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A linguagem e suas alterações

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A
Definições básicas: 
A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é 
uma atividade especificamente humana, talvez a 
mais característica de nossas atividades mentais. 
É fundamental na elaboração e na expressão do 
pensamento. 
O trabalho de Ferdinand de Saussure, em 1916, 
distinguiu duas dimensões básicas da linguagem: a 
langue, ou seja, a língua, o sistema lingüístico que 
inclui todas as regularidades e os padrões que 
subjazem aos enunciados de uma língua, e a parole 
(em português, palavra, seja ela falada, lida ou 
escrita), ou seja, os comportamentos lingüísticos 
empreendidos pelos sujeitos, os seus enunciados 
reais (Weedwood, 2002). 
Três elementos essenciais de qualquer língua ou 
idioma: O fonético, que se refere aos sons, aos 
elementos materiais da fala; o semântico, 
relacionado à significação dos vocábulos utilizados 
em determinada língua, e o sintático, que diz 
respeito à relação e à articulação lógica das 
diversas palavras. 
Funções da linguagem: 
1. A função comunicativa, que garante a 
socialização do indivíduo. 
2. A linguagem como suporte do pensamento, 
particularmente de sua forma evoluída, como 
pensamento lógico e abstrato. 
 3. A linguagem como instrumento de expressão dos 
estados emocionais, das vivências internas, 
subjetivas. 
4. A linguagem como afirmação do eu e de 
instituição das oposições eu/mundo, eu/tu, 
eu/outros. 
5. A linguagem na sua dimensão artística e/ou 
lúdica, como elaboração e expressão do belo, do 
dramático, do sublime ou do terrível, isto é, a 
linguagem como poesia, como literatura. 
A linguagem é, portanto, uma criação social de 
cada um e de todos os grupos humanos. 
O essencial para Chomsky, é distinguir entre o 
conhecimento que uma pessoa tem das regras de 
uma língua (competência) e o uso efetivo dessa 
língua em situações reais (desempenho). 
Além disso, Chomsky chama a atenção para um 
aspecto essencial da linguagem humana: a 
criatividade (ou, em sua terminologia, a “abertura”). 
Para ele, qualquer concepção de linguagem, 
qualquer teoria lingüística deve refletir a 
capacidade quase inesgotável que os sujeitos têm 
de produzir e compreender sentenças novas, que 
jamais ouviram anteriormente. 
Devido à grande flexibilidade da produção da 
linguagem, torna-se muitas vezes difícil discriminar o 
normal do patológico. 
Finalmente, em relação às contribuições mais 
relevantes à compreensão da linguagem, cabe citar 
o lingüista russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) (1992). 
Para ele, a língua é fundamentalmente uma 
atividade social, não importando tanto o enunciado, 
o produto, mas sobretudo a enunciação, o processo 
verbal. Nesse sentido, a língua é concebida como 
um fato social, cuja existência se baseia na 
necessidade de comunicação. 
Há certa polêmica na literatura científica quanto à 
independência e à autonomia da linguagem em 
relação ao pensamento e à inteligência. 
Além disso, duas síndromes diferentes fornecem 
dados empíricos a favor da independência de 
domínios entre linguagem e 
pensamento/inteligência (Gerrans, 2003). 
A síndrome de Williams (SW) é uma condição 
genética (deleção de 17 genes contíguos do 
cromossomo 7q11.23). Nessa síndrome, a criança 
apresenta QI médio em torno de 50 a 65, 
semelhante ao de uma criança com síndrome de 
Down. Entretanto, as crianças com SW têm 
habilidades lingüísticas (fluência verbal, 
profundidade de vocabulário e sociabilidade 
relacionada) próximas a de uma criança 
cognitivamente normal. Ou seja, embora tenham 
retardo mental, suas habilidades lingüísticas estão 
próximas às de uma criança cognitivamente normal. 
Já nos chamados transtornos específicos de 
linguagem, a criança, embora tenha um 
desempenho cognitivo praticamente normal em 
todas as esferas cognitivas, apresenta graves 
dificuldades na linguagem expressiva e/ou 
receptiva. 
 Alterações da linguagem secundárias a lesão 
neuronal identificável: 
Tais alterações ocorrem geralmente associadas a 
acidentes vasculares cerebrais, tumores cerebrais, 
malformações arterio-venosas, etc. 
Na maioria dos casos, as lesões ocorrem no 
hemisfério esquerdo, nas regiões ditas áreas 
cerebrais da linguagem (frontal póstero-inferior, 
temporal póstero-superior, etc.). É comum, portanto, 
que os déficits orgânicos da linguagem venham 
acompanhados de hemiparesias do dimídio direito 
do corpo. A seguir apresentam-se as alterações 
específicas da linguagem secundárias a lesão 
neuronal. 
Afasia: É a perda da linguagem, falada e escrita, por 
incapacidade de compreender e utilizar os símbolos 
verbais. um distúrbio orgânico da linguagem, na 
ausência de incapacidade motora (do órgão 
fonador) para produzi-la. Também importante para 
o diagnóstico de afasia é que não haja perda global 
e grave da cognição como um todo. Os principais 
tipos de afasia são: 
 Afasia de expressão ou de Broca. 
Trata-se da afasia não-fluente, na qual o indivíduo, 
apesar do órgão fonador preservado, não consegue 
falar ou fala com dificuldades, de forma monótona, 
pois seus pronunciamentos são curtos, com latência 
aumentada nas respostas e sem contorno melódico. 
Assim, o paciente tem grande dificuldade (ou 
impossibilidade) de produzir a linguagem, de 
expressá-la de modo fluente. Nas formas mais leves, 
observa-se o agramatismo (o indivíduo fala sem 
observar as preposições, os tempos verbais, etc., 
produzindo enunciados como: “Eu querer isso”; 
“Gostar água”; etc.). 
 Afasia de compreensão ou de Wernicke. 
Consiste na afasia fluente, em que o indivíduo 
continua podendo falar, mas a sua fala é muito 
defeituosa, às vezes incompreensível. O paciente 
não consegue compreender a linguagem (falada e 
escrita) e tem dificuldades para a repetição. Ocorre 
por lesões das áreas temporais esquerdas póstero 
superiores (área de Wernicke). 
 Afasia global. 
Geralmente é uma afasia grave, não-fluente, 
acompanhada por hemiparesia direita, mais 
acentuada no braço. Deve-se a lesões amplas da 
região perisilviana esquerda. 
Parafasias: São formas mais discretas de déficit de 
linguagem, nas quais o indivíduo deforma 
determinadas palavras, como designar de 
“cameila” a cadeira, de “ibro” o livro, e assim por 
diante. Ocorrem muitas vezes no início das síndromes 
demenciais. 
Agrafia É a perda, por lesão orgânica, da linguagem 
escrita, sem que haja qualquer déficit motor ou 
perda cognitiva global. Ocorre em forma pura 
(agrafia pura, por lesão da segunda circunvolução 
frontal) e em forma associada às afasias. 
Alexia: É a perda, de origem neurológica, da 
capacidade previamente adquirida para a leitura. 
Dá-se associada às afasias e às agrafias. Pode 
ocorrer forma pura e isolada. A dislexia é uma 
disfunção leve de leitura, encontrada 
principalmente em crianças que apresentam 
dificuldades diversas no aprendizado da linguagem 
escrita. 
Disartria: É a incapacidade de articular 
corretamente as palavras devido a alterações 
neuronais referentes ao aparelho fonador, 
alterações estas que produzem paresias, paralisias 
ou ataxias da musculatura da fonação. A fala é 
pastosa, aparentemente “embriagada”; a 
articulação das consoantes labiais e dentais é muito 
defeituosa, tornando, às vezes, difícil a 
compreensão. Foram descritas formas flácidas, 
espásticas, hiper e hipocinéticas de disartria. 
Ocorrem em inúmeras patologias neuropsiquiátricas 
e neurológicas, particularmente na paralisia geral 
progressiva associada à neurossífilis, no complexo 
cognitivo-motor da AIDS e nas paralisias bulbares e 
pseudobulbares. 
Disfonia e disfemia: Segundo a definição de Sá Jr. 
(1988), a disfonia é a alteração da fala produzida 
pela mudança na sonoridade das palavras. Já a 
afonia é uma forma acentuada de disfonia, na qual 
o indivíduo não consegue emitir qualquer som ou 
palavra. 
Tal alteração de sonoridade é causada por uma 
disfunção do aparelho fonador ou um defeito da 
respiraçãodurante a fala. A disfemia é a alteração 
da linguagem falada sem qualquer lesão ou 
disfunção orgânica, determinada por conflitos e 
fatores psicogênicos. A disfemia, ou afemia, está 
comumente associada a estados emocionais 
intensos, a quadros histéricos conversivos e a 
conflitos inconscientes intensos. A gagueira é um tipo 
freqüente de disfemia. Trata-se da dificuldade ou da 
impossibilidade de pronunciar certas sílabas, no 
começo ou ao longo de uma frase, com repetição 
ou intercalação de fonemas (ga, gue, qui, que, etc.) 
ou somente trepidação na elocução (chamada 
gagueira clônica), conseguindo o paciente, ao final, 
terminar a frase normalmente. 
 A gagueira 
Pode ocorrer tanto devido a defeitos mecânicos da 
fonação – excessiva rapidez de emissão da voz, uso 
de tons inadequados, respiração viciosa – como 
devido a fatores emocionais, como ansiedade e 
timidez. 
Dislalia É a alteração da linguagem falada que 
resulta da deformação, da omissão ou da 
substituição dos fonemas, não havendo alterações 
identificáveis nos movimentos dos músculos que 
participam da articulação e da emissão das 
palavras. As dislalias orgânicas resultam de defeitos 
da língua, dos lábios, da abóbada palatina ou de 
qualquer outro componente do aparelho fonador. 
Logorréia, taquifasia e loquacidade: Na logorréia, 
existe a produção aumentada e acelerada 
(taquifasia) da linguagem verbal, um fluxo 
incessante de palavras e frases, freqüentemente 
associado ao taquipsiquismo geral, podendo haver 
perda da lógica do discurso. Descreve-se como 
pressão para falar a atividade lingüística do 
paciente maníaco na qual este sente a pressão 
incoercível para falar sem parar. 
- Loquacidade é o aumento da fluência verbal sem 
qualquer prejuízo da lógico do discurso. 
Bradifasia: Esta é uma alteração da linguagem 
oposta à taquifasia. Aqui o paciente fala muito 
vagarosamente, as palavras seguem-se umas às 
outras de forma lenta e difícil. Em geral, está 
associada a quadros depressivos graves, estados 
demenciais e esquizofrenia crônica ou com sintomas 
negativos. 
Mutismo: De modo muito genérico, o mutismo pode 
ser definido como a ausência de resposta verbal oral 
por parte do doente. Os fatores causais associados 
ao mutismo são muito variáveis, podendo ser de 
natureza neurobiológica, psicótica ou psicogênica. 
Os fatores causais associados ao mutismo são muito 
variáveis, podendo ser de natureza neurobiológica, 
psicótica ou psicogênica. O mutismo nas síndromes 
psiquiátricas é, na maior parte. das vezes, uma forma 
de negativismo verbal, de tendência automática a 
se opor às solicitações do ambiente no que 
concerne à resposta e à produção verbal. 
- O mutismo é observado nos vários tipos de estupor, 
em quadros esquizofrênicos, principalmente 
catatônicos, e em depressões graves. 
- Em crianças, observa-se, com certa freqüência, o 
mutismo eletivo ou seletivo, forma psicogênica de 
mutismo ocasionada por conflitos interpessoais, 
principalmente na escola, dificuldades de 
relacionamento familiar, frustrações, medos, 
ansiedade social, intensa timidez ou hostilidade não-
elaborada por meio de uma comunicação mais 
clara 
 Mutismo acinético ou coma vigil 
São termos utilizados em neurologia para descrever 
a variedade de estados nos quais há completa não-
responsividade do indivíduo com manutenção dos 
olhos abertos. Tais estados incluem o coma com 
movimentos oculares preservados em pacientes 
com lesões mesencefálicas, a bradicinesia 
psicomotora em indivíduos com destruição dos lobos 
frontais e, de modo geral, as condições nas quais há 
manutenção de funções diencefálicas e do tronco 
cerebral após lesões cerebrais maciças (neste caso, 
usa-se também o termo “estado vegetativo”). 
Perseveração e estereotipia verbal: Neste caso, há 
repetição automática de palavras ou trechos de 
frases, de modo estereotipado, mecânico e sem 
sentido, o que indica lesão orgânica, 
particularmente das áreas cerebrais pré-frontais. 
Ecolalia: É a repetição da última ou das últimas 
palavras que o entrevistador (ou alguém no 
ambiente) falou ou dirigiu ao paciente. É um 
fenômeno quase que automático, involuntário. A 
ecolalia é encontrada principalmente na 
esquizofrenia catatônica e nos quadros psico-
orgânicos. 
Palilalia e logoclonia: A palilalia é a repetição 
automática e estereotipada pelo paciente da última 
ou das últimas palavras que ele próprio emitiu em 
seu discurso. Ela ocorre de forma involuntária, sem 
controle. A palilalia e a logoclonia ocorrem 
principalmente nos quadros demenciais, em 
especial nas demências de Pick e de Alzheimer. 
Tiques verbais ou fonéticos e coprolalia: Os tiques 
verbais são produções de fonemas ou palavras de 
forma recorrente, imprópria e irresistível. No tique 
verbal, o paciente produz geralmente sons guturais, 
abruptos e espasmódicos. 
- Já a coprolalia é a emissão involuntária e repetitiva 
de palavras obscenas, vulgares ou relativas a 
excrementos. 
- Tanto os tiques verbais como a coprolalia são 
fenômenos muito característicos do transtorno de 
Tourette. 
A verbigeração é a repetição, de forma monótona 
e sem sentido comunicativo aparente, de palavras, 
sílabas ou trechos de frases. A mussitação, fenômeno 
próximo à verbigeração, é a produção repetitiva de 
uma voz muito baixa, murmurada, em tom 
monocórdico, sem significado comunicativo. 
- Tanto a verbigeração quanto a mussitação são 
formas de automatismo verbal, mais freqüentemente 
encontradas na esquizofrenia, em particular nos tipos 
catatônicos e crônicos deficitários. 
Glossolalia É a produção de uma fala gutural, pouco 
compreensível, um verdadeiro conglomerado 
ininteligível de sons (ou, no plano escrito, de letras 
ininteligíveis). Os sons, apesar de não terem sentido 
lingüístico, imitam a fala normal nos seus aspectos 
prosódicos (“a música da fala”), mantendo as 
distinções de “palavras”, “sentenças” e até de 
“parágrafos”. A glossolalia é muito freqüente nos 
cultos pentecostais, nos quais o crente, ao receber a 
graça do espírito santo, “fala em línguas 
estrangeiras” (sem nunca as ter estudado). 
- A glossolalia sempre que produzida em contexto 
cultural específico, como nos cultos pentecostais, 
não é considerada um fenômeno psicopatológico, 
mas expressão ritualizada de determinado grupo 
cultural. 
- O fenômeno das para-respostas implica a 
alteração tanto do pensamento como do 
comportamento verbal mais amplo. Ao ser 
questionado sobre determinado assunto (p. ex., qual 
seu nome, idade, onde mora, etc.), o paciente 
“responde” algo com a inflexão verbal de uma 
resposta, como se estivesse respondendo de fato a 
uma pergunta, porém o conteúdo de sua fala é 
completamente disparatado em relação ao 
conteúdo da pergunta. Ao ser indagado, por 
exemplo, sobre onde mora, o paciente responde: “O 
dia está muito quente”. As para-respostas ocorrem 
nos diversos tipos de psicoses, mas com maior 
freqüência na esquizofrenia. 
- Alterações são indicativos de como o processo de 
pensar, a formação e a utilização de conceitos, 
juízos e raciocínios estão profundamente afetados 
pela desestruturação esquizofrênica. 
Os neologismos patológicos são palavras 
inteiramente novas criadas pelo paciente ou 
vocábulos já existentes que recebem acepção 
totalmente nova. São encontrados também em 
pacientes esquizofrênicos estilizações, 
rebuscamentos e maneirismos, que indicam a 
transformação do pensamento e do 
comportamento geral do paciente no sentido de 
adotar posturas e funcionamentos rígidos e 
estereotipados, perdendo-se a adequação e a 
flexibilidade do comportamento verbal em relação 
ao contexto sociocultural em questão. 
Nos estados avançados de desorganização 
esquizofrênica, podem-se observar jargonofasia ou 
esquizofazia, também denominada salada de 
palavras. Trata-se, então, da produção de palavras 
e frases sem sentido, com fluxo verbaldesorganizado 
e caótico. 
- O sinal extremo da desarmonia das estruturas de 
pensamento e de linguagem é o desenvolvimento 
de uma linguagem completamente 
incompreensível, uma língua privada (do doente) 
que ninguém entende, denominada criptolalia. 
- Parafasias (deformações de palavras existentes; 
“caneira”, em vez de “cadeira”) e, mais 
freqüentemente, a dificuldade em encontrar as 
palavras. 
- O paciente tende a usar termos vagos e 
inespecíficos como “o prédio” em vez de “a 
prefeitura” ou “o hospital”; “o homem”, em vez de 
“o pedreiro” ou “o médico”. 
- As alterações progridem no sentido da afasia 
nominal (déficit em nomear objetos e figuras 
apresentadas ao paciente), de afasias mais globais, 
até a perda completa da capacidade de produzir e 
utilizar qualquer linguagem verbal. Quando a 
demência se caracteriza pelo marcante predomínio 
de dificuldades lingüísticas, sobretudo da nomeação 
e fluência verbal (além das perdas globais e de 
memória associadas a todas as demências), alguns 
autores têm proposto a categoria demência 
semântica. 
- Na psicopatologia da criança, ocorrem com 
bastante freqüência alterações da linguagem. 
- Na criança, a aquisição da linguagem, oral ou 
escrita, é um processo dinâmico. A linguagem 
implica aqui a compreensão, o processamento e a 
produção de comunicação. Os problemas de 
linguagem incluem gagueira, falhas na fluência 
verbal, mutismos eletivos, dificuldades fonético-
articulatórias ou qualidade incomum (no sentido de 
inadequada) da voz. 
- O atraso da linguagem expressiva pode ocorrer 
sem o respectivo retardo da linguagem 
compreensiva, mas eles com freqüência acontecem 
conjuntamente. 
- Os problemas no desenvolvimento adequado da 
linguagem podem incluir dificuldades gramaticais 
(sintáticas), com palavras e vocabulário 
(semânticas), com regras e sistemas de produção 
sonora da fala (transtornos fonológicos), com 
significado de unidades de palavras (morfológicas). 
- Finalmente, também são muito relevantes as 
dificuldades com o uso da linguagem em 
determinados contextos sociais (pragmática). 
Dificuldades específicas de leitura e de escrita 
(transtorno da leitura, transtorno da expressão 
escrita) ocorrem com maior freqüência nos meninos. 
Tais transtornos correspondem a certa defasagem 
entre a inteligência global (que pode ser normal) e 
as dificuldades específicas nas aquisições de 
linguagem.

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