento do pedido de uniformização e do recurso 
extraordinário. 
 
 
 
 
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11.7 Divergência entre decisõesproferidas pelos Tribunais Recursais do 
Juizado Especial da Fazenda Pública: 
As turmas recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas 
por juízes em exercício de primeiro grau, com mandato de dois anos e 
integradas, de preferência, por juízes do Sistema dos Juizados Especiais. A 
designação desses juízes obedecerá ao critério de antiguidade e merecimento 
(§1º, art. 17, Lei 12.153/2009). 
O pedido de uniformização de interpretação de lei caberá quando houver 
divergência entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais sobre direito 
material. Se o pedido for de divergência entre Turmas do mesmo Estado, será 
julgado em reunião conjunta das Turmas, sob a presidência de desembargador 
indicado pelo Tribunal de Justiça (§1º, art. 18, Lei 12.153/2009). Se os juízes 
forem de cidades diferentes, poderá ser feita por meio eletrônico. 
Entretanto, se for divergência entre turmas de diferentes Estados, as 
quais derem interpretação divergente sobre lei federal, ou se a decisão for 
contrária a Súmula do Superior Tribunal de Justiça, o pedido será julgado pelo 
próprio STJ (art. 19, Lei 12.153/2009). 
Havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator 
conceder, de ofício ou a requerimento, medida liminar determinando a 
suspensão dos processos (§2º, art. 19, Lei 12.153/2009). Se necessário, o 
relator poderá pedir informações ao Presidente da Turma Recursal ou ao 
Turma de Uniformização e, nos casos previstos em lei, ouvirá o Ministério 
Público, no prazo de 5 dias (§3º, art. 19, Lei 12.153/2009). 
Os pedidos de uniformização idênticos e recebidos subsequentemente, 
em quaisquer das Turmas Recursais, ficarão retidos os autos até que o STJ se 
pronuncie. Publicado o acórdão respectivo, os pedidos que estavam retidos 
serão apreciados pelas Turmas, as quais poderão exercer juízo de retratação 
ou declararão prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo STJ (§§1º e 
6º, art. 19, Lei 12.153/2009). 
Caberá ao STJ e STF expedir normas regulamentando os 
procedimentos para processamento do pedido de uniformização e do recurso 
extraordinário. 
 
 
 
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EXTINÇÃO DO PROCESSO: 
O processo pode se extinguir por: 
a) Quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do 
processo. Nesses casos haverá condenação em custas (enunciado 
28, do FONAJE); 
b) Quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu 
prosseguimento, após a conciliação; 
c) Quando for reconhecida a incompetência territorial; 
d) Quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º 
desta Lei; 
e) Quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não 
se der no prazo de trinta dias; 
f) Quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos 
sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato. 
g) Quando houver desistência da ação, mesmo sem a anuência do réu 
já citado, implicará na extinção do processo sem resolução do mérito, 
mesmo que se dê em audiência, salvo se houver indícios de litigância 
de má-fé ou lide temerária (enunciado 90, do FONAJE). 
A extinção do processo independe de prévia intimação das partes e no 
caso de o autor deixar de comparecer a qualquer audiência do processo, se 
comprovar que a ausência decorre de força maior, a parte poderá ficar isenta 
do pagamento das custas. Lembrando que o comparecimento pessoal da parte 
em audiência é obrigatório, a pessoa jurídica poderá ser representada por 
preposto (enunciado 20, do FONAJE), o qual não poderá ser o próprio 
advogado (enunciado 98, do FONAJE). 
O preposto deverá apresentar carta de preposição, se comparecer à 
audiência sem, obriga-se a apresentá-la no prazo que for assinado, sob pena 
de se reputar verdadeiros os fatos alegados na inicial, ou, sendo preposto da 
parte autora, será extinto o processo, de acordo com o enunciado 99, do 
FONAJE. 
 
 
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EXECUÇÃO 
A Execução da sentença ocorre no próprio Juizado, aplicando-se, no 
que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes 
alterações, de acordo com o artigo 52 da Lei n. 9.099/95: 
 
I - As sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a 
conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice 
equivalente; 
 
II - Os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de 
outras parcelas serão efetuados por servidor judicial; 
 
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na 
própria audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido 
será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em 
julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V); 
 
IV - Não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, 
e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, 
proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação; 
 
V - Nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o 
Juiz, na sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, 
arbitrada de acordo com as condições econômicas do devedor, para 
a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor 
poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da 
condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato arbitrará, 
seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida 
de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na 
execução do julgado; 
 
VI - Na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por 
outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as 
despesas, sob pena de multa diária; 
 
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o 
devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do 
bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada 
para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as 
partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida 
caução idônea, nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado 
o imóvel; 
 
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se 
tratar de alienação de bens de pequeno valor; 
 
IX - O devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, 
versando sobre: 
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia; 
b) manifesto excesso de execução; 
c) erro de cálculo; 
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, 
superveniente à sentença. 
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A execução de título extrajudicial, no valor de até 40 salários mínimos 
obedecerá ao Código de Processo Civil, com as modificações trazidas pela Lei 
9.099/95: 
 
a) Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer a 
audiência de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por 
escrito ou verbalmente. Lembrando que, conforme enunciado 71, do FONAJE, 
é cabível a designação de audiência de conciliação em execução de título 
judicial. 
 
b) Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a 
solução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o 
conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a 
prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do 
bem penhorado. A arrematação e a adjudicação podem ser impugnadas por 
simples pedido, no prazo de cinco dias (enunciado 81, do FONAJE). 
 
c) Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados 
improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma 
das alternativas do parágrafo anterior. 
 
d) Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o 
processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor. 
 
 
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 Na execução nãosão contadas custas, salvo se reconhecida a 
litigância de má-fé, se improcedentes os embargos do devedor ou tratar-se de 
execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do devedor. 
 Os embargos à execução poderão ser decididos pelo juiz leigo, 
observado o artigo 40, da Lei n. 9.099/1995. É obrigatória a segurança do Juízo 
pela penhora para apresentação dos embargos à execução (enunciado 117, do 
FONAJE). O prazo para embargos será de quinze dias, contados da intimação 
da penhora (enunciado 142, do FONAJE). Cabe recurso inominado, dos 
embargos à execução (enunciado 143, do FONAJE). 
 É permitido o desconto em folha de pagamento para quitação, desde 
que tenha anuência expressa do devedor e em percentual que não afeta sua 
subsistência e da sua família (enunciado 59, do FONAJE). Não havendo bens 
para garantia do débito, expedir-se-á certidão de dívida para fins de inscrição 
no serviço de Proteção de Crédito (SPC, SERASA), a pedido do exequente, 
conforme enunciado 76, do FONAJE. 
 
13.1 Execução nos Juizados Especiais na Justiça Federal: 
O cumprimento de acordo ou de sentença que imponha obrigação de 
fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do 
Juiz (art. 16, Lei 10.259/2001). Tratando-se de obrigação de pagar quantia 
certa, o pagamento será no prazo de sessenta dias, na agência da Caixa 
Econômica Federal ou do Banco do Brasil, contados da entrega da requisição à 
autoridade citada (com valor limite de até 60 salários mínimos). Se a requisição 
for desatendida, será determinada pelo juízo o sequestro do numerário 
suficiente ao cumprimento da decisão, não sendo possível o fracionamento do 
valor da execução. 
 
 
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É vedado o fracionamento de modo que o pagamento se faça em parte, 
“mediante expedição do precatório, e a expedição de precatório complementar 
ou suplementar do valor pago”, segundo o §3º do artigo 17, da Lei n. 
10.259/2001. Caso o valor ultrapasse sessenta salários mínimos, o pagamento 
será por precatório, podendo a parte exequente renunciar o crédito do valor 
excedente para que possa optar pelo pagamento sem precatório. 
 
13.2 Execução nos Juizados Especiais da Fazenda Pública: 
Tratando de obrigação de pagar quantia certa o pagamento será 
efetuado da seguinte forma, segundo artigo 13, da Lei n. 12.153/2009: 
 
I – No prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da 
requisição do juiz à autoridade citada para a causa, 
independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art. 100 da 
Constituição Federal; ou 
II – Mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o 
valor definido como obrigação de pequeno valor. 
§ 1o Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, 
determinará o sequestro do numerário suficiente ao cumprimento da 
decisão, dispensada a audiência da Fazenda Pública. 
§ 2o As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas 
independentemente de precatório terão como limite o que for 
estabelecido na lei do respectivo ente da Federação. 
 
Não havendo lei de que trata o §2º do artigo 13, os valores limites serão 
de 40 salários mínimos para Estados e Distrito Federal e 30 salários mínimos 
para os municípios (obrigações definidas como pequeno valor, que serão 
pagas independente de precatório). 
Vedado o fracionamento do pagamento (§4º, do artigo 13, da Lei n. 
12.153/2009), se o valor ultrapassar o pagamento que independe de precatório, 
o pagamento será realizado através de precatório, podendo a parte renunciar o 
excedente para que possa receber sem precatório. 
O saque pode ser feito pela parte ou por meio de procurador, mediante 
procuração especifica, com firma reconhecida, da qual constem o valor 
originalmente depositado e sua precedência. Se realizado pela parte autora, 
pessoalmente, poderá ser em qualquer agência do banco depositário, 
independentemente de alvará (§7º, do artigo 13, da Lei n. 12.153/2009). 
 
 
 
 
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DIFERENÇAS ENTRE JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ESTADUAIS E 
FEDERAIS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENUNCIADOS DA FAZENDA PÚBLICA: 
 
ENUNCIADO 01 – Aplicam-se aos Juizados Especiais da Fazenda Pública, no que couber, os 
Enunciados dos Juizados Especiais Cíveis (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
 
ENUNCIADO 02 – É cabível, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o litisconsórcio 
ativo, ficando definido, para fins de fixação da competência, o valor individualmente 
considerado de até 60 salários mínimos (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
 
ENUNCIADO 03 – Não há prazo diferenciado para a Defensoria Pública no âmbito dos 
Juizados Especiais da Fazenda Pública (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
 
ENUNCIADO 04 – Cancelado (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
 
ENUNCIADO 05 – É de 10 dias o prazo de recurso contra decisão que deferir tutela antecipada 
em face da Fazenda Pública (nova redação – XXX Encontro – São Paulo/SP). 
 
ENUNCIADO 06 – Vencida a Fazenda Pública, quando recorrente, a fixação de honorários 
advocatícios deve ser estabelecida de acordo com o § 4º, do art. 20, do Código de Processo 
Civil, de forma equitativa pelo juiz (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
 
ENUNCIADO 07 – O sequestro previsto no § 1º do artigo 13 da Lei nº 12.153/09 também 
poderá ser feito por meio do BACENJUD, ressalvada a hipótese de precatório (XXX Encontro – 
São Paulo/SP). 
 
ENUNCIADO 08 – De acordo com a decisão proferida pela 3ª Seção do Superior Tribunal de 
Justiça no Conflito de Competência 35.420, e considerando que o inciso II do art. 5º da Lei 
12.153/09 é taxativo e não inclui ente da Administração Federal entre os legitimados passivos, 
não cabe, no Juizado Especial da Fazenda Pública ou no Juizado Estadual Cível, ação contra 
a União, suas empresas públicas e autarquias, nem contra o INSS (XXXII Encontro – Armação 
de Búzios/RJ). 
 
ENUNCIADO 09 – Nas comarcas onde não houver Juizado Especial da Fazenda Pública ou 
juizados adjuntos instalados, as ações serão propostas perante as Varas comuns que detêm 
competência para processar os feitos de interesse da Fazenda Pública ou perante aquelas 
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designadas pelo Tribunal de Justiça, observando-se o procedimento previsto na Lei 12.153/09 
(XXXII Encontro – Armação de Búzios/RJ). 
 
ENUNCIADO 10 – É admitido no juizado da Fazenda Pública o julgamento em lote/lista, 
quando a material for exclusivamente de direito e repetitivo (XXXII Encontro – Armação de 
Búzios/RJ). 
 
ENUNCIADO 11 – As causas de maior complexidade probatória, por imporem dificuldades 
para assegurar o contraditório e a ampla defesa, afastam a competência do Juizado da 
Fazenda Pública (XXXII Encontro – Armação de Búzios/RJ). 
 
ENUNCIADO 12 – Na hipótese de realização de exame técnico previsto no art. 10 da Lei 
12.153/09, em persistindo dúvida técnica, poderá o juiz extinguir o processo pela complexidade 
da causa (XXXVIII Encontro – Belo Horizonte-MG). 
 
 
ENUNCIADO 13 – A contagem dos prazos processuais nos Juizados da Fazenda Pública será 
feita de forma contínua, observando-se, inclusive, a regra especial de que não há prazo 
diferenciado para a Fazenda Pública - art. 7º da Lei 12.153/09 (XXXIX Encontro - Maceió-AL). 
 
ENUNCIADO 175 DO FONAJEF, 19 DO CJF, ambos de 2017: estipularam que aplicar-se-á o 
prazo do CPC agora, ou seja, os prazos serão contados em dias úteis. 
 
 
ENUNCIADO 14 – A obrigação de assistência por advogado, nas causas de valor superior a 
vinte salários mínimos, nos termos do art. 9.°, caput, da Lei 9.099/1995, aplica-se ao Juizado 
Especial da Fazenda Pública (44.° Encontro - Rio de Janeiro - RJ). 
 
 
ENUNCIADOS DO FONAJEF: 
 
Enunciado nº 1 - O julgamento liminar de mérito não viola o princípio do contraditório e deve 
serem pregado na hipótese de decisões reiteradas de improcedênciapelo juízo, bem como nos 
casos que dispensem a fase instrutória, quando o pedido contrariar frontalmente norma jurídica 
(Revisado no XI FONAJEF). 
 
Enunciado nº 2 - Nos casos de julgamentos de procedência de matérias repetitivas, é 
recomendável a utilização de contestações depositadas na Secretaria, a fim de possibilitar a 
imediata prolação de sentença de mérito (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 3 - A auto intimação eletrônica atende aos requisitos das Leis nºs 10.259/2001 e 
11.419/2006 e é preferencial à intimação por e-mail. (Revisado no IV FONAJEF). 
 
Enunciado nº 4 - Na propositura de ações repetitivas ou de massa, sem advogado, não 
havendo viabilidade material de opção pela auto intimação eletrônica, a parte firmará 
compromisso de comparecimento, em prazo pré-determinado em formulário próprio, para 
ciência dos atos processuais praticados (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 5 - As sentenças e antecipações de tutela devem ser registradas tão-somente 
em meio eletrônico (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 6 - Havendo foco expressivo de demandas em massa, os juizados especiais 
federais solicitarão às Turmas Recursais e de Uniformização Regional e Nacional o julgamento 
prioritário da matéria repetitiva, a fim de uniformizar a jurisprudência a respeito e de possibilitar 
o planejamento do serviço judiciário (Aprovado no II FONAJEF). 
 
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Enunciado nº 7 - Nos Juizados Especiais Federais o procurador federal não tem a prerrogativa 
de intimação pessoal (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 8 - É válida a intimação do procurador federal para cumprimento da obrigação 
de fazer, independentemente de ofício, com base no artigo 461 do Código de Processo Civil 
(Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 9 - Além das exceções constantes do § 1º do artigo 3º da Lei n. 10.259, não se 
incluem na competência dos Juizados Especiais Federais, os procedimentos especiais 
previstos no Código de Processo Civil, salvo quando possível a adequação ao rito da Lei n. 
10.259/2001 (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 10 - O incapaz pode ser parte autora nos Juizados Especiais Federais, dando-
se-lhe curador especial, se ele não tiver representante constituído (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 11 - No ajuizamento de ações no JEF, a microempresa e a empresa de pequeno 
porte deverão comprovar essa condição mediante documentação hábil (Aprovado no II 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 12 - No Juizado Especial Federal, não é cabível o pedido contraposto formulado 
pela União Federal, autarquia, fundação ou empresa pública federal (Aprovado no II 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 13 - Não são admissíveis embargos de execução nos JEFs, devendo as 
impugnações do devedor ser examinadas independentemente de qualquer incidente (Aprovado 
no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 14 - Nos Juizados Especiais Federais, não é cabível a intervenção de terceiros 
ou a assistência (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 15 - Na aferição do valor da causa, deve-se levar em conta o valor do salário 
mínimo em vigor na data da propositura de ação (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 16 - Não há renúncia tácita nos Juizados Especiais Federais para fins de fixação 
de competência (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 17 - Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de 
competência nos Juizados Especiais Federais (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 18 - Aplicam-se os §§1º e 2º do art. 113 do CPC/2015 em sede de Juizados 
Especiais Federais. (Aprovado no II FONAJEF) (Redação atualizada pelo XIV FONAJEF) 
 
Enunciado nº 19 - Aplica-se o parágrafo único do art. 46 do CPC em sede de Juizados 
Especiais Federais (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 20 - Não se admite, para firmar competência dos juizados especiais federais, o 
fracionamento de parcelas vencidas, ou de vencidas e vincendas, decorrentes da mesma 
relação jurídica material (Revisado no XIII FONAJEF). 
 
Enunciado nº 21 - As pessoas físicas, jurídicas, de direito privado ou de direito público 
estadual ou municipal podem figurar no pólo passivo, no caso de litisconsórcio necessário 
(Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 22 - A exclusão da competência dos Juizados Especiais Federais quanto às 
demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos somente 
se aplica quanto a ações coletivas (Aprovado no II FONAJEF). 
 
 
 
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Enunciado nº 23 - Nas ações de natureza previdenciária e assistencial, a competência é 
concorrente entre o JEF da Subseção Judiciária e o da sede da seção judiciária (art. 109, § 3º 
da CF/88 e Súmula 689 do STF) (Cancelado no V FONAJEF). 
 
Enunciado nº 24 - Reconhecida a incompetência do Juizado Especial Federal, é cabível a 
extinção de processo, sem julgamento de mérito, nos termos do art. 1 da Lei n. 10.259/2001 e 
do art. 51, III, da Lei n. 9.099/95, não havendo nisso afronta ao art. 12, parágrafo 2º, da Lei 
11.419/06. (Revisado no V FONAJEF) 
 
Enunciado nº 25 - No ato do cadastramento eletrônico, as partes se comprometem, mediante 
adesão, a cumprir as normas referentes ao acesso (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 26 - Nos Juizados Virtuais, considera-se efetivada a comunicação eletrônica do 
ato processual, inclusive citação, pelo decurso do prazo fixado, ainda que o acesso não seja 
realizado pela parte interessada (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 27 - Não deve ser exigido o protocolo físico da petição encaminhada via internet 
ou correio eletrônico ao Juizado Virtual, não se aplicando as disposições da Lei n 9.800/99 
(Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 28 - É inadmissível a avocação, por Tribunal Regional Federal, de processos ou 
matéria de competência de Turma Recursal, por flagrante violação ao art. 98 da Constituição 
Federal (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 29 - Cabe ao Relator, monocraticamente, atribuir efeito suspensivo a recurso, 
não conhecê-lo, bem assim lhe negar ou dar provimento nas hipóteses tratadas no artigo 932, 
IV, ‘c’, do CPC, e quando a matéria estiver pacificada em súmula da Turma Nacional de 
Uniformização, enunciado de Turma Regional ou da própria Turma Recursal (Revisado no XIII 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 30 - A decisão monocrática referendada pela Turma Recursal, por se tratar de 
manifestação do colegiado, não é passível de impugnação por intermédio de agravo interno 
(Revisado no XIII FONAJEF). 
 
Enunciado nº 31 - O recurso de agravo interposto contra decisão que nega seguimento a 
recurso extraordinário pode ser processado nos próprios autos principais, dispensando-se a 
formação de instrumento no âmbito das Turmas Recursais (Cancelado no V FONAJEF). 
 
Enunciado nº 32 - A decisão que contenha os parâmetros de liquidação atende ao disposto no 
art. 38, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95. 
 
Enunciado nº 33 - Qualquer membro da Turma Recursal pode propor emissão de enunciado o 
qual terá por pressuposto demanda excessiva no JEF acerca de determinada matéria ou 
quando verificada, o julgamento de caso concreto, a necessidade de uniformização de questão 
processual. A aprovação, alteração e cancelamento de enunciado sujeita-se ao quórum 
qualificado estabelecido pela Turma Recursal (Cancelado no IV FONAJEF) 
 
Enunciado nº 34 - O exame de admissibilidade do recurso poderá ser feito apenas pelo 
relator, dispensado o prévio exame no primeiro grau (Cancelado no XII FONAJEF). 
 
Enunciado nº 35 - A execução provisória para pagar quantia certa é inviável em sede de 
juizado, considerando outros meios jurídicos para assegurar o direito da parte (Aprovado no II 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 36 - O momento para oferecimento de contrarrazões de recurso é anterior ao 
seu exame de admissibilidade (Cancelado no XIII FONAJEF). 
 
 
 
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Enunciado nº 37 - Excepcionalmente, na ausência de Defensoria Pública, pode ser nomeado 
advogado dativo ou voluntário, ou ser facultado à parte o preenchimento de termo de recurso, 
por analogia ao disposto no Código de Processo Penal (Cancelado no IV FONAJEF). 
 
Enunciado nº 38 - A qualquer momento poderá ser feito o exame de pedido de gratuidade com 
os critérios da Lei nº 1.060/50. Para fins da Lei nº 10.259/01, presume-se necessitada a parte 
que perceber renda até o valor do limite de isenção do imposto de renda (Revisado no IV 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 39 - Não sendo caso de justiça gratuita, o recolhimento das custas para recorrer 
deverá ser feito de forma integral nos termos da Resolução do Conselho da Justiça Federal, no 
prazo da Lei n 9.099/95 (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 40 - Havendo sucumbência recíproca, independentemente da proporção, não 
haverá condenação em honorários advocatícios (Cancelado no V FONAJEF). 
 
Enunciado nº 41 - Devido ao princípio da celeridade processual, não é recomendada a 
suspensão dos processos idênticos em primeiro grau, quando houver incidente de 
uniformização de jurisprudência no STJ ou recurso extraordinário pendente de julgamento 
(Cancelado no V FONAJEF). 
 
Enunciado nº 42 - Em caso de embargos de declaração protelatórios, cabe a condenação em 
litigância de má-fé (princípio da lealdade processual) (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 43 - É adequada a limitação dos incidentes de uniformização às questões de 
direito material (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 44 - Não cabe ação rescisória no JEF. O artigo 59 da Lei n 9.099/95 está em 
consonância com os princípios do sistema processual dos Juizados Especiais, aplicando-se 
também aos Juizados Especiais Federais (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 45 - Havendo contínua e permanente fiscalização do juiz togado, conciliadores 
criteriosamente escolhidos pelo Juiz, poderão para certas matérias, realizar atos instrutórios 
previamente determinados, como redução a termo de depoimentos, não se admitindo, contudo, 
prolação de sentença a ser homologada (Aprovado no II FONAJEF). 
 
Enunciado nº 46 - A litispendência deverá ser alegada e provada, nos termos do CPC (art. 
301), pelo réu, sem prejuízo dos mecanismos de controle desenvolvidos pela Justiça Federal 
(Aprovado no I FONAJEF). 
 
Enunciado nº 47 - Eventual pagamento realizado pelos entes públicos demandados deverá 
ser comunicado ao Juízo para efeito de compensação quando da expedição da Requisição de 
Pequeno Valor (Aprovado no I FONAJEF). 
 
Enunciado nº 48 - Havendo prestação vencida, o conceito de valor da causa para fins de 
competência do Juizado Especial Federal é estabelecido pelo art. 260 do CPC (Aprovado no I 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 49 - O controle do valor da causa, para fins de competência do Juizado Especial 
Federal, pode ser feito pelo juiz a qualquer tempo (Aprovado no I FONAJEF). 
 
Enunciado nº 50 - Sem prejuízo de outros meios, a comprovação da condição sócio 
econômica do autor pode ser feita por laudo técnico confeccionado por assistente social, por 
auto de constatação lavrado por oficial de justiça ou através de oitiva de testemunha (Revisado 
no IV FONAJEF). 
 
Enunciado nº 51 - O art. 20, parágrafo primeiro, da Lei 8742/93 não é exauriente para delimitar 
o conceito de unidade familiar (Aprovado no III FONAJEF). 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professor Leonardo Rizzolo Fetter 
 
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Enunciado nº 52 - É obrigatória a expedição de Requisição de Pequeno Valor - RPV em 
desfavor do ente público para ressarcimento de despesas periciais quando este for vencido 
(Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 53 - Não há prazo em dobro para a Defensoria Pública no âmbito dos Juizados 
Especiais Federais (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 54 - O artigo 515 e parágrafos do CPC interpretam-se ampliativamente no 
âmbito das Turmas Recursais, em face dos princípios que orientam o microssistema dos 
Juizados Especiais Federais (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 55 - A nulidade do processo por ausência de citação do réu ou litisconsorte 
necessário pode ser declarada de ofício pelo juiz nos próprios autos do processo, em qualquer 
fase, ou mediante provocação das partes, por simples petição (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 56 - Aplica-se analogicamente nos Juizados Especiais Federais a inexigibilidade 
do título executivo judicial, nos termos do disposto nos arts. 475-L, par. 1º e 741, par. único, 
ambos do CPC (Aprovado no III FONAJEF). 
Enunciado nº 57 - Nos Juizados Especiais Federais, somente o recorrente vencido arcará com 
honorários advocatícios (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 58 - Excetuando-se os embargos de declaração, cujo prazo de oposição é de 
cinco dias, os prazos recursais contra decisões de primeiro grau no âmbito dos Juizados 
Especiais Federais são sempre de dez dias, independentemente da natureza da decisão 
recorrida (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 59 - Não cabe recurso adesivo nos Juizados Especiais Federais (Aprovado no III 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 60 - A matéria não apreciada na sentença, mas veiculada na inicial, pode ser 
conhecida no recurso inominado, mesmo não havendo a oposição de embargos de declaração 
(Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 61 - O recurso será recebido no duplo efeito, salvo em caso de antecipação de 
tutela ou medida cautelar de urgência (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 62 - A aplicação de penalidade por litigância de má-fé, na forma do art. 55 da Lei 
nº 9.099/95, não importa na revogação automática da gratuidade judiciária (Revisado no IV 
FONAJEF). 
 
Enunciado nº 63 - Cabe multa ao ente público pelo atraso ou não-cumprimento de decisões 
judiciais com base no art. 461 do CPC, acompanhada de determinação para a tomada de 
medidas administrativas para apuração de responsabilidade funcional e/ou dano ao erário, 
inclusive com a comunicação ao Tribunal de Contas da União. Havendo contumácia no 
descumprimento, caberá remessa de ofício ao Ministério Público Federal para análise de 
eventual improbidade administrativa (Revisado no XI FONAJEF). 
 
Enunciado nº 64 - Não cabe multa pessoal ao procurador ad judicia do ente público, seja com 
base no art. 14, seja no art. 461, ambos do CPC (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 65 - Não cabe a prévia limitação do valor da multa coercitiva (astreintes), que 
também não se sujeita ao limite de alçada dos Juizados Especiais Federais, ficando sempre 
assegurada a possibilidade de reavaliação do montante final a ser exigido na forma do 
parágrafo 6º do artigo 461 do CPC (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 66 - Os Juizados Especiais Federais somente processarão as cartas precatórias 
oriundas de outros Juizados Especiais Federais de igual competência (Aprovado no III 
FONAJEF). 
 
 
 
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Enunciado nº 67 - O caput do artigo 9º da Lei n. 9.099/1995 não se aplica subsidiariamente no 
âmbito dos Juizados Especiais Federais, visto que o artigo 10 da Lei n. 10.259/2001 disciplinou 
a questão de forma exaustiva (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 68 - O estagiário de advocacia, nos termos do Estatuto da OAB, tão-só pode 
praticar, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, atos em conjunto com advogado e sob 
responsabilidade deste (Aprovado no III FONAJEF). 
 
Enunciado nº 69 - O levantamento de valores e Precatórios, no âmbito dos Juizados Especiais 
Federais, pode ser condicionado à apresentação, pelo mandatário, de procuração especifica 
com firma reconhecida, da qual conste, ao menos, o numero de registro do Precatório ou RPV 
ou o número da conta de depósito, com respectivo valor . (Cancelado no XIV FONAJEF) 
 
Enunciado nº 70 - É compatível com o rito dos juizados Especiais Federais a aplicação do art. 
112 da Lei n. 8.213/1991, para fins de habilitação processual e pagamento (Revisado no V 
FONAJEF). 
 
Enunciado

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