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Ação Popular 1. Introdução Surgiu em 1934, sendo excluída na Constituição de 1937 e retornou com a de 1946, não mais deixando o ordenamento desde então. Está contida no art. 5º, LXXIII e visa combater atos ou contratos que ameacem ou já tenham produzido lesão ao bem comum, defende-se direitos difusos, metaindividuais, relacionados ao meio ambiente, ao patrimônio público, histórico e cultural, a moralidade administrativa. O ato pode ser omissivo ou comissivo. No último tópico dos pedidos, solicitar a juntada do título de eleitor do autor. 2. Natureza Jurídica É uma ação constitucional e, no plano infraconstitucional, é uma ação civil de procedimento comum, admitindo a dilação probatória, com uma instrução mais demorada, conforme o art. 7º, caput, da Lei 4.717/65. 3. Base Legal A ação popular tem base constitucional no art. 5º, LXXIII e infraconstitucional na Lei 4.717/65. A ação popular está associada à questão administrativa. Não cabe ajuizá-la contra um ato do particular que está prejudicando o meio ambiente ou espaço público, estará no polo passivo um agente do Estado. O termo “patrimônio público” deve ser entendido de maneira ampla, abarcando não apenas o patrimônio econômico, mas também outros valores, entre eles, a moralidade administrativa. A moralidade administrativa é um princípio que norteia a conduta do administrador, que deve se portar da forma como indicam a Constituição e as leis, precisa licitar para contratar, não pode atuar para se autopromover, devendo estar ciente da sua responsabilidade como protetor do bem comum. O meio ambiente é a flora, a fauna, a proteção às florestas, lagoas, animais, em uma visão ampla. A proteção ao patrimônio abrange também a história, a cultura, devendo ser entendido em sentido amplo, não somente em sentido econômico. A lesividade associa-se ao aspecto financeiro, aos cofres públicos, mas atualmente ela não é indispensável para se considerar o ato ilegal. Ou seja, é possível termos um ato ilegal que não seja lesivo aos cofres públicos, ensejando a propositura da ação popular. 4. Espécies Temos a ação popular preventiva, usada quando há ameaça ao bem comum, e a ação popular repressiva, que tem prazo de 5 anos para ser apresentada, segundo o art. 21 da Lei 4.717/65, contado a partir do conhecimento da lesão. Essa ação não é usada para combater atos praticados por pessoas jurídicas de direito privado ou particulares, mas sim atos e contratos envolvendo a administração pública, o Estado, já que é uma ação de fiscalização deste. O cidadão pode ajuizar ação popular acerca de ato ocorrido em Estado diferente do seu título de eleitor. Art. 5º LXXIII qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao – patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Já foi cobrada 4 vezes pela FGV A banca botou expressamente no último espelho No nomen iuris não precisa botar a espécie O prazo de 5 anos não tem sido mencionado 5. Lei 4.717/65 Incompetência: Foi produzido por uma autoridade sem competência para aquela atuação Vício de forma: Omissão ou observância incompleta ou irregular das formalidades indispensáveis Ilegalidade do objeto: O resultado do ato importa em uma violação à lei Inexistência dos motivos: A matéria envolvida é inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado Desvio de finalidade: Visar interesse diverso do previsto na regra de competência, particular, por exemplo O rol a ser combatido por meio da ação popular é taxativo. 6. Legitimidade Ativa Essa é uma ação privativa do cidadão, podendo ser utilizada por um único cidadão, embora seja possível a presença de mais de um no polo ativo. Nesse caso, todos eles serão qualificados. Neste caso, o cidadão se refere ao brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus direitos políticos, ou seja, o eleitor, conforme o art. 1º, §3º da lei 4.717/65. Inclusive, esse artigo determina que o autor da ação popular deve, na propositura da ação popular, apresentar cópia do seu título de eleitor, juntando-a à petição inicial. O português equiparado, estrangeiro que pode se alistar, pode ser autor de ação popular se estiver alistado. No entanto, não podem ajuizar ação popular os inalistáveis (Art. 14, §2º estrangeiros e conscritos),– inalistados (deveria estar alistado mas não está), pessoa jurídica (Súmula 365 do STF) e Ministério Público. Já o cidadão de 16 anos, desde que tenha título de eleitor, poderá ingressar com a ação popular, mesmo sem assistência. Se mais de um cidadão estiver presente no polo ativo, todos eles devem ser qualificados conforme o art. 319 do CPC, adicionando “portador do título de eleitor .”… 7. Polo Passivo Há litisconsórcio passivo necessário (Art. 1º c/c Art. 6º) entre todos os envolvidos, ou seja, o agente do Estado, a pessoa jurídica a qual ele está diretamente relacionado, aqueles que foram beneficiados pela ação, quem participou da formação do ato. Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles. Qualificação com assistência: Cidadão de 16 anos neste ato assistido por Pai do Cidadão… … Fazer a leitura dos artigos 2º a 4º da Lei Art. 37 da CF: Princípios da administração pública e regras da Administração Art. 225 da CF: Meio ambiente Abrir tópico para falar da legitimidade ativa Não há consenso. Se na questão ele for sozinho ao escritório Sem assistência; se for com os – pais Com assistência– Abrir tópico para falar da legitimidade passiva A exceção do agente estatal e pessoa jurídica, os envolvidos serão citados pela banca. Indicar a responsabilidade, pelo menos inicial, de cada um que se encontra no polo passivo A pessoa jurídica será citada para se manifestar e, nesse momento, pode entender que o é melhor não contestar ou mesmo atuar ao lado do autor para seguir no processo buscando a condenação do agente político. 8. Papel do Ministério Público O Ministério Público, apesar de não poder ajuizar ação popular, possui diversas funções importantes dispostas na Lei 4.717/65, artigos 7º, 9º, 16 e 19. São estas condizentes com o art. 127 da CRFB/88, que firma o compromisso do MP com o bem comum. O Ministério Público atuará como fiscal da lei em todos os remédios constitucionais, sendo este inclusive um dos pedidos. O Ministério Público é apto a atuar como substituto processual para evitar que a ação popular deixe de ter andamento, visto que essa ação é do interesse de todos. Entretanto, não há obrigação legal de atuação do MP. Havendo sentença em segunda instância, se o autor não promover a execução dessa decisão, cabe ao Ministério Público fazê-lo. É uma peculiaridade envolvendo uma ação que tem uma natureza coletiva inegável. Exemplos de polo passivo: Presidente da Autarquia Federal + Autarquia Presidente da República + União Governador + Estado Prefeito + Município Presidente da Empresa Pública + Empresa Pública Art. 6º §3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, observadas as seguintes normas modificativas: I Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:– a) alémda citação dos réus, a intimação do representante do Ministério Público; Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução. o representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave. Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. §2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público. 9. Gratuidade O art. 5º, LXXIII da CRFB/88 prevê que a ação popular pode ser gratuita ou onerosa. Se de boa-fé, o cidadão não pagará as custas processuais nem o ônus da sucumbência; no entanto, se impetrada de má-fé, arcará com os devidos custos. Esse é um incentivo à ação, pois se o cidadão precisasse pagar não o faria, ainda mais porque o valor da causa costuma ser alto. 10. Tutela de Urgência Há uma urgência inerente na propositura da ação popular, já que ela interessa a todos. Sendo assim, é comum haver a necessidade de tutela de urgência. Existem a tutela de urgência antecipada (satisfativa, antecipa o que se quer) e a tutela de urgência cautelar/liminar (garantir o resultado útil do processo), sendo que a “suspensão liminar” é a possível segundo o art. 5º, §4º da Lei 4.717/65. No artigo 300 do CPC, estão dispostos os requisitos para proposição da tutela de urgência, quais sejam: O risco ao resultado útil do processo e a probabilidade do direito. 11. Competência A competência para julgamento da ação popular encontra-se no art. 5º da Lei 4.717/65, sendo esta definida com base no ente que se encontra no polo passivo. É importante lembrar que não há prerrogativa de foro funcional na ação popular, independentemente da autoridade que se encontre no polo passivo da demanda. União, Autarquia, Empresa Pública e Fundação Pública Federal Juiz Federal de 1º grau (Art. 109, I, CF)– Estados, Municípios, Autarquias e Fundações Púb. Juiz Estadual de 1º grau na Vara de Fazenda Pública– Sociedade de Economia Mista (federal ou estadual) Justiça Estadual de 1º grau na Vara Cível– A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do Presidente da República, é, via de regra, do juízo competente de primeiro grau. Além disso, não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu seja autoridade que tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na Constituição. Há dois casos em que a ação popular começa a tramitar originariamente perante o Supremo, dispostas no art. 102, I, alíneas f e n., caso nesses casos o conflito venha a ser resolvido por meio de ação popular. Art. 5º LXXIII qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular ( ), ficando o autor, salvo – … comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Art. 5º §4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Art. 5º. Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. Endereçamento: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara de Fazenda Pública da Comarca… … A banca costuma deixar claro quando há necessidade de suspensão do ato ou contrato, as consequências de não fazê-lo, etc Abre o tópico TUTELA DE URGÊNCIA 1º § - Art. 5º, §4º, tutelar cautelar 2º e 3º §§ - Art. 300, probabilidade do direito e risco ao resultado útil do processo Informação a mais, desde que relevante, não prejudica a nota! Se faltar, perderá décimos O ente do grau mais alto “puxa” os outros 12. Súmulas do STF O mandado de segurança é uma ação residual, mas em sua tutela coletiva ele vai tutelar direitos coletivos ou direitos individuais homogêneos, pertencentes a coletividades determinadas ou passíveis de determinação. Já a ação popular protege os direitos difusos, o bem comum. 13. Algumas Hipóteses de Cabimento de Ação Popular Declaração de nulidade do ato de nomeação de pessoa indicada sem concurso público, com base no Art. 37, caput e inciso II, buscando o respeito à moralidade administrativa, à legalidade. Não é o caso de um candidato que foi preterido em razão de outro e quer que a ordem de classificação seja respeitada, pois este seria provavelmente um caso de mandado de segurança. Declaração de nulidade de ato publicitário que promoveu autoridade, conforme o Art. 37, §1º, visto que é vedada a autopromoção com o uso do dinheiro público. Declaração de nulidade de ato que determinou a demolição de parques culturais ou históricos, baseado no art. 5º, LXXIII. Declaração de nulidade de ato que determina a construção de empreendimento em área situada em reserva ambiental, fundamentada no artigo 225. Declaração de nulidade de contrato administrativo firmado sem procedimento licitatório, disposto no art. 37, XXI. 14. Valor da Causa Se a banca mencionar o valor do dano ou do contrato, substituíra-se a visão geral pelo valor concreto indicado pela banca. Se não o fizer, faz-se como em todas as outras peças, utilizando-se dos “ ” e o artigo… 291 ou 319, V, ambos do CPC Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; Súmula 365: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. Súmula 101: O mandado de segurança não substitui a ação popular. Pode fundamentar a proteção ao meio ambiente na legislação ambiental, mas a base é a CF e a Lei 4.717/65.
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