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Tainá F Rehem – Medicina UnB Síndrome Dolorosa do quadril da criança Por Tainá Rehem 1. Etiologia a. A displasia congênita do quadril é observada ao nascimento e a síndrome da criança espancada, desde os primeiros dias de vida. b. A coxa vara congênita, tem sintomatologia após o início da deambulação. c. As pioartrites geralmente ocorrem em crianças menores de dois anos, a sinovite transitória do quadril e a síndrome de Legg-Calvé Perthes a partir desta idade. d. A epifisiólise proximal do quadril ocorre geralmente dos nove aos dezesseis anos. Idade Ao nascimento 1 ano - início da deambulação < 2 anos 2 a 5 anos 9-16 anos Displasia congênita do quadril Coxa vara congênita Pioartrites Sinovite transitória e Legg Calvé Perthes Epifisiólise proximal do quadril 2. Displasia de quadril a. Definição i. articulação encontra-se instável em decorrência da displasia acetabular e de uma frouxidão da cápsula. Estas duas condições contribuem para que a cabeça do fêmur fique parcialmente desencaixada do acetábulo no nascimento, ii. Deve-se diferenciar a displasia do desenvolvimento do quadril da chamada luxação teratogênica do quadril que é uma forma grave de luxação que ocorre precocemente no desenvolvimento fetal, 1. geralmente parte de uma síndrome ou secundária a condições neuromusculares congênitas: a. mielomeningocele, b. artrogripose ou c. nas síndromes genéticas 2. Conduta : cirúrgica b. Epidemiologia i. DDQ é três a cinco vezes mais frequente na mulher, ii. no lado esquerdo iii. parto pélvico (10 vezes mais frequente), iv. componente hereditário (grande incidência no norte da Itália, Alemanha, região dos Alpes e Europa Central.) c. Diagnóstico i. Ortolani ii. USG para confirma suspeita, ou se houve parto pélvico ou se há outros casos na família Tainá F Rehem – Medicina UnB a. Método de Graaf a. Esse método é usado para o diagnóstico de crianças até 6 meses de idade, ( idade em que a epífise da cabeça do fêmur ainda não está ossificada) b. Classifica o quadril de acordo com dois ângulos: alfa, que mede a cobertura óssea da cabeça e beta, que mede a cobertura cartilaginosa a. Tipo I a. são normais e não exigem nenhum tratamento nem acompanhamento. b. O ângulo alfa é maior do que 60º; c. I a: beta igual ou menor que 55°, promontório ósseo angular d. I b: beta maior que 55°, promontório levemente arredondado b. Tipo II a. IIa, a. visto em lactentes com menos de 3 meses de vida b. mas o acetábulo ósseo é imaturo (ângulo alfa entre 50 e 59° e ângulo beta acima de 55) c. Estes pacientes não exigem nenhum tratamento, mas devem ser rigorosamente observados até que preencham os critérios do quadril tipo I. b. II b a. valores angulares iguais ao II a b. crianças com idade superior a 3 meses c. II c a. é o quadril crítico, apresentando promontório arredondado e desenvolvimento ósseo deficiente do acetábulo. b. Valores angulares: alfa entre 43 e 49° e beta entre 70 e 77°. d. II d a. o contorno ósseo do acetábulo é bastante deficiente e o promontório achatado. b. alfa entre 43 e 49° e beta acima de 77° e. Os quadris do tipo III (pequena luxação) e tipo IV (grande luxação) a. alfa abaixo de 43° e beta acima de 77° b. são usualmente muito aparentes clinicamente, e ambos exigem tratamento imediato Tainá F Rehem – Medicina UnB c. iii. Raio X a. após o aparecimento dos núcleos de ossificação que aparecem entre o 4º e o 6º mês. b. O exame radiográfico deve verificar o deslocamento para fora e para cima da cabeça (cartilaginosa) do fêmur e o desenvolvimentodo acetábulo. c. Outro sinal importante é a HIPOPLASIA DO NÚCLEO DE OSSIFICAÇÃO DA CABEÇA FEMORAL d. iv. Sinais tardios 1. diferença de comprimento dos membros pode ser mais facilmente identificada pelo sinal de Galeazzi. 2. Empurrando-se e puxando-se longitudinalmente o fêmur consegue-se mobilizá-lo (pistonagem). 3. Há insuficiência do glúteo médio (Sinal de Trendelenburg positivo) d. Evolução i. Se não tratada Tainá F Rehem – Medicina UnB 1. Resolve espontaneamente 2. Gera artrose no adulto 3. A displasia persiste, mas a cabeça do afasta-se progressivamente do acetábulo à medida que a criança cresce e termina por desencaixar-se totalmente, constituindo o que se chama luxação congênita do quadril. a. primeiro sinal clínico de que está evoluindo mal surgirá em torno dos 3-5 meses, pela limitação da abdução do quadril. b. Outras estruturas irão apresentar alterações secundárias como retração do iliopsoas, que produz contratura em flexão (Sinal de Thomas positivo). c. Luxação congênita do quadril estabelecida i. hipotrofia do membro, o encurtamento compensado pelo equino, atitude em flexoadução do quadril, saliência da região trocantérica e queda da pelve para o lado oposto . A marcha é por encurtamento do membro e insuficiência do músculo glúteo médio. Nesta fase já há alterações secundárias irreversíveis. e. Conduta i. suspensórios de Pavlik Tainá F Rehem – Medicina UnB a. ii. Tratamento cirúrgico a. Envolve partes moles (TENOTOMIA DOS ADUTORES) ou partes ósseas (Operação de Sommerville ou Operação de Salter). 3. Artrite séptica a. Fisiopatologia a. instala-se na membrana sinovial. b. Inflamação intensa + mobilização de fibroblastos → A secreção resultante cai na cavidade articular e, como contém muitas enzimas líticas, provoca destruição da cartilagem articular. b. Epidemiologia a. Com relação à incidência, há dois picos de maior frequência: 1. Idade escolar, que acomete mais o gênero masculino, provocada por Staphylococcus aureus. (mais frequente) 2. Primeiro ano de vida, geralmente na criança desnutrida e imunodeprimida c. Tratamento a. inicia-se imediatamente antibioticoterapia endovenosa. b. Na idade escolar 1. estáfilo penicilino-resistente (oxacilina, cefalotina, lincomicina, clindamicina). c. 1º ano de vida ou desnutridas 1. Aminoglicosídeo + a articulação deve ser drenada cirurgicamente, mantendo-se irrigação contínua com soro fisiológico por três dias, em média. d. Complicações da artrite séptica 1- Septicemia (na fase aguda) 2- Osteomielite associada, 3- Destruição articular 4- Lesão da placa de crescimento 5- Restrição da movimentação articular 6- Ancilose 4. Algoritmo diagnóstico Tainá F Rehem – Medicina UnB 5. Legg-Perthes Tainá F Rehem – Medicina UnB b. Necrose avascular da epífise proximal do fêmur c. Etiologia a. Traumática b. Obstrução venosa c. Fatores nutricionais d. Hiperreatividade e. Osteoartrose d. Clínica a. Claudicação e dor na face interna da coxa b. Posição antálgica em adução e rotação externa e. Diagnóstico a. Rx simples a. Núcleo epifisário ligeiramente menor b. Alterações de densidade na epífise femoral c. Alargamento do espaço articular d. Fratura do osso subcondral e. Fragmentação da epífise femoral b. Artrografia c. Ecografia d. Cintilografia óssea e. Tomografia Computadorizada f. Ressonância magnética f. Sinais de alerta da cabeça a. Sinal de Gage b. Calcificação lateral da epífise c. Cistos metafisários d. Horizontalização da fise e. Subluxação da cabeça g. Marcadores de mau prognóstico: a. Idade do surgimento da doença b. Sinais de cabeça em risco c. Sexo (fem. pior prog.) d. Deformidade da cabeça femoral e. Grau do envolvimento epifisário f. Distúrbio de crescimento secundário ao fechamento precoce da fise h. Tratamento a. Gesso de PETRIE/ Broomsitck: por 6 semanas b. Cirúrgico a. Osteotomia femoral b. Osteotomia acetabular Tainá F Rehem – Medicina UnB 6. Epifisiólise a. Deslocamento da metáfise do fêmur b. Classificação a. Desvio (Tachdjian) 1. Grau zero (pré-deslizamento): alargamento da fise 2. GrauI: desvio até 1/3 da largura do colo 3. Grau II: desvio de 1/3 a ½ 4. Grau III: acima de 1/2 7. Referências a. Guarniero, Roberto. (2010). Displasia do desenvolvimento do quadril: atualização. Revista Brasileira de Ortopedia, 45(2), 116-121. b. Ortopedia e Traumatologia Princípios e Prática 4ª edição 2009. c. Capítulo 13 Quadril da criança e do adolescente; Apostila SBOT cap. 5.1 d. GIUSTI, AL. Ortopedia para o aluno de Gradução. 1º ed 2018 e. Massa, Bruno Sérgio Ferreita. O uso da radiografia inlet no controle radiográfico do quadril na displasia do desenvolvimento do quadril / Bruno Sergio Ferreira Massa – São Paulo , 2018. Dissertação (metrado) – Faculdade de Medicina de São Paulo. Orientador: Roberto Guarniero. f. Método de Graaf . Disponível em < http://www.spenzieri.com.br/metodologia-de- graf/> g. Babcock, DS et al. DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL.(1999) Colégio Brasileiro de Radiologia, Imagem Pediátrica, 921-929 h. DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL. Prof. Flavio Hanciau.(2011) UNIVERSIDADE FEDERALDO RIO GRANDE . UNIDADE DE TRAUMA ORTOPEDICO. i. Cruz, Mário Augusto Ferreira, & Volpon, José Batista. (2019). Avaliação ortopédica e ultrassonográfica da estabilidade dos quadris de recém-nascidos encaminhados por pediatras, com suspeita de Displasia Típica do Desenvolvimento.. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 46(6), e20192284. http://www.spenzieri.com.br/metodologia-de-graf/ http://www.spenzieri.com.br/metodologia-de-graf/
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