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REFERENCIAL TEÓRICO - FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO O objetivo principal de toda empresa que almeja o lucro é maximizar o valor (ou riqueza) do acionista. Daí surge a necessidade de se montar um planejamento estratégico e controles gerenciais que garantam que os administradores atinjam essa meta. O planejamento os auxiliará a prever transformações que ponham em risco este objetivo, assim como ajudará a visualizar oportunidades que o reforcem e ajudem a empresa a alcançar ou se aproximar de sua visão. Com os mercados e indústrias se modificando numa velocidade cada vez maior, o processo de planejamento vem evoluindo de modo a se tornar uma ferramenta mais eficaz e eficiente. No entanto, conforme Santos(1996), existe uma importante diferença entre o planejamento de longo prazo e o estratégico: “uma diferença básica (...) está relacionada com suas visões de futuro” (Ansoff apud Santos, 1996). “No planejamento a longo prazo, acredita-se que o futuro possa ser previsto a partir da extrapolação do crescimento passado. As projeções lineares são convenientes para indicar o que poderá acontecer se o que é feito agora continuar a ser processado da mesma forma”. (Lodi apud Santos, 1996). “Contudo, os sistemas atuais estão sujeitos a acentuadas inconstâncias. E, no planejamento estratégico, não se espera necessariamente que o futuro represente um progresso em relação ao passado e também não se acredita que este seja extrapolável. No planejamento estratégico, é feita uma análise das perspectivas da empresa, identificando-se tendências, ameaças, oportunidades e descontinuidades que possam alterar sequências históricas”. (Ansoff apud Santos, 1996). O conceito de estratégia remonta a princípios militares, envolvendo objetivos, metas, táticas e ações. Contudo, após o trabalho de Ansoff (1991), o conceito de estratégia passou a ser associado a políticas e ações organizacionais. Segundo o autor, estratégia poderia ser definida como um dos vários conjuntos de regras de decisão que orientam o comportamento de uma organização. Para Barney (2001), a estratégia é o caminho utilizado por uma empresa para competir com sucesso, ou seja, para criar vantagem competitiva. Uma mesma estratégia pode ser bem sucedida para uma determinada empresa dentro de uma determinada indústria, mas não para uma segunda da mesma ou de outra indústria, ou até mesmo para a própria empresa em um momento diferente. Na realidade, existem divergências entre os principais autores sobre o que seria uma boa estratégia. Alguns defendem que o importante é a empresa se posicionar bem no mercado, como é o caso de Porter (1981). Para outros, o importante é a empresa ter recursos internos que possibilitem que a estratégia seja bem sucedida. Na realidade, essas duas linhas não são excludentes, embora seus autores defendam uma teoria em detrimento da outra. Este trabalho defende uma posição integrativa, reconhecendo a importância e as contribuições tanto da escola do posicionamento quanto da escola baseada em recursos. Voltando a Ansoff (1991), autor que produziu um trabalho considerado seminal dentro do campo da estratégia, ele afirma que a grande dificuldade, e, ao mesmo tempo, desafio dos administradores é conduzir suas empresas olhando para o futuro, sem esperar que este seja uma repetição do passado. Em outras palavras, as estratégias devem estar sempre se renovando, pois as técnicas que foram bem sucedidas no passado provavelmente não o serão no futuro. Ansoff (1991) considera que o futuro é dinâmico e descontínuo e, por isso, retornar a fundamentos históricos da administração é o mesmo que buscar a falência. Ele cita, inclusive, Abraham Lincoln na introdução de seu livro A Nova Estratégia Empresarial: “Os dogmas de um passado calmo não funcionarão num futuro turbulento. Como nossa causa é nova, também precisamos de idéias e ações novas” (Abraham Lincoln apud Ansoff, 1991). Deste modo, para o mesmo autor, o planejamento estratégico pode ser definido como uma resposta à necessidade de preparar a empresa para um futuro que não é uma simples projeção do passado. Mais relevante que isso, no entanto, é o conceito de administração estratégica. Ansoff (1991) recorre a Peter Drucker para diferenciar os dois conceitos: “O planejamento estratégico é a administração por meio de planos, enquanto a administração estratégica é a administração por resultados” (Drucker apud Ansoff, 1991). Segundo Santos (1996), o processo evolucionário adicionou ao planejamento estratégico o planejamento de potencialidades e a administração das resistências, criando, desta forma, a administração estratégica. Em seguida, com a contínua evolução impactando as organizações, surgiu a Administração Estratégica em Tempo Real. Esta consiste de um processo contínuo e permanente de identificação antecipada das questões estratégicas para as organizações e da efetivação de respostas rápidas e eficazes às questões mais relevantes. Neste processo, “desaparece qualquer separação formal entre as fases de planejamento e implantação”. (Porto apud Santos, 1996). Certo e Peter (1993) também deram grandes contribuições ao estudo da estratégia. Para eles, a formulação de uma estratégia organizacional é apenas uma etapa de um processo muito maior chamado de administração estratégica. Esta é composta de: análise do ambiente, estabelecimento das diretrizes da organização, formulação e implementação da estratégia organizacional e, finalmente controle estratégico. A seguir, uma breve descrição das etapas da administração estratégica, conforme definidas por Certo e Peter (1993): Análise do ambiente: Consiste em monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e oportunidades presentes e futuras; Estabelecimento da diretriz organizacional: Consiste em determinar a meta da organização, ou seja, sua missão e seus objetivos; Formulação da estratégia: Consiste na formulação das ações que devem ser tomadas com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos; Implementação da estratégia: Consiste em colocar em prática as estratégias formuladas no passo anterior; Controle da estratégia: Consiste em monitorar e avaliar todo o processo para melhorá-lo e assegurar um funcionamento adequado. De modo geral, este processo deve ser realizado com o auxílio de sistemas de informação e de auditorias; Esta última etapa é tão importante para o processo de administração estratégica que será apresentada com mais detalhes à frente. Neste momento, o objetivo é apresentar as visões e definições de vários autores sobre o planejamento e gestão estratégicos. - Contabilidade A contabilidade existe desde a antiguidade, surgiu com o intuito de registrar as transações provenientes do comércio. Esses registros se faziam necessários à medida que a necessidade de controle dos negócios era percebida. A evolução da sociedade fez com que a contabilidade fosse sempre se adaptando as necessidades dos usuários da informação contábil. Segundo Pizzolato (2000) a contabilidade pode ser definida como um sistema de coleta, síntese, interpretação e apresentação dos fatos econômicos de uma organização. A contabilidade está em contínua evolução na busca de aperfeiçoamento de seus métodos e processos. A contabilidade é subdividida por diversos autores em dois tipos: contabilidade financeira e contabilidade gerencial. A contabilidade financeira é destinada aos usuários externos, fisco, instituições bancárias, fornecedores, credores em geral. A contabilidade gerencial é destinada ao usuário interno, administradores, proprietários, colaboradores. Segundo Pizzolato (2000) a contabilidade gerencial é fonte opcional de informações para auxílio à administração no planejamento, medição e avaliação, fixação de preços de venda, entre outros. As informações contábeis destinadas à administração interna não necessitam seguir os princípios geralmente aceitos, como são as informações destinadas ao usuário externo,que devem ser padronizadas para permitir análises entre várias empresas. A contabilidade gerencial surge como um instrumento de auxílio à gestão das empresas, fornecendo dados contábeis destinados aos usuários internos da organização, que necessitam de informações que sejam compreensíveis, pois nem sempre a informação que segue o padrão externo é de entendimento do administrador. Crepaldi (2002) destaca alguns instrumentos da contabilidade gerencial, entre eles, informações referente custos, preços, orçamentos de capital, avaliação de desempenho, ponto de equilíbrio, preço de transferência, análise de taxa de retorno. “A Contabilidade Gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir informações que se ‘encaixem’ de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador.” (IUDÍCIBUS, 1998). Conforme Iudícibus (1998) a contabilidade gerencial trata as informações provenientes da contabilidade financeira, de custos, da análise financeira e de balanços entre outras, sob uma ótica mais analítica e diferenciada de forma a atender a administração das empresas na tomada de decisão. A contabilidade gerencial também utiliza informações provenientes de outros segmentos além da contabilidade. Entre elas, conceitos da administração da produção, da estrutura organizacional, da administração financeira. Em resumo a contabilidade gerencial pode ser definida como o processo de identificação de necessidade, análise, e fornecimento de informações voltadas ao planejamento, controle, destinação de recursos para a administração das empresas. Considera-se para este estudo o conceito de micro e pequena empresa estabelecido pelo SEBRAE. Para ser enquadrada como microempresa, a receita bruta anual deve ser igual ou inferior a R$ 433.755,14. Para ser enquadrada como empresa de pequeno porte, a receita bruta anual deve ser superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00. (SEBRAE, 2011). Também é considerado o número de funcionários da empresa para definir o enquadramento. Para microempresa o número máximo de funcionários admitido é: na indústria e construção 19 funcionários, no comércio e serviços 09 funcionários. Para pequena empresa o número de funcionários admitido é: na indústria e construção de 20 a 99 funcionários, no comércio e serviços de 10 a 49 funcionários. (SEBRAE, 2011). Segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), publicada no Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa em 31 de agosto de 2010, a participação de micro e pequenas empresas no total de estabelecimentos formais existentes no Brasil corresponde a 99% do total. Esta pesquisa foi realizada no período de 2000 a 2008. Esta mesma pesquisa demonstra que a participação dos trabalhadores formalmente ocupados em micro e pequenas empresas, entre o no ano de 2000 a 2008, situava-se na faixa dos 54%. O que representa aproximadamente 13,0 milhões de trabalhadores. Uma parcela significativa de micro e pequenas empresas têm um ciclo de vida muito curto. Conforme dados coletados pelo SEBRAE, cerca de 22% destas empresas não ultrapassam 2 anos de existência. (SEBRAE, 2007 Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE (2007), 40% dos empresários buscam auxílio do contador para o gerenciamento de sua empresa. Porém 45% dos empresários não buscam nenhum auxílio para o gerenciamento do seu negócio. Conforme pesquisa realizada por Cia e Smith (2001), boa parte das empresas possui um ciclo de vida curto, consequência também, do mau gerenciamento do negócio, além dos fatores econômicos. Segundo estes autores, os pequenos empresários não se interessam pela contabilidade gerencial. A pesquisa realizada por Cia e Smith (2001) revela que apenas cerca de 20% da amostra analisada demonstrou interesse em conhecer as ferramentas da contabilidade gerencial. A maior parte das empresas que compõe a amostra, aproximadamente 80%, prefere utilizar a experiência para tomada de decisão ao invés de buscar auxílio na informação contábil. A pesquisa revela ainda que 93% da amostra atribui o cumprimento de exigências fiscais como principal função da contabilidade. - Teoria geral da Administração Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE (2007), 40% dos empresários buscam auxílio do contador para o gerenciamento de sua empresa. Porém 45% dos empresários não buscam nenhum auxílio para o gerenciamento do seu negócio. Conforme pesquisa realizada por Cia e Smith (2001), boa parte das empresas possui um ciclo de vida curto, consequência também, do mau gerenciamento do negócio, além dos fatores econômicos. Segundo estes autores, os pequenos empresários não se interessam pela contabilidade gerencial. A pesquisa realizada por Cia e Smith (2001) revela que apenas cerca de 20% da amostra analisada demonstrou interesse em conhecer as ferramentas da contabilidade gerencial. A maior parte das empresas que compõe a amostra, aproximadamente 80%, prefere utilizar a experiência para tomada de decisão ao invés de buscar auxílio na informação contábil. A pesquisa revela ainda que 93% da amostra atribui o cumprimento de exigências fiscais como principal função da contabilidade. Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE (2007), 40% dos empresários buscam auxílio do contador para o gerenciamento de sua empresa. Porém 45% dos empresários não buscam nenhum auxílio para o gerenciamento do seu negócio. Conforme pesquisa realizada por Cia e Smith (2001), boa parte das empresas possui um ciclo de vida curto, consequência também, do mau gerenciamento do negócio, além dos fatores econômicos. Segundo estes autores, os pequenos empresários não se interessam pela contabilidade gerencial. A pesquisa realizada por Cia e Smith (2001) revela que apenas cerca de 20% da amostra analisada demonstrou interesse em conhecer as ferramentas da contabilidade gerencial. A maior parte das empresas que compõe a amostra, aproximadamente 80%, prefere utilizar a experiência para tomada de decisão ao invés de buscar auxílio na informação contábil. A pesquisa revela ainda que 93% da amostra atribui o cumprimento de exigências fiscais como principal função da contabilidade. O estudo dos tempos e movimentos, segundo Taylor (1990), consiste em basicamente identificar alguns trabalhadores, preferencialmente os mais ágeis no trabalho. Estudar o ciclo dos movimentos durante a execução das tarefas, cronometrá-los, eliminar as tarefas desnecessárias e então estabelecer o melhor tempo de realização do trabalho, realizando assim a racionalização do trabalho, base da administração cientifica, como é reconhecida a Teoria de Taylor. Os quatro elementos essenciais da administração cientifica, segundo Taylor (1990) são: “Primeiro – O desenvolvimento (pela direção e não pelo operário) da ciência de assentar tijolos, com normas rígidas para o movimento de cada homem, aperfeiçoamento e padronização de todas as ferramentas e condições de trabalho. Segundo – A seleção cuidadosa e subsequente treinamento dos pedreiros entre os trabalhadores de primeira ordem, com a eliminação de todos os homens que se recusam a adotar os novos métodos, ou são incapazes de segui-los. Terceiro – Adaptação dos pedreiros de primeira ordem à ciência de assentar tijolos, pela constante ajuda a vigilância da direção, que pagará, a cada homem, bonificações diárias pelo trabalho de fazer depressa e de acordo com as instruções. Quarto – Divisão equitativa do trabalho e responsabilidades entre o operário e a direção. No curso do dia, a direção trabalha lado a lado com os operários, a fim de ajudá-los, encorajá-los, e aplainarlhes o caminho, enquanto no passado, ao contrário, a direção Referencial Teórico 22 permanecia de lado, proporcionava-lhes pouco auxílio e sobrecarregava-os de quase toda a responsabilidade quanto aosmétodos, uso dos instrumentos, velocidade e cooperação”. Taylor só conseguiu realizar esse estudo devido ao seu conhecimento do processo de fabricação. Com esse estudo, a união dos trabalhadores perdeu um pouco de força, pois os funcionários se utilizavam da falta de conhecimentos dos capatazes para manter o ritmo da produção. - Contabilidade Gerencial A sociedade, notadamente a partir dos anos 80 do século passado (BAINES e LANGFIELD-SMITH, 2003), constitui-se em ambiente completamente diferente do ambiente social das décadas anteriores. As diferenças são significativas e passam por um novo elenco de valores aceitos pelas pessoas, por novas formas de organização social, pela valorização do conhecimento, pelo fortalecimento extremado do capitalismo, pela desregulamentação de mercados, por novas formas de financiamento das economias, pela intensificação da acumulação de capital, pelas novas estruturas de fluxos dos recursos financeiros, pela intensificação do processo de comunicação decorrente do desenvolvimento tecnológico, dentre outros aspectos. Zeffane (1996) menciona que o processo de criação e manutenção do sucesso organizacional é mais complexo atualmente do que o era há dez anos. Na obra referenciada, Zeffane (1996) cita que o mundo tem crescido em complexidade como resultado da grande interdependência entre as economias mundiais. Ao mesmo tempo, o mundo tem se tornado muito mais dinâmico em decorrência da explosão das comunicações em rede mundial. Essa complexidade e esse dinamismo demonstram que as organizações não podem permanecer sem mudanças (estáveis) por muito tempo. No âmbito filosófico, esse novo ambiente tem sido classificado e denominado por diversos autores, tais como Harvey (1998), como pós-modernidade. No âmbito das empresas, nesse período de pós-modernidade, podem-se observar diferenças profundas em relação ao ambiente das primeiras décadas do século vinte, no que diz respeito às novas formas de produção, à utilização intensa de novos frutos do desenvolvimento tecnológico tanto na atividade de produção de bens e serviços como nas formas de comunicação, à especial atenção com o atendimento das necessidades dos clientes, à atuação em ambiente extremamente competitivo, à atuação em mercados globalizados, à preocupação com a cidadania organizacional, dentre inúmeras outras características. As principais características do atual ambiente social e empresarial constituem- se em fatores indutores de processos de mudanças; em tese, as empresas são induzidas a implementar processos profundos de mudanças na sua forma de atuação, no seu modelo de gestão de negócios, nos seus instrumentos gerenciais e, portanto, na Contabilidade Gerencial. Baines e Langfield-Smith (2003, p. 675) afirmam que é um tema comum na pesquisa normativa em Contabilidade Gerencial que mudanças no ambiente externo das organizações devem conduzir mudanças nos sistemas de Contabilidade Gerencial das empresas. Essa afirmativa fundamenta-se na idéia de que os gestores demandam informações gerenciais específicas para suportar suas necessidades de tomada de decisões em ambiente de crescente incerteza e para monitorar o progresso no alcance de estratégias. Granlund e Lukka (1998) utilizam o conceito de direcionadores de convergência e divergência na argumentação de que existe atualmente uma tendência no sentido da convergência dos conceitos e concepção de sistemas de Contabilidade Gerencial em termos globais. De forma geral, as forças que influenciam processos de mudanças em Contabilidade Gerencial são classificadas por Kasurinen (2002, p. 335) como motivadoras, facilitadoras e catalisadoras. Além dos desafios ambientais atuais, que se convertem em fatores motivadores que devem impulsionar as empresas no sentido da implementação de processos de melhoria contínua, existem outras características do tempo pós-moderno, ou seja, fatores facilitadores e catalisadores do processo de mudanças nos sistemas de Contabilidade Gerencial, dentre os quais: nova tecnologia de informação disponível atualmente e maior facilidade de acesso ao conhecimento. A despeito da existência de fortes fatores motivadores, facilitadores e catalisadores para a modernização da Contabilidade Gerencial, ela pouco tem se modificado. Diversos autores e pesquisadores têm alertado para o problema do que se pode denominar de "estabilidade da Contabilidade Gerencial", chamando a atenção para o fato de que a pesquisa contábil tem tido pouco impacto na prática empresarial e para as diferenças existentes entre o que diz a teoria e o que é feito na prática. Diversos trabalhos desde o início da década de 90, de forma direta ou indireta, abordam esse tema, destacando-se: Otley (1985), Choudhury (1986), Johnson e Kaplan (1987), Edwards e Emmanuel (1990), Cohen e Paquette (1991), Brigth et al. (1992), Emore e Ness (1991), Green e Amenkhienan (1992), Ask e Ax (1992), Drury et al. (1993), Scapens e Roberts (1994), Scapens (1994), Covaleski et al. (1996), Evans e Ashworth (1996), Libby e Waterhouse (1996), Granlund e Lukka (1998), Burns (2000), Burns e Scapens (2000) e Granlund (2001). Green e Amenkhienan (1992) mencionam que existe um descompasso significativo entre inovações em manufatura e inovações na Contabilidade Gerencial. Embora mudanças estejam ocorrendo, as empresas em grande extensão continuam a se apoiar em modelos contábeis desatualizados. Bright et al. (1992), também, têm opinião semelhante afirmando que é possível observar que muitas empresas estão ainda ativamente trabalhando na introdução e no desenvolvimento do que muitos observadores poderiam caracterizar como sistemas de custeio tradicionais. Granlund (2001) menciona que um fato frequentemente observado é que os sistemas contábeis são difíceis de mudar, apesar da influência das mudanças significativas no mercado e de outras mudanças que colocam grande pressão sobre a contabilidade para que se modifique. - Economia De acordo com Ferreira (2010), a matemática das finanças consiste em uma área da ciência que busca investigar os eventos econômico-financeiros, tendo por base ferramentas quantitativas ou mensuráveis, visando proporcionar técnicas eficientes e modelos que sirvam de referência na resolução de questões voltadas à tomada de decisão nas esferas pessoal, empresarial e governamental. Dessa forma, para Claudino, Nunes e Silva (2009), é nesse panorama que se torna imprescindível que os indivíduos desenvolvam o conhecimento à cerca do que consiste administrar as finanças pessoais e ser educado financeiramente. Para tanto, são necessárias habilidades básicas, como a compreensão da leitura e a interpretação de números, para que seja possível a geração de dados e posterior transformação em informações. Esses serão os elementos necessários à construção de um planejamento financeiro, o qual irá orientar a consumir de maneira saudável e equilibrar as finanças pessoais. “Quando essa educação é adquirida e aprimorada, as pessoas planejam seu futuro para acumularem ativos e para terem um nível adequado de renda, além de elaborarem orçamentos compatíveis as suas capacidades financeiras.” (CLAUDINO; NUNES; SILVA, 2009). Segundo Marques e Correia Neto (2016), a educação financeira faz-se importante, pois a qualidade de vida é diretamente afetada pela saúde financeira, à medida em que permite afirmar o que a família pode ou não fazer dentro dos limites estabelecidos por seus recursos financeiros. Assim, para que as famílias gerem cidadãos para a sociedade e propiciem um ambiente estruturado e saudável para os seus membros, é necessário que a administração dos recursos financeiros aconteça de maneira eficiente. Além disso, para Claudino, Nunes e Silva (2009), cidadãos educados em relação aos seus recursos financeiros são necessários ao progresso da economia, à medida em que eles demonstramconsciência da importância de realizar uma poupança. O governo atua como intermediário deficitário, enquanto as famílias são agentes essenciais ao crescimento econômico, uma vez que seus recursos poupados são fontes primordiais de financiamento para as diversas esferas da economia. Para Marques e Correia Neto (2016), as finanças pessoais consistem no gerenciamento dos recursos financeiros de um indivíduo ou de uma família, de maneira que, tanto em seu período ativo no mercado quanto durante a aposentadoria, seja possível manter um padrão de vida confortável. É importante destacar que tal conceito pode ser aplicado independentemente do tamanho da renda, pois o que garante a eficiência desse processo é a maneira como o orçamento diário é administrado. Segundo Fernandes, Monteiro e Santos (2012), o estudo das finanças pessoais tem como principal objetivo ampliar a riqueza de uma pessoa, tendo como foco a tomada de decisão no que tange à financiamento, investimento, consumo, poupança e a análise de risco e retorno, os quais devem estar em concordância com a meta traçada pelo indivíduo. Para tanto, resultados eficientes apenas serão conquistados se houver entendimento de ferramentas financeiras e do movimento dos mercados, pois, há uma tendência a vieses nas decisões tomadas por indivíduos que são desprovidos de noções básicas inerentes a esses conceitos. Além disso, segundo Lucena e Marinho (2013), essa é a área responsável pelo planejamento da renda familiar, com a finalidade de quantificar o valor da renda da família que deve ser destinado às despesas, assim como definir a parcela a ser investida em poupança para possíveis emergências e situações críticas e o quanto pode ser aplicado com o objetivo de gerar lucratividade ou a aquisição de um bem material. A atual situação da sociedade brasileira é extremamente preocupante quando se trata de consumo. Tal fato decorre, de acordo com Manfredini (2007), de três motivos básicos: propagandas cada vez mais apelativas, incapacidade dos pais de educar financeiramente seus filhos e pouca atuação das instituições de ensino, ao estabelecer contato precoce e equivocado das crianças com o dinheiro. Quando se fala à respeito do contato precoce e equivocado, refere-se ao fato de que crianças em determinada idade ainda não possuem noção de ética e responsabilidade social, então, podem entender a função do dinheiro, porém, raramente entendem seu valor. A consequência disso pode surgir nos anos posteriores, quando se transformarão trabalhadores ativos e, se permanecerem com essa visão limitada de seus recursos, não farão o uso adequado dos mesmos. De acordo com D’Aquino e Maldonado (2012), o consumo desenfreado é um comportamento que tem sido muito incentivado na sociedade brasileira contemporânea, independentemente da área da vida ou da idade. Além disso, a atual formação das famílias, compostas, geralmente, por pais que trabalham durante muitas horas por dia e que, por isso, optam por ter poucos filhos, contribuiu para que o mercado da publicidade percebesse nas crianças um alvo fácil e efetivo. O grande número de horas em frente à televisão e a grande quantidade de jogos eletrônicos presenteados pelos pais para que eles possam trabalhar sem a interrupção das crianças, tornaram-se meios de publicidade e, assim, produtos são oferecidos diretamente a esses pequenos consumidores. Para essas autoras, a culpa pela ausência dos pais é recompensada deixando que o filho assuma o controle financeiro da família. A partir de então, é a criança quem decide o que ela quer comprar e em que momento isso deve ser feito. Sem orientação e sem educação financeira necessária, os pais gastam seus recursos na tentativa de compensar a falta de tempo ou sua ausência. Isso representa uma inversão da hierarquia familiar, o que afeta diretamente a saúde de seus membros e, ao mesmo tempo, da sociedade. Além disso, segundo Stanley e Danko (1999), as pessoas têm o costume de confundir renda com riqueza, tendo em vista que, a maioria delas, por possuírem um alto padrão de vida, gastam tudo o que possuem.
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