Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Avaliação somativa Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conhecer as principais características da avaliação somativa. Identificar a importância da avaliação somativa nos processos de ensino-aprendizagem. Discutir acerca da preparação necessária dos alunos para a realização da avaliação somativa. Introdução A avaliação somativa apresenta uma lógica própria, que exige planejamento específico e preparação dos alunos. Neste capítulo, trataremos especificamente da avaliação somativa, tida por alguns como o verdadeiro caos e por outros como o momento de ranqueamento dos melhores e piores alunos. Mas será que é para isso mesmo que avaliação somativa existe? É isso que veremos adiante. Principais características da avaliação somativa A Avaliação Somativa é facilmente encontrada na maioria das escolas brasileiras, também, estando relacionada às avaliações externas. Para Zabala (1988): A avaliação final ou somativa refere-se aos resultados obtidos e aos conhecimentos adquiridos, e o termo avaliação somativa ou integradora para o conhecimento de todo o percurso do aluno. Esta avaliação somativa ou integradora é entendida como um informe global do processo, que, a partir do conhecimento inicial (avaliação inicial), manifesta a trajetória seguida pelo aluno, as medidas específicas que foram tomadas, o resultado final de todo o processo (ZABALA, 1998, p. 201). Segundo o autor, a Avaliação Somativa se apresenta como característica básica do resultado final da aprendizagem de um processo educacional seja de uma disciplina, módulo, bimestre, semestre, ano letivo ou curso (QUADRO1) As avaliações diagnóstica e formativa colaboram para uma avaliação somativa, quando seus dados servem para o somatório final e resultado de um processo educativo realizado. A importância da avaliação somativa no processo de ensino-aprendizagem Podemos compreender a maior importância da Avaliação Somativa no processo ensino-aprendizagem, quando ela se relaciona com a avaliação externa, ou seja, informa dados fundamentais para a qualificação de uma instituição ou sistema escolar. No entanto, quando a avaliação somativa se relaciona ao desempenho do aluno, não se apresenta como um processo dialógico, mas conservador e autoritário. A Avaliação Somativa é compreendida por meio da classificação, que quantifica os saberes dos alunos, comparando uns com os outros. Se o aluno atingiu os objetivos propostos pelo professor ou pela escola, é aprovado. Caso o contrário, o aluno é reprovado e necessita repetir todos os conteúdos anteriormente estudados, a fim de que possa aprendê-los e ficar no mesmo “nível” de aprendizagem dos demais alunos de sua turma. Um problema muito comum encontrado nesse tipo de avaliação é que ela pode se resumir a uma mera classificação dos alunos. O que se apresenta de forma contraditória a um processo educacional de qualidade. Ficam, então, as perguntas: O que é considerado como o mais importante na educação? A aprendizagem ou a aprovação? Qual a ligação entre aprendizagem e aprovação? Deve-se ter muito cuidado para que esta avaliação não sirva como meio de premiação ou de castigo para os alunos para compensar, por exemplo, o comportamento apresentado em sala de aula. De acordo com Haydt (1991) a Avaliação Somativa: Supõe uma comparação, pois o aluno é classificado segundo o nível de aproveitamento e rendimento alcançado, geralmente em comparação com os demais colegas, isto é, com o grupo classe. A ênfase no aspecto comparativo é própria da escola tradicional. É com esse propósito que é utilizada a avalição somativa, com função classificatória, pois ela consiste em classificar os resultados da aprendizagem alcançados pelos alunos ao final de um semestre, ano ou curso, de acordo com os níveis de aproveitamento preestabelecidos. Portanto, consiste em atribuir ao aluno uma nota ou conceito final para fins de promoção (HAYDT, 1991, p. 25-26). Haydt (1991) ajuda a refletir acerca da compreensão equivocada da Avaliação Somativa, devendo ser bem conduzida, pois caso o contrário pode se transformar em uma prática educativa que não auxilia o aluno em seu processo de ensino-aprendizagem, classificando, julgando e até mesmo excluindo alunos que não estão de acordo com a norma “média” estabelecida pela instituição ou sistema educacional Preparação dos alunos para a realização das Avaliações Somativas Como já descrito neste capítulo, a Avaliação Somativa deve ser cuidadosa na sua apresentação para com os alunos Nesse sentido, o professor deve oportunizar sua turma com ambiente tranquilo para avaliação sem tensionamentos, acalmando os alunos e informando-os que este é o momento em que deverão responder as questões com atenção ou descrever as respostas com máximo empenho, demonstrando o que aprenderam naquele período educacional. É preciso que o professor trabalhe com o aluno no sentido de que ele possa ir se organizando durante o período, ciclo, ou ano letivo com seus estudos, não deixando apenas para as provas finais a responsabilidade da avaliação dos seus rendimentos na escola. O professor deve oferecer aos alunos momentos em que possam estar realizando uma revisão dos conteúdos estudados em aula e que serão solicitados nas avaliações a fim de que demonstrem sobre eles sua compreensão. Sobre uma importante revisão antes da prova Russel e Airasian (2014) descrevem que: O propósito de uma revisão, em especial a revisão para a prova, é preparar os alunos para a prova. Essencialmente, a revisão é a forma que o professor tem de dizer: “Estes são exemplos das ideias, tópicos e habilidades que espero que vocês tenham aprendido. Deem uma olhada nesta revisão e avaliem o seu conhecimento. Pratiquem uma última vez antes que eu lhes peça para demonstrar o que vocês aprenderam na prova que conta para a sua nota. Se vocês têm perguntas ou dificuldades, iremos revisá - las antes da prova (RUSSEL; AIRASIAN, 2014, p. 133 Além de momentos de estudos que auxiliaram nas provas, testes e trabalhos, também devem estar cientes do tempo disponível para a realização de uma avalição. Ou seja, não devem ser pegos de surpresa com tempo insuficiente que impeça a conclusão da tarefa avaliativa proposta. Para que uma avaliação somativa possa ser realmente efetiva, ela necessita estar integrada a uma avaliação formativa. A Figura 2 sugere um momento do cotidiano escolar em que o professor realiza uma revisão dos conteúdos anteriormente estudados que farão parte da avaliação posteriormente realizada pela turma. Taxionomia de Bloom Os estudos de Bloom (1993) dividem as aprendizagens em três grandes domínios classificados em: cognitivo, afetivo e psicomotor (Quadro 3). Cognitivo: está relacionado à aprendizagem, ao desenvolvimento intelectual. Nesse domínio, seis categorias são apresentadas de forma hierárquica e de interdependência entre elas, seguindo uma ordem que inicia por: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. Afetivo: está relacionado aos sentimentos, à área emocional e afetiva (comportamentos, atitudes e valores). Como categorias desse nível encontramos a receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização. Psicomotor: está relacionado às habilidades físicas, reflexões e percepções. Descritas em uma ordem que inicia por imitação, manipulação, articulação e naturalização.
Compartilhar