Buscar

normas_classificacao_datacenters

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/320564904
Normas e classificacao de datacenters
Book · March 2017
CITATIONS
0
READS
7,863
1 author:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Creative experimental arts View project
COMSYSE View project
Mauro Fazion Filho
SuSy Research
85 PUBLICATIONS   66 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Mauro Fazion Filho on 23 October 2017.
The user has requested enhancement of the downloaded file.
https://www.researchgate.net/publication/320564904_Normas_e_classificacao_de_datacenters?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/320564904_Normas_e_classificacao_de_datacenters?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Creative-experimental-arts?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/COMSYSE?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Mauro_Fazion_Filho?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Mauro_Fazion_Filho?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Mauro_Fazion_Filho?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Mauro_Fazion_Filho?enrichId=rgreq-71a4416a719a52653e6ba4bbf77c6f94-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDU2NDkwNDtBUzo1NTI2NTE3NjQ0NDkyODBAMTUwODc3Mzg1NjA0NQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
Universidade do Sul de Santa Catarina
Normas e 
classificação de 
datacenters
Autor
Mauro Faccioni Filho
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Reitor
Sebastião Salésio Herdt
Vice-Reitor
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional
Luciano Rodrigues Marcelino
Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos
Valter Alves Schmitz Neto
Diretor do Campus Universitário de Tubarão
Heitor Wensing Júnior
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual
Fabiano Ceretta
Campus Universitário UnisulVirtual
Diretor
Fabiano Ceretta
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços
Amanda Pizzolo (coordenadora)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Educação, Humanidades e Artes
Felipe Felisbino (coordenador)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Produção, Construção e Agroindústria
Anelise Leal Vieira Cubas (coordenadora)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Saúde e Bem-estar Social
Aureo dos Santos (coordenador)
Gerente de Operações e Serviços Acadêmicos 
Moacir Heerdt
Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão
Roberto Iunskovski
Gerente de Desenho, Desenvolvimento e Produção de Recursos Didáticos 
Márcia Loch
Gerente de Prospecção Mercadológica 
Eliza Bianchini Dallanhol
Livro Digital
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Designer instrucional
Marina Melhado Gomes da Silva
Mauro Faccioni Filho
Normas e 
classificação de 
datacenters
Livro Digital
Copyright © 
UnisulVirtual 2017
Professor conteudista
Mauro Faccioni Filho
Designer instrucional
Marina Melhado Gomes da Silva
Projeto gráfico e capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Marina Righetto e Frederico Trilha
Revisão
Contextuar
e-ISBN
978-85-506-0164-9
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
F12
Faccioni Filho, Mauro
Normas e classificação de datacenters : livro digital / Mauro Faccioni 
Filho ; design instrucional Marina Melhado Gomes da Silva. – Palhoça : 
UnisulVirtual, 2017.
61 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
e-ISBN 978-85-506-0164-9
1. Sistemas de recuperação da informação - Administração - Normas. 
2. Sistemas de informação gerencial - Normas. I. Silva, Marina Melhado 
Gomes da. II. Título.
CDD (21. ed.) 658.4038
Sumário
Apresentação | 5
Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010 | 19
Normas e classificação de datacenters − ANSI/TIA-942-A | 31
Normas e classificação de datacenters − ANSI/BICSI 002 | 47
Considerações finais | 59
Conteudista | 61
Apresentação
Este livro apresenta as principais normas internacionais sobre datacenters, e fazemos isso 
discutindo os seus detalhes com o Prof. Dr. Paulo Marin. São quatro entrevistas, que abordam, 
respectivamente, a norma brasileira NBR14565 e três normas internacionais: ISO/IEC 
24764:2010, ANSI/TIA-942-A e ANSI/BICSI 002.
No livro sobre “Conceitos e infraestrutura de datacenters” (Unisul Virtual, 2016), escrevi 
algumas notas sobre o Prof. Dr. Paulo Marin, que gostaria de repetir aqui, pois nessas notas 
ressalto sua participação como membro ativo na redação das normas, tanto a brasileira 
quanto as internacionais. 
Ambos estudamos engenharia elétrica na mesma época, fizemos mestrado e doutorado também 
na mesma época, antes de nos conhecermos, no final dos anos 1990 em alguns eventos sobre 
cabeamento estruturado promovidos pela BICSI. A partir de então nos tornamos grandes amigos e 
desenvolvemos inúmeras parcerias juntos, sejam elas relacionadas à tecnologia, à educação ou a 
tantas outras atividades que a amizade nos leva. Em todo esse tempo vi muitas de suas conquistas 
no campo da tecnologia, em especial a da infraestrutura de rede de dados, que o levou a ser premiado 
nos Estados Unidos com o “2014 Harry J. Pfister Award for Excellence in the Telecommunications 
Industry”, concedido pela University of South Florida – College of Engineering/USA, por suas 
contribuições e serviço à indústria de ICT (Information and Communications Technology). Foi um 
prêmio muito importante, obtido justamente no país que desenvolve tais tecnologias.
Paulo Marin é graduado, mestre e doutor em engenharia elétrica, tendo se especializado em 
infraestrutura de telecomunicações, redes e ambientes de missão crítica. Seus conhecimentos 
abrangem teorias de interferência eletromagnética e propagação de sinais. No Brasil, ele atua 
como coordenador do comitê da Associação Brasileira de Normas Técnicas, CE 003:046.005 
ABNT, que é responsável pelas normas de cabeamento estruturado para edifícios comerciais, 
datacenters, residências, indústrias, bem como caminhos e espaços para cabeamento 
estruturado em edifícios. Nos Estados Unidos atua como coordenador do comitê ANSI/BICSI 
005 (segurança eletrônica) e participa do comitê ANSI/BICSI 002, responsável pela norma 
norte-americana de infraestrutura para datacenters. É membro do IEEE e da BICSI e autor de 
vários livros técnicos nas áreas de cabeamento estruturado e infraestrutura para datacenters. 
Neste livro, as quatro entrevistas que fizemos com o Dr. Paulo Marin foram organizadasde 
acordo com os seguintes temas:
1. Normas e classificação de datacenters – NBR14565
2. Normas e classificação de datacenters – ISO/IEC 24764:2010
3. Normas e classificação de datacenters – ANSI/TIA-942-A
4. Normas e classificação de datacenters – ANSI/BICSI 002
Essas entrevistas abordam as especificidades de cada norma e também seus pontos em 
comum. Veremos que a norma brasileira está intimamente associada à ISO/IEC, e também se 
mencionará o caso das “standards” do Uptime Institute, que, apesar de serem usadas pelo 
mercado, não são normas oficiais.
Esperamos que essas conversas técnicas sejam não só uma excelente introdução às normas 
de datacenters, como também uma contribuição ao seu alcance e evolução no mercado 
brasileiro de tecnologia. 
Bons estudos!
Prof. Mauro Faccioni Filho. 
Normas e classificação de 
datacenters - NBR14565 1
Apresentação da entrevista
A norma NBR 14565 faz parte do conjunto de normas da ABNT – Associação Brasileira de 
Normas Técnicas, órgão fundado em 1940 e que é responsável pela normalização técnica no 
Brasil. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, de utilidade pública. O desenvolvimento 
tecnológico brasileiro depende das normas e recomendações da ABNT, e a NBR14565 é 
dedicada ao cabeamento predial e aos datacenters.
Nessa primeira entrevista com o Prof. Paulo, dividimos as perguntas em temas. Inicialmente, 
abordamos a história e o desenvolvimento da norma NBR 14565, para, em seguida, conhecer 
sua estrutura e como aborda a topologia do datacenter. Questiono sobre a classificação 
dos datacenters, que é um tópico muito discutido entre projetistas e instaladores. A seguir, 
tratamos das características da infraestrutura, tais como energia, ar condicionado e sistemas 
complementares. Concluímos questionando sobre a abrangência, especificidades e 
obrigatoriedade da norma para o mercado brasileiro.
Pergunta 01: 
Neste primeiro artigo vamos tratar da norma brasileira de datacenters, a NBR 14565. 
Gostaria que, inicialmente, nos falasse um pouco da história dessa norma e seu 
vínculo com a ABNT, sobre sua evolução, qual a versão atual, bem como seus futuros 
desenvolvimentos.
Resposta: 
Eu coordeno a comissão de estudo (CE) da ABNT, a CE 003:046.005 responsável pelo 
desenvolvimento de várias normas, entre elas a ABNT NBR 14565:2013 (Cabeamento 
estruturado para edifícios comerciais e datacenters). 
A ABNT NBR 14565 foi publicada em sua primeira edição no ano 2000. Seu título, na ocasião, 
era “Projeto básico para elaboração de projetos de cabeamento de telecomunicações para 
rede interna estruturada”. Esta versão da ABNT NBR 14565 não foi bem recebida pelo 
mercado em geral por ser um documento mal elaborado e inconsistente. Ainda, ele foi 
desenvolvido em desacordo com as regras da ABNT, pois era baseado em algumas normas 
norte-americanas, o que é ilegal no sistema ISO, do qual a ABNT participa. Algum tempo 
depois, por volta de 2003, a CE foi reativada e eu fui eleito coordenador. 
1. FACCIONI FILHO, Mauro. Normas e classificação de datacenters. Palhoça: UnisulVirtual, 2017
8
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Como a ABNT faz parte do sistema ISO (internacional) de normalização, quando uma 
comissão de estudo (CE) da ABNT se reúne para iniciar um novo projeto de norma há duas 
situações possíveis:
1. Uma norma pode ser desenvolvida do rascunho, ou seja, sem utilizar qualquer 
outra como referência.
2. Uma norma pode ser desenvolvida a partir de uma referência ISO que se aplica 
ao que se deseja especificar com o novo projeto de norma.
Quando uma nova norma é desenvolvida com base em outra, esta deve ser necessariamente 
uma norma ISO, IEC ou ISO/IEC. Nesse caso, há ainda outras duas situações possíveis:
a. A norma utilizada como referência pode ser traduzida integralmente e dará 
origem a uma norma ISO ABNT, mantendo o código da norma original.
b. A norma utilizada como referência pode ser adotada parcialmente e ainda 
modificada. Nesse caso, a nova norma terá um código novo atribuído pela ABNT 
após concluído e aprovado o projeto de norma. Caso seja uma revisão, o código 
original é mantido, o título é alterado e seu conteúdo é atualizado.
As normas preparadas pela CE 003:046.005, que desenvolve normas de cabeamento 
estruturado, enquadram-se na situação “b”, acima. Portanto, a primeira revisão da ABNT 
NBR 14565:2000 foi publicada como ABNT NBR 14565:2007 e teve seu título alterado 
para “Cabeamento de telecomunicações para edifícios comerciais”. Ela passou a usar 
como referência a norma ISO/IEC 11801 (Information technology: Generic cabling systems 
for customer premises). A partir daí, passamos a desenvolver outras normas dentro da CE 
003:046.005 e a revisá-las frequentemente. Entre as regras da ISO está a revisão periódica das 
normas, ou seja, a cada cinco anos, as normas precisam passar por uma revisão. 
Assim, a ABNT NBR 14565:2007 passou por um novo ciclo de revisão, que gerou a ABNT 
NBR 14565:2012. Nesta revisão, seu conteúdo foi expandido e ela passou a especificar 
cabeamento estruturado para edifícios comerciais e datacenters. Embora a ABNT NBR 
14565:2012 tenha como principal objetivo especificar cabeamento estruturado para edifícios 
comerciais e datacenters, seu Anexo F (Melhores práticas para projeto e instalação de 
datacenters) traz recomendações gerais sobre a infraestrutura de datacenters de forma ampla, 
ou seja, abordando aspectos como infraestrutura predial, distribuição elétrica, climatização, 
monitoramento da infraestrutura do datacenter (DCIM), classificações em tiers, etc. A parte 
que cobre datacenters é baseada na ISO/IEC 24764 (Information technology: Generic cabling 
systems for datacenters).
Um pouco mais tarde, em 2013, fizemos uma emenda à ABNT NBR 14565:2012 para correção 
de algumas tabelas e atualização de informações. A emenda foi incorporada à norma e gerou 
a ABNT NBR 14565:2013, revisão vigente desta norma. 
Para finalizar o histórico de desenvolvimento da ABNT NBR 14565, em 2016 ela passou 
por mais uma revisão. Nesta revisão decidimos separar os conteúdos de cabeamento 
estruturado para edifícios comerciais e cabeamento estruturado para datacenters em duas 
normas específicas. A revisão foi concluída ainda em 2016, sendo que o documento está 
em fase de Consulta Nacional e será publicado ainda no primeiro trimestre de 2017 como 
ABNT NBR 14565:2017 (Cabeamento estruturado para edifícios comerciais). Uma nova 
norma, cujo código ainda não foi atribuído, será publicada também neste trimestre de 2017, 
trazendo especificações e recomendações para cabeamento estruturado em datacenters. Por 
enquanto, a ABNT NBR 14565:2013 é a versão vigente da norma e eu vou me referir a ela ao 
longo desta entrevista.
9
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Com a publicação das novas normas, ou seja, a ABNT NBR 14565:2017 e a nova norma para 
cabeamento estruturado para datacenters, eu passarei a coordenação da CE 003:046.005 
para o novo coordenador, eleito em dezembro da ano passado. Por estar fora do país e sem 
condições de continuar coordenando esse trabalho à distância, decidi deixar o cargo. Afinal de 
contas, foram quase quatorze anos à frente da CE. 
Pergunta 02
Qual é a estrutura da norma, como os itens são divididos em seu texto?
Resposta: 
A ABNT NBR 14565:2013 (Cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers) 
está dividida em prefácio, escopo, scope (que a tradução do escopo para o inglês), 12 seções 
e 6 anexos, a saber:
Prefácio
Escopo 
Scope
Seção 2: Referências normativas
Seção 3: Termos, definições, símbolos e abreviaturas
Seção 4: Requisitos gerais
Seção 5: Estrutura do sistema de cabeamento
Seção 6: Desempenho do cabeamento balanceado
Seção 7: Implementação do cabeamento estruturado
Seção 8: Desempenho do cabeamento óptico
Seção 9: Requisitos dos cabos
Seção 10: Requisitos do hardware de conexão
Seção 11: Práticas de blindagem
Seção 12: Gerenciamento
Seção 13: Patch cords
Anexo A: Desempenho do enlace permanentee enlace do CP
Anexo B: Procedimentos de ensaio
Anexo C: Características eletromagnéticas
Anexo D: Aplicações suportadas
Anexo E: Enlace permanente e canal classe F/categoria 7 com duas conexões
Anexo F: Melhores práticas de para projeto e instalação da infraestrutura de datacenters
Bibliografia
10
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Algumas seções são comuns a todas as normas ISO e ABNT NBR. Por exemplo, todas as 
normas trazem como introdução um prefácio, um escopo (que explica o objetivo da norma) 
e um scope (que é basicamente a tradução do escopo, em inglês). A Seção 2 (referências 
normativas) traz uma relação de normas que, necessariamente, complementa a norma em 
questão. Em outras palavras, as normas relacionadas na Seção 2 devem ser consultadas pelo 
projetista em algumas situações para complementar as especificações da norma em questão. 
A Seção 3 traz termos, definições, símbolos e abreviaturas utilizadas ao longo da norma. A 
Seção 4 apresenta os requisitos gerais da norma, e a partir da Seção 5 as especificações e 
recomendações que se aplicam ao objeto da norma são apresentadas.
A quantidade de seções e anexos de uma determinada norma dependem apenas de sua 
estrutura e conteúdo; nem todas as normas têm a mesma quantidade de seções e anexos. 
Outro aspecto importante comum a todas as normas (independentemente de sua origem) 
é que elas trazem especificações e recomendações. As especificações são os aspectos 
normativos das normas, ou seja, o que deve ser necessariamente observado e adotado 
quando tal norma é utilizada como referência. As recomendações são sugestões e não 
precisam ser adotadas; apenas ajudam o projetista na definição de seus critérios de projeto.
Pergunta 03: 
Qual o conceito dado a datacenter na NBR14565? Há um framework ou modelo geral 
de topologia?
Resposta: 
O objeto da ABNT NBR 14565:2013 é, de fato, cabeamento estruturado. Em outras palavras, 
ela especifica topologias de cabeamento estruturado para edifícios comerciais e datacenters, 
elementos funcionais, meios físicos reconhecidos, técnicas de projeto, etc; de forma direta ou 
via referências. 
De qualquer forma, ela traz oito anexos distribuídos entre normativos (especificações) e 
informativos (recomendações). Entre eles, o Anexo F (melhores práticas de projeto e instalação 
de infraestrutura para datacenters) aborda aspectos gerais da infraestrutura de datacenters, 
além de cabeamento estruturado. Embora o Anexo F seja informativo, ou seja, não tem 
como objetivo trazer especificações, ele é uma parte bastante importante da ABNT NBR 
14565:2013. 
Portanto, conforme abordado no Anexo F, o datacenter é composto por alguns componentes 
(espaços) inter-relacionados, conforme mostrado na Figura 1.
11
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Figura 1 – Componentes de um datacenter e como se relacionam entre si
Entrada de
telecomunicações
Sala de
telecomunicações
Automação
Incêndio
Monitoramento
Entrada de
energia
Salas de
energia UPS/geradores
Sala de computadores
Sala de operação
de rede
Sala de ar-condicionado
Fonte: ABNT NBR 14565:2013.
Conforme mostrado na Figura 1, o datacenter é composto por espaços que podem ser 
definidos como espaços essenciais e espaços de suporte. Os espaços essenciais são aqueles 
que sempre existirão qualquer seja o porte e a aplicação do datacenter, como por exemplo, 
sala de computadores, de operação da rede (incluindo segurança e monitoramento), de 
telecomunicações e de energia. 
Os espaços de suporte são aqueles que têm como objetivo complementar a operação, 
como por exemplo, doca de carga e descarga, sala de impressão, sala para armazenamento 
de material crítico, sala para armazenamento de mídia, suporte técnico, espaço para 
cadastramento e testes de equipamentos, etc. 
Ainda, com base no esquema da Figura 1, um datacenter pode ser entendido como um 
espaço dentro de um edifício dedicado a abrigar a sala de computadores (que abriga os 
equipamentos críticos de TI, o “cérebro” do datacenter) e os espaços que garantem sua 
operação com alto grau de disponibilidade.
Pergunta 04
A NBR 14565 faz algum tipo de classificação de datacenters? Que classificação é 
essa e os que diferencia os diferentes “tipos” ou “níveis”? Como se dá a questão da 
redundância?
12
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Resposta: 
A ABNT NBR 14565:2013 não estabelece classificações de infraestrutura de datacenters, 
porém adota o sistema de classificações desenvolvido pelo The Uptime Institute, em quatro 
níveis (ou tiers):
 • Tier I: datacenter básico;
 • Tier II: datacenter com componentes redundantes;
 • Tier III: datacenter com manutenção e operação simultânea;
 • Tier IV: datacenter tolerante a falhas.
Datacenter Tier I: básico
Um datacenter Tier I tem infraestrutura mínima necessária para suportar a carga crítica de 
TI, porém sem qualquer redundância. Se usarmos o sistema elétrico como referência, isso 
significa que há apenas um grupo motor-gerador e apenas um sistema UPS.
Datacenter Tier II: com componentes redundantes 
Um datacenter Tier II possui, além do básico, componentes redundantes. Por exemplo, 
tomando o sistema elétrico como referência, isso significa ter um grupo motor-gerador 
adicional e um módulo ou sistema UPS adicional (em relação ao mínimo necessário). 
Datacenter Tier III: com manutenção e operação simultâneas (concomitantes)
Um datacenter Tier III possui, além de componentes redundantes, caminhos alternativos para 
atender às cargas críticas de TI. Por exemplo, há um ramo de distribuição elétrica principal e 
um ramo alternativo redundante. Este, entretanto, não é mantido energizado.
Datacenter Tier IV: tolerante a falhas (automaticamente)
Um datacenter Tier IV possui componentes redundantes e ramos alternativos (redundantes) 
para atender às cargas críticas de TI. A principal diferença entre um datacenter Tier III e Tier IV 
é que, no caso do último, os ramos alternativos são mantidos energizados. 
Pergunta 05: 
Como a NBR 14565 trata a questão da energia? Quais suas recomendações ou 
modelos?
Resposta: 
O Anexo F da ABNT NBR 14565:2013 aborda também a distribuição elétrica para a sala 
de computadores. Para a alimentação de racks e gabinetes, há uma recomendação de no 
mínimo dois circuitos elétricos com potência de 5 kVA (sendo um circuito reserva). A potência 
recomendada por rack ou gabinete é de 15 kVA. Cada um dos circuitos deve ser alimentado 
por um quadro de distribuição independente.
13
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Toda a distribuição elétrica para a sala de computadores deve ser dedicada, ou seja, exclusiva 
para os equipamentos críticos de TI, não podendo ser compartilhada com a distribuição 
elétrica para equipamentos não críticos. A ABNT NBR 14565:2013 recomenda que cada 
equipamento crítico de TI tenha fonte de alimentação dupla. Outras recomendações são:
a. o quadro de alimentação principal deve ser equipado com chave de 
transferência que permita sua alimentação a partir da concessionária e do grupo 
motor-gerador;
b. os grupos motor-geradores devem ser dimensionados para suportar a carga 
total do datacenter (carga crítica de TI e outras cargas);
c. os grupos motor-gerador devem ser abastecidos por tanques de combustível 
com capacidade para suportar as cargas por 24h;
d. os grupos motor-gerador devem ser acionados por meio de chaves de 
transferência automática (ATS/QTA);
e. o sistema UPS deve ser dimensionado para suportar a carga crítica de TI, no 
mínimo;
f. a autonomia do sistema UPS recomendada é de 15 minutos;
g. os circuitos de alimentação de ventiladores dos gabinetes da sala de 
computadores devem ser independentes dos circuitos para alimentação de 
cargas críticas.
Especial atenção deve ser dispensada ao sistema, conforme a seguir:
 • deve ser do tipo dupla conversão (on-line) e trifásico;
 • as baterias devem ser seladas;
 • deve ter by-pass;
 • a variação máxima da tensão de entrada deve ser +15 % a – 15 %, 60 Hz +/- 6 %.
Paramais detalhes sobre as especificações dos sistemas elétricos, a ABNT NBR 14565:2013 
remete à ABNT NBR 5410.
Pergunta 06: 
Quanto a questões ambientais (ar condicionado, ventilação), como esta norma se 
posiciona?
Resposta: 
Novamente, a referência aqui é o Anexo F. A ABNT NBR 14565:2013 traz recomendações 
sobre climatização da sala de computadores em datacenters. As recomendações mais 
relevantes sobre esse subsistema são as seguintes:
 • equipamentos de ar-condicionado de precisão devem ser utilizados (equipamentos 
de ar-condicionado de conforto, como aqueles utilizados em escritórios ou 
residências, não são recomendados para a climatização de datacenters;
14
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 • os equipamentos de ar-condicionado para a climatização da sala de 
computadores devem ser dedicados a elas;
 • o sistema de climatização da sala de computadores deve operar 
ininterruptamente;
 • o sistema de climatização da sala de computadores deve ser projetado e 
instalado para atender à classificação tier pretendida para a infraestrutura do 
datacenter.
Com relação aos parâmetros ambientais para a climatização da sala de computadores, a 
ABNT NBR 14565:2013 recomenda que sejam adotadas as especificações da ASHRAE, T.C. 
9.9, conforme descrição no Quadro 1.
Quadro 1 – Parâmetros ambientais para a climatização da sala de computadores
Norma
Faixa de 
temperatura 
operacional
Taxa de 
troca 
máxima
Umidade 
relativa do 
ar
Ponto de 
condensação 
máximo Altitude
ASHRAE TC 9.9 Bulbo seco:
18 a 27° C
5° C/h 60% 15° C 3.050 m
Fonte: ASHRAE T.C. 9.9.
A temperatura do ar ambiente, em qualquer ponto no interior da sala de computadores, deve 
estar entre 18oC e 27oC. A umidade relativa do ar deve ser no mínimo de 30% e no máximo 
de 60%. A temperatura máxima do ponto de condensação deve estar entre 5,5oC e 15oC, 
dependendo da umidade relativa do ar. A máxima variação de temperatura do ar ambiente é 
de 5oC em uma hora.
De forma diferente de outras normas, a ABNT NBR 14565:2013 recomenda que as medições 
da temperatura sejam feitas no interior e no topo do gabinete em sua parte traseira, a cada 3 
m ao longo da linha central dos corredores frios; a temperatura máxima encontrada deve ser 
de 27oC. As medições de temperatura devem ser feitas com todos os equipamentos da sala 
de computadores em operação. 
Embora alguns técnicos e autores utilizem o termo ar condicionado para datacenters, eu 
prefiro utilizar o termo climatização. Enquanto ar condicionado normalmente está associado 
apenas à temperatura, climatização tem um significado mais amplo, ou seja, envolve 
temperatura e umidade relativa do ar. Os equipamentos de climatização de precisão para 
datacenters controlam ambos, temperatura e umidade relativa do ar. 
A ABNT NBR 14565:2013 recomenda a conformação de corredores frios e quentes e insuflação 
de ar frio sob o piso elevado e também overhead (diretamente nos corredores frios por meio 
de dutos aéreos de ar). Em casos específicos, pode ser necessário o uso de equipamentos de 
umidificação ou desumidificação de ar para climatizar a sala de computadores.
O sistema de climatização da sala de computadores pode ser baseado em unidades 
CRAC (Computer Room Air Conditioner) ou CRAH (Computer Room Air Handler), e deve 
ser alimentado pelos grupos motor-geradores utilizados no sistema elétrico do datacenter. 
Em casos em que isso não for possível, recomenda-se que o sistema de climatização seja 
conectado aos geradores do edifício no qual o datacenter se encontra. 
15
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 07: 
A respeito da infraestrutura, cabeamento, automação e segurança, quais as 
recomendações da NBR 14565? Há alguma citação referente a container ou sala-
cofre? Fala algo sobre DCIM?
Resposta: 
A ABNT NBR 14565:2013 especifica um sistema de cabeamento estruturado para datacenters. 
Esta é a parte da norma que traz especificações, ou seja, informações que devem, 
necessariamente, ser seguidas quando esta norma é utilizada como referência para o projeto 
do sistema de cabeamento do datacenter. A parte da ABNT NBR 14565:2013 que especifica 
cabeamento estruturado para datacenters é baseada na norma ISO/IEC 24764 (Information 
technology - generic cabling for datacenters). A Figura 2 mostra a topologia do cabeamento 
estruturado para datacenters, conforme definida na ABNT NBR 14565:2013.
Figura 2 – Topologia de cabeamento estruturado para datacenters
Sala de
equipamentos/
telecomunicações
Distribuidor
(CD, BD, FD)
Data center
ENI
LPD
MD ZD
EF
EO
Fonte: ABNT NBR 14565:2013.
A segurança abordada na ABNT NBR 14565:2013 é relacionada à segurança patrimonial. O 
tema é abordado na forma de recomendações no Anexo F da norma, e cobre basicamente as 
seguintes:
 • uso de sistemas de vigilância eletrônica de todo datacenter e a gravação das 
imagens em local seguro;
 • controle de acesso a todos os espaços críticos com pelo menos dois parâmetros, 
por exemplo, cartão e senha, cartão e biometria, biometria e senha, etc.;
 • eclusa para acesso ao datacenter.
Há também, no Anexo F, uma seção que trata de recomendações quanto à proteção contra 
incêndio, que também está relacionada, em algum grau, à segurança do datacenter.
Esta norma não aborda sala-cofre e nem datacenters em containers. Isso não significa que 
ela não reconhece esse tipo de infraestrutura para abrigar os sistemas e subsistemas de 
datacenters, e sim que está fora de sua cobertura. Em outras palavras, desde que todas as 
16
Universidade do Sul de Santa Catarina 
especificações da norma e algumas recomendações mais relevantes com relação a uma ou 
algumas práticas de projeto sejam observadas, um datacenter pode ser implementado em 
uma sala-cofre ou em um container e estar em conformidade com a ABNT NBR 14565:2013. 
O tema monitoramento é tratado de forma mais abrangente no Anexo F da norma 
e recomenda, sem mencionar diretamente o termo DCIM, a adoção de sistemas de 
monitoramento da infraestrutura de datacenters (DCIM, Data Center Infrastructure Monitoiring). 
A recomendação é reunir, em uma plataforma única, todos os sensores, atuadores, câmeras 
do circuito fechado de TV, etc., para permitir ao gerente de facilities do datacenter o 
acompanhamento da operação e do status de cada parâmetro monitorado. O monitoramento 
do datacenter deve ser feito 24x7x365 e deve oferecer facilidades de monitoramento 
e controle remotamente. De acordo com a ABNT NBR 14565:2013, os sistemas de 
monitoramento e automação remota do datacenter podem conter os seguintes subsistemas:
 • monitoramento dos sistemas de energia;
 • automação dos sistemas de energia com capacidade de operar circuitos gerais e 
individuais;
 • monitoramento da qualidade do ar quanto a umidade, poeira, fumaça, etc;
 • monitoramento da temperatura no ambiente;
 • monitoramento e detecção de água em casos de vazamento, infiltração ou 
inundação;
 • monitoramento e controle de acesso a cada dependência do datacenter, bem 
como monitoramento individual de portas de gabinetes;
 • monitoramento dos acessos por imagem dos ambientes (CFTV);
 • monitoramento das conexões físicas de cabos, etc. 
Pergunta 08: 
A abrangência da NBR é nacional? É obrigatória ou apenas recomenda 
procedimentos para datacenters?
Resposta: 
Quanto à cobertura nacional, sim; trata-se de uma norma brasileira, portanto válida 
oficialmente em todo o território nacional. Quanto à obrigatoriedade de sua adoção, esta é 
uma questão um tanto complexa. Uma norma é desenvolvida por iniciativa voluntária e sua 
adoção ou aplicação é também voluntária. Ainda, uma norma, por si só, não tem força de lei. 
A exceção é quando uma NR (Norma Regulamentadora), que tem força de lei, remete a outras 
normas NBR que, no contexto da NR, passa a ter força de lei também.
Uma questão importante é que no sistema público, em licitações públicas, sempre que alguma 
norma é utilizada como referência, ela deve ser, necessariamente, uma norma ABNT NBR. Nocaso de não haver uma norma brasileira específica, somente uma norma ISO (internacional) 
pode ser utilizada como referência. Outras normas (norte-americanas, europeias, etc.) não 
podem ser utilizadas em substituição; em casos em que isso acontece o edital fica suscetível 
à impugnação, o que costuma acontecer com alguma frequência. 
17
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
De qualquer forma, a adoção de uma norma é sempre uma boa prática. As normas oferecem 
especificações e recomendações úteis aos projetistas, instaladores, etc., e também podem ser 
um respaldo legal, quando utilizadas de forma adequada. Embora uma norma não tenha força 
de lei, em disputas que envolvem clientes e fornecedores o código de defesa do consumidor 
pode conferir esse status a uma norma, tanto a favor do fornecedor quanto do consumidor.
Pergunta 09: 
A NBR 14565 tem algum tópico especial ou exclusivo? Qual sua visão pessoal sobre 
ela, em termos de qualidade e abrangência?
Resposta: 
Eu considero que a ABNT NBR 14565:2013, no que diz respeito à sua cobertura para 
datacenters, tem um anexo muito importante, que é o Anexo F, discutido em questões 
anteriores. Embora seja um anexo informativo (que traz recomendações), ele complementa 
esta norma de forma muito apropriada. Portanto, considero que este é o tópico exclusivo da 
ABNT NBR 14565:2013. 
Em termos de qualidade e abrangência, vejo esta norma como um documento relevante e 
indispensável para o projetista de cabeamento estruturado, bem como infraestrutura em geral 
para datacenters. O documento foi produzido por um grupo de profissionais competente e 
dedicado e que, acima de tudo, prezou pela precisão dos temas tratados e de sua aderência 
às melhores práticas de projeto e instalação adotadas internacionalmente. Como toda norma, 
ela se trata de um documento “vivo”, dinâmico e que precisa ser mantido atualizado para 
preservar sua cobertura, bem como sua qualidade.
Referências
ABNT. Norma ABNT NBR 14565: 2013. Cabeamento estruturado para edifícios comerciais e 
datacenters.
ASHRAE TC-9.9: Design Considerations for Data and Communications Equipment 
Centers. Ashrae, 2008.
Normas e classificação de 
datacenters − ISO/IEC 24764:2010 1
Apresentação da entrevista
A norma ISO/IEC 24764 é oriunda da International Organization for Standardization (ISO), 
organização fundada em 1947 e com presença em 246 países, sendo que o Brasil é membro 
desde sua fundação. Já a International Electrotechnical Commission (IEC), fundada em 
1906, é a organização internacional responsável pela padronização de tecnologias elétricas, 
eletrônicas e relacionadas e, juntamente com a ISO, desenvolve alguns padrões, tais como a 
norma 24764:2010, que estudaremos nesta entrevista.
Abordaremos inicialmente a história e a evolução da norma, sua estrutura e a topologia 
que utiliza para definir o datacenter, especialmente para o cabeamento, que é o foco do 
documento. Questionaremos se ela define algum tipo de classificação de datacenters e, a 
seguir, trataremos dos diversos subsistemas. Um questionamento específico é feito sobre 
o cabeamento estruturado e suas especificações técnicas. Por fim, discorreremos sobre a 
abrangência e a obrigatoriedade de aplicação da norma.
Entrevista
Pergunta 01:
Nesta entrevista, vamos tratar da norma internacional relacionada a datacenters, a 
ISO/IEC 24764. Gostaria que nos falasse um pouco sobre a história dessa norma, sua 
evolução, qual a versão atual e os futuros desenvolvimentos.
Resposta: 
A norma ISO/IEC 24764:2010 especifica um sistema de cabeamento genérico que suporta 
uma ampla gama de serviços de comunicações para uso em datacenters e cobre cabeamento 
metálico e óptico. A ISO/IEC 24764 utiliza como base a norma ISO/IEC 11801, que é a norma 
de cabeamento estruturado genérico, ou seja, que não se aplica a um ambiente (ou segmento) 
em particular. Ela especifica cabeamento estruturado para datacenters diretamente, ou por 
meio de outras referências (normas).
A ISO/IEC 24764 foi publicada em 30 de abril de 2010 com o objetivo de complementar o 
conjunto de normas ISO/IEC de cabeamento estruturado. Em 04 de agosto de 2014, ela recebeu 
sua primeira emenda, a Emenda 1, cujo objetivo principal foi introduzir um novo elemento 
funcional à topologia do cabeamento estruturado, o distribuidor intermediário (ID). Portanto, ao 
especificar esta norma, o projetista deve utilizar a notação ISO/IEC 24764:2010/Amd. 1:2014.
1. FACCIONI FILHO, Mauro. Normas e classificação de datacenters. Palhoça: UnisulVirtual, 2017
20
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Com relação a novos desenvolvimentos, temos novidades na ISO. A denominação das 
normas de cabeamento estruturado mudará em algum momento neste ano de 2017. A 
previsão é que a nova série de normas começasse a ser publicada no início de 2017. 
Como é comum no universo da normatização, algum atraso é esperado. É importante 
explicar, também, que essas normas não terão somente a denominação alterada, mas serão 
atualizadas. A nova estrutura será a seguinte:
1. a ISO/IEC 11801-1 (Tecnologia da informação – cabeamento genérico nas 
dependências do cliente – Parte 1: requisitos gerais) substituirá a ISO/IEC 11801 
Edição 2.2;
2. a ISO/IEC 11801-2 (Tecnologia da informação – cabeamento genérico nas 
dependências do cliente – Parte 2: escritórios comerciais) será nova e terá como 
cobertura o cabeamento estruturado para edifícios comerciais;
3. a ISO/IEC 11801-3 (Tecnologia da informação – cabeamento genérico nas 
dependências do cliente – Parte 3: instalações industriais) substituirá a ISO/IEC 
24702:2006/Amd. 1:2009; 
4. a ISO/IEC 11801-4 (Tecnologia da informação – cabeamento genérico nas 
dependências do cliente – Parte 4: residências individuais) substituirá a ISO/IEC 
15018:2004/Amd. 1:2009);
5. a ISO/IEC 11801-5 (Tecnologia da informação – cabeamento genérico 
nas dependências do cliente – Parte 5: datacenters) substituirá a ISO/IEC 
24764:2010/Amd. 1:2014;
6. a ISO/IEC 11801-6 (Tecnologia da informação – cabeamento genérico nas 
dependências do cliente – Parte 6: serviços distribuídos em edifícios) será nova 
e terá como objeto a especificação de uma infraestrutura de cabeamento para a 
automação e o controle em edifícios. 
Portanto, em breve, teremos uma nova série de normas internacionais que terão validade em 
todos os países e as regiões que participam do sistema ISO de normalização, como é o caso 
do Brasil.
Pergunta 02: 
Já no título, vemos que essa norma tem foco em cabeamento: “Generic cabling 
systems for data centres”. Qual é a estrutura da norma e 
como os itens são divididos em seu texto?
A grafia data centres está 
correta nesta referência 
(inglês britânico).
Resposta: 
De fato, esta norma já traz em seu título a sua cobertura, ou seja, cabeamento estruturado 
para datacenters. Ao contrário da ABNT NBR 14565:2013 que, além de cabeamento 
estruturado, também aborda outros aspectos da infraestrutura de datacenters, mesmo que em 
caráter de recomendação, a ISO/IEC 24764 trata somente de cabeamento estruturado para 
datacenters. Ela está organizada em dez seções e dois anexos, conforme a seguir.
21
Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
Introdução
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Termos, definições e abreviaturas
4. Conformidade
5. Estrutura do sistema de cabeamento genérico
6. Desempenho do canal
7. Implementações de referência
8. Requisitos de cabos
9. Requisitos do hardware de conexão
10. Requisitos de patch cords e jumpers
Anexo A (normativo): limites de desempenho de enlaces
Anexo B (informativo): uso de hardware de conexão de alta densidade em cabeamento óptico
Podemos observar que a estrutura da ABNT NBR 14565:2013 e da ISO/IEC 24764 é 
basicamente a mesma, ou seja, ambas têm basicamente as mesmas seções. Na verdade, 
todas as normas produzidas por organizações que participam do sistema ISO de normalização 
seguem um mesmo modelo, inclusive as normas desenvolvidas pela ANSI/TIA. 
No casoda ISO/IEC 24764, essencialmente todas as seções são normativas, ou seja, trazem 
especificações. Embora todas as seções e partes de uma norma sejam importantes e sirvam 
para orientar o projetista, a Seção 5 é a que traz especificações mais relevantes de como o 
cabeamento deve ser projetado. Veremos mais detalhes sobre isso nas próximas questões.
Pergunta 03: 
Qual o conceito dado a datacenter na ISO/IEC 24764? Há um framework ou modelo 
geral de topologia?
Resposta: 
A ISO/IEC 24764 não traz informações gerais sobre a estrutura ou infraestrutura de 
datacenters; como discutido anteriormente, ela somente especifica cabeamento estruturado 
para datacenters. No entanto, ela traz uma topologia de cabeamento estruturado, conforme 
mostrado na Figura 1.
22
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Figura 1 – Topologia de cabeamento estruturado para datacenters
Fonte: ISO/IEC 24764:2010/Amd. 1:2014.
A topologia de cabeamento apresentada na Figura 1 inclui o distribuidor intermediário (ID), 
elemento funcional que foi introduzido com a publicação da Emenda 1 da ISO/IEC 24764, em 
2014. Até então, sem a presença do distribuidor intermediário, a distribuição do cabeamento 
do datacenter era prevista somente dentro de um único edifício, em uma única localidade. 
A introdução do ID permite a conformação de um backbone de campus (subsistema 
compreendido entre o distribuidor principal (MD) e o distribuidor intermediário (ID), quando o 
MD estiver em um edifício e o ID, em outro, dentro de um mesmo campus. 
Portanto, o cabeamento estruturado de um datacenter pode estender-se entre dois ou mais 
edifícios; um deles abrigará o MD e cada edifício que estiver conectado à mesma rede, um 
ID. O que é muito importante que o projetista tenha em mente é que, independentemente da 
quantidade de edifícios conectados em uma mesma rede física, eles devem estar em um mesmo 
campus. Em outras palavras, a cobertura de um sistema de cabeamento estruturado é sempre de 
uma rede local ou, mais especificamente, de uma rede de campus, Campus Area Network (CAN).
Portanto, com base na ISO/IEC 24764, o cabeamento estruturado do datacenter é composto 
pelos seguintes elementos funcionais:
a. interface de acesso à rede (ENI);
b. subsistema de cabeamento de acesso à rede;
c. distribuidor principal (MD);
d. subsistema de cabeamento de distribuição principal (subsistema de backbone);
e. distribuidor intermediário (ID);
f. subsistema de cabeamento de distribuição intermediária;
g. distribuidor de zona (ZD);
h. subsistema de cabeamento de distribuição de zona (subsistema de cabeamento 
horizontal);
i. ponto de conexão local (LDP);
j. cabeamento do equipamento;
k. tomada de equipamentos (EO).
23
Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
É importante destacar, ainda, que o que dificulta um pouco a aplicação direta desta norma é 
a sua nomenclatura. Por exemplo, o subsistema de cabeamento de backbone é denominado 
“subsistema de cabeamento de distribuição principal”, e o subsistema de cabeamento 
horizontal chama-se “subsistema de cabeamento de distribuição de zona”. Essa nomenclatura 
não é amigável ao projetista de cabeamento, o qual está familiarizado com subsistemas de 
cabeamento de backbone e cabeamento horizontal. Por esse motivo, na norma brasileira, nós 
mantivemos os termos backbone e cabeamento horizontal, mesmo adotando a nomenclatura 
distribuidor de zona (ZD), para o equivalente ao distribuidor de piso em um sistema de 
cabeamento estruturado em edifícios comerciais.
Ainda de acordo com a topologia apresentada na Figura 1, o cabeamento do datacenter pode 
ser conectado ao cabeamento estruturado do edifício quando o datacenter for implementado 
em um edifício com mais usuários.
Pergunta 04: 
A ISO/IEC 24764 faz algum tipo de classificação de datacenters?
Resposta: 
Não, a ISO/IEC 24764 não faz qualquer menção a um sistema de classificação de datacenters, 
nem como especificação, nem como recomendação. 
No entanto, por tratar-se de uma norma de cabeamento para ambientes de missão crítica, ela 
apresenta uma topologia de redundância do cabeamento em sua seção 5.7.2, considerando 
distribuidores, cabeamento e caminhos redundantes, conforme mostrado na Figura 2.
Figura 2 – Conexão de elementos funcionais para obter redundância
Fonte: ISO/IEC 24764:2010/Amd. 1:2014.
Conforme mostrado na Figura 2, a ISO/IEC 24764 especifica uma topologia de cabeamento com 
redundância com o propósito de garantir a continuidade da conexão do equipamento ativo da 
sala de computadores (equipamento crítico de TI) à rede do datacenter, mesmo em casos de 
24
Universidade do Sul de Santa Catarina 
falha da infraestrutura de cabeamento. Essa topologia também pode ser utilizada para assegurar 
a conexão do equipamento crítico de TI à rede em casos de falhas em equipamentos, tais como 
switches, placas de redes etc. Nesses casos, equipamentos redundantes devem ser previstos 
nos distribuidores, além dos componentes e caminhos do cabeamento estruturado.
A redundância em nível de equipamento crítico de TI, por meio da topologia proposta 
na Figura 2, é obtida pela instalação de duas tomadas de equipamento (EO) para cada 
equipamento. Dessa maneira, os equipamentos críticos de TI devem ter sempre duas portas 
(pelo menos) para conexão à rede, sendo que ambas devem estar habilitadas e fisicamente 
conectadas às EO. 
Pergunta 05: 
A ISO/IEC 24764 trata da questão da energia? E de outros tópicos, tais como ar 
condicionado, segurança, automação, infraestrutura?
Resposta: 
Não, esses temas não são tratados na ISO/IEC 24764. A única seção que traz alguma 
informação relacionada ao sistema elétrico é a seção 5.8 (aterramento e equipotencialização) 
e, mesmo assim, remete à norma ISO/IEC 14763-2 (2012).
Pergunta 06: 
Por tratar-se de uma norma focada em cabeamento, o que nos pode passar sobre esse tema? 
Resposta: 
A ISO/IEC 24764 (2010) traz uma cobertura bastante completa com relação às especificações 
e recomendações de cabeamento estruturado para datacenters. Ela também oferece alguma 
orientação sobre a localização dos elementos funcionais do cabeamento estruturado do 
datacenter na infraestrutura (edificação) que o abriga, como mostra a Figura 3.
Figura 3 – Exemplo de localização dos elementos funcionais do cabeamento estruturado do datacenter na infraestrutura 
predial
Fonte: ISO/IEC 24764:2010/Amd. 1:2014.
25
Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
Em geral, as normas de cabeamento remetem o projetista a outras normas, quando o assunto 
é localização dos elementos funcionais na infraestrutura predial.
Embora a ISO/IEC 24764 utilize a ISO/IEC 11801:2002/Amd.1:2008/Cor. 1/2:2002/Amd.2:2010 
(cabeamento genérico de telecomunicações nas dependências do cliente) como base para 
cabeamento estruturado, ela traz especificações bastante detalhadas sobre o cabeamento 
estruturado em datacenters, cobrindo desde a topologia de cabeamento estruturado, 
passando por modelos de testes, desempenho do canal, requisitos de cabos, requisitos de 
hardware de conexão, bem como requisitos para patch cords e jumpers. 
Pergunta 07: 
A abrangência da ISO/IEC 24764 é internacional? É obrigatória ou apenas 
recomenda procedimentos para datacenters?
Resposta: 
Sim, como toda norma produzida no sistema ISO, ela é aplicada em todos os países e/ou nas 
regiões cujos organismos locais de normalização participam do sistema. De qualquer forma, 
como acontece no Brasil, as normas locais (quando disponíveis, adequadas e vigentes) sempre 
têm prioridade em relação a outras referências normativas, inclusive normas internacionais.
Pergunta 08: 
Qual a sua visão pessoal sobre a ISO/IEC 24764 em termos de qualidade e 
abrangência?
Resposta: 
A ISO/IEC 24764 (2010) tem uma cobertura de cabeamento estruturado para datacenters 
que eu considero completa. Aproveito para apresentar, a seguir, alguns pontos de particular 
relevância para o projetista. 
Escolha do cabo balanceado
A ISO/IEC 24764remete o projetista à norma ISO/IEC 11801 para especificações de cabos. De 
qualquer forma, há uma recomendação que o cabo balanceado do datacenter seja, no mínimo, 
Categoria 6A (500 MHz). Cabos de categorias com desempenho superior também são reconhecidos.
Escolha do cabo de acesso à rede
Como os serviços disponibilizados na ENI normalmente não requerem largura de banda muito 
grande, a ISO/IEC 24764 reconhece cabos Categoria 5e (100 MHz) e superiores para esse 
subsistema de cabeamento. 
26
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Escolha do cabo óptico
A ISO/IEC 24764 remete à ISO/IEC 11801:2002/Amd.1:2008/Cor. 1/2:2002/Amd.2:2010 para 
a escolha de cabos ópticos. Em termos gerais, recomenda-se que o cabo óptico multimodo 
seja, no mínimo, OM-3. Cabos multimodo OM-4 são recomendados para o subsistema 
de cabeamento de distribuição de zona (cabeamento horizontal), o que oferece uma boa 
capacidade para crescimento, uma vez que esses cabos suportam aplicações entre 1 Gb/s e 
100 Gb/s. O Quadro 1 traz as especificações de ambos os cabos.
Quadro 1 – Características das fibras ópticas multimodo OM-3 e OM-4 otimizadas para transmissão laser
Classificação Largura de banda modal efetiva (850 nm) MHz.km Núcleo μm
OM3 2.000 50/125 
OM4 4.700 50/125 
Fonte: ISO/IEC 24764:2010/Amd.1:2014.
Escolha do hardware de conexão balanceado
A ISO/IEC 24764 reconhece as tomadas e os conectores de oito vias (quatro pares), 
comumente utilizados em sistemas de cabeamento estruturado em edifícios comerciais. 
Geralmente, as normas não se referem a marcas registradas. De qualquer forma, a ISO/IEC 
24764 reconhece os conectores e as tomadas RJ 45 e IEC 60603-7 (GG 45 e TERA), conforme 
mostrado na Figura 4.
Figura 4 – Padrões de conectores e tomadas reconhecidos pela ISO/IEC 24764
1 2 3 4 5 6 7 8 9
(a) RJ 45
1 2 3
3
4
4
5
5
6
6
7 8
(b) GG 45
1 2
3 4 56
7 8
(c) TERA
Fonte: ISO/IEC 24764:2010/Amd.1:2014.
Escolha do hardware de conexão
A ISO/IEC 24764 reconhece basicamente dois tipos de hardware de conexão para 
cabeamento óptico:
a. conectores LC (simplex e duplex, padrão IEC 61754-20) para a conexão de 
cabos com uma ou duas fibras ópticas monomodo;
b. conectores LC (simplex e duplex, padrão IEC 61754-20) para a conexão de 
cabos com uma ou duas fibras ópticas multimodo;
27
Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
c. conectores com capacidade para múltiplas fibras ópticas (MPO, padrão 
IEC 61754-7); neste caso, a ISO/IEC 24764 remete à ISO/IEC 14763-2 para 
especificações sobre a polarização (mecânica) das fibras nos conectores.
A Figura 5 mostra os tipos de conectores reconhecidos pela norma ISO/IEC 24764.
Figura 5 – Tipos de conectores ópticos reconhecidos pela ISO/IEC 24764
(a) Conector LC duplex (IEC 61754-20)
(b) Conector MPO para até 12 fibras (IEC 61754-7)
(c) Conector MPO para até 24 fibras (IEC 61754-7)
Fonte: ISO/IEC 24764:2010/Amd.1:2014.
Apenas como informação complementar, há, no mercado, conectores MPO (multi-fiber 
connector) com até 72 fibras. No entanto, as normas vigentes somente reconhecem os 
conectores com capacidade para até 24 fibras. 
É comum, ainda, encontrar a sigla MTP usada em substituição à MPO. Embora elas não 
tenham exatamente o mesmo significado, podem ser utilizadas de forma intercambiável. 
Formalmente falando, MPO é o padrão de conexão (IEC 61754-7), enquanto MTP é uma 
marca registrada de um conector padrão MPO.
Apenas como curiosidade, o padrão MPO é também especificado na TIA-604-5-D.
Pergunta 09: 
Há, em sua opinião, uma parte em especial da ISO/IEC 24764 que gostaria de 
destacar?
28
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Resposta: 
Sim, em particular o Anexo B (uso de hardware de conexão com alta densidade em 
cabeamento óptico). Trata-se de um anexo informativo que traz modelos de conexões em 
cabeamento óptico para ambientes com altas densidades de conexões. 
Em outras palavras, este anexo mostra, de forma bastante prática, onde podem ser utilizados 
os conectores MPO e os cordões fan-out no cabeamento do datacenter. Um conector MPO, 
como discutido na questão anterior, conecta segmentos de cabos ópticos com múltiplas 
fibras entre dois distribuidores. Esses cabos terminados com conectores MPO em ambas as 
extremidades são também conhecidos como cabos trunking. 
O uso de cabos trunking traz os seguintes benefícios à instalação:
a. elimina (ou minimiza) os serviços de terminação de cabos em campo;
b. aumenta a confiabilidade da instalação e melhora seu desempenho, pois esses 
cabos são montados e testados em fábrica;
c. reduz o tempo de instalação, pois é necessária apenas a conexão dos 
conectores MPO ao hardware de conexão do distribuidor, normalmente um 
cassete que recebe conexões MPO (múltiplas) e entrega conexões individuais 
(normalmente, LC).
Os cordões fan-out são segmentos de cabos (frequentemente, com comprimentos menores 
do que os cabos, porém não necessariamente) que têm um conector MPO em uma de suas 
extremidades e vários conectores individuais (que podem ser configurados em grupos duplex) 
na outra. Os cordões fan-out são usualmente montados nos distribuidores em configuração 
muito similar aos tradicionais distribuidores ópticos com pig tails e emendas ópticas.
A Figura 6 mostra um esquema comumente utilizado em cabeamento de datacenters com o 
uso de cabos trunking e cordões fan-out.
Figura 6 – Exemplo de esquema de distribuição de cabeamento óptico com alta densidade em datacenters
Fonte: ISO/IEC 24764:2010/Amd.1:2014.
No esquema apresentado na Figura 6, o segmento de cabo terminado com conectores MPO 
em cada extremidade (representado como “H” na figura) é o cabo trunking. Os cordões fan-out 
são aqueles utilizados nos distribuidores em ambas as extremidades do canal; identificados 
na figura como “transition assembly”. Os cordões fan-out, nesta configuração, são geralmente 
montados dentro do distribuidor óptico (hardware de conexão, bastidor) e, então, conectados 
aos equipamentos ativos ópticos (EQP) por meio de patch cords ópticos, identificados na 
figura como “equipment cords”. 
29
Normas e classificação de datacenters − ISO/IEC 24764:2010
Referências
ISO/IEC 24764:2010. Information technology: generic cabling systems for data centres / 
Amendment 1: 2014.
ISO/IEC 14763-2:2012. Information technology: implementation and operation of customer 
premises cabling − Part 2: Planning and installation.
ISO/IEC 11801:2002/Amd.1:2008/Cor. 1/2:2002/Amd.2:2010. Information technology: generic 
cabling for customer premises. Esta norma é também conhecida como ISO/IEC 11801 Ed.2.2 
Information technology: generic cabling for customer premises.
Normas e classificação de 
datacenters − ANSI/TIA-942-A 1
Apresentação da entrevista
O ANSI, American National Standards Institute, é uma organização de normas americana, 
privada e sem fins lucrativos. Por meio de voluntários, cuida de normas para produtos, 
serviços, processos e sistemas para aplicação nos Estados Unidos, e que também se 
relaciona com órgãos internacionais visando à integração de padrões. Está sediada em 
Washington e realiza a acreditação e certificação de normas de outros órgãos e institutos, 
tais como a TIA - Telecommunications Industry Association. Assim, as normas ANSI/TIA são 
baseadas em trabalhos voluntários e consensuais das áreas cobertas pelas tecnologias da 
informação e telecomunicações, que criam e desenvolvem normas como a de datacenter, 
objeto desta entrevista.
Aqui, discutimos o surgimento e a evolução da ANSI/TIA-942-A, seus vínculos e como 
estão sendo preparadas as novas versões. Verificamos o tratamento dado aos conceitos 
de datacenter e sua topologia, e que classificação é adotada pela norma. São debatidas 
as recomendações quanto à infraestrutura elétrica, de ar condicionado, de cabeamento, 
automação e segurança. Por ser uma norma americana, perguntamos sobre sua 
abrangência internacional e como se aplica no Brasil, assim como tópicos especiais e outros 
procedimentos recomendados.Entrevista
Pergunta 01:
Nesta entrevista vamos tratar da norma americana de datacenters, a ANSI/TIA-
942-A. Pode discorrer um pouco sobre a história dessa norma, seu vínculo com 
outras normas internacionais, sua evolução e versão atual, bem como seus futuros 
desenvolvimentos?
Resposta:
A norma norte-americana ANSI/TIA-942-A (Telecommunications infrastructure standard for 
datacenters, ou seja, infraestrutura de telecomunicações para datacenters) é a revisão da 
ANSI/TIA-942, publicada, inicialmente, em abril de 2005. A revisão atual foi publicada em 
agosto de 2012. Outros três documentos que complementam esta norma foram publicados:
a. ANSI/TIA-942-1:2008 (Datacenter coaxial cabling specifications and applications 
distance, especificações e aplicações de cabeamento coaxial para datacenters): 
este documento foi mais tarde incorporado à ANSI/TIA-942-A;
1. FACCIONI FILHO, Mauro. Normas e classificação de datacenters. Palhoça: UnisulVirtual, 2017
32
Universidade do Sul de Santa Catarina 
b. ANSI/TIA-942-2:2010 (Telecommunications infrastructure standard for 
datacenters, Addendum 2 – Additional media and guidelines for datacenters, 
infraestrutura de telecomunicações para datacenters, Adendo 2 – meios 
físicos adicionais e diretrizes para datacenters): este documento foi mais tarde 
incorporado à ANSI/TIA-942-A;
c. ANSI/TIA-942-A-1:2013 (Telecommunications infrastructure standard for 
datacenters, Addendum 1 – cabling guidelines for datacenter fabrics, 
infraestrutura de telecomunicações para datacenters, Adendo 1 – diretrizes de 
cabeamento para datacenter fabrics 2): este é o primeiro adendo da norma ANSI/
TIA-942 e continua vigente.
A ANSI/TIA-942-A é parte de um conjunto de normas norte-americanas de cabeamento 
estruturado desenvolvidas pela TIA, que organiza suas normas em três grupos:
i. normas comuns;
ii. normas para edifícios;
iii. normas de componentes.
A ANSI/TIA-942-A faz parte do grupo de normas para edifícios, nesse caso, edifícios que 
abrigam datacenters. Para citar exemplos, a norma ANSI/TIA-568.0 pertence ao grupo de 
normas comuns, a ANSI/TIA-568.C-1 pertence ao grupo de normas para edifícios e a norma 
ANSI/TIA-568.C-2, ao grupo de normas de componentes.
Portanto, a aplicação da ANSI/TIA-942-A pode ser complementar a outras normas e outras 
normas podem ser complementares a ela. Por exemplo, a ANSI/TIA-942-A remete à ANSI/
TIA-568-C.0 quando especifica a topologia do sistema de cabeamento estruturado para 
datacenters, e à ANSI/TIA-568-C.3 para referências quanto a componentes ópticos.
Embora muitas normas ANSI/TIA sejam baseadas em outras normas ISO/IEC, esta norma não 
tem vínculos com normas internacionais (ISO). Quanto a desenvolvimentos futuros, não há 
ainda qualquer sinal de uma nova revisão a caminho neste momento.
Pergunta 02:
Qual é a estrutura da norma ANSI/TIA-942-A, ou seja, como os itens são divididos em 
seu texto?
Resposta:
Embora a ANSI/TIA-942-A seja uma norma de infraestrutura de telecomunicações para 
datacenters, sua cobertura vai além de cabeamento estruturado. Ela é organizada em nove 
seções e oito anexos, conforme a seguir:
2. Fabrics, termo técnico associado à tecnologia de switching, é o layout de como conexões são feitas em uma matriz de 
switches e servidores.
33
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Definição de termos, abreviaturas e unidades de medida
4. Visão geral de projeto do datacenter
5. Infraestrutura do sistema de cabeamento estruturado
6. Espaços de telecomunicações e topologias
7. Sistemas de cabeamento
8. Caminhos de cabos
9. Redundância
Anexo A (informativo): Considerações de projeto do cabeamento
Anexo B (informativo): Informação para o provedor de acesso
Anexo C (informativo): Coordenação com outros engenheiros
Anexo D (informativo): Considerações dos espaços
Anexo E (informativo): Seleção do site e considerações de projeto do edifício
Anexo F (informativo): Classificação da infraestrutura do datacenter em tiers
Anexo G (informativo): Exemplos de projeto de datacenters
Anexo H (informativo): Bibliografia
Eu gostaria de chamar a atenção do leitor para alguns pontos relacionados à estrutura desta 
norma, como, por exemplo, suas partes iniciais, em especial as três primeiras seções. Note 
que elas são similares às três primeiras seções das normas ABNT/NBR 14565:2013 e ISO/
IEC 24764:2010/Amd. 1:2014. Isso acontece porque tanto a ABNT quanto a TIA seguem o 
modelo de estrutura de normas estabelecido pela ISO. O que é muito bom para o projetista é 
que, atualmente, as normas desenvolvidas por diferentes organismos normalizadores (sobre 
um mesmo tema) estão cada vez mais alinhadas, ou seja, há uma tendência de convergência e 
isso vem se consolidando desde os últimos dez anos, aproximadamente. No passado, normas 
desenvolvidas por diferentes organismos normalizadores, sobre um mesmo tema, eram muitas 
vezes concorrentes e conflitantes. 
Pergunta 03:
Qual o conceito dado a datacenter na ANSI/TIA-942-A? Qual a topologia que adota?
Resposta: 
Para começar, é importante enfatizar que o escopo da ANSI/TIA-942-A é a especificação 
de requisitos mínimos para a infraestrutura de telecomunicações de datacenters e sala de 
computadores para infraestruturas destinadas a um único usuário (empresa, denominado 
enterprise nesse caso) e para infraestruturas destinadas a vários usuários (hosting). As 
especificações e recomendações da ANSI/TIA-942-A aplicam-se a datacenters de diversos portes.
34
Universidade do Sul de Santa Catarina 
De acordo com a ANSI/TIA-942-A, um datacenter é composto pela sala de computadores e 
espaços correlatos (ou espaços de suporte), conforme mostrado na Figura 1.
Figura 1 – Datacenter mostrando seus principais espaços e como se relacionam
Limites da área do edifício
Sala de computadores
Edifício
Escritório 
central
Salas de 
telecom para 
espaços fora 
do datacenter
Pessoal de 
suporte do 
datacenter
Entrada de 
serviços
Salas de 
serviço 
mecânico e 
elétrico
Estoque 
e doca de 
carga e 
descarga
Salas de 
telecom para 
o datacenter
Centro de 
operações
Datacenter
Fonte: ANSI/TIA-942-A: 2012. 
Basicamente, a ANSI/TIA-942-A parte do esquema da Figura 1 para especificar e recomendar 
aspectos relacionados ao projeto da infraestrutura de telecomunicações de datacenters, o que 
é detalhado em sua Seção 6 (espaços de telecomunicações para datacenters e topologias).
Entre os temas tratados na Seção 6, estão os seguintes:
a. estrutura do datacenter;
b. projeto de eficiência energética;
c. requisitos da sala de computadores;
d. projeto da edificação;
e. projeto ambiental;
f. ar condicionado e ventilação;
g. projeto elétrico;
h. proteção contra incêndio;
35
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
i. requisitos dos espaços de entrada de serviços;
j. área de distribuição principal;
k. área de distribuição intermediária;
l. área de distribuição horizontal;
m. racks e gabinetes.
Embora a ANSI/TIA-942-A cubra uma variedade de sistemas, não somente o cabeamento 
estruturado como as nomas ABNT NBR 14565:2013 e ISO/IEC 24764:2010/Amd.1:2014, toda 
a discussão tem como objetivo especificar e recomendar uma infraestrutura física para os 
sistemas de telecomunicações do datacenter.
Pergunta 04:
A ANSI/TIA-942-A tem uma classificação de datacenters bastante detalhada. Pode 
nos explicar sucintamente?
Resposta: 
A ANSI/TIA-942-A traz em sua Seção 4, item 4.3 (Tiering), informações sobre um modelo de 
classificação em tiers para a infraestrutura do datacenter com base em sua redundância e 
disponibilidade correspondente.
O sistema de classificação estabelecido pela ANSI/TIA-942-A, detalhado em seu Anexo F, 
informativo (Datacenter infrastructure tiers), traz um esquema de classificação em níveis (tiers) que 
sugere um conjunto limitado de passos no intuito de melhorar a confiabilidade do datacenter.
Na edição anterior desta norma (ANSI/TIA-942:2005), o esquema de classificação em tiersera 
baseado no padrão do The Uptime Institute. Na revisão A, entretanto, o tratamento é diferente 
e desvinculado dessas especificações.
De acordo com a ANSI/TIA-942-A, os seguintes sistemas entram em seu modelo de 
classificação em tiers:
a. cabeamento (T);
b. elétrico (E);
c. construção civil (A);
d. mecânico (M).
Ainda, de acordo com a TIA-942-A, um datacenter pode ter diferentes classificações para 
cada um de seus sistemas, como, por exemplo:
a. cabeamento: T1;
b. elétrico: E2;
c. construção civil: A3;
d. mecânico: M2.
36
Universidade do Sul de Santa Catarina 
No exemplo acima, temos um datacenter com cabeamento Tier 1, sistema elétrico Tier 2, 
construção civil (edificação) Tier 3 e sistema mecânico (ar condicionado) Tier 2. Portanto, um 
datacenter com essas caraterísticas teria sua classificação reportada como:
 • T1E2A3M2
Segundo a ANSI/TIA-942-A, um datacenter somente recebe uma classificação única, por 
exemplo Tier 3, se todos os seus sistemas forem classificados como Tier 3, individualmente. 
Esta norma reconhece que, embora os datacenters sejam normalmente classificados com 
base em seu sistema de menor classificação, em certas circunstâncias pode ser mais 
interessante ter alguns sistemas com classificações maiores que outros. Por exemplo, um 
datacenter pode requerer sistemas elétricos e mecânicos Tier 3, mas operar bem com um 
cabeamento Tier 1 ou Tier 2 mantendo um nível de disponibilidade desejável.
A ‘TIA-942-A define, então, as seguintes classificações:
a. datacenter Tier 1: básico;
b. datacenter Tier 2: componentes redundantes;
c. datacenter Tier 3: manutenção concomitante à operação;
d. datacenter Tier 4: tolerante a falhas.
Para a determinação de sua classificação em tiers, a ANSI/TIA-942-A adota um esquema de 
redundância com base no requisito básico “N” de cada sistema considerado e estabelece os 
graus de redundância a seguir.
Básico (N)
Um datacenter com requisito “N” para cada sistema considerado é um datacenter sem qualquer 
redundância, ou seja, é o mínimo que um datacenter deve ter para assegurar alguma disponibilidade. 
Se usarmos o sistema elétrico como referência, teremos a concessionária, um gerador e um sistema 
UPS. Um datacenter com requisito básico (N) é, portanto, um datacenter Tier 1 3.
Redundância N+1
Um datacenter com requisito “N+1” significa uma infraestrutura com, pelo menos, uma 
redundância que pode ser em nível de componentes ou sistemas. Utilizando o sistema elétrico 
como referência, teremos a concessionária, um gerador principal e um back-up (redundante), 
além de um sistema (ou módulo) UPS e um sistema ou módulo back-up (redundante). 
De acordo com a 942-A, é possível termos redundância N+n, ou seja, N+1, N+2, N+3 etc. Um 
datacenter com requisito N+1, N+2 etc., é um datacenter com componentes redundantes e, 
portanto, de classificação Tier 2 4.
3. A Figura 4.3 do livro “Datacenters – Engenharia: Infraestrutura Física, Paulo Sérgio Marin, PM Books Editora, São Paulo/SP, 
Brasil, 2016,” mostra um exemplo de sistema elétrico Tier 1.
4. A Figura 4.4 do livro “Datacenters – Engenharia: Infraestrutura Física, Paulo Sérgio Marin, PM Books Editora, São Paulo/SP, 
Brasil, 2016”, mostra um exemplo de sistema elétrico Tier 2.
37
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Redundância 2N
Um datacenter com requisito 2N tem, além do mínimo necessário para cada sistema, um 
sistema completo adicional, ou seja, redundante. Para citar um exemplo com base no sistema 
elétrico, teríamos dois sistemas elétricos idênticos, cada um com uma concessionária, um 
gerador e um sistema UPS; ambos alimentando a mesma carga crítica de TI. Também é 
possível, porém raro, termos redundância 3N, 4N, 5N etc. Um datacenter com redundância 2N 
pode ser um datacenter de classificação Tier 3 ou Tier 4 5.
Redundância 2(N+1)
Um datacenter com requisito 2(N+1) tem uma infraestrutura duplicada em relação a um 
datacenter com componentes redundantes. Neste caso, para o sistema elétrico, teríamos duas 
infraestruturas projetadas com redundância “N+1”, ou seja, cada uma com uma concessionária, 
dois geradores (o principal e seu back-up) e dois UPS (o principal e seu back-up) alimentando a 
mesma carga. Um datacenter com redundância pode ter classificação Tier 3 ou Tier 4.
Pergunta 05:
Como a ANSI/TIA-942-A trata a questão da energia? Quais suas recomendações 
nesse tema?
Resposta: 
Com relação à energia elétrica, a ANSI/TIA-942-A traz uma seção cujo título é 
“Recomendações de eficiência energética”, seção 6.3, item 6.3.1, que trata basicamente 
de como melhorar a eficiência energética do datacenter. Já a seção 6.4, item 6.4.6, traz 
recomendações sobre o projeto da distribuição elétrica em datacenters.
De acordo com a ANSI/TIA-942-A, a eficiência energética deve ser considerada no projeto 
da infraestrutura de telecomunicações do datacenter. As recomendações da ‘942-A quanto à 
eficiência energética aplicam-se ao projeto de:
 • cabeamento;
 • caminhos;
 • espaços. 
Para os demais sistemas do datacenter, a ANSI/TIA-942-A recomenda os seguintes padrões e 
normas:
a. ASHRAE, Best Practices for Datacom Facility Energy Efficiency, Second Edition 
(2009);
b. ASHRAE, Design Considerations for Data and Communications Equipment 
Centers, Second Edition (2009);
5. As Figuras 4.5a e 4.6 do livro “Datacenters – Engenharia: Infraestrutura Física, Paulo Sérgio Marin, PM Books Editora, São 
Paulo/SP, Brasil, 2016”, mostram exemplos de datacenters com infraestrutura 2(N+1).
38
Universidade do Sul de Santa Catarina 
c. European Union, Best Practices for EU Code of Conduct on Data Centres, 
Version 2.0 (2010);
d. European Union, Code of Conduct on Data Centres Energy Efficiency, Version 2.0 
(2010).
Entre as recomendações da ANSI/TIA-942-A para melhorar a eficiência energética no projeto 
da infraestrutura de telecomunicações estão o uso de distribuição aérea (overhead) para 
cabeamento estruturado e a alimentação elétrica a outros sistemas sempre que possível. A 
distribuição overhead reduz as perdas na climatização por haver, em geral, menos obstruções 
e turbulência, como acontece quando o ar é insuflado sob o piso elevado.
Quando a infraestrutura de cabeamento é instalada sob o piso elevado que também é utilizado 
para a insuflação de ar frio do sistema de climatização, a TIA-942-A recomenda o seguinte:
a. minimizar a quantidade de cabos que serão instalados sob o piso elevado;
b. selecionar cabos com diâmetros menores para minimizar o volume de cabos sob 
o piso elevado;
c. projetar os caminhos de cabos sob os corredores quentes para evitar o bloqueio 
das saídas de ar nos corredores frios;
d. projetar a distribuição de cabeamento de modo que as rotas dos cabos sejam 
opostas ao sentido do fluxo de ar do sistema de climatização para minimizar 
obstruções;
e. projetar os caminhos de forma adequada para permitir menor ocupação com os 
cabos e mais espaço para a passagem do fluxo de ar. 
No que diz respeito ao projeto elétrico, a ANSI/TIA-942-A traz algumas poucas considerações 
(a título de recomendação) sobre a distribuição elétrica na sala de computadores. Entre elas 
está a utilização de circuitos dedicados aos equipamentos críticos de TI e também a previsão 
de tomadas elétricas para equipamentos de uso geral. 
Os circuitos elétricos para os equipamentos críticos de TI e aqueles para os equipamentos 
de uso geral devem ser derivados de quadros elétricos separados. As tomadas elétricas para 
alimentar os equipamentos críticos de TI devem ser posicionadas de forma adequada e mais 
próximas das localidades de instalação de racks e gabinetes, enquanto as tomadas de uso 
geral devem ser instaladas a cada 3,65 m no perímetro do espaço. 
Para atender aos equipamentos críticos de TI, devem ser sempre considerados dois circuitos 
diferentes por rack ou gabinete e deve haver um sistema de back-up. Em outras palavras, 
deve sempre haver geradores e sistemas UPS para garantir a operação ininterrupta dos 
equipamentos críticos de TIdo datacenter.
Para finalizar, a ANSI/TIA-942-A recomenda que o aterramento do datacenter seja 
implementado conforme especificado na ANSI/TIA-607-B, que é uma norma ANSI/TIA de 
aterramento e equalização de terras para sistemas de telecomunicações.
39
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Pergunta 06:
E quanto a questões ambientais, como essa norma se posiciona?
Resposta: 
A ANSI/TIA-942-A traz algumas considerações sobre projeto ambiental em sua Seção 6, item 
6.4.5. Não há muitos detalhes sobre esse tema na ‘TIA-942-A e ela remete o projetista a outras 
normas para especificações mais detalhadas. De qualquer forma, ela aborda superficialmente 
o ambiente operacional quanto a contaminantes, traz recomendações sobre HVAC (ventilação 
e ar condicionado), parâmetros operacionais, operação contínua, operação em standby, fontes 
de rádio, baterias e vibração. Vejamos a seguir, recomendações e referências sobre cada um 
desses itens relacionados ao projeto ambiental.
Contaminantes
A ANSI/TIA-942-A recomenda que o ambiente operacional do datacenter seja implementado 
em conformidade com os requisitos C1 (classificação ambiental), remetendo à ANSI/TIA-
568-C.0 (cabeamento genérico de telecomunicações em edifícios) para detalhes de projeto.
HVAC 
A sala de computadores deve ter um sistema de ventilação e ar condicionado dedicado; caso 
contrário, algumas autoridades locais não aceitarão o projeto e o datacenter não poderá operar.
Parâmetros ambientais
A temperatura e a umidade dentro da sala de computadores devem ser controladas conforme 
especificações da norma ANSI/TIA-569-C (caminhos e espaços para cabeamento de 
telecomunicações). A ANSI/TIA-569-C traz especificações de caminhos para a distribuição 
de cabos e espaços para sistemas de cabeamento estruturado que podem ser aplicados 
a datacenters. Esta norma define classes ambientais para espaços de telecomunicações 
com base em seus requisitos de temperatura e umidade relativa do ar. Os datacenters são 
classificados segundo as classes A1 a A4 da ASHRAE. Na prática, isso significa que os 
seguintes parâmetros são adotados:
 • Temperatura: entre 18 e 27 °C, temperatura de bulbo seco;
 • Umidade relativa do ar máxima: 60%;
 • Ponto de condensação máximo: 15 °C;
 • Ponto de condensação mínimo: 5,5 °C;
 • Taxa de troca de ar máxima: 5 °C por hora.
40
Universidade do Sul de Santa Catarina 
Operação contínua
O sistema HVAC deve operar ininterruptamente, ou seja, 24 horas por dia e 365 dias por ano.
Operação standby
O sistema HVAC da sala de computadores deve ser suportado pelo gerador back-up da sala. 
Nestes casos, não há um sistema back-up de alimentação (gerador) dedicado ao sistema 
HVAC da sala de computadores, e o gerador do edifício deve ser utilizado para esse fim.
Fontes de rádio
Por motivos de interferência eletromagnética potencial com os equipamentos críticos de TI em 
operação na sala de computadores, o uso de alguns equipamentos que emitem ondas de rádio, 
tais como telefones celulares, rádios portáteis etc., não é recomendado dentro desse espaço.
Baterias
A ANSI/TIA-942-A remete às especificações OSHA CFR 1926.441 para requisitos de 
ventilação e contenção de vazamentos de substâncias químicas associados a baterias 
utilizadas nos sistemas UPS de datacenters. Um requisito comum é que haja ventilação 
forçada (o fluxo de ar costuma ser especificado) nos espaços que abrigam baterias.
Vibração
Para requisitos de vibração mecânica da estrutura, a ANSI/TIA-942-A remete à especificação 
Telcordia GR-63-CORE.
Pergunta 07:
Quais são as recomendações sobre ar condicionado e sua implementação em 
datacenters de acordo com essa norma?
Resposta: 
A ANSI/TIA-942-A recomenda a conformação de corredores quentes e frios nas salas de 
computadores em datacenters para um melhor desempenho do sistema de climatização. A 
Figura 2 mostra um exemplo disso.
41
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Figura 2 – Conformação de corredores frios e quentes na sala de computadores
Fonte: ANSI/TIA-942-A: 2012. 
Os equipamentos utilizados para a climatização da sala de computadores são normalmente 
conhecidos como CRAC (Computer Room Air Conditioner) e, como o nome sugere, são instalados 
dentro das salas de computadores. A quantidade de equipamentos dependerá da carga térmica 
dissipada na sala e a posição de cada unidade CRAC dependerá das dimensões e geometria desse 
espaço. A Figura 3 mostra um exemplo de uma sala de computadores com unidades CRAC instaladas.
Figura 3 – Unidades CRAC instaladas em uma sala de computadores
Fonte: ANSI/TIA-942-A: 2012. 
42
Universidade do Sul de Santa Catarina 
A Figura 3 mostra as posições das unidades CRAC na sala de computadores e também a 
conformação de corredores frios e quentes nesse espaço. 
Embora o mais comum seja o uso de unidades CRAC para a climatização de uma sala de 
computadores em datacenters, equipamentos denominados CRAH (Computer Room Air 
Handler) podem ser utilizados também. Ambos os equipamentos têm uma mesma aparência 
externa; a diferença está em suas construções. A principal diferença é que uma unidade CRAC 
é um equipamento de ar-condicionado completo, ou seja, ele tem a etapa de evaporação no 
equipamento e o compressor também é instalado na unidade. A condensadora fica fora do 
equipamento, da mesma forma que os equipamentos de ar-condicionado para uso residencial e 
comercial. Já uma unidade CRAH tem o fan-coil (serpentina) instalado nela, porém o evaporador 
e o compressor ficam fora dela. Os equipamentos CRAH operam normalmente com chillers de 
água gelada e torre de resfriamento, como os sistemas de ar condicionado de grande porte.
Algumas recomendações da ANSI/TIA-942-A quanto ao sistema de climatização da sala de 
computadores são as seguintes:
a. as unidades CRAC devem ser posicionadas de modo a maximizar o fluxo de ar 
nos corredores frios;
b. as unidades CRAC combinadas devem ser dimensionadas para lidar com a 
carga térmica total da sala de computadores;
c. cada unidade CRAC deve ser dimensionada para lidar com a carga térmica da 
região onde está instalada na sala de computadores;
d. é recomendável que unidades CRAC redundantes sejam consideradas;
e. as unidades CRAC podem ser projetadas para operar a meia carga, ou seja, 
unidades CRAC que lidam com uma determinada carga térmica de uma 
determinada região da sala de computadores podem operar cada uma à meia carga 
e simultaneamente, de modo a lidar com a carga térmica total daquela região; isso 
pode ser uma técnica para maximizar a vida útil de cada unidade CRAC;
f. quando unidades CRAC operam à meia carga e em conjunto, na falha de uma 
delas a outra deve assumir a carga total de climatização automaticamente;
g. o uso de placas perfuradas para a saída de ar frio insuflado sob o piso elevado é 
preferido em relação a placas com grelhas; 
h. o uso de grelhas prejudica o desempenho do sistema de climatização por 
desequilibrar o fluxo de ar em um determinado corredor frio;
i. é recomendado que a área perfurada da porta dos gabinetes seja de, no mínimo, 
67% para garantir um bom fluxo de ar para a climatização eletrônica. 
Pergunta 08:
A respeito da infraestrutura, cabeamento, automação e segurança, quais as 
recomendações da ANSI/TIA-942-A? Há alguma citação referente a container ou 
sala-cofre? Fala algo sobre DCIM?
43
Normas e classificação de datacenters - NBR14565
Resposta: 
A ANSI/TIA-942-A especifica uma topologia de cabeamento para o datacenter, conforme 
mostrado na Figura 4.
Figura 4 – Topologia de cabeamento estruturado para datacenters
Fonte: ANSI/TIA-942-A: 2012. 
Conforme mostrado na Figura 4, podemos identificar os seguintes elementos funcionais:
a. Área de distribuição principal (MDA);
b. Subsistema de cabeamento de backbone (backbone de campus);
c. Área de distribuição principal (IDA);
d. Subsistema de cabeamento de backbone (backbone de edifício);
e. Área de distribuição horizontal (HDA);
f. Subsistema de cabeamento horizontal;

Continue navegando