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dor abdominal sanar

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SUMÁRIO
1. Definição ....................................................................... 3
2. Epidemiologia ............................................................. 3
3. Etiologia e fisiopatologia ......................................... 5
4. Abordagem diagnóstica .......................................... 9
5. Manejo..........................................................................24
Referências bibliográficas ........................................28
3DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
1. DEFINIÇÃO
A dor abdominal é um queixa muito 
comum no departamento de emer-
gência (DE), representando cerca de 
7,9% das visitas ao DE. Representa 
um grande desafio diagnóstico por 
se tratar de uma condição muitas ve-
zes inespecífica e mal caracterizada, 
grande variabilidade de apresenta-
ção e com muitos diagnósticos di-
ferenciais, podendo se tratar desde 
causas benignas até causas fatais.
SE LIGA! No departamento de emer-
gência, a função do médico é diagnos-
ticar ou descartar abdome agudo, isto 
é, causas potencialmente graves, nas 
quais o quadro de dor necessita de de-
finição diagnóstica e conduta imediatas! 
Sendo assim, os médicos são responsá-
veis por tentar determinar quais pacien-
tes podem ser observados ou tratados 
com segurança, sintomaticamente, e 
quais requerem investigação adicio-
nal ou encaminhamento especializado 
como, por exemplo, casos cirúrgicos.
2. EPIDEMIOLOGIA 
Idosos, imunocomprometidos e mu-
lheres em idade fértil apresentam de-
safios diagnósticos especiais.
Pacientes idosos geralmente apre-
sentam queixas vagas e inespecíficas 
e apresentações atípicas de condições 
potencialmente fatais, levando a maior 
dificuldade diagnóstica. Esses pacientes 
com dor abdominal têm um aumento de 
6 a 8 vezes na mortalidade em compa-
ração aos pacientes mais jovens. Os ido-
sos apresentam maior probabilidade de 
um diagnóstico ameaçador à vida, como 
apendicite aguda, diverticulite, ruptura 
de aneurisma de aorta abdominal e is-
quemia mesentérica.
Na população de pacientes com vírus 
da imunodeficiência humana (HIV) 
a incidência de dor abdominal varia de 
12 a 45%. Esses pacientes podem so-
frer de uma ampla gama de doenças, 
incluindo condições incomuns e rela-
cionadas à terapia. Merecem atenção 
especial, pois podem apresentar ma-
nifestações atípicas, sutis e altamente 
variáveis, com achados inespecíficos e 
que podem confundir o diagnóstico.
Em mulheres, o diagnóstico dife-
rencial é ainda mais amplo e inclui 
condições que envolvem o trato re-
produtivo e órgãos pélvicos, além de 
doenças associadas à gestação. A 
gravidez leva a alterações fisiológicas 
e anatômicas que afetam a apresen-
tação de doenças comuns.
Apesar da ampla tecnologia que nos 
ajuda no diagnóstico, a dor abdomi-
nal indiferenciada, ou seja, quando 
não encontramos a causa da dor, con-
tinua sendo o diagnóstico para apro-
ximadamente 25% dos pacientes 
que recebem alta do pronto-socorro, 
sendo que 80% desses pacientes 
melhoram ou ficam sem dor dentro de 
duas semanas após a apresentação.
Os diagnósticos diferenciais mais co-
muns de dor abdominal são de doen-
ças que acometem o trato gastroin-
testinal (TGI) e o trato geniturinário 
(TGU). No mapa mental 1 vocês po-
dem ver essa divisão com as causas 
mais comuns em cada sistema, além 
de doenças extra intestinais que po-
dem se apresentar com dor abdominal.
4DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
MAPA MENTAL: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAS DE DOR ABDOMINAL POR SISTEMAS
Apendicite
Gastroin-
testinais 
Dor periumbilical com migração para QID. 
Anorexia, vômitos e febre associados.
Doença biliar
Pancreatite
Diverticulite
Ulcera péptica
ITU inferior
Pielonefrite
Nefrolitíase
Torção anexial
Cisto ovariano 
rompido
Cetoacidose 
diabética
Cetoacidose 
alcoólica
Herpes zóster
Extra 
intestinais
Geniturinários
Gastroenterites
Hepatite
DII
SII
Hérnia 
encarcerada
DIP
Síndrome de 
Fitz-Hugh Curtis
Endometriose 
Pré-eclâmpsia
Torção 
testicular
Pneumonia
Embolia 
pulmonar
Dor em QSD associada a alimentação gordurosa. 
Sinal de Murphy pode estar presente.
Dor em QSD padrão em faixa, com irradiação para 
o dorso. Náuseas e vômitos são comuns
Dor no QIE, mais comum em idosos. 
Pode ter sangramento retal associado
Dor epigástrica, indigestão e refluxo.
Dor suprapúbica associada a 
sintomas urinários como disúria, 
polaciúria, urgência miccional.
Febre (> 38 ° C), dor no flanco, sensibilidade do 
ângulo costovertebral e náusea ou vômitos
Dor abdominal intensa com irradiação para flanco 
ou virilha associada a hematúria. 
Dor súbita na parte inferior do 
abdome associado a náuseas e vômitos: 
emergência ginecológica!!
Pode ser assintomática ou associada ao aparecimen- 
to repentino de dor abdominal inferior unilateral desen-
cadeado ao esforço. Pode ter sangramento vaginal leve. 
Dor abdominal intensa e vômitos. 
Pode ser a apresentação inicial em DM1
Ocorre em alcoolistas crônicos. 
Até 75% dos pacientes apresentam 
náusea, vômito e dor abdominal.
Dor e erupção cutânea desenvolvem-se em um 
padrão de dermatomo, que pode envolver o abdômen. A 
dor pode preceder a erupção por dias a semanas
Febre, diarreia e / ou vômito 
podem ser sintomas mais importantes 
do que dor abdominal.
Inúmeras etiologias, pode 
ter icterícia associada
As complicações agudas da DII podem incluir 
dor, sangramento, perfuração, obstrução intestinal, 
formação de fístula e abscesso e megacólon tóxico.
Dor abdominal associada a uma alteração na frequência ou 
consistência das fezes. Sintomas persistentes por três meses 
durante um período de um ano.
Mais comum em idosos. Avaliar região 
periumbilical, femoral e inguinal
Dor abdominal inferior que piora 
com relação sexual. Pode ter sangramento 
ou corrimento vaginal associado.
Dor em QSD secundária a peri-hepatite como 
complicação da DIP. Acontece em 10% das DIP.
Dor pélvica (que pode ser crônica, mas geralmente 
é mais intensa durante a menstruação ou a ovulação), 
dismenorreia, infertilidade e dispareunia profunda.
Gestantes. Definida pela tríade de hipertensão, pro-
teinúria e edema. Pode ocorrer lesão hepática produzindo 
dor abdominal em região superior ou epigástrica direita
Início repentino de dor intensa após 
atividade vigorosa ou trauma testicular.
Dor em abdome superior, geralmente aguda e 
agravada pela tosse ou inspiração profunda.
Pode apresentar uma variedade de sintomas e 
sinais inespecíficos, que podem incluir dor abdominal 
superior e dor no ombro por irritação do diafragma.
Fonte: Uptodate, 2020
5DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
Alguns pacientes apresentam maior 
risco de doenças graves associadas 
no contexto de dor abdominal. São 
fatores que aumentam este risco:
 Idade > 60 anos
Cirurgia abdominal prévia, in-
cluindo cirurgia bariátrica
Doença inflamatória intestinal 
(DII)
Instrumentação recente (ex. co-
lonoscopia com biópsia)
Doença maligna abdominal, 
pélvica ou retroperitoneal 
conhecida
Quimioterapia em curso
Imunossuprimidos, incluindo os 
usuários de corticoides
Febre, calafrio, sintomas 
sistêmicos
Mulheres em idade reprodutiva
Imigrantes recentes
Déficit cognitivo/linguagem
3. ETIOLOGIA E 
FISIOPATOLOGIA
As diferentes patologias relaciona-
das a dor abdominal são percebidas 
por meio de três mecanismos distin-
tos: dor visceral, dor somática e dor 
referida.
• Dor visceral: está relacionada à 
inervação de fibras aferentes na 
parede de órgãos intra-abdomi-
nais, tanto de vísceras ocas como 
da cápsula de órgãos sólidos. Es-
sas fibras, não mielinizadas, são 
estimuladas por estiramento, dis-
tensão ou contração excessiva da 
musculatura lisa. Esse tipo de dor 
tem fraca correlação com a loca-
lização da dor e pode ocorrer por 
distensão de órgãos por gás e flui-
dos, ou distensão da cápsula de 
órgãos por edema, sangue, massa 
ou abscesso. Em relação à localiza-
ção da dor, sabe-se que a dor vis-
ceral é geralmente percebida na 
linha média porque os impulsos 
aferentes de órgãos viscerais são 
mal localizados. A dor relacionadaao acometimento de estruturas re-
troperitoneais, estômago, pâncre-
as, fígado, vias biliares e duodeno 
proximal, é tipicamente localizada 
na região epigástrica. O resto do 
intestino delgado e o terço proxi-
mal do cólon, incluindo o apêndice, 
são estruturas do intestino médio, 
e a dor visceral associada a esses 
órgãos é percebida na região pe-
riumbilical. Estruturas como a be-
xiga e os dois terços distais do có-
lon, bem como os órgãos pélvicos 
geniturinários, geralmente cau-
sam dor na região supra púbica. 
Com a extensão da doença além 
do órgão acometido, a localização 
inespecífica inicial pode se tornar 
mais fidedigna por envolvimento 
6DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
somático, como iremos discutir a 
seguir. Um exemplo típico é a dor 
da apendicite aguda, inicialmente 
em região periumbilical e que de-
pois se localiza na região de fossa 
ilíaca direita.
SAIBA MAIS! 
A dor visceral é percebida no segmento espinhal no qual os nervos aferentes viscerais entram 
na medula espinhal. Como exemplo, os nervos aferentes que mediam a dor decorrente do 
intestino delgado entram na medula espinhal entre T8 a L1. Assim, a distensão do intestino 
delgado é geralmente percebida na região periumbilical.
• Dor somática: resulta da irritação 
do peritônio parietal. As fibras são 
mielinizadas e têm maior correla-
ção entre o local da dor e o seg-
mento abdominal envolvido. A dor 
costuma ser de forte intensidade 
com piora à palpação e pode gerar 
uma descompressão positiva.
• Dor referida: resulta da sensação 
de dor em um local diferente da sua 
origem. As vezes, a dor originada 
nas vísceras pode ser percebida 
como originária de um local distan-
te do órgão afetado. A dor referida 
geralmente está localizada nos der-
mátomos cutâneos, compartilhando 
o mesmo nível da medula espinhal 
que as entradas viscerais. Como 
exemplo, as entradas nociceptivas 
da vesícula biliar entram na medula 
espinhal em T5 a T10. Assim, a dor 
da vesícula biliar inflamada pode ser 
percebida na escápula. Na figura 1 
estão representados alguns exem-
plos de dor referida.
Ruptura do baço
Pancreatite aguda ou 
cólica renal
Dor uterina ou retal
Cólica biliar
Úlcera duodenal perfurada
Figura 1. Padrões de dor abdominal referi-
da. Fonte: Sanarflix
7DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
SAIBA MAIS! 
Já ouviram falar nos sinais semiológicos: Kehr e 
Boas? Estes sinais não são tão badalados assim 
e é por isso mesmo que vamos falar sobre eles, 
para não sermos pegos de surpresa. Em condi-
ções inflamatórias no abdome, como colecistite 
aguda, podemos apresentar alguns sinais, dentre 
eles o sinal de Boas. Boas nada mais é do que 
sentir uma dor referida na ponta da escápula 
direita. Já o sinal de Kehr aparece em condições 
que causam irritação diafragmática, como sangue, 
por exemplo. Sinal de Kehr é sentir dor no ombro 
homolateral à irritação diafragmática. Ou seja, 
Kehr é dor no ombro e Boas é na ponta da es-
cápula! Para vocês nunca esquecerem, trouxemos 
esse triste quadrinho para mostrar que quando o 
garotinho KEHR, ele coloca a mão no ombrinho. Já 
a garotinha, dando um tapinha nas costas (ponta 
da escápula), mostra que só quer ficar de BOAS.
Figura 2. Fonte: https://www.facebook.com/
medicinacomhumor/posts/521701708031854/
As etiologias de dor abdominal são 
inúmeras, e para ficar mais fácil o ra-
ciocínio, podemos dividi-las em qua-
drantes, conforme a localização da 
dor abdominal. Confira no mapa men-
tal 2 abaixo:
8DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
MAPA MENTAL 2: ETIOLOGIAS DOR ABDOMINAL
DOR DIFUSA
Peritonite
Pancreatite
Crise falciforme
Apendicite precoce
Trombose mesentérica
Gastroenterites
Dissecção ou ruptura de aneurismas
Obstrução intestinal
Cetoacidose diabética
Doença inflamatória intestinal
Intestino irritável
Porfiria intermitente aguda
Apendicite
Divertículo de Meckel
Divertículo cecal
Aneurisma de aorta
Gravidez ectópica
Cisto no ovário
Doença inflamatória pélvia
Endometriose
Cálculo uretral
Abcesso do psoas
Adenite mesentérica
Hérnia estrangulada
Torsão de ovário
Abcesso tubo-ovariano
Infecção do trato urinário
Aneurisma de aorta
Diverticulite em sigmoide 
Hérnia estrangulada 
Gravidez ectópica
Torsão de ovário 
Síndrome de Mittetschmerz
Cisto de ovário
Doença inflamatória pélvica
Endometriose
Abcesso tubo-ovariano
Calculo uretral
Abcesso do psoas
Infecção do trato urinário
Cólica biliar
Colecistite
Colangite
Gastrite
DRGE
Abcesso hepático
Hepatomegalia sec. ICC
Úlcera perfurante
Pancreatite
Apendicite retrocecal
Isquemia miocárdica
Apendicite na gravidez
Pneumonia em Lobo inferior direito
Gastrite
Pancreatite
DRGE
Patologia esplênica
Isquemia miocárdica
Pericardite
Miocardite
Pneumonia em lobo inferior esquerdo
Derrame pleural
Fonte: Sanarflix
9DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
4. ABORDAGEM 
DIAGNÓSTICA
Avaliação e estabilização
Na avaliação inicial do paciente que 
chega ao departamento de emer-
gência, deve-se atentar para sinais 
de depleção volêmica e presença de 
choque. Os sinais vitais devem ser 
verificados para avaliar se há pre-
sença de instabilidade, se houver, é 
importante a realização da estabi-
lização com uma avaliação ABC + 
MOV (monitorização, oxigenoterapia 
e venóclise). Se não houver sinais 
de instabilidade, seguimos para uma 
anamnese detalhada e um bom exa-
me físico para obtermos nossas sus-
peitas e avaliarmos a necessidade de 
exames complementares para chegar 
ao diagnóstico.
SE LIGA! Lembram o que são sinais de 
instabilidade? São eles: hipotensão ar-
terial (PAS<90mmHG), dor torácica típi-
ca, dispneia e rebaixamento do nível de 
consciência.
Alguns diagnósticos diferencias são 
mais preocupantes e devem ser lem-
brados logo na avaliação inicial, pois 
podem evoluir mais rapidamente para 
a morte.
Condições imediatas com risco de 
vida:
• Aneurisma da aorta abdominal
• Isquemia mesentérica
• Perfuração do trato gastrointesti-
nal (incluindo úlcera péptica, intes-
tino, esôfago ou apêndice)
• Obstrução intestinal aguda
• Vólvulos
• Gravidez ectópica
• Descolamento da placenta
• Infarto do miocárdio
• Ruptura esplênica 
Achados principais
Após a avaliação inicial e estabiliza-
ção do paciente, é importante a rea-
lização de uma anamnese minucio-
sa e um exame físico bem detalhado 
da região abdominal. Após possíveis 
suspeitas podemos lançar mão de al-
guns exames complementares.
Anamnese
• Início da dor: início súbito de dor 
abdominal deve apontar para cau-
sas mais graves e possivelmen-
te cirúrgicas, como dissecção ou 
ruptura de aorta, perfuração de 
vísceras, torção ou ruptura de cis-
to de ovário. Entretanto, algumas 
condições clínicas menos graves 
também podem causar dor abdo-
minal aguda, como litíase renal, 
porfiria, etc. Uma dor que se inicia 
após exercido físico pode indicar 
10DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
laceração ou hematoma de reto 
abdominal. Dor que se inicia após 
alimentação pode indicar colecis-
topatia calculosa, doença ulcerosa 
péptica ou isquemia mesentérica.
• Progressão da dor: deve-se ques-
tionar se a dor é constante ou inter-
mitente e se ela está aumentando 
em intensidade ou não. Uma dor 
constante que não está piorando 
fala contra uma causa cirúrgica. 
Por sua vez, uma dor constante, 
que piora progressivamente, deve 
apontar para um processo infla-
matório em evolução (apendicite, 
salpingite, diverticulite etc.).
SAIBA MAIS! 
A dor associada à obstrução do intestino delgado é usualmente intermitente, em cólica, com 
progressão para dor mais constante quando ocorre distensão intestinal.
• Localização e irradiação: ferra-
menta essencial na avaliação de 
pacientes com dor abdominal, im-
portante para nos guiar na busca 
da possível etiologia da dor. Veja 
o mapa mental 2 que traz as pos-
síveis etiologias a depender da 
localização da dor, ou até mesmo 
quando ela é difusa. A radiação da 
dor também é importante; a dor da 
pancreatite costuma irradiar para 
as costas, enquanto a cólica renal 
irradia para a virilha.
SE LIGA! Deve-se considerar apendi-
cite em qualquerpaciente com dor em 
quadrante inferior direito do abdome, 
até que se prove o contrário.
• Característica e intensida-
de: são elementos importantes 
no diagnóstico diferencial. Inclui 
determinar se a dor está queiman-
do ou roendo, como é típico do re-
fluxo gastroesofágico e da úlcera 
péptica, ou com cólica, como na 
gastroenterite ou obstrução intes-
tinal. Uma dor lancinante fala a fa-
vor de dissecção aguda de aorta. 
Geralmente, a gravidade da dor 
está relacionada a gravidade do 
distúrbio subjacente. A dor da có-
lica biliar ou renal ou da isquemia 
mesentérica aguda é de alta inten-
sidade, enquanto a dor da gastro-
enterite é menos acentuada. 
NÃO ESQUECER: Um paciente que 
toma corticosteroides pode ter um mas-
caramento significativo da intensidade 
da dor, e pacientes adultos mais ve-
lhos geralmente apresentam dor menos 
intensa.
11DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
• Fatores de alívio ou de piora: 
questionar acerca de fatores que 
pioram a dor (exercício, alimenta-
ção) ou aliviam a dor (vômitos, posi-
ção). Nesse momento é importante 
questionar sobre melhora com uso 
de medicamentos, uma vez que, 
por exemplo, o uso de antiácidos 
com alívio da dor, poderia sugerir 
uma síndrome dispéptica.
SAIBA MAIS! 
A dor de uma úlcera péptica pode ser exacerbada (se for gástrica) ou aliviada (se for duo-
denal) pela alimentação. Além disso, a piora da dor com ingestão alimentar também pode 
ocorrer na isquemia mesentérica e nos cálculos biliares, neste último caso sendo frequente a 
associação com alimentos gordurosos.
SAIBA MAIS! 
Pacientes com peritonite tendem a ficar quietos e referem aumento da dor com movimen-
tação brusca. Já a dor da pancreatite é classicamente aliviada ao sentar e inclinar-se para a 
frente
• Sintomas associados: questionar 
a presença de outros sintomas é 
muito importante para reduzir nos-
sa lista de diagnósticos diferen-
ciais. Por isso, devemos lembrar 
de perguntar se o paciente teve 
febre, diarreia, náuseas, vômitos, 
constipação, hemorragia digesti-
va, hematúria, sintomas urinários, 
sintomas cardiopulmonares, entre 
outros. Em homens, é importante 
questionar acerca de queixas em 
testículos ou pênis. Em mulheres, 
questionar sobre a última mens-
truação, uso de contraceptivos e 
sintomas vaginais, como sangra-
mento e corrimento. Para pacien-
tes com dor no quadrante supe-
rior direito ou preocupação com 
doença hepática, não esquecer de 
perguntar sobre icterícia e altera-
ções na cor da urina e das fezes.
◊ Pacientes com sintomas uri-
nários como disúria, poliúria 
e hematúria têm maior pro-
babilidade de ter uma cau-
sa geniturinária para sua dor 
abdominal.
◊ Pacientes com sintomas car-
diopulmonares como tosse, 
falta de ar, ortopneia e dispneia 
ao esforço sugerem uma etio-
logia pulmonar ou cardíaca.
◊ Pacientes com sintomas 
constitucionais como febre, 
calafrios, fadiga, perda de 
peso e anorexia, nos levaria a 
12DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
pensar em infecção, maligni-
dade ou doenças sistêmicas, 
por exemplo, doença inflama-
tória intestinal-DII.
SE LIGA! Se náusea ou vômitos estive-
rem presentes, deve-se questionar se 
a dor foi precedida ou não de náusea e 
vômitos. Em geral, nas doenças cirúrgi-
cas, a dor abdominal vem antes dos vô-
mitos. Na síndrome coronariana aguda 
(SCA), na gastroenterite e em doenças 
abdominais inespecíficas, náusea e vô-
mitos costumam aparecer antes da dor 
abdominal.
SE LIGA! Em pacientes com apendici-
te, a maioria dos médicos espera que 
o paciente relate anorexia. No entanto, 
esse sintoma é pouco sensível, estando 
presente em apenas 68% dos pacientes 
com apendicite. A anorexia pode ocorrer 
em apenas 20-44% dos pacientes ido-
sos com apendicite.
História patológica prévia: 
• Presença de doença cardiovascu-
lar, fibrilação atrial ou valvopatia 
pode indicar embolia para vasos 
abdominais e isquemia miocárdica.
• Um histórico de cirurgias e pro-
cedimentos deve ser obtido, pois 
uma história de cirurgia abdominal 
prévia pode apontar para obstru-
ção intestinal por bridas. 
• O uso de medicações deve ser de-
talhado. A dor abdominal, nesses 
caso, pode ser por doença ulcerosa 
péptica (por uso de anti-inflama-
tórios), colite pseudomembranosa 
(uso de antibióticos), hepatite ou 
pancreatite aguda.
• Presença de outras doenças pode 
apontar para causas especificas (p. 
ex.: doença falciforme com episó-
dio hemolítico ou álgico; diabetes 
mellitus com cetoacidose diabética 
etc.).
História social: uso de drogas ilícitas 
e abuso de álcool devem ser ques-
tionados. É importante perguntar so-
bre a ingestão de álcool para avaliar 
a possibilidade de doença hepática e 
pancreatite.
Outras informações: trauma abdo-
minal recente, viagens, exposição a 
chumbo, questionar familiares sobre 
intoxicação aguda etc. 
Exame físico
O exame físico é uma etapa essencial 
na busca da causa da dor abdominal e 
associado a uma boa história, estreita 
nossos diagnósticos diferenciais.
• Sinais vitais: taquicardia e hipo-
tensão podem indicar desidrata-
ção (por vômitos, diarreia etc), per-
da de volume para terceiro espaço 
(pancreatite, obstrução intestinal), 
sangramento digestivo, ruptura 
de aneurisma, sepse ou choque 
cardiogênico. Febre pode sugerir 
13DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
infecção, embora a sua ausência 
não possa descartá-la. Taquip-
neia pode ocorrer por dor, hipo-
xemia, sepse, anemia ou acidose 
metabólica.
SE LIGA! Embora febre sugira uma cau-
sa infecciosa, pode estar ausente em 
mais de 30% dos pacientes com apen-
dicite e na maioria das pessoas com 
colecistite.
• Pele e mucosas: sudorese 
fria e diaforese podem indicar 
hipoperfusão, dor intensa ou SCA. 
Icterícia pode apontar para uma 
doença biliar (colecistite, colangite, 
obstrução), pancreática, hepática 
(abscesso, hepatite) ou hemólise. 
Achados de telangiectasias, ic-
terícia e ginecomastia apontam 
para cirrose hepática com possí-
vel complicação (p. ex.: peritonite 
bacteriana espontânea). O achado 
de candidíase oral é de grande 
importância, podendo sugerir imu-
nossupressão ou infecção pelo ví-
rus HIV.
SAIBA MAIS! 
A Tríade de Charcot é 
o nome que se dá ao 
conjunto dos três sinais 
e sintomas que levam à 
suspeita do diagnóstico 
de colangite, que con-
siste no processo de in-
fecção das vias biliares. 
É um epônimo em ho-
menagem a Jean-Martin 
Charcot, médico francês 
que viveu de 1825 a 
1893.
Os três sinais e sinto-
mas da tríade de Char-
cot são:
• Icterícia
• Dor abdominal em 
hipocôndrio direito
• Febre com calafrios.
Dá-se o nome de pêntade de Reynolds quando, para além da Tríade de Charcot, estiverem 
presentes hipotensão e alteração do estado mental, sugerindo um quadro de colangite 
mais grave.
ESQUEMA – TRIADE DE CHARCOT
PÊNTADE DE 
REYNOLDS
TRÍADE DE 
CHARCOT
+
14DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
• Exame cardíaco e pulmonar: cre-
pitações em base pulmonar ou 
redução do murmúrio vesicular 
podem apontar para causa pulmo-
nar (pneumonia, pleurite, embolia 
pulmonar). Taquicardia, arritmia e 
sopros podem indicar embolização 
arterial para vasos mesentéricos.
Exame abdominal:
• Inspeção: avaliar se há aumento de 
volume abdominal (distensão, as-
cite, hemoperitônio etc.), presença 
de cicatrizes cirúrgicas (obstrução 
intestinal ou recidiva da doença 
operada), circulação colateral (he-
patopatia), presença de hematoma 
periumbilical ou em flancos (pan-
creatite necro-hemorrágica). 
SE LIGA! Pode parecer besteira, mas é 
importante lembrar de examinar o pa-
ciente sem camisa. A inspeção é uma 
etapa importante do exame físico e pode 
nos revelar diagnósticos como obstru-
ção intestinal pela presença de cicatriz, 
herpes zoster pela presença de lesões 
bolhosas, ou até afastar outros diag-
nósticos como colecistite numa paciente 
que já retirou a vesícula. 
SAIBA MAIS! 
O sinal de Grey-Turner (figura 2) equivale a equimoses em flancos e o sinal de Cullen (figura 
3) são equimoses azuladas em região umbilical. Estes sinais sugerem sangramento intra-ab-
dominal ou retroperitoneal. Podemestar presentes nos casos de aneurisma de artéria aorta 
rompido ou com vazamento ou pancreatite necro-hemorrágica.
Figura 3. Sinal de Grey-Turner. Fonte: uptoda-
te, 2020.
Figura 4. Sinal de Cullen. Fonte: https://bit.ly/3csYBLq. 
• Ausculta: A ausência de sons in-
testinais por mais de dois minutos 
sugere peritonite ou íleo paralítico. 
Os sons hiperativos do intestino 
médio estão associados a sangue 
ou inflamação no trato gastrointes-
tinal. A presença periódica de sons 
intestinais agudos ou “ausência 
15DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
de sons intestinais”, na presença 
de distensão abdominal, sugerem 
obstrução intestinal. Um sopro 
pode ser ouvido na presença de 
um aneurisma da aorta abdominal 
(AAA), principalmente se o pacien-
te for magro.
• Percussão: Pacientes com peri-
tonite terão dor com percussão 
suave. A percussão também é 
usada para identificar ascites e 
hepatomegalia.
HORA DA REVISÃO!
MANOBRAS DE ASCITE
Figura 5. Manobras de ascite. Fonte: https://bit.
ly/2MoPvVz 
• Macicez móvel- o líquido ascítico 
encontra-se livre na cavidade peri-
toneal. Para verificar se há macicez 
móvel, posiciona-se o paciente em 
decúbito lateral e percute-se o flanco 
sobre o qual ele está apoiado, obten-
do-se um som maciço pela presen-
ça de líquido; a seguir, sem retirar o 
dedo do local, solicita-se que o pa-
ciente vire apoiando-se no decúbito 
contralateral e realiza-se nova per-
cussão e obtém-se o som timpânico. 
• Semi círculo de Skoda: o líquido 
ascítico ocupa as áreas de declive 
do abdome (hipogástrio e flancos). 
Ao se percutir o abdome a partir 
do andar superior, delimita-se uma 
linha circular na transição entre o 
timpanismo e a macicez das áreas 
de maior declive.
• Sinal do piparote- posiciona-se 
uma das mãos em um dos flancos, 
no lado oposto posiciona-se a ponta 
do dedo médio, dobrado, apoiado e 
tensionado contra o polegar, dispara 
contra o flanco contralateral (como 
se fosse dar umas batidinhas); o 
abalo irá produzir uma onda de cho-
que que será transmitido no líqui-
do ascítico, sendo percebido pela 
palma da mão no flanco oposto. Se 
houver grande adiposidade ou ede-
ma de parede abdominal, solicita-se 
que um assistente posicione a borda 
cubital da mão na linha mediana do 
abdome, com ligeira pressão, inter-
ceptando as ondas transmitidas pela 
parede, sem impedir a onda de cho-
que do líquido ascítico.
• Palpação: o médico emergencista 
deve buscar a localização da dor 
na palpação superficial ou profun-
da, procurar pela presença de rigi-
dez muscular (voluntária ou invo-
luntária) e se há sinais de irritação 
peritoneal (descompressão brusca 
positiva). A pesquisa de peritonis-
mo é realizada com depressão su-
ave da parede abdominal durante 
cerca de 15-30 segundos, com 
liberação repentina. O paciente é 
solicitado a referir se a dor foi maior 
com a pressão ou com a descom-
pressão abdominal. Deve-se ini-
ciar a palpação pelas regiões não 
dolorosas para depois examinar os 
locais mais dolorosos. Se não hou-
ver dor intensa, deve-se buscar a 
16DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
palpação profunda, na busca de 
massas, visceromegalias e sinais 
de aneurisma de aorta (massa pul-
sátil, sobretudo infraumbilical). So-
bretudo em idosos, deve-se pal-
par as regiões umbilical, femoral 
e inguinal na procura por hérnias, 
já que, nessa população, até 10% 
das obstruções intestinais são cau-
sadas por hérnias encarceradas.
HORA DA REVISÃO!
Sinais importantes que podem ser 
detectados na palpação:
Sinal de Blumberg: Dor no terço distal 
da linha entre o umbigo e a crista ilíaca 
anterossuperior direita (ponto de McBur-
ney), que pode apontar para apendicite, 
embora possa estar presente em outras 
afecções de íleo distal, como tuberculo-
se, linfoma, diverticulite de ceco etc (Fi-
gura 5).
Figura 6. Sinal de Blumberg. Fonte: https://bit.
ly/2U3E89E
Embora insensíveis, os sinais do psoas, 
obturador e Rovsing têm boa especifi-
cidade para apendicite aguda. Veremos 
cada um a seguir: 
Sinal de Rovsing: Compressão do qua-
drante inferior esquerdo do abdome 
com dor no quadrante inferior direito (fi-
gura 6).
Figura 7. Sinal de Rovsing. Fonte: https://bit.
ly/36V6LLz
Sinal do Psoas: com o paciente deita-
do do lado esquerdo, estende-se pas-
sivamente o quadril direito do paciente, 
o sinal é positivo se essa manobra pro-
vocar dor (figura 7). Um sinal de psoas 
positivo pode ser visto com um apêndice 
retrocecal.
Figura 8. Sinal do Psoas. Fonte: https://bit.
ly/2ZZEEcM
Sinal do Obturador: é uma dor provoca-
da quando o clínico realiza rotação inter-
na passiva da coxa direita flexionada. Um 
paciente com apêndice pélvico pode ter o 
sinal do obturador positivo (figura 8).
17DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
Figura 9. Sinal do Obturador. Fonte: https://bit.
ly/2ZZEK48 
Sinal de Murphy: é a presença de dor 
e interrupção brusca e involuntária da 
respiração ao palpar abaixo da margem 
costal direita e pode sugerir colecistite 
aguda (figura 9).
Figura 10. Sinal de Murphy. Fonte: https://bit.
ly/2XUmiXZ
SAIBA MAIS! 
A presença de defesa abdominal é definida como aumento do tônus muscular da parede 
abdominal e só tem valor se representa um reflexo involuntário, pois defesa abdominal vo-
luntária pode ocorrer em qualquer paciente ansioso com o exame abdominal. Em geral, exa-
minar enquanto se conversa com o paciente ou, eventualmente, com flexão das coxas, pode 
diferenciar a rigidez voluntária da involuntária. A rigidez da parede abdominal é um exemplo 
extremo de defesa abdominal, mas é frequentemente ausente em idosos com peritonite e, 
quando presente, geralmente aponta para causa cirúrgica.
• Exame da região dorsal: buscar 
se há sinal de Giordano (dor e reti-
rada involuntária à punho percus-
são dorsal), o que pode sugerir li-
tíase renal ou pielonefrite, embora 
possa ocorrer em abscesso hepáti-
co, esplênico, apendicite etc. Muito 
cuidado com a realização desse si-
nal, você não precisa “espancar” o 
paciente, é uma batidinha de leve, 
é uma percussão com o punho na 
região da loja renal (figura 10).
Figura 11. Sinal de Giordano aplicado de maneira 
incorreta. Fonte: https://bit.ly/2MlR32v
18DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
• Exame retal: pode ser importante 
na busca de sangue, massas ou 
dor. Pode ajudar no diagnóstico 
de prostatite, abscesso perirretal 
ou presença de corpos estranhos. 
A impactação fecal pode ser a ex-
plicação para sinais e sintomas de 
obstrução em adultos mais velhos, 
enquanto a sensibilidade no exa-
me retal pode ser o único acha-
do anormal em um paciente com 
apendicite retrocecal.
SE LIGA! Na prática, existe uma máxima 
entre os cirurgiões em relação a realiza-
ção de exame retal em pacientes com 
suspeita de abdome agudo (dor abdo-
minal com maior risco de morte e poten-
cial cirúrgico). Essa máxima diz que “O 
toque retal sempre deve ser feito, exceto 
em duas situações: 1) Quando o médico 
não tem dedo ou 2) Quando o paciente 
não tem ânus.” Brincadeiras à parte, o 
exame retal é um importante aliado nos 
quadros de abdome agudo e deve ser 
sempre considerado.
• Exame pélvico - Um exame pélvi-
co deve ser realizado sempre que 
a patologia pélvica for um diag-
nóstico diferencial em mulheres. A 
menos que a paciente tenha outra 
etiologia confirmada da dor abdo-
minal, todas as mulheres com dor 
abdominal inferior aguda devem 
fazer um exame pélvico.
SAIBA MAIS! 
A Ultrassom (US) de beira de leito (point of care/POC) é uma poderosa ferramenta comple-
mentar ao exame físico. Guiada pela anamnese/queixas do paciente, a US POC pode fornecer 
rapidamente o diagnóstico de várias condições, especialmente no paciente grave, ou estrei-
tar significativamente o diagnóstico diferencial. Este exame pode demonstrar liquido livre na 
cavidade abdominal (exame FAST), aneurisma de aorta e/ou sua ruptura, patologias do trato 
urinário (hidronefrose, litíase), gravidez ectópica, patologias de anexos, apendicite aguda, co-
lecistite/colangite, pneumoperitônio, entre outras.
SE LIGA! Muito cuidado com a possi-
bilidade degravidez ectópica rota em 
mulheres com dor abdominal. Em ge-
ral, pode ser necessário um detalhado 
exame ginecológico nesses casos. Mu-
lheres com apendicite podem ter dor 
a palpação de anexos, com atribuição 
equivocada à anexite. A ausência de 
corrimento cervical deve sugerir apen-
dicite. Raramente, contudo, mulheres 
com cervicite podem evoluir com dor no 
quadrante superior direito por causa da 
peri-hepatite infecciosa, denominada 
síndrome de Fitz-Hugh Curtis, sendo 
esta uma das complicações mais impor-
tantes da doença inflamatória pélvica.
Na avaliação dos pacientes com dor 
abdominal no serviço de emergência, 
a maior dificuldade é descartar cau-
sas potencialmente graves de dor 
19DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
abdominal. Os principais sinais de 
alarme para causas potencialmente 
graves de dor abdominal no DE são 
citados na Tabela 1.
TABELA – SINAIS DE ALARME
Início súbito de intensidade máxima desde o início
ATENÇÃO 
AOS SINAIS 
DE ALARME! 
Sinais de má perfusão periférica ou instabilidade hemodinâmica 
Febre Vômitos associados
Idade >65 anos Sintomas vagos, apresentações atípicas e tardias, sinais vitais inalterados inicialmente
Imunossupressão Sintomas vagos, apresentações atípicas e tardias
Etilismo Aumenta o risco de pancreatite, hepatite, cirrose
Doença cardiovascular Pode indicar comprometimento arterial, em artérias mesentéricas ou aneurisma de aorta
Cirurgia abdominal recente Risco de perfuração ou obstrução
Início da gravidez Risco de gravidez ectópica
Sinais de irritação peritoneal 
Fonte: medicina de emergência, USP, 2019
20DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
Exames complementares
Os estudos laboratoriais são deter-
minados pela história e pelo físico e 
variam de acordo com a etiologia sus-
peita. Alguns exames podem ser so-
licitados, veremos cada um a seguir:
• Lipase e amilase: devem ser so-
licitadas na suspeita de pancreati-
te. Deve-se ressaltar que a lipase 
é mais específica que a amilase e 
ela dura mais tempo na corrente 
sanguínea. Níveis de lipase acima 
de três vezes o limite superior da 
normalidade são altamente indica-
tivos de pancreatite. 
• Beta-hcg: Mulheres em idade fértil 
com dor abdominal, necessariamen-
te têm como hipóteses diagnósticas 
a gestação ectópica e outras compli-
cações obstétricas. Assim, deve-se 
sempre indicar a realização de testes 
de gravidez nestas pacientes. Outra 
observação importante é a não rea-
lização de exames de imagens tera-
togênicos, caso essa paciente esteja 
grávida. 
• Hemograma: pode ser eviden-
ciada anemia devido perdas ocul-
tas de sangue ou em hemorragias 
digestivas. Uma leucocitose com 
desvio à esquerda pode ocorrer no 
contexto de infecções (diverticuli-
te, apendicite, doença inflamatória 
pélvica etc.), de resposta inflama-
tória sistêmica (p. ex.: pancreatite 
aguda) ou em pacientes com gran-
de perda de sangue (hemorragia). 
Porém, o leucograma normalmente 
não deve ser usado para descartar 
apendicite aguda. Além disso, as 
plaquetas podem estar diminuídas 
em um sangramento agudo.
• Coagulograma: pode estar altera-
do em coagulopatias, hepatopatias 
e hemorragia digestiva.
• Marcadores de função e lesão 
hepática: importante solicitar 
quando houver suspeita de he-
patite, colecistite e colangite, ou 
quando estamos diante de pacien-
tes hepatopatas.
• Lactato: o lactato arterial pode 
ser útil na suspeita de isque-
mia mesentérica, pois aumenta 
precocemente.
• Gasometria: avaliar distúrbios 
ácido-base em condições de má 
perfusão.
• Glicemia: a glicemia elevada pode 
apontar para uma cetoacidose 
diabética (glicemia > 250 mg/dL). 
Nesse caso, beta-hidroxibutirato 
sérico (ou cetonúria intensa) e uma 
gasometria arterial podem corro-
borar com o diagnóstico.
• Exame de urina: o sumário de 
urina sempre deve ser interpreta-
do com cautela. Leucocitúria pode 
ocorrer em doenças prostáticas, 
infecção urinária, mas também em 
doenças não urinárias adjacentes 
ao ureter. Assim, cerca de 20% a 
30% dos pacientes com apendicite 
21DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
podem ter leucocitúria. Hematúria 
pode ocorrer em doenças do trato 
urinário (prostatite, infecção, litíase, 
tumores) e, eventualmente, na dis-
secção aguda de aorta.
• Função renal e eletrólitos: podem 
ser úteis na avaliação global do pa-
ciente, mostrar sinais de desidrata-
ção, indicar doença renal prévia e, 
eventualmente, sugerir a causa (p. 
ex.: hiponatremia na porfiria). Além 
disso, como o paciente pode ne-
cessitar de cirurgia ou de exames 
contrastados, um valor de função 
renal é essencial.
• ECG: deve ser solicitado em pacien-
tes com risco cardiovascular apre-
sentando dor em andar superior do 
abdome. Eventualmente, isquemia 
miocárdica pode se manifestar com 
dor referida em abdome.
EXAME LABORATORIAL SUSPEITA DIAGNÓSTICA
Lipase e amilase Pancreatite
BHCG Gestação, gravidez ectópica
Hemoglobina Anemia secundária a hemorragia
Leucograma Pode estar elevado em patologias inflamatórias e infecciosas
Plaquetas Podem estar diminuídas no sangramento agudo
Gasometria Má perfusão
Coagulograma Coagulopatias, hepatopatias, hemorragia digestiva
Marcadores de função e lesão 
hepática
Hepatites, colecistite, colangite
Glicemia Cetoacidose diabética
Lactato Isquemia mesentérica
Sumário de urina ITU, nefrolitíase
Tabela 2. Exames laboratoriais e suas respectivas suspeitas diagnósticas. Fonte: medicina de emergência, USP, 2019
Exames de imagem
• Radiografia: A radiografia sim-
ples de abdome pode ser útil na 
suspeita de perfuração de vísce-
ras (pneumoperitônio), obstrução 
intestinal, ou indicar presença de 
um corpo estranho. Na obstrução 
intestinal do intestino grosso, cau-
sada, por exemplo, por volvo de 
sigmoide, pode aparecer na radio-
grafia o sinal do grão de café ou 
“u” invertido (figura 11), e na obs-
trução do intestino delgado pode 
ser detectado o sinal da pilha de 
moedas (figura 12). Outros acha-
dos potencialmente úteis da ra-
diografia de abdome são as calci-
ficações na aorta. Eventualmente, 
cálculos renais podem ser visuali-
zados. Uma radiografia de tórax 
pode confirmar pneumonia, do-
ença pleural e, raramente, sugerir 
embolia pulmonar.
22DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
Figura 12. Sinal do grão de café ou do “u” invertido na 
radiografia abdominal de paciente com volvo de sigmoi-
de. Fonte: https://bit.ly/3dyXcok
Figura 13. Obstrução de intestino delgado por íleo 
biliar. Sinal da pilha de moedas. Fonte: https://bit.
ly/2AyAKNr
• Ultrassom (US): a US abdominal 
é bastante útil em doenças de ab-
dome superior, sobretudo de hipo-
côndrio direito, e doenças renais. 
A US transvaginal pode confirmar, 
com excelente acurácia, gravidez 
ectópica e doenças ovarianas. O 
exame é acessível à beira-leito de 
forma rápida, tem baixo custo, é 
praticamente inócuo e tem possi-
bilidade de seriar para análise evo-
lutiva, sendo, em geral, o primeiro 
exame de escolha na avaliação 
de pacientes com dor abdomi-
nal, particularmente em pacientes 
com suspeita de patologias de via 
biliar ou ginecológicas. O exame 
pode ainda avaliar pâncreas, rins 
e vias urinárias, bexiga urinária, 
apêndice, dimensões aórticas e 
presença de líquido livre intraca-
vitário. O exame é limitado por ser 
operador-dependente. 
• Tomografia computadoriza: A 
TC de abdome é frequentemente 
utilizada na avaliação do paciente 
com dor abdominal com alta sen-
sibilidade e especificidade para a 
maioria dos diagnósticos. Tem ex-
celente acurácia para litíase renal, 
dissecção de aorta, apendicite, di-
verticulite, laceração esplênica ou 
hepática, bem como para detectar 
ar livre e abscessos intra-abdomi-
nais. A angiotomografia (estudo de 
vasos) pode avaliar pacientes com 
trombose mesentérica. Pode ser 
realizada com ou sem contraste 
23DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
endovenoso (EV), via oral (VO) e/
ou via retal (VR), a depender da in-
dicação e do protocolo da institui-
ção. Em relação às desvantagens, 
esses exames expõem os pacien-
tes à radiação e podem aumentar 
custos e tempo de permanênciado paciente no DE. 
SE LIGA! O uso do contraste pode estar 
associado à reação alérgica e/ou insufi-
ciência renal aguda, devendo ser usado 
com cautela se Cr > 1,5 e/ou TFG < 60.
São características do exame 
contrastado:
• Contraste endovenoso: permi-
te melhor visualização da mucosa 
intestinal, órgão maciço e estrutu-
ras vasculares. Identifica local de 
obstrução intestinal. Exame de es-
colha para síndrome aórtica ou is-
quemia mesentérica.
• Contraste oral: útil na suspeita 
de abscesso, perfuração intesti-
nal, doença inflamatória intestinal 
e fístula.
• Contraste via retal: auxilia na 
identificação de obstrução intesti-
nal distal.
SE LIGA! A TC sem contrate é o mé-
todo de escolha para o diagnóstico de 
urolitíase.
SAIBA MAIS! 
A TC é padrão ouro na maioria das etiologias da dor abdominal, porém existem 3 exceções, 
nas quais a US é preferível, são elas:
USG hepatobiliar: colecistite e cólica biliar
USG geniturinário: torção, massas, cólica renal 
USG aorta: aneurisma de aorta roto
24DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
5. MANEJO
O manejo da dor abdominal está su-
marizado no fluxograma abaixo.
RX para rápida 
avaliação de 
pneumoperitôneo
DOR 
ABDOMINAL
SIM
USG à beira do 
leito para líquido 
livre na cavidade 
USG à beira do leito 
e transvaginal se 
suspeita de gravidez
Sinais de irritação 
peritoneal
Sintomáticos: 
analgesia e 
antieméticos
Afastar outras 
causas de choque
Acesso venoso calibroso
Exames laboratoriais
Monitorização
ATB se indicado
Iniciar manuseio do 
paciente em choque
Sinais de má 
perfusão periférica
Avaliação do cirurgião
Abdome agudo
Avaliação do 
ginecologista
Investigação 
etiológica
NÃOSIM
Avaliação do cirurgião
NÃO
Continuar historia e 
exame físico
Sintomáticos: 
analgesia e antieméticos
SIM NÃO
Sinais de gravidade
Fonte: Sanarflix
25DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
MAPA MENTAL RESUMO DO TEMA DOR ABDOMINAL
Dor referida
Dor 
somática
Dor 
visceral
Fisiopatologia 
Maior risco de 
doenças graves
Introdução
EPIDEMIOLOGIA 
Avaliação inicial
Diagnósticos 
com risco de vida
Exames 
complementares Etiologias 
Amplo diagnóstico diferencial 
e variedade de apresentação
Varia de causas 
benignas a fatais
Objetivo é diagnosticar ou 
descartar abdome agudo
Comum no departamento 
de emergência (7,9%)
Exames laboratoriais
Lipase, hemograma, glicemia, 
função hepática e renal etc
ECG 
Radiografias de abdome e tórax
USG abdominal e transvaginal
Tomografia computadorizada
Estudo eletrofisiológico
• Idade >60 anos
• Cirurgia abdominal
• DII
• Instrumentação 
recente
• Doença maligna 
abdominal, pélvica
• Quimioterapia 
em curso
• Imunossuprimidos
• Febre, calafrios, sin-
tomas sistêmicos
• Mulher em idade 
reprodutiva
• Imigrantes recentes
• Déficit cognitivo/
linguagem
Anamnese
• Inicio da dor
• Progressão da dor
• Localização e irradiação
• Característica 
• Intensidade
• Fatores de melhora e piora
• Sintomas associados
• História patológica prévia
• História social
Exame físico
Exame retal e pélvico
Exame abdominal
Exame cardiopulmonar
Pele e mucosa
Sinais vitais
Inspeção
Ausculta
Percussão
Palpação
+
+
+
+
• Aneurisma da aorta abdominal
• Isquemia mesentérica
• Perfuração do trato gastrointestinal
• Obstrução intestinal aguda
• Vólvulos
• Gravidez ectópica
• Descolamento da placenta
• Infarto do miocárdio
• Ruptura esplênica 
Gastrointestinais
Geniturinárias
Extra abdominais
Pancreatite, colecistite, hepatite, 
ulcera péptica, diverticulite, hérnia encarcerada, 
DII, SII, gastroenterite, entre outras
ITU, pielonefrite, nefrolitíase, torção anexial, 
DIP, cisto ovariano rompido, pré-eclâmpsia, 
torção testicular, endometriose, etc
Pneumonia, TEP, cetoacidose diabética, 
cetoacidose alcoólica, herpes zoster, etc 
26DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
Agora que terminamos o assunto e 
vimos que existe uma infinidade de 
diagnósticos possíveis para dor ab-
dominal, vamos exercitar um pouco o 
que conseguimos aprender aqui. Res-
pondam aos casos clínicos abaixo:
CASO 1
Paciente, sexo feminino, 24 anos, 
com relato de dor abdominal de forte 
intensidade em fossa ilíaca direita há 
24 horas. Refere 4 episódios de vô-
mitos associados e febre não aferida. 
Nega outros sintomas. Nega comor-
bidades. Ao exame físico encontra-se 
em bom estado geral, eupneica e ta-
quicárdica. Abdome doloroso e reati-
vo em fossa ilíaca direita. 
• Qual a principal hipótese 
diagnóstica?
• Cite pelo menos 2 diagnósticos di-
ferencias e justifique:
• Que sinais você poderia buscar no 
exame físico para fortalecer sua 
suspeita?
• Qual exame você solicitaria para 
confirmar seu exame?
CASO 2
Paciente, sexo feminino, 46 anos, obe-
sa, refere dor abdominal em hipocôn-
drio direito, de forte intensidade, há 7 
dias. Relata que vem percebendo piora 
da dor após algumas horas depois da 
alimentação. Há 2 dias relata que vem 
cursando com febre com calafrios, ina-
petência e percebeu o olho um pouco 
amarelado. Ao exame físico se apre-
senta em regular estado geral, orienta-
da, febril (39º), ictérica (+2/4), eupneia, 
normocárdica, PA: 120x80. Ao exame 
do abdome, paciente apresentava ab-
dome globoso, doloroso a palpação no 
hipocôndrio direito, sinal de Murphy 
negativo, sem hepatomegalia, percus-
são e ausculta sem alterações. 
• Qual principal hipótese diagnóstica?
• O paciente possui a tríade de char-
cot e a pêntade de reynold? O que 
elas representam?
• Cite pelo menos 3 etiologias de dor 
abdominal em região de quadrante 
superior direito:
CASO 3
Paciente masculino, 33 anos, chega 
ao pronto-socorro com história de 2 
horas de início súbito de dor no flan-
co esquerdo irradiando para a virilha. 
O paciente se contorce de dor, a qual 
não melhora com mudança de posi-
ção. O paciente também se queixa de 
náuseas e vômitos e diz que perce-
beu a urina avermelhada. 
• Qual sua principal hipótese 
diagnóstica?
• Justifique o porquê de sua hipótese:
• Qual exame indicado para confir-
mar sua suspeita?
27DOR ABDOMINAL – ÍNDICE BASE
RESPOSTAS 
CASO 1
• Apendicite aguda. Lembram da-
quela dica que demos que todo 
paciente com dor em fossa ilíaca 
direita é apendicite até que se pro-
ve o contrário?
• Por se tratar de uma paciente do 
sexo feminino, alguns diagnósticos 
ginecológicos devem ser pensa-
dos, tais como gravidez ectópica e 
torção de anexos. A torção de ane-
xos se apresenta com dor súbita na 
parte inferior do abdome associada 
a náuseas e vômitos e é uma emer-
gência ginecológica. A gravidez ec-
tópica também se apresenta com 
dor abdominal em região inferior e 
pode se apresentar com hemorra-
gia, por isso é importante solicitar 
um beta-hcg para essas pacientes.
• Alguns sinais de apendicite que 
podem ser feitos em pacientes 
com esta suspeita são o sinal de 
Blumberg, sinal de Rovsing, sinal 
do psoas e sinal do obturador.
• O diagnóstico de apendicite pode 
ser feito com US ou TC, depende 
do protocolo e da disponibilidade 
desses exames em cada instituição.
CASO 2
• A principal suspeita é uma colangi-
te. Colangite é o termo usado para 
inflamação aguda da parede dos 
ductos biliares, quase sempre cau-
sada por infecção bacteriana. Pode 
resultar de qualquer lesão que crie 
obstrução ao fluxo da bile, mais 
comumente coledocolitíase. Dessa 
forma, nossa paciente poderia ter 
uma coledocolitíase, ou seja, cál-
culo no colédoco, por isso ela tem 
um padrão de dor com piora à ali-
mentação, que evolui com obstru-
ção e infecção das vias biliares, o 
que explica a febre e a icterícia. 
• Os sinais clássicos da colangite 
são dor abdominal, icterícia e febre 
com calafrios, que compõem a Trí-
ade de Charcot. Vale salientar que 
acrescentando hipotensão e con-
fusão mental teríamos a Pêntade 
de Reynolds, que não foi o caso da 
nossa paciente.
• Pancreatite, gastrite, abcesso 
hepático.
CASO 3
• Nefrolitíase
• Paciente apresentou, de forma 
súbita, uma dor abdominal inten-
sa com irradiação para virilha, as-
sociada a hematúria (urina aver-
melhada). Muitocaracterístico da 
nefrolitíase.
• O exame de escolha nesses casos é 
a TC sem contraste que mostrou ter 
uma maior sensibilidade que a US.
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REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Avaliação do adulto com dor abdominal. Uptodate, 2020
Avaliação do adulto com dor abdominal na emergência. Uptodate, 2020
Causas de dor abdominal em adultos. Uptodate, 2019
Clínica médica, HCUSP, 2016
Medicina de emergência, USP, 2016
Medicina de emergência, USP, 2019
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