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Odontohebiatria e doença periodontal

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Odontohebiatria: 
É a passagem gradual entre a infância e o estado adulto e se 
caracteriza por profundas transformações psicológicas, somáticas e 
sociais. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência pode 
ser inserida na faixa etária entre os 10 e 20 anos, ou seja, a segunda 
década de vida. 
ÉPOCA DE CONFLITOS QUE PODE LEVAR A COMPORTAMENTOS 
VARIADOS: Temperamento imprevisível; Uso de drogas; Ao sexo; Aos 
namoros; Distúrbios alimentares. 
MANIFESTAÇÕES BIOPSICOSSOCIAIS NO PERÍODO DA INFÂNCIA PARA 
ADOLESCÊNCIA: Rebeldia; Ampliação do universo social; Mudanças 
biológicas; Não gostam de ser comparados; Mudanças no ambiente 
familiar; Abandono da imagem infantil; 
Etapas da adolescência 
1ª fase (10-13 anos): Crescimento provoca mudanças; 
 Privacidade; 
 Conhecer-se fisicamente 
 Estirão de crescimento 
 Ora infantil, ora adulto 
 Menor interesse nos pais 
 Preocupa-se com mudanças corporais e aparência 
2ª fase (13-16 anos): Marcada pela ansiedade e agressividade; 
 Necessita de limites e segurança; 
 Ansiedade e agressividade 
 Radicais em seus julgamentos 
 Contesta familiares 
 Experiências sexuais 
3ª fase (16-20 anos): 
 Equilíbrio próprio 
 Desenvolve valores e metas individuais 
 Reflexivo 
 Toma atitudes 
Abordagem psicológica do adolescente: 
 Adequada; 
 Profissional conheça as características dessa fase do 
desenvolvimento; 
 Gostar de atendê-los; 
 Bom nível de aproximação; 
 Profissional deve portar-se de forma simples e honesta; 
 Sem demonstrar autoritarismo ou excesso de 
profissionalismo; 
Atendimento odontológico do adolescente: 
Figura central da consulta é o ADOLESCENTE; 
Os pais, apesar de importantes, são figuras coadjuvantes durante o 
atendimento 
Questões frequentes 
 Cárie dentária; 
 Maloclusões – uso de aparelho ortodôntico; 
 Pericoronarite; 
 Traumatismo dentário; 
 Fechamento de diastemas; 
 Substituição de restaurações posteriores; 
 Substituição de restaurações anteriores; 
Doença periodontal na infância: 
As doenças periodontais consistem em processos inflamatórios que 
acometem os tecidos gengivais e/ou tecidos que dão suporte e 
sustentação aos dentes. 
 
Periodonto de proteção: 
Gengiva - parte da mucosa bucal que recobre o processo alveolar e 
porção cervical dos dentes. 
Gengiva marginal Pode ser observada em uma secção no 
sentido vestibulolingual, sendo constituída de duas vertentes: a externa, 
ou marginal, voltada para a cavidade bucal; e a interna, ou dentária, 
voltada para o dente 
O espaço compreendido entre a vertente interna e o dente constitui 
a mais importante entidade anatômica do periodonto, chamado SULCO 
GENGIVAL. 
Sulco gengival: Profundidade não deve exceder: - 2mm nas 
faces vestibular e lingual; - 3mm nas proximais; 
Periodonto
Periodonto de 
proteção
Gengiva
Periodonto de 
sustentação
Osso alveolar
Ligamento 
periodontal
Cemento
Odontohebiatria e doença periodontal: 
Layara Aquino 
Na fase de erupção dentária, essas medidas estão aumentadas, 
podendo chegar até cerca de 7mm. 
Gengiva inserida: Localizada entre a gengiva marginal e 
mucosa alveolar; 
Extensão em largura: DECÍDUA - 1-6mm; PERMANENTE - 1-9mm 
A diferença fundamental no tecido conjuntivo gengival da dentição 
decídua, em comparação com a permanente, é que, na decídua, há 
MENOR PRESENÇA DE FIBRAS COLÁGENAS E MAIOR 
VASCULARIZAÇÃO 
A gengiva inserida apresenta-se com textura em “casca da laranja”, 
principalmente na dentição permanente. Na dentição decídua, esse 
aspecto não é tão característico. 
Papila gengival: É o tecido gengival que preenche o espaço 
interproximal; 
A área COL – conformação anatômica pelo encontro entre a gengiva 
papilar vestibular e lingual formando uma ÁREA DE DEPRESSÃO. 
Área de maior vulnerabilidade para a D.P. por favorecer ao acúmulo de 
biofilme. 
A papila gengival modifica-se de acordo com a idade. 
Na dentição decídua, em virtude de diastemas fisiológicos, a gengiva 
papilar apresenta-se em forma de sela; 
A forma piramidal é determinada pela superfície de contato. Após a 
esfoliação do dente decíduo, a papila gengival desaparece, 
reaparecendo na dentição permanente. 
Mucosa alveolar: Localiza-se apical a gengiva inserida; 
A principal característica anatômica é sua grande mobilidade, quando 
se exerce tração nos lábios, na língua ou bochecha 
Sua coloração mais avermelhada que a da gengiva inserida 
Esses aspectos justificam-se tendo em vista a presença de um tecido 
conjuntivo frouxo, com predominância acentuada de fibras elásticas e 
epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, além de 
vascularização intensa. 
Periodonto de sustentação: 
Osso alveolar: Estão inseridas as fibras colágenas do L.P. 
O processo ósseo alveolar pode, anatômica e histologicamente, ser 
compreendido como constituído de dois tipos de tecido ósseo: compacto 
e medular. 
CARACTERÍSTICAS NA DENTIÇÃO DECÍDUA: Menos espesso; menor 
trabeculado; espaços medulares maiores; menor calcificação; 
Ligamento periodontal: É o componente tecidual existente 
entre o cemento radicular e o osso alveolar; 
Espessura do ligamento periodontal varia de acordo com a idade. 
Adulto – 0,25mm 
Criança: É mais amplo, os feixes de fibras são menos densos, havendo 
maiores suprimentos sanguíneo e linfático. 
Cemento: O cemento radicular é um tecido mineralizado que 
recobre toda a raiz anatômica do dente e eventualmente parte do 
esmalte. 
Desprovido de vascularização – resulta em alta resistência a 
reabsorção; 
A principal função do cemento é servir de ancoradouro para as fibras 
do ligamento periodontal. 
A espessura do cemento varia de acordo com a idade e a região da 
raiz- ESPESSURA É MENOR NOS DENTES DECÍDUOS. 
Diangóstico das doenças periodontais infantis: 
Avaliação dos dados clínicos e radiográficos, obtidos com o exame das 
condições dos tecidos periodontais da criança. 
Gengiva saudável: A cor da gengiva inserida, normalmente, 
apresenta-se mais avermelhada em relação à gengiva do adulto; 
A consistência da gengiva inserida da criança apresenta-se menos 
fibrótica que a do adulto. 
A gengiva marginal apresenta festonamento com uma borda bem 
evidente, principalmente na fase de erupção. 
O sulco gengival normal pode apresentar profundidade até 1 mm nos 
dentes decíduos. 
Nos dentes permanentes, essa profundidade pode atingir até mais de 
2 mm, atingindo até 7 mm, QUANDOODENTE ESTÁ EM ERUPÇÃO. 
A superfície da gengiva inserida apresenta pontilhado menos 
pronunciado e, muitas vezes, inexistente 
O formato da gengiva papilar depende do tipo de arco na dentição 
decídua. 
Arcos tipo I de Baume, com diastemas - o formato das papilas é 
trapezoidal, 
Arcos tipo II de Baume, sem diastemas - o formato é piramidal. 
Gengivites: As características clínicas das gengivites crônicas 
(provocadas, essencialmente, pela presença de placa bacteriana) são 
semelhantes. 
NA CRIANÇA, por consequência das modificações constantes, próprias 
da idade, além da presença de gengivites crônicas, notam-se 
alterações inflamatórias peculiares, como GENGIVITE ERUPTIVA E 
GENGIVOESTOMATITE HERPÉTICA AGUDA. 
NO ADOLESCENTE, além da gengivite crônica, observa-se prevalência 
significativa da chamada gengivite da puberdade e da gengivite 
ulcerativa necrosante aguda. 
Gengivite crônica: A doença periodontal inflamatória, que 
atinge apenas a gengiva (periodonto de proteção), é denominada 
gengivite; 
A inflamação pode ser crônica ou aguda, localizada ou generalizada; 
A gengivite crônica, é a mais comum e apresenta grande prevalência 
na criança e no adolescente. 
 Cor da gengiva - cor vermelha-rósea em razão da fibrose 
gengival. 
 Contorno da gengiva marginal- É o de um festonamento com 
borda evidentemente levantada. 
 Posição da gengiva marginal - Há aumento de volume gengival. 
 Papila gengival - Nota-se aumento de volume, 
aprofundamento na área de col, e a sondagem pode 
provocar sangramento. 
 Superfície da gengiva inserida - Superfície lisa e brilhante.Profundidade do sulco gengival - Se o sulco gengival normal 
dificilmente ultrapassar 3 mm de profundidade. 
 Exsudato- Presença de exsudato purulento por meio de 
sondagem ou pressão digital na área da gengiva marginal. 
 Relação gengiva inserida-mucosa alveolar - A cor da gengiva 
inserida, por estar mais avermelhada, pode ser confundida 
coma cor da mucosa alveolar. 
 Sangramento - Sangramento à sondagem e durante a 
higienização bucal. 
 Dor - O paciente não apresenta queixa de dor espontânea, 
dor pode ser provocada pela ação da escova e/ou do fio 
dentais, quando entram em contato coma gengiva. 
 Mobilidade dentária - Não se observa mobilidade dentária. 
 Exame radiográfico - As radiografias demonstrarem que o 
osso alveolar permanece íntegro, não há dúvida em se 
confirmar o diagnóstico de gengivite. 
TRATAMENTO: Motivação do paciente em relação à higiene bucal; 
Pastilha evidenciadora para detectar a placa bacteriana, Uso correto 
do fio dental; Se necessário: passo seguinte consiste em raspagem, 
alisamento e polimento das superfícies dentárias. 
Gengivite eruptiva: Apesar de a erupção dentária, tanto dos 
dentes decíduos como dos permanentes, ser um processo fisiológico, 
há que se ficar atento às lesões inflamatórias gengivais ocasionais que 
possam ocorrer nessa fase. 
 
TRATAMENTO: Controle mecânico do biofilme; Instrução e motivação 
de higiene bucal; Profilaxia profissional periódica; Raspagem manual com 
curetas; Auxílio e supervisão dos pais. 
GUNA: A GUNA raramente ocorre em crianças na idade pré-
escolar. Sua prevalência aumenta a partir da idade escolar e torna-se 
significante a partir da adolescência. 
Os sinais mais característicos da GUNA são: 
 Tecido gengival com uma cor bastante avermelhada, 
 Inversão da topografia da papila, 
 Presença de pseudomembrana sobreposta à gengiva, 
 Áreas de necrose, 
 Sangramento espontâneo, 
 Halitose, 
 Aumento da temperatura corpórea, 
 Enfartamento ganglionar. 
 Além desses sinais, o paciente relata a existência de dor 
espontânea. 
 O diagnóstico diferencial da GUNA com a gengivoestomatite 
herpética aguda baseia-se no fato de que ela é rara em 
crianças, a sua duração é indefinida, é necrosante, mas não 
contagiosa. 
TRATAMENTO: Bochecho: 1 colher de chá com água oxigenada a 10 
volumes em 100 mℓ de água morna. Essa solução poderá ser 
empregada várias vezes ao dia, até a remissão dos sinais e sintomas 
da fase aguda, até no máximo 1 semana. 
Antibioticoterapia - só deve ser instituída quando houver 
comprometimento sistêmico, ou seja, presença de febre e 
enfartamento ganglionar, os antibióticos indicados são a penicilina e a 
eritromicina, variando a posologia em razão da idade e do peso do 
paciente. 
Eliminada a fase aguda, o tratamento consiste: Orientação em relação 
à higiene bucal, motivação da criança ou adolescente em relação ao 
controle da placa bacteriana; Procedimento de raspagem, alisamento e 
polimento coronário e radicular; Complementação cirúrgica 
(gengivoplastia), se necessária, a fim de se obter morfologia gengival 
compatível com a função. 
Gengivite da puberdade: Observa-se um tipo de gengivite 
característica dos jovens na fase da adolescência denominada gengivite 
da puberdade. 
É uma gengivite crônica com uma peculiaridade: a quantidade de 
irritantes locais encontrada não justifica a resposta inflamatória grave. 
Pode apresentar ainda uma fibrose acentuada 
Cor da gengiva modifica-se para um vermelho mais róseo que o normal. 
A resposta exagerada da inflamação: presença de placa bacteriana e 
a influência hormonal, própria da idade. 
Hiperplasia gengival dilantínica: A prevalência da 
gengivite dilantínica é maior em crianças e adolescentes que em adultos. 
Erupção dos dentes decíduos 
podem ocorrer
• Inflamação localizada da 
gengiva,
•Hiperemia da mucosa alveolar,
•Cistos de erupção,
•Dor espontânea,
•Formação de margem gengival 
espessa.
Erupção dos dentes 
permanentes pode-se observar
• Isquemia ou hematoma em 
consequência da pressão que o 
dente exerce para tentar 
romper a gengiva,
• Margens gengivais espessas,
•Formação de sulco gengival 
com profundidade que pode 
atingir cerca de 7 mm, o qual é 
considerado fisiológico
Esse tipo de gengivite ocorre nos casos em que o paciente utiliza 
medicamentos: ANTICONVULSIVANTES – representadas pela fenitoína; 
IMUNOSSUPRESSORAS - representadas pela ciclosporina A; 
BLOQUEADORAS DO CANAL DE CÁLCIO – representadas pelo Dilantim 
Sódio 
Característica clínicas: hiperplasia gengival, que se inicia na região das 
papilas gengivais e, com o decorrer do tempo, atinge as outras faces 
dos dentes, podendo atingir as superfícies incisal e oclusal 
TRATAMENTO: Instrução da criança em relação à higiene bucal, na 
raspagem e, se necessária, na remoção cirúrgica periódica do tecido 
gengival hiperplásico. 
Outro recurso é tentar mudar o fármaco anticonvulsivante, sempre 
sob orientação médica. 
Nesses casos, é imperiosa a necessidade de controles periódicos da 
placa bacteriana, além de um exame acurado das condições gengivais. 
Gengivite associada à respiração bucal: Dentes 
anteriores superiores ficam expostos ao meio externo sofrem 
ressecamento da saliva, do fluido gengival e do componente liquido do 
biofilme tornando-a mais viscoso e mais difícil de ser removido. 
Sinais clínicos: Iguais aos da gengivite crônica provocada pela placa 
bacteriana, pois notam-se alterações de cor, forma, textura e 
superfície da gengiva. 
Presença de bolsa gengival passível de sangramento, quando se 
introduz uma sonda milimetrada em seu interior. 
Periodontite: Estudos epidemiológicos evidenciam que a doença 
periodontal mais prevalente na infância é a gengivite. Sabe-se, também, 
que se essa gengivite não for eliminada, a criança, ao atingir a 
adolescência, poderá ser portadora de uma lesão mais grave, a 
periodontite. 
Determinantes – Fatores indispensáveis para que ocorra a doença. 
 BIOFILME: Quanto mais antigo e espesso o biofilme, maior a 
proporção de micrroganismos patogênicos. (Porphyromonas 
gingivalis e Prevotella intermedia) 
 CÁLCULO DENTÁRIO: Formado pela mineralização da biofilme; 
Também atua como fator predisponentes para acúmulo de 
biofilme; 
NÃO É COMUM EM CRIANÇAS COMO EM ADULTOS; 
Quando presentes geralmente são supra. 
Predisponentes - São aqueles que propiciam a presença dos fatores 
determinantes. 
Modificadores - São aqueles que atuando em conjunto com os fatores 
etiológicos determinantes modificam o curso normal da doença, 
agravando o seu quadro clínico. 
 DIABETES: A presença de glicose no fluido gengival torna o 
meio nutritivo aos microorganismos. 
DIAGNÓSTICO: Exame clínico; Exame Radiográfico – interproximal e 
oclusal; Presença de bolsa periodontal, Reabsorção óssea alveolar, 
Mobilidade dentária, Migração patológica dos dentes. Está atento para 
o processo de esfoliação e/ou erupção dos dentes. 
Poucos casos de periodontite na dentição decídua têm sido observados, 
em comparação coma gengivite. 
Periodontite agressiva: Associada a síndromes diversas, doenças 
sistêmicas; Pode ocorrer perdas dentarias. 
TRATAMENTO: Antibiótico; Higiene bucal e motivação do paciente; 
Raspagem, alisamento e polimento coronário e radicular. 
Considerações importantes: 
Orientações aos pais: Tipo de escova; Técnica de escovação; Creme 
dental e quantidade; Uso do fio dental. Conscientização da importância 
dos métodos de prevenção na manutenção da saúde periodontal 
Manutenção: Acompanhamento periódico; Profilaxias (polimentos) 
feitos periodicamente são úteis no controle da gengivite; Orientação de 
higiene Oral e de dieta. 
Nós enquanto Odontopediatras devemos detectar alterações 
periodontais na criança e estabelecer um plano de tratamento 
adequado.

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