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DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA - UNIDADE 1 2

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UNIASSELVI
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
UNIDADE 1
A CONSTRUÇÃO ÉTICA NOS DIREITOS HUMANOS
TÓPICO 1 – AS NOVAS REINVINDICAÇÕES DE DIREITOS
1- INTRODUÇÃO 
	A historicidade dessa questão transforma o sujeito em autor e ator de sua própria história, na qual passa a ter visibilidade a partir de 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
	Tenta-se interpretar a lógica da Revolução Francesa de igualdade, liberdade, fraternidade, dentro de uma lógica dos valores individuais, e o sujeito que luta pela coletividade.
2- UMA BREVE HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS	
	Os registros históricos mostram que o primeiro rei a se manifestar com um “ato humano” foi Ciro, o rei da
Pérsia, que em 539 a.C. libertou os escravos da Babilônia, possibilitou às pessoas escolherem suas convicções religiosas e pregou a igualdade racial. Essas normativas foram registradas num cilindro de argila na língua acádia com a escritura cuneiforme.
	Este, foi reconhecido como a primeira carta dos direitos humanos do mundo. Foi traduzido em seis idiomas, e sua essência está presente nos quatro primeiros artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
	Uma “ação humana” distinguida hoje como direitos humanos, a ideia foi sendo reproduzida na Índia, na Grécia e por fim chegou a Roma, que se nominou como “lei natural”:
a Carta Magna (1215);
a Petição de Direito (1628);
a Constituição dos Estados Unidos (1787);
a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789);
a Declaração dos Direitos dos Estados Unidos (1791).
2.1- A CARTA MAGNA (1215)
	A Carta Magna de 1215, a “Grande Carta”, foi assinada pelo rei da Inglaterra, regulamentava situações administrativas da época, que mais tarde foram denominadas de direitos humanos. Pontos principais:
A Igreja ser uma instituição que não depende da interferência do Estado.
As pessoas podem herdar terras de seus ascendentes.
Garantia de impostos condizentes.
As viúvas podiam decidir não voltar a casar-se.
Estabeleceu os princípios de processos devidos e igualdade perante a lei.
Não aceitava a má conduta, punindo os responsáveis.
	É um dos documentos legais mais importantes no desenvolvimento da democracia moderna. Em 1628 o Parlamento Inglês enviou uma carta solicitando a declaração de liberdades dos civis, documento que se manifestava contrário às arbitrariedades de Carlos I. A petição afirmou quatro princípios: 
Nenhum tributo pode ser cobrado sem o consentimento do Parlamento;
Nenhum súdito pode ser encarcerado sem motivo demonstrado (a reafirmação do direito de habeas corpus);
Nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos; e
A Lei Marcial não pode ser usada em tempo de paz.
	Outro marco para a história dos Direitos Humanos foi quando Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, em 1776.
	Seu precursor defendeu perante o Congresso dos Estados Unidos a ideia da declaração da independência da Grã-Bretanha e, as Treze Colônias Americanas, com a ajuda militar e financeira tanto da França e da Espanha, venceram definitivamente os britânicos.
	A Declaração desencadeou dois temas: os direitos individuais e o direito de revolução. Essas ideias foram apoiadas em nível internacional e reproduzidas interiormente na Revolução Francesa.
	Seguindo a lógica das conquistas de 1978, destacamos a Constituição dos Estados Unidos da América, a qual, é referência do mundo ocidental. Essa Constituição entrou em vigor por etapas, sendo que em 1987 vigoraram as 10 primeiras emendas, para atender diretamente os cidadãos dos EUA, limitando assim o poder do governo.
	Na época, o presidente Franklin D. Roosevelt, entendia que essa declaração tem por objetivo proteger a liberdade de expressão, a liberdade de religião, o direito de guardar e usar armas, a liberdade de assembleia e a liberdade de petição. O documento proíbe o castigo cruel e insólito e a auto inculpação forçada.
	Outro marco na história que precisa ser considerado é o período pós Revolução Francesa em 1789, quando a Declaração dos Direitos do Homem passa a reconhecer a liberdade específica da opressão como uma “expressão da vontade geral”, onde todo cidadão tenha garantido o direito à “liberdade, propriedade, segurança, e resistência à opressão”. 
	Em 1864, alguns países que estavam vivenciando a guerra mostraram-se muito preocupados com a condição dos soldados e ex-soldados convocados para os combates, pois muitos desses retornavam com muitas sequelas. Por essa razão, Genebra e alguns países europeus se reuniram para propor cuidados a todos os soldados, proporcionando atendimento digno, seja na doença ou em ferimentos, garantindo uma equipe de apoio, esta, ficou designada
como Cruz Vermelha (cruz vermelha em um pano branco).
	Novamente um grande marco na História influenciou a união de 50 nações, pois os traumas e as sequelas causadas pela Segunda Guerra Mundial refletiram mundialmente, reuniram-se em San Francisco em meados de 1945, com o objetivo de minimizar as guerras e tentar impedir movimentos revolucionários futuros de grandes proporções.
	Pois, além dos mortos, pensava-se na situação dos feridos, dos familiares desses combatentes, as consequências econômicas e políticas já estavam instauradas, causando um grande caos social.
	Os ideais declarados na sua carta proposta: 
	
	“Nós, os povos das Nações Unidas, estamos determinados a salvar as gerações futuras do flagelo da guerra, que por duas vezes na nossa vida trouxe incalculável sofrimento à Humanidade”. Em vigor em 24 de outubro de 1945, Dia das Nações Unidas.
2.2- A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948)
	Após a Organização das Nações Unidas, outras medidas de proteção foram sendo elaboradas e implantadas, uma delas é a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), a qual normatiza uma série de leis que descrevem a questão da dignidade humana.
	Em seu artigo 1º, a Declaração proclama direitos inerentes de todos os seres humanos: “os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria... Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos” 
2.3- A LEGALIDADE E A REALIDADE
	Apologia de crimes contra a vida é uma violação/crime contra os direitos humanos que consiste em discursos, textos ou imagens em que se defende, louva, enaltece, aprova, exalta, defende, justifica ou elogia alguma doutrina, ação e/ou obra considerados crime; e incitação ao crime consiste em estimular publicamente a prática de qualquer ato ilícito. Incluiu o próprio criminoso que se vangloria da violência praticada. Bem como, apologia à violência publicado na internet.
	 No Brasil é punível conforme atos tipificados como crimes pelas leis penais brasileira. 
	Por serem crimes contra a paz pública, a lei visa proteger a coletividade, e o crime é considerado cometido com a simples conduta do indivíduo, não sendo necessário
que provoque qualquer resultado no mundo real.
	Em muitas regiões a cultura ainda dissemina hábitos considerados desumanos:
VIOLÊNCIA CONTRA A INTEGRIDADE DA PESSOA HUMANA
A LEGALIDADE DA MUTILAÇÃO DE MEMBROS
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste no ritual da circuncisão feminina, que consiste na remoção de parte ou de todos os órgãos sexuais externos femininos.
Essa situação acontece em 27 países da parte da África, Iêmen e no Curdistão iraquiano, ainda feita em vários locais na Ásia, no Médio Oriente e em comunidades expatriadas.
É realizada em crianças e adolescentes entre o nascimento e a puberdade, a maior parte das jovens é mutilada antes dos cinco anos de idade.
VIOLÊNCIA CONTRA A INTEGRIDADE DA PESSOA HUMANA
CONTROLE DA NATALIDADE
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste na política do “filho único”, acontece mais efetivamente na China, onde é realizada a partir de um rígido controle de natalidade, na qual se dá preferência para o sexo masculino, sendo que gestações de meninas são indesejadas, geralmente são abortados.
IMIGRAÇÃOILEGAL / TRÁFICO DE PESSOAS
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos, consiste na imigração ilegal ou clandestina, acontece além das fronteiras nacionais e não observam as normas e leis do país.
O tráfico de pessoas se caracteriza pelo transporte ou transferência, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.
Para a Organização das Nações Unidas, o tráfico humano é o pior desrespeito aos direitos inalienáveis da pessoa humana. Isso porque, por mais oprimido e ferido que qualquer pessoa esteja numa situação de abandono, assim mesmo ela continua a ter sua identidade pessoal.
Já a vítima do tráfico humano é “coisificada”, passada de pessoa à condição de mercadoria. Ela tem sua identidade humana desconstruída.
VIOLÊNCIA CONTRA A INTEGRIDADE DA PESSOA HUMANA
ACEITAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM NOME DA HONRA
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste na violência delituosa que se pratica contra as mulheres: "crime de honra".
Este tipo de crime na contemporaneidade se apresenta com muitas aceitações na sociedade, nas questões de adultério ou de vingança comprometendo os dois a honra.
No Iêmen, a mulher não pode sair de casa sem a autorização do marido. Também é obrigada a permitir que o marido tenha relações sexuais com ela, sempre que ela estiver “apta”.
Na Guiné, a mulher só pode ter uma profissão fora da casa caso o marido permita.
No Congo e nas Bahamas, se o estupro for cometido pelo marido da vítima, não é um crime.
No Irã, dois homens como testemunha equivalem a quatro mulheres em um caso de julgamento.
Em Malta e no Líbano é permitido ao marido sequestrar a mulher sem punições. Em Malta, se um sequestrador se casar com a mulher sequestrada depois do sequestro, ele também está livre de punição.
No Iêmen não existe idade mínima para a mulher se casar. Segundo dados de 2014 da ONG Human Rights Watch, 50% das meninas casadas têm menos de 18 anos, e 14%, menos de 15.
No Congo, a lei diz claramente que o marido é o chefe da casa e, portanto, a mulher deve sempre obedecê-lo.
Na Rússia há uma lista de empregos que mulheres não podem exercer.
Na Tunísia, um filho homem terá sempre direito ao dobro de sua(s) irmã(s). Na Arábia Saudita, mulheres não podem dirigir.
VIOLÊNCIA CONTRA A INTEGRIDADE DA PESSOA HUMANA
TRABALHO INFANTIL
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste no trabalho exercido por crianças e adolescentes em desacordo com a legislação do país. Esta prática é muito comum nos países subdesenvolvidos, como é caso do Brasil, principalmente nas regiões mais pobres. Isto ocorre pela necessidade que estes adolescentes e crianças têm em ajudar seus pais no orçamento familiar.
A maioria das famílias é composta de indivíduos pobres com um número expressivo de filhos.
HOMOFOBIA
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste na intolerância, discriminação, ofensa ou qualquer manifestação de repúdio à homossexualidade e à homoafetividade.
Homossexualidade representa a orientação sexual de um cidadão que escolhe como parceiro ou companheiro uma pessoa do mesmo sexo.
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste na discriminação praticada contra pessoas que possuem credo religioso divergente do credo estabelecido como “o correto” ou “o normal” em uma dada localidade.
VIOLÊNCIA CONTRA A INTEGRIDADE DA PESSOA HUMANA
NEONAZISMO
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste na prática com base no ideário nazista de superioridade e pureza de determinada raça que visa agredir, humilhar e discriminar pessoas por pertencerem a grupos minoritários ou tidos como inferiores.
RACISMO
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste no preconceito fundado com base na ideia de existência e superioridade de determinadas raças que leva alguém a odiar, ter aversão e a discriminar outros indivíduos que sejam de uma outra raça supostamente inferior.
XENOFOBIA
É uma Violação/Crimes contra os Direitos Humanos que consiste no ódio, aversão ou temor sem precedentes contra pessoas provindas de outras culturas ou regiões geográficas diferentes das do criminoso que as considera minoria ou indignas de pertencer à mesma aglomeração social que ele.
	Essa temática é bastante importante, pois lida com preceitos morais e construções sócio-históricas. 
3- DIREITOS HUMANOS UNIVERSAIS
	O Ocidente considera o ser humano um “ser concreto”, pois entende que as principais transformações econômicas e políticas ocorreram após a Idade Média.
	E o processo de discussão de desenvolvimento espiritual perpassa as questões jurídico-filosóficas, está intrinsecamente conforme a seguir:
	
- Jusnaturalismo: acreditava-se que as leis eram regidas através da justiça a partir da moralidade do sujeito, sendo
algo natural.
- Positivismo jurídico: tinha por ideal não explicar as coisas a partir dos preceitos morais, mas sim a partir de leis que consigam explicar a questão do empírico.	
	Na metade do século XIX, o pensador Guilherme de Occam, identifica o direito universal e moderno como complemento, pois o ser humano é a junção de individualidades que formam a realidade social. Sendo que a realidade é resultado de fatores:
- Políticos: à medida que a Igreja passa a interferir na coroação de reis e na possibilidade de declarar guerras ou não. 
	
- Econômicos: identificados pela crença na espiritualidade onde o sucesso econômico garantiria a salvação eterna.
- Filosófico-jurídico: que começa a identificar o sujeito como indivíduo pertencendo a um mundo também com direitos.
3.1- O SURGIMENTO DO ESTADO NA VISÃO DE HOBBES, LOCKE E ROUSSEAU
	Estes autores partem do mesmo princípio de direito natural e do contrato como configuração de regulação das relações entre governantes e governados.
Hobbes:
Estado Absoluto.
Esta teoria é centrada na ideia do direito divino dos reis, a principal figura do poder do Antigo Regime.
Locke:
Monarquia Parlamentar é um modo de governo em que o Poder Legislativo (Parlamento) apresenta a conservação política para o Poder Executivo. Logo, o Poder Executivo necessita do poder do Parlamento para ser formado e também para governar. No Parlamentarismo, o Poder Executivo é exercido pelo primeiro-ministro.
Rousseau:
Democracia.
É um regime de governo em que predominam as decisões políticas com o povo, ele é quem elege seus representantes por meio do voto. É um regime de governo que pode existir no sistema presidencialista, onde a figura do presidente é a mais importante.
	Nessa linha precisamos considerar que estamos evoluindo de uma sociedade feudal para uma sociedade capitalista, onde a liberdade individual é entendida como um direito natural do indivíduo. E cada autor tem uma visão mais específica em relação às motivações que levam os indivíduos a se organizarem em torno de um aparato institucional.
	No estado de natureza o homem obedece ao instinto, a partir do contrato social o indivíduo transfere direitos naturais para que eles sejam convertidos em direitos civis. cabe ao Estado reduzir a desigualdade. 
	Para Locke, a propriedade é um direito natural, enquanto que para Rousseau e Hobbes ela é um direito civil.
3.2- AS NOVAS REIVINDICAÇÕES DE DIREITOS
	No final do século XIX, o sujeito passa a questionar as teorias socialmente construídas, ele se torna epistêmico, pois fortalece o movimento de um novo período, este impulsionado pelas descobertas científicas e as ciências humanas mais efetivas. “Penso, logo existo”, já dizia René Descartes (1596-1650). 
	Nesse cenário destacaremos cinco pontos básicos, segundo Stuart Hall (2003), que comprovam a evolução
teórica das ciências humanas:
Segundo o pensamento marxista, a vontade individual é subordinada pela estrutura social,econômica e política anterior ao indivíduo;
Na teoria de Freud, o sujeito racional é incapaz de gerenciar de forma integral seus próprios conhecimentos; 
No entendimento de Ferdinand de Saussure, a língua é um sistema social e não individual; onde o indivíduo reproduz, não produz conceitos próprios.
Na explicação de Foucault existe um poder disciplinador emanado na sociedade a fim de desenvolver disciplinas a partir do ideal do ser humano passivo.
O início da questionalização das coisas, quando o sujeito
passa a compreender o seu redor a partir das divergências sociais (questões de gênero, importância dos movimentos contrários à hegemonia, movimento feminino, sociais, entre outros), enquanto minorias com déficit de cidadania.
TÓPICO 2 – A CONCEPÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
1- INTRODUÇÃO 
	Neste tópico desmistificaremos a questão do empoderamento do sujeito enquanto cidadão que de alguma forma infringiu determinada lei, pois se tem a ideia de que Direitos Humanos é uma linha de defesa em situações em que os indivíduos agem de maneira irregular, solicitando apoio aos direitos humanos, possibilitando identificar algumas alternativas no sentido de minimizar a pena.
	Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, a liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação.
	Sempre que refletimos sobre a temática direitos humanos e cidadania, é imprescindível considerar que a sociedade brasileira é um campo vasto de contradições das expressões sociais, pois identificamos as mais variadas vulnerabilidades, políticas, econômicas e sociais.
	Contudo, essas fragilidades tendem a ser banalizadas, já que elas são consideradas secundárias, sua prioridade é estabelecida a partir da notoriedade perante elas são 
consideradas secundárias, sua prioridade é estabelecida a partir da notoriedade perante a situação que recebe, seja pela sociedade ou através dos meios de comunicação.
	 
2- CONTEXTO HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS
	O contexto histórico dos direitos humanos é identificado a partir de um grande marco histórico, que pode ser identificado como período que antecede a 1ª Guerra Mundial, período transitório entre guerras e a 2ª Guerra Mundial, onde os homens foram obrigados a deixar seus lares para defender a ideologia política da época de sua nação.
1ª Guerra Mundial – 1914 - 1918;
2ª Guerra Mundial – 1939 - 1945.
	Esse período mais tenso da história é marcado pela pressão política administrativa, principalmente no período entre guerras, no qual se vivenciava uma instabilidade, momento em que surgem iniciativas referentes aos direitos humanos de amplitude internacional. Concepções:
O DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO
- Refere-se ao direito de guerra, que estabelece garantias individuais mesmo em períodos de guerra, tais como: 
> a PROTEÇÃO DE CIVIS e 
> o TRATAMENTO DE PRISIONEIROS. 
- Essa garantia foi estabelecida nas quatro Convenções de Genebra, de 1949.
A LIGA OU SOCIEDADE DAS NAÇÕES
- Foi designada após a 1ª Guerra Mundial, tinha como preferência a promoção da colaboração, como:
> ACORDO DE PAZ E DE SEGURANÇA, ampliadas internacionalmente. 
- Referia-se principalmente ao direito da minoria e do acesso ao trabalho
- Obs.: Esse movimento da Liga foi substituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT
- Criada após a 1ª Guerra Mundial, continua na ativa e tem como objetivos estabelecer padrões mínimos de condição para o trabalho decente.
	A 2ª Guerra representou uma ruptura no processo de humanização internacional, devido ao extermínio em massa de milhões de pessoas, tornando a figura do sujeito descartável e ignorando a questão da dignidade e da igualdade entre a humanidade.
	Esse processo representou uma quebra, já que os pequenos avanços conseguidos após a 1ª Guerra Mundial foram massacrados e desconsiderados após a 2ª Guerra. Nessa fase iniciam-se as declarações humanitárias internacionais e os tratados internacionais, que nada mais foram do que acordos de paz. As primeiras manifestações:
instituição dos Tribunais de Nuremberg e de Tóquio;
instituição da Organização das Nações Unidas – ONU (1945);
adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
2.1- EVOLUÇÕES E O CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
	 É comum encontrarmos notícias (bem como as sensacionalistas) com os seguintes focos: violência contra a mulher, criança, idoso, entre outras; corrupção, dificuldade de acesso a políticas sociais de saúde e educação, entre outras. O que amplia a discussão, à medida que se compreende que muitas legislações foram desenvolvidas justamente para garantir a proteção que por diversas vezes é desrespeitada, tem-se a ideia de desvalorização, ineficiência dos direitos humanos.
O Contraponto: 
X
	Esses mecanismos de controle já existem, mas nos deparamos com a incapacidade da legislação de conter essas situações, pois entende-se que os direitos sociais foram garantidos legislativamente, porém eles não conseguem ser efetivados.
A necessidade de criar mecanismos de controle
A normatização (que são as leis)
2.2- DIREITOS HUMANOS E A INTERPRETAÇÃO DA MORAL X ÉTICA
	A dificuldade de por em prática a lei pode ser explicada na medida em que reconhecemos as raízes da concepção dos direitos humanos. Por essa razão nos reportamos a Bobbio (1992), quando nos explica que o que foi considerado evidente em determinado período da história não é mais considerado em outro.
	Um exemplo prático dessa explicação pode ser a questão dos maus tratos físicos a crianças, que em determinado período da história eram considerados na sociedade como uma maneira educativa, e na atualidade passam a ser considerados práticas de violência.
	As leis passam a representar o marco legal, já que esse é um processo de construção e reconstrução histórica, pautado em valores morais e normatizado com as leis que passam a representar a ética.
	Avanços nas reivindicações:
Relações homoafetivas;
A mulher no mercado de trabalho;
O processo emigratório;
A opção profissional;
As mais variadas formas de exploração (profissional, sexual, entre outras);
Ideologias (políticas, religiosas, entre outras).
2.3- O CONTRAPONTO ENTRE O TRABALHO X DIREITO
	Na história é preciso compreender que os direitos civis só foram efetivados porque a luta pelos direitos sociais desencadeava a necessidade de uma coletividade. Que pode ser: 
• Acesso ao mercado de trabalho; 
• Acesso a condições mínimas de saúde e educação, entre outras; 
• Reforma agrária.
	Todas essas necessidades representam um avanço à questão de acesso que dificulta essa lógica, já que todos têm direitos, porém nem todos conseguem acessar, isso reflete nas expressões da questão social.
2.3.1- Compreendendo a mudança de concepção com a transição do feudalismo para o capitalismo
	A transição do feudalismo para o capitalismo, teve seu início no século XIV, deu origem a várias correntes filosóficas, bem como potencializou a questão do egocentrismo e do individualismo, pois o poder continua centrado nas mãos de poucas pessoas.
	É importante considerar que esta passagem compreendeu movimentos simultâneos, em que surgem as movimentações monetárias, o desenvolvimento do comércio e a origem da industrialização.
	Essa nova fase do capitalismo ampliou as estratégias e as possibilidades de negociação, porém mantém a mesma
	
lógica, ou seja, o sujeito se apropria da mão de obra do outro em busca de satisfações pessoais.
TÓPICO 3 – REFLETINDO SOBRE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
1- INTRODUÇÃO 
	Em determinado período histórico é possível identificar situações que se transformaram radicalmente, havendo inversão total de valores, pois a evolução tende a trazer inovações e, por sua vez, vem para acrescentar ou confrontarideologias. 
2- A LEGISLAÇÃO E SEU ENTENDIMENTO SOBRE OS PODERES DO ESTADO	
	Os direitos garantidos legislativamente possibilitam que os sujeitos se insiram de maneira gradativa e universal a todas as possibilidades das políticas públicas. Novamente existe um filtro chamado de condicionalidades de acesso, que garante a maior ou menor prioridade de atendimento. Esse, por sua vez, pode ser denominado como tratamento desigual. 
	Para compreender educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988). 	
Reafirmada e explicada no Art. 206 da Constituição do Brasil de 1988, quando esclarece que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, 
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade (BRASIL, 1988).
	Porém, essa redação não garante de maneira equânime o acesso e a permanência de crianças e adolescentes na educação, já que muitos vivenciam várias expressões da questão social voltadas à ineficiência das políticas públicas e à negligência da corresponsabilidade que as famílias/Estado têm com o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. 
	Nessa linha existe uma inversão de valores que é importante ser destacada: o direito à liberdade é de certa forma uma reação contra o mandato de poder do Estado, enquanto que os direitos sociais são de certa forma uma necessidade de ampliação dos poderes do Estado.
2.1- O SURGIMENTO DA DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
	O primeiro indício de exploração vem da época da colonização, quando os europeus conquistaram as terras brasileiras e tentaram domesticar os indígenas que já viviam nessas terras. Outro marco histórico foi a escravidão, em que a exploração da força de trabalho seria a vontade de seus “senhores”.
	Logo depois surgem os coronéis, que de certa forma são os senhores de escravos com uma nova roupagem, pois continuam vivenciando o ciclo de exploração e apropriação da força do trabalho do outro em benefícios próprios.
	A transição do feudalismo para o capitalismo mantém a mesma lógica de submissão, porém agora surge a ideia de acesso e possibilidades de negociação. Mas no fundo existe sempre a mesma lógica de acúmulo e ampliação do capital.
´
PROCESSO EVOLUTIVO DA EXPLORAÇÃO
	
	A divisão de classes repentinamente se evidencia entre os que detêm o capital e os que produzem esse capital.
3- A HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL E NO MUNDO
	Os períodos históricos comprovam que no Brasil sempre houve violação de direitos humanos, desde o Período Imperial (1822-1889) até a Primeira República (1889-1930). Entre as principais violações é possível considerar:
 
extermínio e a exploração dos indígenas;
a escravidão e a submissão dos negros;
a desvalorização da mulher;
desconsideração da fase da infância.
	Uma alternativa dos negros era fugir de seus senhores e se refugiar nos quilombos, como uma tentativa de se livrar da brutalidade dos senhores. Caso a fuga era impedida, eles eram agredidos fisicamente e muitos não resistiam, ocasionando óbitos, como uma maneira de disciplinar os demais. Resistência e luta contra a escravidão, buscavam de forma incansável a liberdade e sua vida digna como pessoas com direitos civis igualmente.
QUILOMBOS
3.1- GRANDES CONQUISTAS
	Houve a conquista dos negros com a questão da abolição da escravatura (1888), que de certa forma libertou parcialmente os negros, porém o próprio sistema os obrigava a trabalhar de maneira sub-humana para sustentar suas famílias.
	Com o final do regime escravocrata, os negros deixaram de ser propriedade dos “senhores” para se tornarem empregados e assim acessar seus primeiros direitos civis. O momento em que mais de seis milhões de negros foram trazidos à força da África para o Brasil, sem o cuidado e respeito com sua dignidade, marcou de maneira desumana a vida dessas pessoas.
	Nesse cenário os direitos políticos eram prioridade de uns poucos que faziam parte da elite, e os direitos sociais eram considerados utopias. A trajetória dos negros foi acompanhada também pelos movimentos sociais tímidos da: Revolta dos Alfaiates, Revolta Farroupilha, Revolta Praieira, Revolta Cabana, Revolta de Canudos, entre outros. Vide quadro página 48 do Livro.
	Outro marco na história do Brasil é o coronelismo, que além de negar qualquer direito civil, negligenciava a presença do povo e considerava apenas a elite dos coronéis.
	
	A Revolução de 1930 possibilitou que alguns direitos civis e políticos fossem de fato efetivados. Os operários conseguiram se articular solicitando melhorias nas condições de trabalho e alguns direitos passam a ser questionados e solicitados (descanso semanal, jornada de
trabalho, férias e aposentadoria), onde surge a figura dos sindicatos e a ideia das reivindicações quanto aos direitos trabalhistas.
	Esse movimento foi reforçado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, quando iniciativas tímidas passam a ser estabelecidas. Porém, essas garantias só se efetivaram em 1943 com a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
	Em 1964 as conquistas políticas e sociais foram substituídas pela opressão fixada pelo período militar, que se utilizou de Atos Institucionais, cancelando os direitos políticos das principais lideranças da época: sindicatos, partidária de artistas e intelectuais, grêmios estudantis e
representantes de trabalhadores, entre outros. Os meios de comunicação foram censurados e impedidos de informar a população, era obrigados a transferir as informações que lhes eram impostas. Todo esse processo de desrespeito à vida, à dignidade humana, era justiçado pela lógica da “segurança nacional”, que legitimava a autonomização do aparato policial, inclusive sobre o Estado.
	Mesmo durante o regime militar (1975), alguns segmentos da sociedade tentam se organizar, como o movimento dos operários, das mulheres, dos negros, entre outros. Nesse período é importante destacar que os movimentos religiosos defendiam a ideia de direitos humanos. 
	Outro fato importante nesse período (1964-1985) foi a unificação e universalização da Previdência.
	E em 1988 é promulgação da Constituição Federal, e após, surgem leis que complementam e consolidam os diretos sociais já previstos, como:
Estatuto da Criança e do Adolescente;
Estatuto do Idoso;
Estatuto da Pessoa com Deficiência;
Lei de Defesa do Consumidor, entre outros.
	Outra grande conquista para os direitos humanos foi a criação de mecanismos específicos destinados à promoção, defesa, reparação e monitoramento, tais como:
Juizados Especiais Civis e Criminais;
Secretarias de Direitos Humanos;
Conselhos de Direitos Humanos;
Comissões de Direitos Humanos.
	Foi criado o Programa Nacional de Direitos Humanos (1996), além de vários órgãos de apoio, como o “Disque denúncia”. 
	Na atualidade se trabalha a proposta de implementação do Sistema Nacional dos Direitos Humanos. Essa ideia de ampliar a discussão vem sendo desenvolvida dentro dos conselhos de direito, bem como pela sociedade civil. Já que a esfera pública não consegue suprir todas as demandas, necessitando de ações desenvolvidas pelas organizações não governamentais.

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