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Desenho na engenharia: com auxílio da tecnologia do AutoCAD Gabriela Mendes Ferreira Instituto Federal de Goiás (IFG), Formosa, Goiás, Brasil. Michelly Cristina Alves Natal Ribeiro Instituto Federal de Goiás (IFG), Formosa, Goiás, Brasil. Resumo: O artigo a seguir irá abordar como era realizada prática do desenho antes da computação gráfica, e o que mudou com o surgimento do AutoCAD, por meio de uma pesquisa realizada pelas alunas do curso de Bacharelado em Engenharia Civil do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Formosa. Até a década de 1980, os engenheiros também eram projetistas que utilizavam os tradicionais métodos de desenho, resolviam problemas e tudo que tinha relação com os projetos. Com o avanço tecnológico, surgiram inúmeras maneiras mais eficientes para elaborar um projeto, desde sua criação até mesmo os cálculos. No ano de 1982, foi criado o sistema operacional do AutoCAD, este veio para somar junto ao trabalho do engenheiro. A partir disso levando em conta o contexto histórico e a evolução tecnológica, serão levantado um estudo de um projeto feito com o auxílio tecnologia CAD. Palavras-chaves: Desenho. Engenharia Civil. Tecnologia. Software. AutoCAD. Introdução Antes de existir o AutoCad (Computer Aided Design), os projetos eram feitos a mão livre, levando um longo tempo para a sua finalização. Hoje com a tecnologia CAD a disposição, esses métodos evoluíram o que facilitou o trabalho do engenheiro, pois agora os cálculos e os desenhos planos e tridimensionais são feitos no computador, tornando muito mais fácil elaborar um projeto. Neste artigo também irá ser abordado a evolução do desenho à mão livre para o AutoCAD durante os anos. Ainda será analisados projetos onde no qual um feito pelas formas tradicionais de desenho e outro feito no computador para que assim seja feita a comparação. Desenvolvimento do desenho na engenharia Desde os primórdios da humanidade o desenho é tido como uma linguagem, na qual é possível comunicar, expressar e transmitir ideias. Teve seu início com os homens das cavernas, se estendendo com o tempo para os Egípcios e os Maias, que transcreviam sua história e ideias através de pinturas e desenhos nas paredes, conhecidas no ramo da arqueologia como arte rupestre. Além disso é preciso lembrar que conforme o tempo passava, as técnicas de desenho foram se desenvolvendo, devido à evolução dos métodos, materiais e da tecnologia. Foi por volta do século XV, durante a era do renascimento, que os historiadores acreditam que surgiu o primeiro registro de um desenho técnico, este que estaria contido no álbum de desenho da Livraria do Vaticano, cujo desenhista era Giuliano de Sangalo, que já trabalhava com as técnicas de plantas e elevação. O desenhista francês Gaspar Monge (1746- 1818), desenvolveu um sistema utilizado na engenharia militar, que consistia na utilização de vistas ortogonais, isto é, os desenhos teriam dimensões bidimensionais e tridimensionais. Esta descoberta foi publicada no ano de 1795, e ficou conhecida como geometria mongeana, se tornando o fundamento do desenho técnico que estudamos. Foi a partir deste ponto que o estilo artístico foi se retirando e dando lugar a uma linguagem técnica e precisa. No século XIX, a Geometria Descritiva (GD) precisava ser normalizada para que sua linguagem seja interpretada a nível Internacional. Assim a ISO (Internacional Organization for Standardization), fez com que a GD se tornasse uma linguagem gráfica usada na engenharia. Com tudo, é preciso enfatizar que até então cada desenho de um projeto era feito a mão livre, forma que se levava mais t Com o avanço tecnológico, ocorreram inúmeras mudanças em nossa sociedade, uma delas foi a englobamento do computador em nosso dia a dia, sendo assim abrindo uma grande gama de possibilidades. Em conjunto a isso, foram iniciando os primeiros estudos sobre a computação gráfica. A computação gráfica pode ser entendida como o conjunto de algoritmos, técnicas e metodologias para o tratamento e a representação gráfica de informações através da criação, armazenamento e manipulação de desenhos em formato digital, utilizando- se computadores e periféricos gráficos. (SIQUEIRA, Computação Gráfica). https://sites.google.com/site/profferdesiqueiracompgrafica/ Foi durante os anos 50, que surgiram os primeiros estudos acerca da computação gráfica. Por meio destes, os estudiosos analisaram que sua aplicação poderia ser de grande valia para a indústria como um todo, por exemplo, na automobilística, a aeroespacial e a arquitetura, sendo as pioneiras em seu uso já na década de 60. A partir dos anos 60, muitas áreas da indústria já tinham aderido ao CAD (sigla que em inglês quer dizer: Computer Aided Design, ou em português DAC – Desenho Assistido por Computador), incluindo agora a engenharia neste cenário. AutoCad Uma das características do AutoCad é a rapidez, e versatilidade, já que este substitui desenhos feitos a mão, além de os projetos poderem ficar armazenados em forma de arquivos eletrônicos. Existem muitas variações do sistema CAD, e a versão mais atualizada é a de 2018, sendo que o programa foi dividido em módulos específicos para cada área de atuação como: AutoCAD Architeture, Civil 3D, Electrical, P&ID, Plant 3D, Map 3D, Mechanical e o MEP. Entretanto nosso estudo será voltado para uma visão geral. O sistema analisado como software, pode ser utilizado com o formato simples, para criação 2D, onde é entendido por desenhos planos, por exemplo, plantas baixas; até desenhos complexos e tridimensionais (3D), possibilitando a visualização real do produto. Segundo Marcos Vinicios dos Reis Venditti, as principais aplicações são: Dimensionamento e detalhamento de peças de um produto ou conjunto; Criação (design) e projeto de produto; Styling (estilo); Análise de elementos finitos; Simulação; Estudo em cinemática de conjuntos; Detalhamento de projeto; Cálculos e esquemas; Execução de desenhos; Lista de componentes. (VENDITTI,2007, pag. 18). Desde a primeira versão até hoje, surgiram várias melhorias que tornaram o trabalho mais rápido e simples, pois o acesso aos comandos ficou mais direto. Com isso o CAD teve várias atualizações para acompanhar sua demanda, e essa evolução é mostrada na tabela a segui: Nome Data Versão AutoCad 12 Junho 1992 12.0 DWG R11/R12 file format introduced. Last release for Apple Macintosh till 2010. AutoCad 13 Nov. 1994 13.0 DWG R13 file format introduced. Last releace for Unix. MS-DOS and Windows 3.11 AutoCad 14 Fev. 1997 14.0 DWG R14 file format introduced. AutoCad 2000 Mar. 1999 15.0 DWG 2000 file format introduced. (...) - - - AutoCad 2009 Mar. 2008 17.2 Revisions to the user interface including the option of a Microsoft office 2007 – like tabbed ribbon. AutoCad 2010 Mar. 2009 18.0 DWG 2010 file format introduced. Parametrics introduced. Mash 3D solid modeling introduced. Both 32- bit and 64- bit versions of Audocad 2010 end AutoCad LT 2010 are compatible with and supported under Microsoft Windows 7. (...) - - - AutoCad 2014 Mar. 2013 19.1 File Tads. Design Feed. Reality Capture. Autodesk Live Maps. AutoCad 2016 Mar. 2015 20.1 More comprehensive cavans, richer design context, end intelligent new tools such as Smart Dimensioning, coordination model, end Enhanced PDFs. AutoCad 2018 DWG 2018 file formated. A tabela acima demostra a evolução do AutoCAD, o ano, a versão e suas melhorias até a atualização mais recente, que no caso é a de 2018. “A cada versão do AutoCad somadas aos diversos recursos já existentes tornam o programa um dos mais usados para o desenvolvimento de documentação de projetos e ideias.” (BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço; OLIVEIRA, Adriano. 2009) Analisando um projeto Levando em consideração a evolução do desenho técnico ao longo da história, quantoa sua forma tradicional e computadorizada pela tecnologia CAD. As imagens abaixo servem como comparativo entre um projeto feito a mão e o outro feito no AutoCad. Imagem 1: Esboço do Plano Piloto de Brasília. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal/Fundo Novacap. Imagem 2: projeto (x) feito no AutoCAD. Fonte: Autodesk. Ambas as imagens acima são ilustrativas, para exemplificar a forma tradicional do desenho técnico e um projeto no AutoCAD. Através destas é possível analisar uma maior empo para elaborá-lo, além de as chances de ele não serem tão preciso quanto o necessário. precisão nos traçados limpos e nos detalhes no que se refere a imagem 2, ao contrário que a imagem 1 onde os traços são mais esfumaçados. Uma das principais diferenças também entre ambos os métodos, é a facilidade em se trabalhar com escalas no AutoCAD, cálculos, medidas, visualização do projeto etc. devido estes serem comandos automáticos. Tais funções fazem com que a elaboração do ´projeto para uma determinada obra, seja feito de forma mais rápida em comparação ao método tradicional, ou seja à mão. Considerações finais Visto toda a trajetória que o AutoCad teve, e toda a sua evolução, é possível compreender toda sua importância na engenharia e arquitetura. E sua tendência é só de evoluir mais com o passar do tempo. Houve uma certa dificuldade de encontrar o contexto histórico do assunto, em consideração que o software é utilizado por engenheiros que priorizam a sua funcionalidade, mais do que a história. As metas que se tinha sobre o trabalho foram concluídas, mas sempre haverá o que aprimorar no conhecimento, pois sempre irá ter melhorias e atualizações no autocad. Referências MORAES, Andréa. A expressão gráfica em cursos de engenharia: estado da arte e principais tendências. São Paulo. 2001. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-14102002- 120045/en.php. Acesso: 14. 04. 2019. Sinônimos. Dicionário de sinônimos online. Disponível em: https://www.sinonimos.com.br/ . Acesso: 14. 04. 2019. MORAES, Andréa Benício de; CHENG, Liang-Yee. O estado da arte das disciplinas de desenho para cursos de engenharia no Brasil. Disponível em: http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/19/artigos/286.PDF. Acesso: 29. 04. 2019. SIQUEIRA, Fernando de. Computação Gráfica – Aula 1- Conceitos de computação gráfica. Disponível em: https://sites.google.com/site/profferdesiqueiracompgrafica/aulas/aula- 1---conceitos-de-computacao-grafica. Acesso: 30. 04. 2019. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-14102002-120045/en.php http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-14102002-120045/en.php https://www.sinonimos.com.br/ http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/19/artigos/286.PDF https://sites.google.com/site/profferdesiqueiracompgrafica/aulas/aula-1---conceitos-de-computacao-grafica https://sites.google.com/site/profferdesiqueiracompgrafica/aulas/aula-1---conceitos-de-computacao-grafica Desenho Técnico - Desenho Técnico. Disponível em: http://desenho- tecnico.info/#historia-desenho-tecnico. Acesso: 30. 04. 2019. VENDITTI, Marcus Vinicius dos Reis. Desenho Técnico sem Prancheta com AutoCAD 2008. Florianópolis: Visual Books, 2007. Pág. 18. BALDAM, Roquemar; COSTA, Lourenço; colaborador: OLIVEIRA, Adriano. AutoCAD© 2010: utilizando totalmente. 1. Ed. São Paulo: Érica, 2009. AQUILOG arquitetura e blocos dinâmicos – CAD: Versões do AutoCAD. Disponível em: https://www.arquilog.com.br/cad-versoes-do-autocad/. Acesso: junho de 2019. AUTODESK. Autocad Architecture. Disponível em: https://www.autodesk.com.br/products/autocad-architecture/features/collaboration/project- navigator-checkout. Acesso: 25/06/19. CARVALHO, Letícia. Projeto arquitetônico de Lucio Costa para Brasília completa 60 anos. Disponível em: https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/projeto- arquitetonico-de-lucio-costa-para-brasilia-completa-60-anos.ghtml . G1 DF, 2017. Acesso: 25/06/19. http://desenho-tecnico.info/#historia-desenho-tecnico http://desenho-tecnico.info/#historia-desenho-tecnico https://www.arquilog.com.br/cad-versoes-do-autocad/ https://www.autodesk.com.br/products/autocad-architecture/features/collaboration/project-navigator-checkout https://www.autodesk.com.br/products/autocad-architecture/features/collaboration/project-navigator-checkout https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/projeto-arquitetonico-de-lucio-costa-para-brasilia-completa-60-anos.ghtml https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/projeto-arquitetonico-de-lucio-costa-para-brasilia-completa-60-anos.ghtml
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