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Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Curso de Biomedicina TÉCNICAS HISTOLÓGICAS Discente: Renata Marques De Souza Docente: Drª Glaucia Maria Cavasin Goiânia 2019 2 Sumário 1 Introdução ..…………………........………………………………..03 2 Materiais e Métodos.........……………………….........................04 2.1 Coleta, fixação e clivagem........…………….........................04 2.2 Desidratação Inclusão e Microtomia........……......................05 2.3 Montagem lamina de osso desgastado........……...................03 2.4 Esfregaço de mucosa oral..........…………….........................08 2.5 Coloração.....................................……………........................09 3 Resultados e Discussões…………………………………….......09 4 Conclusão........…………............................................................14 5 Referências bibliográficas…...……….......................................15 3 TÉCNICAS HISTOLÓGICAS 1 Introdução A histologia é a ciência que estuda as células no contexto da estrutura tecidual e a inter-relação delas com os constituintes da matriz extracelular. A histotecnologia proporciona o entendimento dos fundamentos técnicos para a análise dos elementos teciduais, normais ou patológico, isto é, suas células e os elementos da matriz extracelular, abrangendo diversas técnicas histoquímicas. A técnica histológica visa a preparação dos tecidos destinados ao estudado à microscopia de luz. O exame ao microscópio é feito geralmente por luz transmitida, o que significa que a luz deve atravessar o objeto a ser examinado. Assim, é necessária a obtenção de fragmentos dos tecidos que serão coletados em lâminas muito finas e transparentes. Os procedimentos utilizados para se obterem amostras de tecido ou preparados histológicos retirados de um organismo para exame microscópico incluem: coleta do material, fixação, clivagem, processamento, incluso, microtomia (corte) e coloração.Realizamos os outros procedimentos nos quais serão citados neste relatório. Nosso órgão de estudo será o epidídimo consiste em um delgado ducto, com aproximadamente 4 a 6 m de comprimento, altamente contorcido, dobrado em um espaço de somente 7 cm de comprimento, responsável pela coleta e armazenamento dos espermatozoides produzidos nos testículos. Histologicamente é possível observar que esta estrutura é revestida por um epitélio pseudoestratificado, composto por dois tipos distintos de células: Células basais: células epiteliais baixas, que variam de piramidais a poliédricas. Apresentam núcleo redondo com grande acúmulo de heterocromatina. Acredita-se que essas células atuem como células-tronco, regenerando-se assim como dando origem às células principais quando necessário. Células principais: células epiteliais altas, com núcleo oval e irregular com um ou dois grandes nucléolos. Possuem estereocílios em sua membrana apical, no qual se encontram na base desses uma grande quantidade de vesículas pinocíticas e encapadas. São responsáveis por absorver o fluido da luz, que é endocitado por vesículas pinocíticas e encaminhados até o endolisossomos, local onde são eliminados. Além disso, essas células também fagocitam restos de citoplasma não eliminados pelas células de Sertoli. Também sintetizam glicerofosfocolina, uma substância responsável pela inibição da capacitação dos espermatozoides impedindo-os, desta forma, de fertilizarem um ovócito secundário antes de penetrarem no trato genital feminino. 4 Objetivo: aprendizagem das técnicas histológicas desde do processo inicial de confecção da lamina, todo seu preparo até etapa final que refere se a coloração e a observação das estruturas no microscópio. 2 Materiais e Métodos 2.1 Coleta, fixação e clivagem O processo de coleta de material é realizado para a retirada da amostra biológica de um organismo vivo ou morto obtidas através de biópsia, peças cirúrgicas e necropsia. Nossa amostra é material biológico de um rato Wistar uma linhagem albina da espécie (Rattus norvegicus) do centro de pesquisa do ICB 2, onde o mesmo foi eutanásiado e sacrificado através da guilhotina. Antes de proceder a coleta, deve organizar o espaço, separar os utensílios que serão utilizados e preparar o líquido fixador. O tecido é imerso em um frasco contendo a solução fixadora que deve ser bem fechado, evitando assim que ocorra a evaporação do fixador ou mesmo que estes vapores tóxicos contaminem o meio ambiente ; este procedimento deve ser realizado no interior de uma cabine. O tecido a ser estudo e escolhido para observação foi o epidídimo do rato, utilizamos uma solução salina 9% para retirar o excesso de sangue e prosseguimos com a próxima etapa que é a fixação. Que consiste na utilização de procedimentos físicos ou químicos para imobilizar as substâncias constituintes das células e dos tecidos, fornecendo maior resistência para suportar as demais etapas. O fixador utilizado foi o Metacarn que leva na composição etanol 60%, clorofórmio 30% e ácido acético 10% este fixador deve estar necessariamente estar gelado. O órgão fixado por 3 horas. Para uma boa preparação histológica é fixação completa e adequada do tecido a estudar obedecer alguns requisitos como: intervalo mínimo entre coleta e a fixação, volume do fixador deverá ser o mínimo 30 vezes maior que a peça. Seguimos então para a clivagem consiste em reduzir as dimensões dos fragmentos dos tecidos coletados. Dependendo do tipo de fixador empregado, a clivagem poder· ocorrer em até algumas horas após a fixação. Na clivagem ideal, os fragmentos devem atingir cerca de 3 mm de espessura; porém, dependendo do tipo de órgão, esse fragmento pode chegar a mais do que 5 mm. 5 Figura 1: Esquema inicial preparação da lamina 2.2. Desidratação Inclusão e Microtomia Materiais Álcool 70% Álcool 80% Álcool 95% Álcool absoluto I Álcool absoluto II Álcool absoluto III Xilol I Xilol II Xilol III Parafina I Parafina II Parafina III Metodologia A desidratação é importante para que um material de inclusão, possa penetrar a parafina no tecido seu conteúdo em água deve ser removido. A desidratação é levada a efeito imergindo o bloco de tecido em concentrações crescentes de álcool etílico. O álcool é o agente mais comumente utilizado neste processo, sendo empregado numa série crescente, inicialmente no álcool 70% durante 1 hora, álcool 80% 1 hora (onde nesta etapa o material pode permanecer em overnight), álcool 95% por 1 hora e álcool Absoluto (I, II,III) também durante uma hora em cada etapa. 6 Várias são as substâncias utilizadas como agentes de desidratação: álcoois etílico, butílico, metílico e isopropílico, a acetona, o éter, o clorofórmio e o óxido propileno. O álcool etílico é o mais utilizado em técnica de rotina. Após a desidratação, o etanol presente nos fragmentos é substituído por uma solução intermediária (geralmente um solvente orgânico) que é miscível tanto em etanol como nomeio de inclusão (parafina ou resinas) (Bioaula, 2007; Carneiro et al., 2004). Para a inclusão em parafina, o xilol é a substância intermediária mais utilizada. Este solvente tem como objetivo retirar o álcool do interior dos tecidos, já que o álcool não é miscível com o meio de inclusão, a parafina. Após este procedimento, os tecido ficam com um aspecto transparente e/ou translúcido (Bioaula, 2007; Carneiro et al., 2004). Na fase de diafanizarão que visa remover completamente o álcool do interior dos tecidos, preparado os para as etapas subsequentes. A remoção do álcool é de extrema importância pois a parafina não se mistura homogeneamente com o álcool. Dessa forma,é fundamental a completa remoção do álcool para eu a parafina possa penetra completamente o interior dos tecidos. Utilizamos xilol I por uma hora e xilol II por uma hora. Já na impregnação deve ser realizada em estufa a 60ºC. Os fragmentos serão transportados de uma parafina a outra em intervalos de tempo predeterminados. Parafina (I,II e III) intervalor de 1 hora cada, não se deve realizar somente uma passagem pela parafina, pois ser· insuficiente para remover todo o xilol dos tecidos. Contudo, recomenda-se nunca deixar o material permanecer na parafina por muito tempo, pois como a parafina somente É líquida em temperatura alta, o calor em um longo período de tempo poder· causar grande dano ao tecido. Figura 2: Processo de desidratação, diafanização e impregnação. 7 No processo de inclusão o tecido é passado em duas trocas de parafina para assegurar a substituição de todo o agente clarificador pela parafina. Emprega-se a parafina a uma temperatura de 56 a 60 ºC (parafina fundida), de modo que a temperatura alta também possibilita que o solvente utilizado na diafanização evapore. O bloco de tecido permanecerá imerso na parafina fundida (em estufa) durante o tempo necessário para a completa impregnação. Posteriormente serão retirados da estufa e deixados à temperatura ambiente até que a parafina endureça, após o que o bloco de parafina com o tecido será retirado da forma e conduzido ao corte. Com auxílio de uma pinça os tecidos que foram previamente infiltrados em parafina no interior de um molde que já contem parafina liquida com a superfície a ser seccionada (cortada ao micrótomo). Os fragmentos devem ser colocados na parafina enquanto aquecidos, evitando a formação de bolhas de ar em torno deles. Após o resfriamento os blocos de parafina com o material incluído são obtidos, para uma boa inclusão é necessário eu o fragmento esteja completamente desidratado, clarificado e corretamente impregnado e levamos o molde com o material incluído para resfriar. Figura 3:: Processo de inclusão imagem retirada do site: medicina.blogspot.com/2013/12/histologia-tecnicas-de-preparacao-de.html. Posteriormente continuamos o processo de microtomia onde é necessário que os blocos estejam gelados, para melhor resultados nos cortes, utilizamos uma navalha nova, onde no manuseio de micrótomo os cortes precisam ser contínuos sem quebra, tivemos orientações da profissional responsável do laboratório de histologia Mônica quando uso correto do aparelho e ajuste para tamanho do corte espessura de 4 a 6 µm, com o auxílio de uma pinça retiramos a fita formada do micrótomo é transportada para o banho maria em torno de 40ºC, pescamos o fragmento com uma lamina limpa e colocada no suporte para secar, realizamos teste com uma lamina guia para verificar as estruturas antes da coloração. 8 2.3 Montagem lamina de osso desgastado Materiais Fragmento de osso Lixa Recipiente com agua Lamina Metodologia Enquanto aguardamos o processo de desidratação, realizamos a confecção de lâminas ósseas por desgaste. Inicialmente, foi retirado um fragmento do osso envelhecido sem matéria orgânica a ser analisado, um recipiente com agua e uma lixa de ferro a prova d´agua, realizamos movimentos circulares para evitar ranhuras e conseguir a transparência suficiente, utilizamos duas lixas uma granulometria grossa para o primeiro polimento. O polimento final uma lixa mais fina, com movimentos firmes e no mesmo sentido, até que se tenha obtido uma camada de osso delgada. O osso é retirado e aderido à superfície da lâmina de vidro. Sobre ele é colocada uma lamínula e fixada com resina. 2.4 Esfregaço de mucosa oral Materiais Espátula (palito de sorvete) Lamina Corante Papel absorvente Óleo de imersão Microscópico ótico Metodologia Solicitou se que cada aluna com auxílio de Espátula (palito de sorvete), raspou se a face interna (mucosa) da bochecha, desprezou se o primeiro raspado em seguida depositou se o material coletado em uma lamina limpa, em cada acrescentou se duas gotas de Corante, secou se o excesso com um papel absorvente e levou se ao microscópio a objetiva de maior aumento para verificação atentamente as células. 2.3. Coloração Materiais Corante hematoxilina Agua corrente Corante eosina 9 Lamínula Lamina Entellan Pipeta Metodologia Eosina e Hematoxilina: A hematoxilina é um corante básico que carrega uma carga positiva na porção da molécula que irá conferir cor ao tecido. Corantes básicos reagem com componente aniônicos das células e tecidos, os quais incluem grupos fosfatos, ácidos nucléicos, grupos sulfatos de glicosaminoglicanas e grupos carboxila das proteínas. A habilidade de grupos aniônicos reagirem com corantes básicos é chamada basófila, estruturas celulares que se coram com corantes básicos são denominadas basófilas. Estruturas celulares que podem ser coradas com corantes básicos incluem heterocromatina, nucléolo, RNA ribossômico, matriz extracelular da cartilagem. A hematoxilina cora geralmente as estruturas em azul. Corantes ácidos reagem com componentes catiônicos das células e tecidos. Quando usados juntamente com corantes básicos como a hematoxilina, coram o citoplasma, filamentos citoplasmáticos e fibras extracelulares. A eosina geralmente cora as estruturas em vermelho ou rosa. No processo coramos com a solução recém- filtrada de hematoxilina por 6 a 10 minutos, lavamos em agua da torneira por minutos, diferenciou em álcool- ácido, com dois mergulhos, depois concentrações de álcool etílico 80% por 1 minuto, coramos em solução de eosina por 2 minutos desidratamos com álcool 95%. As lâminas são montadas, onde os fragmentos são protegidos pela cobertura com lamínulas de vidro. Esta é colada na lâmina através de substâncias selantes o Entellan. Após a secagem, as lâminas podem ser observadas ao microscópio de luz. 3 Resultados e Discussões Ao final dos procedimentos realizados como coleta do material, fixação, desidratação, clarificação, inclusão, microtomia (corte) e coloração podemos observar que estão dentro dos resultados esperados através de nossos conhecimentos prévios dos cortes histológicos, analisamos a lamina de osso degastado, esfregaço bucal e o tecido objeto desse estudo que é o epidídimo. Seguem os resultados obtidos conforme fotos abaixo: 10 Figura 4: Esfregaço bucal, possível observar núcleo picnótico na ponta da seta, inclusões citoplasmáticas e limites celular. Figura 5: Lâmina de Osso degastado, observa se Sistema circunferencial interno e externo (lamelas paralelas) Sistema intermediário (remanescente do Sistema de Havers), Sistema de Havers (Osteon) -1 •Lamelas concêntricas •Osteoplastos •Canal de Havers Canal de Volkmann seta longa. 1 11 A B C Figura 5: Testículo e epidídimo – HE, Túnica albugínea (cápsula) Túbulos seminíferos, A:Objetiva de menor aumento (4X), B: Objetiva seguinte (10x) e C: Objetiva de (40X). 12 Figura 6: Testículo e epidídimo – HE, Espermatôgonias (1) Células de Sertoli (2) Espermatócitos (3). Figura 7: Testículo e epidídimo – HE, Células intersticiais (de Leydig) - (seta longa) 1 3 2 13 Figura 8: -Epidídimo - HE Tecido conjuntivo (vasos e nervos) Epidídimo Cápsula Epitélio simples cilíndico (6) com estereocilíos (seta longa) e células basais de subsitituição (pseudo-estratificado) Apoia-se sobre uma lâmina basal, envolta por células de m. liso e tecido conjuntivo frouxo. Discussões Resultados encontra se dentro do esperado coloração sem artefato que ocorre comumente em algumas preparações, onde uma estrutura, por exemplo, tem bolha, ou ausência de uma estrutura, espaço entre camadas celulares, que acontece quando uma das etapas de preparação da lâmina histológicafalha. Podendo influenciar numa análise levando a uma interpretação errada do material estudado, porem nosso tecido seguiu perfeitamente realizado em todas suas etapas. 6 14 4 Conclusão O processamento histológico é um conjunto de processos técnicos executados em fases sequenciais que requerem, ao mesmo tempo, observação dos protocolos e capacidade de adaptação dos mesmos diante da necessidade de cada amostra, que é única. Apesar o conhecimento dos princípios físicos e químicos de suas diversas etapas, aliado a experiência laboratorial, possibilitam o corte histológico tenha a qualidade ideal e esperada. 15 5 Referências bibliográficas Histological and histochemical methods Kiernan, J. A.2001. London [England]: Arnold. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. JUNQUEIRA, Luís Carlos U.; JUNQUEIRA, Luiza Maria M. S.Técnicas básicas de citologia e histologia. São Paulo: Santos, 1983.
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