Buscar

05 - Habeas Corpus

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1. Introdução
O habeas corpus tutela a liberdade de locomoção, prevista no Art. 5º, XV, estando presente no Brasil
desde a Constituição de 1891 e antes disso no Código Criminal de 1830. É o remédio constitucional mais
célere de todos, tendo preferência de julgamento em relação a todas as demais ações constitucionais.
Segundo a doutrina brasileira do habeas corpus, em 1891, muitos autores sustentavam que a ação deveria
ser utilizada para defender diversos direitos, não somente o direito de ir e vir. Com a chegada do Mandado de
Segurança Individual, essa doutrina deixou de se desenvolver, já que aquela ação tinha natureza residual.
Possui natureza jurídica de ação constitucional e ação penal não condenatória de rito especial, ou seja,
não admite dilação probatória e não se discute indenização. No plano constitucional, encontra-se no art. 5º,
LXVIII da CRFB/88; no plano infraconstitucional, está no art. 647 e seguintes do CPP.
A base principiológica que cerca o habeas corpus é muito forte, também sendo o remédio constitucional
mais informal de todos, pois pode ser usado por qualquer pessoa, independentemente da figura do advogado.
2. Espéci
O Habeas Corpus preventivo é utilizado para evitar a consumação da lesão à liberdade de locomoção,
sendo concedido o salvo-conduto.
Já o HC repressivo, suspensivo ou liberatório é utilizado com o propósito de liberar o paciente quando já
consumada a coação ilegal ou abusiva ou a violência à sua liberdade de locomoção, concede-se o alvará de
soltura.
3. Legitimidade Ativa
É a mais ampla possível, sendo guiada pelo princípio da universalidade. Qualquer pessoa natural ou jurídica
(para defender sócio ou empregado da empresa, por ex), nacional ou estrangeira (petição em português), pode
fazer uso do remédio, mesmo sem capacidade civil.
O Supremo Tribunal Federal, no HC 143.641, entende que é cabível o habeas corpus coletivo, podendo ser
impetrado pelos mesmos legitimados do art. 12 da Lei 13.300/2016 (Mandado de Injunção Coletivo).
4. O Paciente
O Habeas Corpus é impetrado para defender a liberdade do paciente, pessoa natural que está sofrendo
ameaça ou já sofreu lesão a sua liberdade de ir e vir. Segundo entendimento jurídico, não é cabível a pessoa
jurídica como paciente, visto que ela não pode ser presa, nem animais.
Destaque-se que o paciente pode impetrar o HC em favor da própria liberdade.
Art. 5º
–XV é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da 
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Art. 5º
–LXVIII conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Nunca foi cobrado pela FGV
Não é necessário colocar na qualificação a 
espécie, pois o pedido já deixa claro
Se for cobrado o HC coletivo, colocar no nomen 
iuris da peça
Não é preciso qualificar o paciente, mas precisa 
indicar o seu nome
5. Polo Paivo
Pode ser impetrado tanto contra autoridades coatoras, agentes estatais como delegados, juízes, ministros,
promotores, quanto contra particulares (“ilegalidade”), como aqueles que tem como responsabilidade a defesa
de outras pessoas em lugares de internação coletiva.
6. Prisão Militar
Segundo o art. 5º, LXI da CRFB/88, os militares podem ser presos administrativamente, interpretando-se
que não caberá HC contra prisões militares legais. Ou seja, não cabe habeas corpus para discutir questões de
conveniência e oportunidade, pois estas cabem à própria autoridade militar.
No entanto, é cabível o HC se a prisão foi determinada por autoridade incompetente, é imotivada, houve
excesso de prazo, entre outros.
7. Tutela de Urgência
É inerente à defesa da liberdade de ir e vir a tutela de urgência de natureza liminar ou cautelar, extraída
dos artigos 649 e 660, §2º do CPP, segundo a jurisprudência.
8. Gratuidade
Esse é um remédio inerentemente gratuito, segundo o art. 5º, LXXVII da CRFB/88. É gratuita para todas
as pessoas, não somente para os hipossuficientes.
9. Competência
O habeas corpus é um remédio cuja competência é firmada de acordo com a prerrogativa de foro
funcional da autoridade coatora ou em razão do paciente, frequentemente começa a tramitar já nos
Tribunais. 
Além disso, também tem a competência definida em razão da hierarquia.
Art. 5º
–LXVIII conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Art. 142.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
Aos policiais em geral é vedada a realização de greve em razão da atividade essencial à preservação da 
ordem pública que esses servidores exercem.
Art. 5º
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários 
ao exercício da cidadania.
A banca não precisa mencionar, sempre tem
Nos pedidos não pede a condenação em 
honorários advocatícios e custas processuais
Em toda peça cuja competência esteja associada 
à prerrogativa de foro, começa-se a analisar do 
Supremo pra baixo
→Tribunal Superior STJ, TST, TSE e STM
Por simetria, compete ao Tribunal de Justiça julgar o habeas corpus quando a autoridade coatora foi o
juiz de direito
Um exemplo seria o Delegado da Polícia Federal.
Por simetria, o habeas corpus que tenha como autoridade coatora o policial civil será julgado pela justiça
estadual de 1º grau
Haverá o julgamento pela justiça estadual de 1º grau nas demais hipóteses, como no caso em que a
autoridade coatora seja um particular, provavelmente em vara criminal.
Essa súmula foi cancelada pois a Turma Recursal de Juizado Especial é formada por juízes de 1º grau,
não por desembargadores. Como quando a autoridade coatora é juiz federal quem julga o habeas corpus é o
TRF (Art. 108, I, d), por simetria o Tribunal de Justiça é quem deve julgar o habeas corpus quando a
autoridade coatora é o juiz de direito. Tal regra aplica-se à Turma Recursal de Juizado Especial.
10. Súmulas do STF
O HC defende a liberdade de ir e vir, nesse caso não há ameaça de lesão à liberdade de locomoção.
Aqui também não há ameaça à liberdade de locomoção.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
–I processar e julgar, originariamente:
d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de 
segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados 
e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio 
Supremo Tribunal Federal;
i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for 
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal 
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
–I processar e julgar, originariamente:
c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou 
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do 
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
–I processar e julgar, originariamente:
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
–VII os habeas corpus , em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
Súmula 690 do STF: Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de "habeas 
corpus" contra decisão de Turma Recursal de Juizados Especiais Criminais.
Súmula 693 do STF: Não cabe habeas corpus contra decisãocondenatória a pena de multa, ou relativo a 
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
Súmula 694 do STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de 
perda de patente ou de função pública.
Nesse caso, a pessoa está em liberdade.
11. Habeas Corpus e Comião Parlamentar de Inquérito
A Comissão Parlamentar de Inquérito não pode realizar prisão a exceção da prisão em flagrante. No
entanto, o relatório da CPI pode ser encaminhado ao MP, surgindo uma ação penal e desta surgir uma
condenação à pena privativa de liberdade.
Como, indiretamente, esse procedimento pode gerar uma pena restritiva de liberdade é necessário
resguardar certas garantias relativas a ela. Portanto, na jurisprudência ficou definido que o HC de natureza
preventiva seria o remédio apropriado em certas situações da CPI.
A autoridade coatora será o presidente da CPI. O HC será julgado pelo STF, segundo o art. 102, I, i; por
simetria, no âmbito dos Estados será levado para o TJ.
• Permitir que o investigado seja ouvido na qualidade de testemunha: Foi convocada como investigado
de modo incorreto, mas quer o direito de ser ouvida como testemunha, já que isso repercute em
eventual ação penal.
• Permitir que o investigado ou a testemunha seja assistido por advogado durante a CPI: Para que
tenha seus direitos respeitados na audiência da CPI, visto que isso pode repercutir em eventual dano
na ação penal. Se o advogado quer fazer uso de uma ação para defender o direito profissional de
acompanhar o seu cliente, não fará uso de HC, mas sim de alguma outra ação, provavelmente um
mandado de segurança.
• Garantir que a testemunha não seja obrigada a assinar o compromisso da verdade
• Garantir o direito ao silêncio
• A CPI, segundo a Lei 1.579/52, não pode mais determinar a condução coercitiva de testemunha
(precisa pedir ao juiz criminal da localidade), se o fizer poderá ser impetrado um Habeas Corpus.
Súmula 695 do STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na 
forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das 
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela 
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 
um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas 
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou 
criminal dos infratores.
Art. 58. 
§1º Em caso de não comparecimento da testemunha sem motivo justificado, a sua intimação será solicitada 
ao juiz criminal da localidade em que resida ou se encontre, nos termos dos arts. 218 e 219 do Decreto-Lei 
–no 3.689, de 3 de outubro de 1941 Código de Processo Penal.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes