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Parvovirose

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Agente Etiológico 
• O parvovírus B19 é um DNA-vírus de fita simples. 
• A partícula virai tem morfologia esférica e não apresenta envelope lipídico, características 
que a tornam extremamente resistente. 
• O vírus é composto pelo seu genoma associado a duas proteínas estruturais, denominadas VP1 
e VP2. 
• A proteína VP2 constitui cerca de 95% do capsídeo viral e é responsável pelo tropismo viral 
ao antígeno de superfície celular P, presente em células humanas progenitoras da linhagem 
eritróide, megacariócitos, células endoteliais, células da placenta, células miocárdicas fetais 
e células hepáticas. 
Modo de transmissão 
• A forma de contaminação mais comum pelo parvovírus é a via respiratória. Outros meios 
incluem o sangue e seus derivados, além da via transplacentária. 
Infecção Materna 
Evolução Clínico-Laboratorial 
• O período de incubação para essa infecção é de 6 a 11 dias. Após esse período, os indivíduos 
acometidos apresentam viremia acompanhada de sintomas clínicos brandos inespecíficos 
(febre baixa, mialgia, mal-estar) e eliminam o vírus pelo sistema respiratório. 
• A infecção pode ser assintomática em 20 a 30% dos adultos. 
• Assim, durante o período de maior viremia há uma queda acentuada no número de reticulócitos 
circulantes. 
• A fase exantemática da doença se inicia cerca de 17 dias após a infecção e pode ser 
acompanhada de prurido e/ou poliartralgia simétrica. 
• Na parvovirose, a imunidade celular desempenha um papel secundário, sendo a resposta 
humoral a mais importante. Os anticorpos da classe IgM começam a ser detectados ao redor 
de 10 a 12 dias após a infecção, o que coincide com o período de maior viremia, em média, 
persistindo por 3 a 6 meses. 
• Anticorpos lgG são detectados alguns dias após o surgimento dos anticorpos IgM e conferem 
imunidade permanente. Pacientes imunocomprometidos não são capazes de controlar a 
replicação viral e erradicar o vírus, o que os leva a um estado de anemia crônica. 
Diagnóstico Laboratorial 
• Durante a primeira semana após o contágio, não há ainda a presença de anticorpos na circulação 
materna. Após esse período, o diagnóstico sorológico pode ser realizado pela detecção de 
anticorpos lgG e/ou lgM. 
• As técnicas laboratoriais mais empregadas são os ensaios imunoenzimáticos e por 
imunofluorescência 
• Quando os títulos de lgM são altos e maiores do que os de lgG, a infecção é recente 
(possivelmente, ocorreu há menos de 1 mês) e ainda há possibilidade de acometimento fetal. 
Transmissão Vertical 
• Nos casos de primoinfecção durante a gestação, ocorre passagem transplacentária em cerca 
de 24 a 33% dos casos. 
Infecção fetal 
• Os quadros de infecção fetal são em sua maioria assintomáticos e autolimitados; 
entretanto, desde sua descrição inicial, o parvovírus humano já foi relacionado à 
ocorrência de perdas gestacionais precoces, quadros de anemia e hidropsia fetal e óbito 
intrauterino. 
• Outros quadros fetais menos frequentes incluem hepatite miocardite., vasculites e alterações 
neurológicas como a encefalopatia e a meningite. O risco de malformações congênitas não está 
aumentado nesses casos. 
• A morbidade e a mortalidade fetais diminuem com a idade gestacional, e esse fenômeno 
pode estar relacionado à decrescente expressão de antígenos P na placenta e/ou à maior 
transferência passiva de anticorpos matemos para o feto. 
• O risco de perda fetal varia com a idade gestacional. Quando a infecção materna ocorre 
no primeiro trimestre, entre 13 e 20 semanas e após 20 semanas, os riscos descritos 
são de 19, 15 e 6%, respectivamente. 
• Devido ao tropismo virai pelas células precursoras dos eritrócitos e à sua ação citotóxica, o 
potente efeito inibitório na eritropoiese, causa anemia fetal que, em casos graves, culmina em 
quadros de insuficiência cardíaca de alto débito e hidropsia. 
• Os achados ultrassonográficos desse quadro dramático consistem em ascite associada à 
presença de edema de pele, derrame pericárdico, hipertrofia miocárdica, cardiomegalia, 
placentomegalia e alterações no volume do líquido amniótico. 
• A hidropsia ocorre em aproximadamente 4% dos fetos de gestantes afetadas, sendo a causa 
infecciosa mais comum de hidropsia não imune na gestação. 
• O intervalo médio entre a infecção materna e o aparecimento do quadro de hidropsia fetal é 
de cerca de 6 semanas; entretanto, o quadro pode se instalar até 16 semanas depois. 
• Na literatura, 80% dos casos relatados ocorrem durante o segundo trimestre da gestação, em 
idade gestacional média de 22 a 23 semanas. 
Diagnóstico e Acompanhamento 
• Diante da suspeita de exposição ao parvovírus ou de quadro clínico suspeito durante a 
gestação, realiza-se exame sorológico materno: 
a. lgG positiva e lgM negativa: gestante imune, não há risco de infecção fetal. 
b. lgG e lgM negativas: gestante suscetível, recomenda-se repetir a sorologia após 1 
semana, devido ao risco de janela sorológica silenciosa no início da infecção 
materna. Após a confirmação da suscetibilidade materna são fornecidas 
orientações para minimizar o risco de infecção durante a gestação. 
c. lgM positiva: sugere infecção materna recente, nesses casos, realiza-se 
acompanhamento ultrassonográfico fetal seriado até 12 semanas após o contágio 
materno, para pesquisa de sinais de hidropsia fetal e monitorização 
Dopplervelocimétrica da velocidade de pico sistólico da artéria cerebral média 
fetal. 
• Quando há possibilidade de infecção fetal pelo parvovírus, é mandatório o seguimento fetal 
não invasivo pela ultrassonografia. Esse método permite diagnosticar os quadros de hidropsia 
fetal franca e auxilia no diagnóstico da anemia fetal. 
• Devido à redução da viscosidade sanguínea e à presença de circulação hiperdinâmica nos fetos 
acometidos, observa-se aumento da velocidade máxima sistólica em diversos vasos fetais no 
exame Dopplervelocimétrico, parâmetro que determina a necessidade de tratamento fetal. O 
vaso mais frequentemente estudado é a artéria cerebral média. 
• Uma vez que o método sorológico é inadequado para confirmação da infecção em amostras de 
sangue fetal, para o diagnóstico confirmatório da infecção fetal realiza-se a pesquisa do RNA 
viral por técnica de reação em cadeia da polimerase em amostras de sangue fetal ou de líquido 
amniótico. 
Obs: esse fluxograma também é importante. 
 
Tratamento 
• Diante da suspeita de anemia fetal, procede-se à cordocentese para confirmar o 
diagnóstico da anemia e quando necessário, realiza-se a transfusão intrauterina. 
• Quando a hidropsia fetal está presente, podem ser necessárias algumas semanas após a 
transfusão até a reversão dos achados ultrassonográficos. 
• Quando no termo da gestação, o parto terapêutico deve ser considerado. 
Prognóstico 
• Os maiores riscos fetais associados à infecção pelo parvovírus são aqueles decorrentes da 
supressão da eritropoiese e a anemia grave subsequente. 
• Com o advento de técnicas não invasivas de monitorização fetal e o tratamento dos casos por 
meio da transfusão intrauterina, quando necessário, foi possível reduzir substancialmente a 
mortalidade fetal associada à doença. 
Prevenção 
• Visto que o período de maior transmissibilidade do vírus é pré-clínico, não existe uma 
estratégia eficaz para a prevenção da infecção na gestação. 
• Atualmente, recomenda-se a identificação das gestantes suscetíveis expostas a situações com 
risco aumentado de infecção para adequados aconselhamento e monitorização durante a 
gestação.

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