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No período colonial (1500 – 1822), o país, como uma província de exploração, não teve nenhuma ação voltada para a saúde pública. O início da colonização é marcado por intensas epidemias, o que aconteceu, por exemplo, com indígenas que, em contato com os europeus, adquiriram doenças que não tinham imunidade. ♥ Outro ponto importante é a própria desigualdade de acesso aos serviços de saúde instalada, ao passo que nobres tinham acesso aos médicos estrangeiros, os menos favorecidos ficavam à mercê da filantropia, que na época já se instalava nas Santas Casas de Misericórdia, vinculadas à igreja católica (BRASIL, 2004). Inexistiam políticas de Estado de proteção social, assim, a responsabilidade do cuidado com a saúde ficava para as famílias e instituições de caridade. ♥ A Proclamação da República (1889), foi embalada com o acirramento do capitalismo, movido pela Revolução Industrial, que alterou drasticamente as relações e colocou o homem como mão de obra, capital humano. Na cidade do Rio de Janeiro, entre final do século XIX e início do XX, houve um incremento do saneamento básico. Vale salientar que tais ações não tinham um caráter contínuo e sistêmico, já que interesses econômicos eram prioridade (BRASIL, 2004). ♥ O país entra o século XX assolado por epidemias causadas por doenças infectocontagiosas, como a malária, varíola, febre amarela, peste bubônica, cólera, tuberculose, hanseníase, parasitoses, entre outros. Foi quando Oswaldo Cruz, nomeado como Diretor-Geral de Saúde Pública (1903) pelo então presidente Rodrigues Alves, divide a cidade do Rio de Janeiro em dez distritos sanitários, cada qual sob o comando de um delegado de saúde, análogo a modelos militares. Buscava-se, de forma mais sistemática, políticas de saúde que pudessem responder às necessidades desse Estado em formação (ROCHA, 2012). ♥ A reforma da saúde pública na Primeira República ocorreu em dois momentos. O primeiro foi marcado pela gestão de Oswaldo Cruz como Diretor-Geral da Saúde Pública (a partir de 1903). E teve como característica principal a ênfase no saneamento urbano das principais cidades e o combate às epidemias de febre amarela, peste e varíola. No segundo momento (décadas de 1910 e 1920), destacaram-se o saneamento rural e o combate a três importantes endemias rurais – ancilostomíase, malária e mal de chagas –, visando curar e integrar os habitantes abandonados (idiotizados e doentes) à comunidade nacional (COSTA, 1989). Na imagem há um pelotão de soldados sanitários com os toneis móveis de substância utilizada para conter o vetor da febre amarela. ♥ Tem-se o estabelecimento da polícia sanitária, com objetivos higienistas e de aspecto fiscal. As ações eram de caráter militarista e, em 13 de novembro de 1904, eclode um movimento popular no Rio de Janeiro conhecido como a “Revolta da Vacina”, como uma resposta da massa populacional à vacinação obrigatória contra a varíola, refletindo a insatisfação com as ações estabelecidas até então. Em 1920 foi criada a Diretoria Nacional de Saúde Pública (DNSP), antiga Diretoria Geral de Saúde Pública, tendo Carlos Chagas como sucessor do Oswaldo Cruz. ♥ A ênfase esteva na situação precária de saúde no território nacional. Os sanitaristas realizaram expedições pelo interior do país e os relatórios médicos revelavam a situação de precariedade e de doença da população brasileira. O fato de a saúde pública se voltar especialmente para ações coletivas e preventivas deixava ainda uma parcela da população desamparada, já que a maioria não possuía recursos próprios para custear uma assistência à saúde. Não havia a saúde integral como direito e a definição de uma política ampla de proteção social. Em síntese, iniciava-se nesse período uma trajetória da política de saúde no Brasil, de caráter dual, isto é, com dois modelos distintos de atenção e de organização institucional: um modelo voltado para a saúde geral da população (a saúde pública) e outro direcionado aos trabalhadores formalmente Me siga no instagram: @manutristudy reconhecidos pelo Estado (a medicina previdenciária). ♥ Já na era Vargas (1930 a 1945) temos grandes marcos como a criação, em 1930, do Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), o qual foi desmembrado em Ministério da Saúde, em 1953. Ponto importante também desse período é a confluência das diversas CAPs nos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs), que, fortalecidos pelo modelo médico assistencial privatista, passam a garantir também a assistência médica e farmacêutica para os trabalhadores amparados. ♥ Esse período se constitui em um marco da configuração das políticas sociais no Brasil com mudanças institucionais que moldaram a política pública brasileira, estabelecendo um arcabouço jurídico e material que conformaria o sistema de proteção social até o período mais recente. ♥ Temos também nesse período a atuação do governo de Vargas no campo da saúde dos trabalhadores. A Constituição de 1934 incorporou algumas garantias ao operariado, como a assistência médica, licença remunerada para gestante trabalhadora, jornada de trabalho de oito horas. Mais tarde, houve a inclusão do salário mínimo e, em 1943, culmina o estabelecimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Apesar da redução das mortes por doenças epidêmicas, permaneciam as doenças endêmicas, como a esquistossomose, doença de Chagas, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis e a hanseníase, assim, muitos brasileiros continuaram morrendo sem receber a ajuda necessária. A imagem mostra uma manifestação a favor de Getúlio Vargas, onde um grupo de pessoas vestidas com roupa formal estendem uma faixa com a descrição: O trabalhador também tem o seu lugar no estado novo. ♥ Durante o período democrático compreendido entre 1945 a 1963 encontramos movimentos sociais que exigiam que os governantes cumprissem as promessas de melhoria das condições de vida, de saúde e de trabalho. Ao mesmo tempo, há um forte crescimento de entrada de capital estrangeiro na economia do país, favorecendo a modernização econômica e institucional coordenada pelo Estado. Esse modelo é conhecido como desenvolvimentista e consiste na defesa da industrialização como uma forma para a superação da pobreza e do subdesenvolvimento. ♥ O Estado seria o interventor e planejador, capaz de definir a expansão desejada dos setores econômicos, e, também, captador e orientador de recursos financeiros, que seriam utilizados para promover investimentos nos setores em que a iniciativa privada fosse insuficiente. Essa fase teve como seu principal personagem o presidente Juscelino Kubitschek (BIELSCHOWSKY, 2004). ♥ No regime militar se verifica um expressivo desinvestimento no setor saúde e, como forma de manutenção dos setores previdenciários e de saúde, foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e do Instituto Nacional de Assistência Médica Social (INAMPS) ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________
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