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Indaial – 2020 Tecnologia agrícola Prof.ª Juçara Elza Hennerich 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof.ª Juçara Elza Hennerich Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: H515t Hennerich, Juçara Elza Tecnologia agrícola. / Juçara Elza Hennerich. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 233 p.; il. ISBN 978-65-5663-006-9 1. Tecnologia. - Brasil. 2. Sistema agrícola. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 600 III apresenTação Olá, acadêmico! A busca pela tecnologia permeia o desenvolvimento humano desde seus primórdios e tem na produção de alimentos um papel fundamental na manutenção da vida como a conhecemos. Em sua definição, tecnologia é a teoria geral e/ou o estudo sistemático de técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos da atividade humana, o que nos permite en- tender que até a técnica de seguir o fluxo migratório de animais em busca de alimentos, ainda na era nômade do ser humano, já fazia parte da busca e da construção da tecnologia. O desenvolvimento de técnicas ocorreu mais intensivamente após a fixação do homem em determinado território, quando, pela observação e ne- cessidade de produzir o alimento para sua sobrevivência, domesticou plantas e animais, selecionou sementes, aprendeu a observar a natureza e relacioná-la à produção vegetal e animal. Assim, começou a desenvolver ferramentas de pedra, depois de madeira, culminando no surgimento da metalurgia. Fato é que o agricultor sempre buscou adequar e criar formas de pro- duzir mais e melhor. Essa busca passou a ser mais ampla com o advento da Revolução Industrial – tornando-se um objetivo dos Estados e do setor priva- do – e mais intensiva com a Revolução Verde, trilhando um caminho de con- solidação da agricultura como forma de manutenção da sociedade em geral. Através dessa busca, chegamos à tecnologia embarcada, ao uso de sa- télites e computadores de bordo, à gestão de fatores e informações diversas e à integração de recursos pela conectividade, que culminam no aumento e melhoria da produção. Nesse momento da história, com um imenso território de conhecimen- to a ser explorado, devemos voltar novamente nossos olhos para a observação e o estudo de métodos e processos, dentre eles aqueles que preparam o capital humano para atuar junto ao agricultor. Nas próximas páginas deste material, você, acadêmico, terá diversas informações que têm o objetivo de instigar e inspirar sua construção de co- nhecimento, desde a fundamentação da mecânica agrícola até o uso de fontes alternativas de energia. A busca, porém, não se encerra nesta publicação, dada a contínua produção de pesquisadores, instituições privadas, públicas, de en- sino e extensão, do próprio agricultor e da sociedade em geral que, apesar de cada vez mais automatizada, sempre terá o capital humano como gestor, pro- pulsor e objetivo final de sua construção. IV Desejamos a você, acadêmico, um ótimo percurso de estudo. Que o material aqui exposto possa somar ao objetivo de desenvolvimento de tecnolo- gias para uma produção de alimentos em quantidade e qualidade, que corres- ponda às necessidades de alimentação da sociedade, mas que também atenda às questões ambientais, sociais e econômicas de todos nós! Bons estudos! Professora Juçara Elza Hennerich. V Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA VI VII Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE VIII UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL ............1 TÓPICO 1 – MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA .....................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 MECÂNICA AGRÍCOLA ......................................................................................................................3 2.1 FÍSICA APLICADA À MECANIZAÇÃO ......................................................................................4 2.1.2 Características mecânicas da relação solo máquina .............................................................8 2.2 SISTEMA INTERNACIONAL DE ITENS DE MEDIDA ............................................................10 2.3 ABRIGO E OFICINA RURAL. .......................................................................................................13 2.3.1 Espaço físico .............................................................................................................................14 2.3.2 Fatores a serem considerados. ..............................................................................................16 2.3.3 Partes constituintes .................................................................................................................16 2.3.4 Equipamento e ferramentaria ................................................................................................18 2.3.5 Instrumentos de medida ........................................................................................................19 2.3.6 Segurança na utilização dos equipamentos ........................................................................20 2.4 ESTRUTURA DE MANUTENÇÃO DA PROPRIEDADE RURAL. .........................................21 2.5 ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANUTENÇÃO E REPAROS ...........................................21 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................25 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................27 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................28 TÓPICO 2 – PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA NA AGRICULTURA.........................31 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................31 2 ENERGIA NA AGRICULTURA ........................................................................................................31 2.1 PERSPECTIVAS E REALIDADE DA AGRICULTURA NACIONAL NA PRODUÇÃO E NO CONSUMO DE ENERGIA .............................................................................................................33 2.2 FONTES DE PRODUÇÃO E USO DE ENERGIA NO MEIO RURAL. ....................................35 2.3 ENERGIA DERIVADA DO PETRÓLEO ......................................................................................38 2.4 ENERGIA ALTERNATIVA E RENOVÁVEL ...............................................................................40 2.4.1 Biomassa ...................................................................................................................................40 2.4.2 Eólica .........................................................................................................................................42 2.4.3 Solar ...........................................................................................................................................42 2.5 BALANÇOS ENERGÉTICOS AGROPECUÁRIOS .....................................................................43 2.5.1 Métodos e formas de conversão e utilização de energia ...................................................45 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................48 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................50 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................51 TÓPICO 3 – SISTEMA DE SEMEADURA .........................................................................................53 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................53 2 SEMEADURA .......................................................................................................................................53 2.1 SISTEMA DE SEMEADURA CONVENCIONAL.......................................................................54 2.2 SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA ..........................................................................................55 2.2.1 Características de solo determinantes para a relação solo máquina ...............................56 sumário IX 2.3 MÁQUINAS PARA SEMEADURA DIRETA ...............................................................................57 2.3.1 Considerações anteriores à semeadura ................................................................................57 2.3.2 Semeadoras-adubadoras ........................................................................................................58 2.3.3 Componentes ...........................................................................................................................60 2.3.4 Sistema de corte .......................................................................................................................61 2.3.5 Sistema de abertura de sulcos ...............................................................................................61 2.3.6 Dosagem e distribuição de fertilizantes ...............................................................................61 2.3.7 Dosagem e distribuição de sementes ...................................................................................62 2.3.7.1 Velocidade periférica dos discos dosadores ...............................................................62 2.3.7.2 Tubo de descarga das sementes ....................................................................................62 2.3.7.3 Compatibilidade do disco em relação às sementes ....................................................62 2.3.7.4 Sistema de controle de profundidade de semeadura ................................................63 2.3.8 Sistema de aterramento e cobertura do sulco .....................................................................63 2.3.9 Sistema de compactação do solo ...........................................................................................63 2.3.10 Sistema de acabamento da semeadura ..............................................................................63 2.3.11 Velocidade da operação de semeadoras e distribuição longitudinal de sementes ......64 2.4 PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO AGRÍCOLA DE SPD ......................................................64 2.4.1 Construção de fluxograma e dimensionamento do sistema .............................................64 2.5 CARACTERÍSTICAS E FINALIDADES DAS CULTURAS DE INTERESSE ECONÔMICO 65 2.6 SIMPLIFICAÇÕES DO SPD E A SUSTENTABILIDADE DA PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA. ......................................................................................................................................65 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................67 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................70 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................71 UNIDADE 2 – TECNOLOGIAS DE APLICAÇÃO EM SISTEMAS AGRÍCOLAS ...................73 TÓPICO 1 – ELETRÔNICA EMBARCADA EM MÁQUINAS AGRÍCOLAS.............................75 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................75 2 ELETRÔNICA EMBARCADA EM MÁQUINAS AGRÍCOLAS .................................................75 2.1 DESCRIÇÃO DE SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO DISPONÍVEIS NO MERCADO ...76 2.2 APLICAÇÕES PRÁTICAS DA INSTRUMENTAÇÃO ELETRÔNICA EM TRATORES ......80 2.2.1 Medida de velocidade e patinamento ..................................................................................86 2.2.2 Medida de fluxo de combustível...........................................................................................89 2.2.3 Medida de área trabalhada ....................................................................................................90 2.3 APLICAÇÕES PRÁTICAS DE INSTRUMENTAÇÃO ..............................................................90 ELETRÔNICA EM MÁQUINAS AGRÍCOLAS ................................................................................90 2.3.1 Pulverização .............................................................................................................................91 2.3.2 Semeadura ...............................................................................................................................95 2.3.3 Medida de vazão de calda em pulverizadores ...................................................................96 2.3.4 Medida de fluxo de sementes em semeadoras ...................................................................97 2.4 MEDIDA DE PERDAS DE GRÃOS EM COLHEDORAS ..........................................................98 2.5 ADEQUAÇÃO DO USO DA TECNOLOGIA À TIPOLOGIA DE PRODUÇÃO ...................99 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................101 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................104 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................105 TÓPICO 2 – EQUIPAMENTOS PARA AGRICULTURADE PRECISÃO ..................................107 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107 2 EQUIPAMENTOS PARA AGRICULTURA DE PRECISÃO ......................................................109 2.1 PRINCIPAIS OPERAÇÕES DESENVOLVIDAS PELA ...........................................................111 AGRICULTURA DE PRECISÃO .................................................................................................111 X 2.2 EQUIPAMENTOS MAIS UTILIZADOS NAS OPERAÇÕES ..................................................111 2.2.1 Barra de luzes.........................................................................................................................112 2.2.2 Sensores e atuadores .............................................................................................................113 2.2.3 Piloto automático ..................................................................................................................116 2.2.4 Computador de bordo ..........................................................................................................119 2.3 SISTEMAS COMERCIAIS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO ...........................................120 2.4 MAPAS DE ATRIBUTOS DE SOLO ............................................................................................122 2.5 MAPAS DE RENDIMENTO E DE CUSTOS ..............................................................................125 2.6 APLICAÇÃO DE PRODUTOS EM TAXA VARIÁVEL ............................................................127 2.7 DIAGNÓSTICO DE FALHAS E CORREÇÃO DE ...................................................................128 EQUIPAMENTOS ..........................................................................................................................128 2.8 USO DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS (VANT) NA AGRICULTURA DE PRECISÃO .......................................................................................................................................129 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................132 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................136 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................137 UNIDADE 3 – AVIAÇÃO AGRÍCOLA E TECNOLOGIAS DE PÓS-COLHEITA ...................141 TÓPICO 1 – AVIAÇÃO AGRÍCOLA .................................................................................................143 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143 2 AVIAÇÃO AGRÍCOLA .....................................................................................................................143 2.1 REGULAMENTOS E NOÇÕES DE AERODINÂMICA ..........................................................144 2.2 CARACTERÍSTICAS DO AVIÃO AGRÍCOLA .........................................................................150 2.3 PISTAS E ESTRUTURA DE ABASTECIMENTO: REQUISITOS BÁSICOS ..........................154 2.4 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO COM AVIÃO.......................................................................160 2.5 VOO DO AVIÃO AGRÍCOLA: NOÇÕES DE PILOTAGEM E MANOBRAS .......................162 2.6 ELABORAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO GUIA DE .................................................................165 APLICAÇÃO ..................................................................................................................................165 2.7 RELATÓRIO DE APLICAÇÃO ....................................................................................................166 2.8 LEGISLAÇÃO E SEGURANÇA DE USO DA AVIAÇÃO AGRÍCOLA ................................169 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................172 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................175 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................177 TÓPICO 2 – TECNOLOGIA PÓS-COLHEITA ................................................................................179 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................179 2 TECNOLOGIA PÓS-COLHEITA ....................................................................................................179 2.1 PLANEJAMENTO DO CICLO PRODUTIVO E A INFLUÊNCIA NA PÓS-COLHEITA ...182 2.2 EQUIPAMENTOS PARA SECAGEM DE GRÃOS, FIBRAS E PLANTAS ............................184 2.3 EQUIPAMENTOS PARA LIMPEZA DE GRÃOS E SEPARAÇÃO DE IMPUREZAS .........192 2.4 EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO E .....................................................................193 ACONDICIONAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS.......................................................193 2.5 EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAMENTO DE ...............................................................197 PRODUTOS AGRÍCOLAS ............................................................................................................197 2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE PÓS-COLHEITA DE FRUTAS E HORTALIÇAS......................198 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................201 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................205 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................207 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................209 XI 1 UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer os fundamentos da mecanização agrícola na propriedade rural; • compreender a mecanização como parte constituinte da rotina agrícola; • conhecer as principais fontes de energia na utilização de máquinas agrícolas; • entender e relacionar os principais passos da semeadura direta com o adequado planejamento na propriedade rural; Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA TÓPICO 2 – PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA NA AGRICULTURA TÓPICO 3 – SISTEMA DE SEMEADURA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 1 INTRODUÇÃO Olá, acadêmico! Neste tópico, vamos abordar os fundamentos da mecani- zação na propriedade rural. Deste modo, após uma breve introdução e conceitu- ação, veremos suas principais fontes de energia, suas aplicações, noções gerais da implantação e gestão de uma oficina rural. A mecanização na agricultura é tão antiga quanto a própria intenção do homem em cultivar alimentos. Desde os primórdios, desenvolver equipamentos a fim de amenizar a intensidade e o esgotamento físico do agricultor foram na- turalmente sendo buscadas e aprimoradas. No entanto, foi após a Revolução In- dustrial, no século XVIII, que essa busca se intensificou, modificando o cenário agrícola de forma irreversível. A produção de alimentos sempre foi dependente das relações do homem com o ecossistema,além das próprias variações da natureza, já que é uma atividade aberta. Assim, está exposta às intempéries e variações de clima e sujeita a fatores como água, solo, luz, temperatura e todas as suas inúmeras e complexas relações. Dessa forma, a busca por quantidade e qualidade de alimentos é paralela à busca pelo aprimoramento de equipamentos e máquinas que, além de facilitar os processos de produção, sejam eficientes, de baixo custo e adaptáveis às dife- rentes regiões e condições econômicas, ambientais e sociais do agricultor. A correta caracterização e conhecimento da mecanização agrícola é um instrumento muito importante no gerenciamento das expectativas e objetivos do agricultor junto a sua propriedade rural. A correta escolha, utilização e manuten- ção dos seus maquinários são definitivos para o sucesso de sua produtividade e, consequentemente, de sustentabilidade da produção agrícola. 2 MECÂNICA AGRÍCOLA A mudança de uma agricultura de subsistência para uma responsável por alimentar a população urbana – a qual teve início com as mudanças sociais da Re- volução Industrial - atribui, até a atualidade, a necessidade constante do aumento UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 4 de produtividade. Nas últimas décadas, essa necessidade junta-se a outras inú- meras cobranças e responsabilidades, como a redução de impactos ambientais, a busca de qualidade nos produtos finais, as relações justas com mão de obra, a busca e concretização de novos mercados, e a constante redução de custos de produção. Neste sentido, cada setor que compõem um processo produtivo deve ser exaustivamente conhecido, entendido e planejado pelo agricultor e pelos demais envolvidos no processo produtivo. A mecânica das máquinas agrícolas surge nesse cenário como um compo- nente capaz de proporcionar eficiência, redução de trabalho e resultados na pro- dutividade. Contudo, quando não observado e valorizado de forma adequada, pode resultar na elevação do custo de produção, má qualidade de produto e até na falência financeira de uma propriedade rural. Compreender a mecânica das máquinas agrícolas é o primeiro passo para entender a mecanização nesse importante e amplo contexto da produção rural. Cada componente de um sistema mecânico tem sua função, especificidades de uso e manutenção e relações com a energia a ser utilizada ou produzida. A meca- nização agrícola é um ramo da engenharia mecânica e como tal tem sua base de idealização e uso relacionada à física e susceptível as relações de uso e manuten- ção gerenciadas pelo condutor. Boa parte dos problemas relacionados à mecanização poderiam ser evitados pela simples leitura dos manuais de uso e manutenção das máquinas, bem como pela capacitação dos operadores. IMPORTANT E 2.1 FÍSICA APLICADA À MECANIZAÇÃO Muitos são os conceitos da física que fundamentam a mecânica, mas aqui nos concentraremos nos principais: força, energia e potência. Estes são, de forma simplificada, condutores, formadores dos demais processos, resultados e conse- quências de um sistema mecânico. Fernandes (2017) apresenta, a definição de Mecânica Aplicada como um ramo da Engenharia que procura estabelecer fórmulas e coeficientes compatíveis com a natureza e condição de cada material, com base nos princípios e leis básicas da mecânica teórica. TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 5 A Tabela 1 relembra algumas definições da física que são importantes para a compreensão da mecânica básica. TABELA 1 – DEFINIÇÕES DE FÍSICA BÁSICA FONTE: Adaptado de Fernandes (2017, s.p.) Item Definição Fórmula Força Ação que um corpo exerce sobre outro, tendendo a mudar ou modificar seus movimentos, posições, tamanhos ou formas. F = m.a F: força m: massa do corpo a: aceleração adquirida Trabalho Está associado a um movimento e a uma força. Toda vez que uma força atua sobre um corpo produzindo movimento, rea- lizou-se trabalho, grandeza física relacionada à transferência de energia devido à atuação de uma força. T = F.d T: trabalho (J) F: força (N) d: deslocamento (m) Torque Grandeza física associada ao movimento de rotação de um corpo em razão da ação de uma força. É o produto de uma força por um raio. T = F.r T = torque F = Força perpendicu- lar ao ângulo com r r = raio Potência Quantidade de trabalho realizado em uma unidade de tempo ou a taxa de energia em função do tempo. P = T/Δt P: potência média (W) T: trabalho (J) Δt: intervalo de tem- po (s) Inércia Resistência que todos os corpos materiais opõem a uma mu- dança de movimento. O momento de inércia relaciona-se tanto com a massa quanto com o raio da trajetória circular. M = I.α A quantidade I é co- nhecida como o mo- mento de inércia do cor- po e a sua unidade no SI é kg.m2. Peso (carga) Força gravitacional de atração exercida pela Terra sobre um corpo. Força na vertical (carga). P = m.g (g = 9,8 m/s2) P: peso M: massa g: gravidade Força Centrípeta Força que aparece na direção radial quando um corpo está em movimento curvilíneo, ou seja, a força resultante sobre um corpo em um movimento circular. F = m.a ac = v2/r ou ac = ω2.r Fc = m.v2/r ou Fc = m.ω2.r Fc: Força centrípeta ac: aceleração centrí- peta m: massa r: raio v: velocidade ω: velocidade angular As definições de física básica perfazem qualquer implemento ou máquina agrícola. Embora durante a sua utilização não se percebam as particularidades e propriedades da física em ação, ela pode ser medida ou encontrada em todas as situações, vejamos alguns exemplos a seguir (PEÇA, 2012): UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 6 a) Em um trator parado, em equilíbrio sobre o solo (Figura 1), podemos observar as forças da física. Suponhamos que o trator em questão tem 2,2 m de distância entre os eixos e pesa 24,5 kN sem lastro, estando o centro de gravidade a 0,80 m do eixo traseiro. FIGURA 1 – FIGURA HIPOTÉTICA DE UM TRATOR EM EQUILÍBRIO FONTE: Peça (2012, p. 9) Nessa situação, o sistema de forças é constituído pelo peso próprio do trator e pelas forças de contato com o solo. Na prática, esses pontos podem in- fluenciar diretamente na compactação do solo, no equilíbrio e facilidade de des- locamento do trator, na segurança do manobrista, na energia gasta nas operações, entre outros pontos. b) Em outra perspectiva podemos visualizar a geração da força de trabalho, que neste caso é exemplificada pela tração animal (Figura 2), sendo um importante instrumento de medição da produção de energia utilizada no desenvolvimento e na mensuração de máquinas e equipamentos. TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 7 FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO DE GERAÇÃO DE FORÇA POR TRAÇÃO ANIMAL FONTE: Peça (2012, p. 12) Peça (2012) desenvolve o cálculo da tração produzida pelo animal pela distância e finaliza com a energia gerada. Esse material é indicado na íntegra nas leituras complementares. No exemplo anterior, a tração produzida pelo cavalo ao longo de 30 m de deslocamento em movimento uniforme produziu energia mecânica potencial da carga igual a: mxgxh = 1500Nx30m = 45000J. O trabalho de uma força foi transformado em energia mecânica potencial (PEÇA, 2012, p. 14). É importante lembramos da potência dos motores utilizada nas máqui- nas. Sejam elétricos ou de combustão, eles são os responsáveis por originar toda forma de movimento delas, em que a potência é fruto do movimento pela veloci- dade angular. O motor é responsável pela transformação da energia potencial do combustível (ou elétrica) em energia mecânica, na forma de potência disponível no eixo de manivelas. Nos tratores, por exemplo, a potência disponibilizada pode ser utilizada de maneiras variáveis, conforme a necessidade da operação (FOLLE; FRANZ, 1990): • força de tração (barra de tração); • torque de um eixo rotativo (tomada de potência); • energia de pressão hidráulica (tomada hidráulica). O objetivo dos exemplos acima é observar que em cada momento, movi- mento realizado ou planejado no uso de máquinase implementos, a física está embutida. Portanto, possuem especificações, limites, capacidades e exigências de peso, tração, trabalho e energia que devem ser conhecidas e respeitadas pelo operador, bem como pelo responsável pelo planejamento das operações/ações UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 8 na propriedade rural. Conhecer a máquina é o primeiro cuidado do produtor, o qual deve ser feito antes de ele executar ou desenvolver uma ação. Esse exercício constante pode melhorar a eficiência das operações, reduzir custos, melhorar a qualidade dos produtos entregues, proporcionar segurança ao operador, além de ampliar a vida útil da máquina. 2.1.2 Características mecânicas da relação solo máquina Entre as inúmeras relações possíveis e existentes entre a mecânica agrícola e o ambiente, optamos por detalhar aqui a relação entre o solo e a máquina. Essa escolha está diretamente relacionada à importância da relação na sustentabili- dade da agricultura, considerando os aspectos ambientais, sociais e econômicos. Um solo compactado e erroneamente manejado pode causar problemas diretos na produtividade das lavouras. No entanto, ele também pode causar pro- blemas indiretos no assoreamento dos rios, na qualidade da água e na continui- dade da agricultura como a conhecemos. Para prevenir esses problemas, é essencial conhecer a dinâmica dos solos que, segundo Balastreire (1990, p. 1): “pode ser definida como a relação entre as forças que são aplicadas e a resultante reação do solo. Por esse motivo, ela pode ser considerada uma combinação da ciência do solo e da mecânica”. O solo está sujeito à ação de elementos naturais como o vento, a água e ou- tras fontes. Contudo, é necessário considerar as reações dinâmicas que ocorrem durante a tração ou movimentação mecânica e afetam não somente o solo, mas também o projeto e o uso das máquinas que o manuseiam. Nesse sentido, tração é definida como a força derivada do solo para puxar uma carga (BALASTREIRE, 1990). A força exercida sobre o solo é proveniente de um mecanismo de tração, como uma roda ou esteira, por exemplo. Quando há uma interação entre o solo e a movimentação mecânica promovida pela máquina, essa interação é variável de acordo com o tipo de ação/máquina e do tipo de solo. Essas variáveis compõem a resistência dinâmica do solo para prover tração. São propriedades que influenciam nas dinâmicas do solo (BALASTREI- RE, 1990): • Tensões no solo e sua distribuição: o solo é considerado um material granu- lar, caracterizado pela apresentação de poros distribuídos de forma variável e também grânulos de material de origem, originando a chamada tensão normal do solo e de cisalhamento, respectivamente. Os valores dessas tensões podem ser calculados por modelos matemáticos, e não só recebem a influência da má- quina ou implemento, como também compõem a definição da força de tração TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 9 necessária e possível, considerando as variáveis de tensão. A umidade, o ma- terial de origem, a estrutura do solo, o atrito entre as partículas e destas com as moléculas de água e o peso do próprio solo e de cargas externas comporão conjuntamente as forças de tensão. A forma de distribuição desta tensão tam- bém é um componente variável, principalmente quando consideramos cargas externas, podendo atingir o perfil do solo em diferentes intensidades, seja no ponto de contato, na profundidade ou na extensão. • Deformações no solo e sua distribuição: a aplicação de uma força ao solo produz deformação, movimento ou os dois, isolados ou conjuntamente. A deformação é resultado da aplicação de tensões mencionadas no item anterior, e pode variar em grau de intensidade e de distribuição, conforme as variáveis já consideradas para as tensões. • Relações tensão-deformação: a relação mais conhecida e difundida é a elas- ticidade, que, por sua vez, depende do material de origem, da distribuição de macro e microporos e do comportamento desses dentro do solo durante a aplicação de uma carga. Após a descarga, eles se expandem, deslocando o solo (HILLEL, 1998; HILLEL; KROESBERGEN; HOOGMOED, 2002). Ainda, podemos acrescentar as propriedades do material de origem, tamanho de par- tículas, estado de decomposição do material orgânico, a fração mineral, além da umidade do solo. Todos esses componentes e suas correlações podem afetar a elasticidade dos solos e, portanto, suas relações de tensão e deformação (SO- ANE, 1990; O'SULLIVAN, 1996). • Resistência do solo: capacidade ou habilidade de um determinado solo resistir a uma força aplicada. Uma das formas mais simples de se conferir a resistência de um solo é avaliar os parâmetros envolvidos em suas características e condi- ções de escoamento de água. Quanto maior a capacidade de resistência menos factível aos processos de compactação este solo será. • Escoamento no Solo: de maneira simplificada, é o estado de ruptura ou de- formação permanente do solo, que ocorre quando as tensões ou deformações excedem os valores de escoamento. Como as propriedades anteriores, o escoa- mento também está relacionado com as inúmeras variáveis apresentadas, bem como com suas interrelações. As propriedades mecânicas dos solos, como já vimos, possuem particu- laridades e especificidades relacionadas a diferentes fatores. Além disso, elas são importantes na determinação das operações agrícolas, principalmente naquelas ligadas ao tráfego de máquinas que podem, quando feitas indiscriminadamente, ocasionar a compactação dos solos, sobretudo na compactação superficial, redu- zindo os espaços de ar e água e aumentando a compressão do solo. UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 10 Quando a capacidade de suporte de carga do solo é ultrapassada ocorre a compactação. No entanto, nem todos os solos respondem do mesmo modo, alguns solos toleram maiores pressões antes de atingir o nível de deformação irreversível. O comportamento físico-mecâni- co diferente se deve a variações nas características do solo, como a densidade inicial, o teor de argila, o conteúdo de material orgânico e de água e mais recentemente considerada, a composição mineralógica (SANTOS, 2016, p. 1). A compactação do solo pode causar dificuldades no desenvolvimento do sistema radicular das plantas, o que gera redução na sua capacidade produtiva e capacidade de armazenamento e disponibilização de água e nutrientes, resistência aos processos mecânicos, necessidade de maior energia para a sua realização, au- mento das temperaturas do solo, além do escorrimento superficial do solo. Desta forma, conhecer e considerar as propriedades dos solos em seus pla- nejamentos e operações é mais do que buscar resultados ambientais, é potencializar os aspectos produtivos e de rentabilidade financeira da propriedade rural. 2.2 SISTEMA INTERNACIONAL DE ITENS DE MEDIDA O Sistema Internacional de Unidades (SI) foi adotado no Brasil em agosto de 1962 e tem seu emprego observado e previsto nos mais variados setores da sociedade. Apesar de seu caráter unificador, o SI não é uma convenção imutável pois, as suas definições, relações e simbologias estão sujeitas aos avanços da pes- quisa e tecnologia, sob a chancela da metrologia. Segundo o BIPM (Bureau International des Poids et Mensures), em novembro de 2018 foram acordadas redefinições no Sistema Internacional de Unidades, as quais foram publicadas em maio de 2019. Os 60 Estados-membros do BIPM de- cidiram unanimemente pela revisão do Sistema Internacional de Unidades (SI), mudando a definição mundial do quilograma, do ampere, do kelvin e do mol. As constantes da natureza, como a velocidade da luz, possuem valores imutáveis ao longo do tempo e do espaço. Isso nos permite atribuir a essas cons- tantes valores exatos. Da mesma forma, as unidades de quilograma, ampere, kel- vin e mol passaram a ter valores imutáveis ao longo do tempo e espaço, como já ocorria com a velocidade da luz. As novas unidadessão do mesmo tamanho, mas definidas de forma precisa e sem incerteza de edição associada. A nova revisão impactou em quatro das sete unidades de base: • O quilograma será definido em termos da constante de Planck (h). • O ampere será definido em termos da carga elementar (e). • O kelvin será definido em termos da constante de Boltzmann (k). • O mol será definido em termos da constante de Avogadro (NA). TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 11 A Figura 3 demonstra as sete unidades de referência do SI com as mudan- ças definidas. FIGURA 3 – UNIDADES BÁSICAS DE REFERENCIA PARA O SI FONTE: Adaptado de BIPM (2019) As sete grandezas de base, que correspondem as sete unidades de base, são: comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de substância e intensidade luminosa. As grandezas de base e as uni- dades de base se encontram listadas, com seus símbolos, na Tabela 2. TABELA 2 – GRANDEZAS DE BASE E SUAS ESPECIFICAÇÕES FONTE: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/Resumo_SI.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2020 Grandeza de base Símbolo Unidade de base Símbolo Comprimento l,h,r,x metro m Massa M quilograma kg Tempo, duração T segundo s Corrente elétrica I,i ampere A Temperatura termodinâmica T Kelvin K Quantidade de substância N Mol mol Intensidade luminosa Iv candela cd UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 12 Das grandezas expostas na Tabela 2 e suas interrelações, surgem as deri- vações, sendo as principais listadas na Tabela 3. TABELA 3 – DERIVAÇÕES DAS GRANDEZAS DE BASE MAIS COMUMENTE UTILIZADAS E SUAS UNIDADES Algumas derivações recebem nomes específicos, listados na Tabela 4. FONTE: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/Resumo_SI.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2020 TABELA 4 – UNIDADES DERIVADAS COM NOMES ESPECIAIS NO SI Grandeza derivada Símbolo Unidade derivada Símbolo Área A Metro quadrado. m2 Volume V Metro cúbico. m3 Velocidade v Metro por segundo. m/s Aceleração a Metro por segundo ao quadrado. m/s 2 Número de ondas σ, ṽ Inverso do metro. m-1 Massa específica ƿ Quilograma por metro cúbico. Kg/m3 Densidade superficial ƿA Quilograma por metro quadrado. Kg/m2 Volume específico υ Metro cúbico por quilograma. m3/kg Densidade de corrente j Ampere por metro quadrado. A/m2 Campo magnético H Ampere por metro. A/m Concentração C Mol por metro cúbico. Mol/m3 Concentração de massa r,g Quilograma por metro cúbico. Kg/m3 Luminância Lv Candela por metro quadrado. Cd/m2 Índice de refração n Um. 1 Permeabilidade relativa µr Um. 1 Grandeza derivada Nome da uni- dade derivada Símbolo da unidade derivada Expressão em termos de outras unidades Ângulo plano radiano rad m/m = 1 Ângulo sólido esterradiano sr m2/m2 = 1 Frequência hertz Hz s-1 Força newton N m kg s-2 Pressão, tensão pascal Pa N/m2 = m-1 kg s-2 Energia, trabalho, quantidade de calor joule J N m = m2 kg s-2 Potência, fluxo de energia watt W J/s = m2 kg s-3 Carga elétrica, quantidade de calor coulomb C s A Diferença de potencial elétrico volt V W/A = m2 kg s-3 A-1 Capacitância farad F C/V = m-2 kg-1 s4 A2 Resistência elétrica ohm Ώ V/A = m2 kg s-3 A-2 Condutância elétrica siemens S A/V = m-2 kg-1 s3 A2 Fluxo de indução magnética weber Wb V s = m2 kg s-2 A-1 Indução magnética tesla T Wb/m2 = kg s-2 A-1 Indutância henry H Wb/A = m2 kg s-2 A-2 Temperatura Celsius grau Celsius oC K Fluxo luminoso lumen 1m cd sr = cd Iluminância lux 1x lm/m2 = m-2 cd Atividade de um radionuclídio becquerel Bq s-1 TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 13 Dose absorvida, energia específica (comunicada), kerma gray Gy J/kg = m2 s-2 Equivalente de dose, equivalente de dose ambiente sievert Sv J/kg = m2 s-2 Atividade catalítica katal kat s-1 mol FONTE: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/Resumo_SI.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2020 Algumas unidades são utilizadas de forma tão comum que são parte do cotidiano e, embora não sejam consideradas integrantes do SI, são aceitas popu- larmente. Podemos conferir algumas na Tabela 5. TABELA 5 – ALGUMAS UNIDADES NÃO SI FONTE: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/Resumo_SI.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2020 Grandeza Unidade Símbolo Tempo Minuto min Hora h Dia d Volume Litro L ou l Massa Tonelada t Energia Elétronvolt eV Pressão Bar bar milímetro de mercúrio mmHg Comprimento angstrom2 Â milha náutica Força Dina dyn Energia Erg erg Se quiser saber mais sobre o Sistema Internacional de Unidades, leia o resumo da edição de 2019, disponível em: https://bit.ly/2ScYywl. Acesso em: 13 mar. 2020. DICAS 2.3 ABRIGO E OFICINA RURAL. A utilização de máquinas agrícolas, intensificada no Brasil durante a Re- volução Verde da década de 1970, teve naquele período o objetivo principal de aumentar a produtividade, bem como, transversalmente, a capacidade de am- pliação de área cultivada pelos agricultores. Muitos agricultores, na época, inex- UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 14 perientes na aquisição, no uso e na manutenção de máquinas – como tratores, colhedora de grãos e semeadora-adubadora – acabaram por aumentar custos, da- nificar equipamentos, reduzir a vida útil das máquinas, danificar seus produtos e sub ou superestimar seu maquinário. Desde então, as máquinas agrícolas passaram a fazer parte do cotidiano do produtor rural, que buscou conhecimento e profissionalização. Assim, muitos agricultores optam por manter em suas propriedades um espaço adequado para abrigar o maquinário e para realizar a sua manutenção, o que neste item chama- remos de abrigo e/ou oficina rural. Esse espaço deve ser pensado para executar a manutenção de implementos, tratores e máquinas, serviços de soldas, regulagens, trocas de peças, pequenas construções mecânicas e demais serviços necessários para o bom andamento das operações no campo, além de abrigar as máquinas das intempéries naturais. 2.3.1 Espaço físico Devemos registrar que caso o produtor possua condições de espaço físico e/ou financeiras, deve optar por espaços específicos para o abrigo das máquinas e para a oficina rural. Ambientes separados facilitam o trânsito das máquinas, a organização do ambiente e o trabalho a ser desenvolvido. Os espaços devem, po- rém, ser próximos um ao outro para evitar trânsito e gastos desnecessários. Se a opção for por um ambiente único, ele deve ser organizado de forma a comportar separadamente cada ação (abrigo/oficina), bem como ser articulado em termos de disposição e de espaço para proporcionar o bom andamento dos dois objetivos. Trataremos aqui da situação ideal de ambientes separados. Abrigo de máquinas: instalações que permitem guardar as máquinas e os implementos agrícolas. Podem ser construídas com estruturas sofisticadas ou bastantes simples, tendo como objetivo principal a proteção do maquinário aos raios solares, chuvas, ventos, geadas, granizos e demais possíveis ações do tempo e clima, os quais podem causar danos. Alguns itens a serem considerados são: • adequação às especificidades de tamanho e manobra dos diferentes tipos de máquinas; • estar em um ponto central da área rural para deslocamento; • local seco e arejado; • possuir amplo e adequado espaço de manobra; • manter estrutura elétrica e hidráulica adequadas; • possuir rampa, água e depósito de combustíveis. Lembrando que todos os itens devem ser considerados dentro dos pa- râmetros de segurança necessária aos operadores. Os abrigos devem estar ade- quadamente equipados para atender às necessidades específicas de cada tipo de máquina. TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 15 Oficina mecânica: o tamanho e objetivo da oficina serão determinados pela necessidade da propriedade rural. Pode ser um local para reparos simples e rotineiros no maquinário ou um local mais amplo e equipado, caso o produtor rural tenha um grande número de máquinas e equipe de trabalho ou no caso de fazendas mais distantes de centros urbanos, nas quais podem ser atendidas ne- cessidades mais complexas.Embora os reparos de maior complexidade devam ser feitos por especialistas ou pela assistência técnica especializada, em alguns casos, em fazendas com grandes estruturas, esses são feitos na propriedade. Con- siderando esse ponto, o primeiro grande desafio deve ser o planejamento da ofi- cina, no qual deve-se considerar o inventário de máquinas e equipamentos, bem como os relatórios de manutenção e demanda por serviços. A edificação deve ser de preferência em alvenaria, com as portas de frente uma para outra e janelas que permitam a iluminação e ventilação, o telhado deve proteger as máquinas do sol, da chuva e outros agentes nocivos, as paredes necessitam ser sólidas a fim de resistir às vibrações dos equipamentos. Já o piso deve ser em concreto e inclinado o suficien- te para facilitar o movimento das máquinas e o escoamento das águas de lavagem. Devem ser previstas instalações de ar comprimido, instala- ções elétrica e hidráulica, bem como uma estação para recolhimento de fluidos poluentes (ALONÇO; GASSEN; MEDEIROS, 2009, p. 3). Outros pontos e considerações importantes são (TEIXEIRA e RUAS, 2006): Piso: deve ser de cimento para evitar a formação de pó e proporcionar uma resistência que permita o apoio de equipamentos com segurança, como, por exemplo, o macaco hidráulico, que suporta cargas elevadas. Além disso, deve oferecer aderência suficiente para que os equipamentos pesados não deslizem e não causem acidentes. Recomenda-se que o piso da oficina seja construído a uma altura de apro- ximadamente 10 cm acima do piso do pátio para evitar entrada de água da chuva e facilitar o escoamento da água de lavação. Espaço: deve ser amplo o suficiente de modo a permitir a adequada movi- mentação das máquinas e o livre trabalho do operador em volta delas. A oficina deve ser cercada por paredes até o teto. A altura do pé direito e a entrada princi- pal devem permitir a livre passagem de todas as máquinas existentes no abrigo visando à realização dos reparos. Luminosidade e arejamento: deve possuir janelas com área total de 20% da área interna (50% com abertura para ventilação). Pouca luminosidade e areja- mento aumentam os riscos de acidentes e proporcionam a formação de umidade e oxidação. É indispensável a iluminação artificial com lâmpadas em altura míni- ma de 3,5 m e dispostas adequadamente no ambiente. UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 16 2.3.2 Fatores a serem considerados. Para a execução adequada das operações, as máquinas e equipamentos exigem manutenção e cuidados permanentes. Sendo assim, realizar revisões pre- ventivas pode aumentar a vida útil e facilitar o trabalho do operador. Outro cuidado importante é a correta leitura e atenção aos manuais de instruções. Normalmente, neles estão os procedimentos adequados e a periodi- cidade de manutenção para o melhor aproveitamento da máquina ou do equipa- mento. Assim, utilizar esse material como parte do planejamento de manutenção pode agilizar e garantir suas operações. Muitas vezes, entretanto, não é dada a devida importância às infor- mações ali contidas, sendo os manuais esquecidos ou simplesmente não lidos pelo operador ou responsável pelo maquinário. Há que se considerar também a linguagem dos manuais, nos quais geralmente estas operações são demasiadamente detalhadas, sendo compreendi- das quase que exclusivamente por especialistas. Caso não sejam ob- servadas as recomendações constantes, poderão ocorrer problemas que podem levar a necessidade de consertos mais frequentes, com custos elevados e paradas não programadas. Quando da compra de uma máquina ou implemento usado, que não se possui o manual de instruções, o proprietário deve procurar informar-se sobre as peculia- ridades do modelo adquirido, na falta destas informações, deve seguir orientações gerais de manutenção de máquinas semelhantes (ALON- ÇO; GASSEN; MEDEIROS, 2009, p. 5). A manutenção pode ser corretiva quando o operador impõe o uso inade- quado, um dano acidental ocorre durante a operação ou a manutenção preven- tiva não é feita ou feita de forma incorreta, causando desgaste na máquina ou em seus componentes. Nesse momento, é importante que o operador conheça os procedimentos a seguir e encontre na oficina as ferramentas e equipamentos para o rápido e correto conserto. A qualificação dos profissionais da equipe de operação é muito relevante nessa hora, pois um conserto inadequado pode causar mais danos, elevar ainda mais os custos e atrasar as operações. Lembrando que, na atividade agrícola, o atra- so em um calendário de operações pode significar o comprometimento da safra. 2.3.3 Partes constituintes Como já mencionado anteriormente, as oficinas devem atender às deman- das das propriedades rurais. Portanto, aqui também vale a indicação de adequa- ção a cada realidade. De maneira geral, recomenda-se que uma oficina rural com- porte: ferramentaria, escritório, almoxarifado, enfermaria, cantina e banheiros (TEIXEIRA; RUAS, 2006). TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 17 Ferramentaria: recomenda-se que seja um ambiente fechado, com acesso restrito, onde serão guardadas as ferramentas quando não estiverem em uso. A organização desse espaço é primordial, podendo garantir a eficiência do trabalho, a rapidez e evitando extravio e danos nas ferramentas. A manutenção da ordem e disposição das ferramentas é uma forma eficiente de auxiliar o operador a bus- car aquela determinada ferramenta sempre no mesmo local – e encontrá-la! Não somente encontrá-la no local determinado, mas encontrá-la limpa e em condições de uso. Desta forma, organizar a ferramentaria é um dos passos mais importantes na concepção de uma oficina rural. Almoxarifado: pode ser chamado de depósito. Nele, estarão guardadas as peças de reposição de máquinas e implementos, insumos específicos para o seu funcionamento correto, ferramentas extras para substituição periódica e demais itens necessários para a continuidade dos trabalhos da oficina (filtros, correias, ro- lamentos, fusíveis, parafusos, porcas, pinos, contrapinos, lâmpadas etc.). A ordem e planejamento de disposição dos itens nesse ambiente também são essenciais para que ele seja funcional e garanta a preservação dos itens. Deve ser um ambiente arejado, com acesso restrito que funcione como um ponto de apoio à equipe de operadores. Desta forma, o controle dos itens e sua adequada reposição são funda- mentais para que os trabalhos possam ser realizados de forma e na época correta. Escritório: como já frisado anteriormente, o planejamento e monitoramen- to das atividades é imprescindível para a eficiência das operações. Nesse sentido, o escritório é o local em que se fará todo o controle de maquinário, como número de horas trabalhadas, datas de manutenções, determinação de custos operacio- nais, controle de horário de trabalho dos funcionários, planejamento de reposi- ções, consertos e aquisições. É importante que o escritório seja um ambiente de acesso restrito e que tenha um responsável. Enfermaria: acidentes são evitáveis, porém, possíveis. Desta forma, toda a oficina deve ter um espaço para prestar os primeiros socorros quando necessários. Esse ambiente deve ser reservado e possuir obrigatoriamente os produtos mínimos para um atendimento emergencial. Para o planejamento desse espaço, o produtor poderá se informar com profissionais da área, como bombeiros ou médicos locais. Um treinamento em primeiros socorros deve ser feito com a equipe de operadores para que, se necessário, eles possam realizar de forma correta o socorro à vítima. Cantina e Sanitário: proporcionar ambiente adequado aos funcionários também é parte das ações para a eficiência do trabalho final. Assim, a criação e manutenção de espaços como cozinha ou cantina, sanitários e vestiários propor- cionam qualidade do ambiente e das condições de trabalho da equipe. UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 18 2.3.4 Equipamento e ferramentaria Entendera diferença entre equipamento e ferramenta pode auxiliar desde o planejamento até o funcionamento deste, que é o espaço em que o trabalho da oficina encontra alicerce, a base para os trabalhos a serem executados. Equipamento: tudo aquilo que serve para equipar. É o conjunto de apetre- chos ou instalações necessários à realização de um trabalho, uma atividade ou uma profissão. Ferramenta: instrumento necessário para a realização de um trabalho. Em uma oficina rural, são fundamentais: chaves de fenda, chaves de fenda cruzada (Phillips), alicates, martelos e marretas (Tabela 6). Para Alonço, Gassen e Medeiros (2009), estojos completos de chaves fixas e estrela devem ser considerados essenciais. Na Figura 4 estão demonstrados esses itens, além de uma sugestão de organização de ferramentas básicas. FIGURA 4 – SUGESTÃO DE FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DE FERRAMENTAS BÁSICAS EM UMA OFICINA RURAL FONTE: <https://bit.ly/2VIe5X9>. Acesso em: 23 mar. 2020 Regras de ergonometria – como a altura da bancada (aproximadamente 90 cm), uso de banquetas ou cadeiras, entre outras – devem ser respeitadas, pois irão propor- cionar ao operador conforto e saúde de trabalho. LEMBRETE TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 19 A Tabela 6 lista estrutura, equipamentos e ferramentas consideradas bási- cas para o bom funcionamento de um espaço de oficina rural. TABELA 6 – PRINCIPAIS USOS E ITENS DA FERRAMENTARIA FONTE: Adaptado de Romo (2014) Itens Uso Fosso Permite ao operador posicionar-se abaixo da máquina para realizar a operação de manutenção ou conserto. Elevador Permite elevar o maquinário para dar acesso à parte inferior pelo operador. Bancada Mesa resistente em que serão realizados consertos básicos e manuseios de fer- ramentas. Macaco hidráulico Utilizado para levantar e manter levantados equipamentos, máquinas ou suas partes como forma de realizar o conserto. Grua Movimentar ou erguer equipamento, máquina ou suas partes. Ferramentas de torção Realizam movimentos de rotação quando aplicada força em seu manejo: chaves de fenda, Phillips, Allen, de boca etc. Ferramentas de percussão Manejadas por meio de impacto com o objetivo de conseguir força superior à obtida por pressão manual: martelos, marretas, bigorna, punções etc. Ferramentas de pressão Utilizadas para segurar peças e realizar cortes: alicates, morsa, grampos etc. Ferramentas de corte Utilizadas para corte de outros elementos, podem ser classificadas pelo tipo de corte: cisalhamento (tesoura), abrasão (lixas, esmeril), percussão (talhadeiras), desbaste ou levantamento de cavaco (serras, brocas), esmagamento (talhadeiras e corta frio). Ferramentas de limpeza Utilizadas para a limpeza de peças e elementos de máquinas: escovas de aço, raspadores, limpadores de bicos injetores etc. Vale salientar que, atualmente, uma gama de empresas presta serviços de delivery em propriedades rurais de oficinas móveis, as quais podem ser adquiri- das por produtores rurais. Normalmente, são compostas por uma seleção básica de ferramentas e equipamentos e podem ser uma alternativa interessante, princi- palmente para pequenas e médias propriedades rurais. 2.3.5 Instrumentos de medida Os instrumentos de medida considerados básicos em uma oficina rural são: trena, paquímetro, micrômetro, compasso e multiteste para tomadas elétri- cas. Os itens e detalhes de uso estão na Tabela 7. UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 20 TABELA 7 – PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE MEDIDA PARA UMA OFICINA RURAL Item Descrição Trena Usada para medir distâncias. Pode ser retrátil, que consiste em uma fita de metal, plástico ou fibra de vidro enrolada em um invólucro. As unidades de medidas das trenas são: centímetros, milímetros, polegadas e pés. Paquímetro Utilizado para medir a distância entre dois lados simetricamente opostos em um objeto, permite uma precisão decimal de leitura através do alinhamento dessa escala com uma medida da régua. Apresenta uma precisão menor do que o micrômetro Micrômetro Utilizado para medir a distância entre dois lados simetricamente opostos em um objeto. O funcionamento do micrômetro baseia-se no deslocamento axial de um parafuso micrométrico com passo de alta precisão dentro de uma rosca ajustável. Multímetro ou Multiteste Usado para medir e avaliar grandezas elétricas, pode ter mostrador analógico (de ponteiro) ou digital. Utilizado na bancada de trabalho (laboratório) ou em serviços de campo, incorpora diversos instrumentos de medidas elétricas em um único aparelho, como voltímetro, amperímetro e ohmímetro por padrão e capacímetro, frequencímetro, termômetro, entre outros como opcionais, conforme o fabricante do instrumento disponibilizar. FONTE: Adaptado de Alonço, Gassen e Medeiros (2009) Os instrumentos de medição devem ser aferidos periodicamente e manti- dos acondicionados em locais apropriados. Além disso, os operadores devem ser capacitados para o uso, manuseio e interpretação desses instrumentos. 2.3.6 Segurança na utilização dos equipamentos O uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) é obrigatório aos operadores de máquinas agrícolas e seu uso estende-se dentro das oficinas rurais, na manipulação de ferramentas e equipamentos e no trabalho em geral. No entanto, algumas ferramentas e equipamentos exigem maior cuidado, em virtude da facilidade e possível gravidade de acidentes. Os cuidados básicos em algumas operações estão descritos a seguir: Operações de solda: deve-se utilizar máscaras com lentes protetoras con- tra a radiação ultravioleta, luvas, avental e botas. Uso de policorte ou esmeril: óculos contra fagulhas, avental, luvas, botas e abafadores de ruídos. Torno mecânico: óculos contra fagulhas, avental, luvas e botas. Além dis- so, não se deve usar roupas largas ou outros acessórios que possam se prender nas partes móveis do equipamento. Uso de solventes: aventais apropriados, óculos, luvas nitrificadas, másca- ras e botas impermeáveis. TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 21 De maneira geral, a manutenção e limpeza dos equipamentos auxiliam na segurança dos operadores. Operações de lubrificação, verificação do estado das correias, rolamentos, catracas, desgaste de dentes ou afiação de partes cortantes, entre outras, devem estar previstas no planejamento da oficina, bem como o uso, treinamento e manutenção dos extintores. De acordo com Teixeira e Ruas (2006), a maior parte dos acidentes em oficinas rurais são causados por falhas humanas. Segundo os mesmos autores, as causas mais graves e frequentes de acidentes nesses ambientes são: Não utilizar os EPIs adequados, usar equipamentos sem treinamento prévio adequado, usar equipamentos em velocidade que não seja a ade- quada para a operação ou em desacordo com as especificações do fabri- cante, consertar ou fazer a manutenção em equipamentos energizados, posicionar-se de modo inadequado para realizar a operação, realizar a operação em ambiente impróprio (TEIXEIRA E RUAS, 2006, p. 15). Ao administrador ou responsável pela oficina cabe a tarefa de supervisio- nar e exigir o cumprimento das regras de segurança do ambiente, lembrando que o proprietário pode ser responsabilizado legalmente pelos acidentes ocorridos no local de trabalho. 2.4 ESTRUTURA DE MANUTENÇÃO DA PROPRIEDADE RURAL. Além das estruturas de abrigo de máquinas e oficina rural, as proprie- dades possuem uma variedade de estruturas que devem ser consideradas tanto para manutenção quanto para o planejamento dos trabalhos. Algumas dessas es- truturas estão listadas a seguir: • alojamentos; • casas de passagem; • cercas e portões; • depósitos de combustíveis; • estruturas de lazer. Todas devem ser periodicamente consideradas nos processos de manu- tenção e possuem suas funções interligadas direta ou indiretamente aos resulta- dos pretendidos de eficiência produtiva. 2.5 ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANUTENÇÃO E REPAROS Os planos de manutenção devem ser adaptados à realidade de estrutura(pessoal e física) de cada propriedade. No entanto, são itens principais na obtenção de resultados pretendidos, visto que são responsáveis por manter a propriedade fun- cionando de maneira adequada. Por isso, diferentes fatores devem ser considerados. UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 22 O planejamento e o controle adequado dos sistemas mecanizados exi- gem informações adequadas com relação à capacidade de trabalho, o que nem sempre é possível. Enquanto que em outras áreas da enge- nharia como, por exemplo, na área mecânica, o desempenho dos equi- pamentos pode ser obtido com razoável grau de precisão, nas ativi- dades agrícolas isso nem sempre é possível. Fatores como topografia, tipo de solo, clima, variações no material a ser trabalhado interferem na capacidade de trabalho e consequentemente no planejamento dos sistemas (MILLAN, 2017). Na atualidade, alguns programas de computador auxiliam de forma efi- caz os administradores na elaboração de planos específicos às diferentes reali- dades agrícolas. Contudo, considerando a diversidade de situações, é necessário que opções sejam disponibilizadas tanto para fazendas altamente tecnológicas quanto para propriedades de agricultura familiar, que possivelmente são despro- vidas de tecnologias mais avançadas. Nesse sentido, o fluxograma (Figura 5) apresentado a seguir mostra uma perspectiva geral da necessidade de visão da propriedade rural para a elaboração de um plano de reparos e manutenção eficaz. O fluxograma, desenvolvido e apre- sentado por Millan (2017) com base no trabalho de Mialhe (1974), apresenta uma visão desde a constatação da necessidade até a aquisição. Ele deve ser conside- rado no planejamento da manutenção, visto que é a partir do conhecimento das especificações de cada máquina que ela deve ser inserida em um planejamento específico de manutenção e possíveis reparos. TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 23 FIGURA 5 – FLUXOGRAMA GERAL PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DE REPAROS E MANUTENÇÕES FONTE: Millan (2017, p. 4) Apesar de o fluxograma apontar para o que podemos chamar da fase ini- cial de uma tomada de decisão, o intuito do seu uso está no entendimento da necessidade de avaliação e planejamento de maneira ampla e holística, incluindo ações externas, que influenciarão dentro da fazenda. Entendermos o quanto a manutenção correta e periódica das máquinas e equipamentos está inserida na gestão como um todo e o quanto atrasos, serviços mal executados, falta de repa- ros e/ou condições adequadas de trabalho influenciarão todo o fluxo de ações. A elaboração de planos específicos para a manutenção de máquinas e equipamen- tos agrícolas auxiliarão nesse processo. UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 24 A fim de facilitar o controle sobre a manutenção das máquinas agrícolas recomendasse a formulação de planos de manutenção. Para tanto, faz-se necessária uma leitura detalhada dos manuais de operação e manutenção que acompanham os equipamentos. Como o objetivo final de um plano de manutenção é possuir um relatório que permita uma rápida visua- lização das operações já realizadas e daquelas por realizar, utilizam-se planilhas com as operações referentes a um tipo de período (diário, se- manal, mensal etc.) conforme o caso. Neste sentido, o responsável pela organização da tarefa deverá agrupar as operações com os indicadores de tempo (ALONÇO; GASSEN e MEDEIROS, 2009, p. 9). Alonço, Gassen e Medeiros (2009) enfatizam a necessidade do uso de pla- nilhas com a periodicidade adequada (diárias, semanais ou mensais) para cada máquina da propriedade. Apesar de parecer um trabalho excessivamente minu- cioso, é uma ferramenta de gestão eficiente e necessária para zelar o patrimônio do agricultor e garantir a produtividade e eficiência financeira. TÓPICO 1 | MECÂNICA APLICADA À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 25 Resistência específica à tração na operação de escarificação do solo em camadas de forma simultânea José R. F. Gassen Airton dos S. Alonço Ulisses B. Baumhardt Mateus P. Bellé Gustavo J. Bonotto. Vem-se observando, nos últimos anos, uma intensificação na busca por soluções agrícolas que visem à preservação do meio ambiente e à conservação do solo, o que se revela como grande desafio face à necessidade de altas produtivi- dades das culturas e racionalização dos custos de produção. Uma das consequên- cias desta necessidade é a crescente demanda de energia associada à intensifica- ção do uso de máquinas agrícolas mais robustas e maiores devido às exigências do sistema de semeadura direta, afetando, de forma significativa, a compactação do solo, a qual atua direta e indiretamente de modo negativo sobre a produtivi- dade das culturas, visto que modifica diversos atributos físicos do solo, entre os quais se destacam: densidade, resistência à penetração, macro e microporosidade e capacidade de retenção de água. A compactação do solo é um processo em que a porosidade e a permeabili- dade são reduzidas, a resistência mecânica é aumentada e muitas mudanças ocor- rem na estrutura do solo (Soane; Ouwerkerk, 1994). Segundo Flowers e Lal (1998), a principal causa da compactação em solos são as condições de tráfego das máquinas usadas nas operações agrícolas, tais como operações de preparo, semeadura, tratos culturais e colheita. Para Drescher et al. (2011), esse adensamento do solo nas áreas agrícolas pode interferir diretamente no desempenho de máquinas e implementos agrícolas promovendo uma ampliação na demanda de potência para tração. Foloni et al. (2003) concluíram, em um estudo sobre o efeito da compactação do solo no desen- volvimento aéreo e radicular de cultivares de milho, que: (i) a compactação do solo comprometeu o desenvolvimento das plantas de milho híbrido e da variedade na mesma intensidade; (ii) apesar de alterar a distribuição do sistema radicular ao longo do perfil do solo, o impedimento físico em subsuperfície não diminuiu a produção total de raízes de milho; (iii) o diâmetro médio radicular apresentou alta correlação com o crescimento de raízes no solo compactado; e (iv) o sistema radicular do milho não é capaz de romper uma camada compactada de solo com resistência mecânica da ordem de 1,4 MPa. Beutler e Centurion (2004) verificaram, ao pesquisar o efeito da compactação do solo no desenvolvimento radicular e na produtividade da soja, em latossolo vermelho de textura média, que houve diminuição na produtividade e em determinada profundidade ocorreu uma redução na densidade das raízes. Collares et al. (2006) encontraram, em experimento na cultura do feijoeiro, influência direta da compactação na redução da produtividade desta cultura enquanto Beutler et al. (2004) obtiveram, avaliando a influência da compactação LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA MECANIZAÇÃO NA PROPRIEDADE RURAL 26 na produtividade e altura do sistema radicular em arroz de sequeiro, redução na produtividade e restrição ao crescimento das raízes. Como técnica potencial para solucionar esse problema, tem-se a escarificação, que promove o rompimento dessas camadas compactadas ou adensadas. Para Machado et al. (2005), a operação de escarificação consiste em mobilizar o solo a determinada profundidade até trinta centímetros, tendo uma mobilização superficial mínima e mantendo a cobertura do solo. Por não provocar inversão de camadas do solo, essa operação proporciona menor desagregação, sendo que os resíduos vegetais ficam depositados na superfície do solo facilitando, assim, o controle da erosão, melhorando potencialmente a infiltração e a retenção de água, tal como a estrutura e a porosidade do solo quando comparada aos preparos do solo convencionais. Ao mencionarem a parte ativa do escarificador (as ponteiras), esses mesmos autores a dividiram em dois tipos, estreita, com largura de 4 a 8 cm e larga ou alada, com dimensões acima destas. Nicoloso et al. (2008), em experimento de campo realizado em quatro áreas,no município de Santa Rosa, região Noroeste do Rio Grande do Sul, consideraram a escarificação mecânica como alternativa eficiente para melhorar as condições físicas do latossolo de textura muito argilosa quando associada à escarificação biológica, auxiliando na prevenção da reconsolidação do solo. Na busca de uma operação mais eficiente, Godwin (2007) destaca que a busca pela redução da demanda de tração de um implemento não deve ser o objetivo mais importante, mas sim reduzir a resistência específica operacional expressa pela relação da força de tração com a área de solo mobilizado. Assim, objetivou-se neste trabalho desenvolver e analisar uma ferramenta para o rompimento do solo em camadas simultâneas, ou seja, se a profundidade de trabalho de um escarificador tem influência significativa no desempenho do implemento, então é possível romper o solo em camadas de modo simultâneo a fim de que a eficiência do equipamento melhore, alcançando menor resistência específica para cada velocidade de trabalho testada. FONTE: Adaptado de GASSEN, José R. F. et al. Resistência específica à tração na operação de escarificação do solo em camadas de forma simultânea. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 1, p. 116-124, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1415- 43662014000100015. Acesso em: 23 mar. 2020. 27 Neste tópico, você aprendeu que: • A mecânica agrícola está inserida no cotidiano da produção rural e é um com- ponente decisivo para a sustentabilidade da propriedade. Desta forma, o pla- nejamento, tanto de uso quanto de manutenção, é fundamental. • As propriedades físicas são atuantes na concepção e no uso das máquinas agrí- colas. Ainda, elas podem ser reconhecidas nas propriedades dos solos e na re- ação dos solos ao manejo. • A compactação do solo pode causar dificuldades no desenvolvimento do sistema radicular das plantas, reduzindo: sua capacidade produtiva, de armazenamento e disponibilização de água e nutrientes, bem com sua resistência aos processos mecânicos, o que requer maior energia para sua realização. Além disso, pode ocorrer aumento das temperaturas e escorrimento superficial do solo. • A implementação de espaços adequados, como abrigos e oficinas, nas proprie- dades rurais é um cuidado necessário e diferencial para o alcance dos objetivos de rentabilidade e sustentabilidade dela. • A capacitação de operadores de máquinas e o planejamento de manutenções e reparos devem ser itens considerados obrigatórios no fluxograma de planeja- mento da propriedade rural. RESUMO DO TÓPICO 1 28 1 A teoria mecânica está presente no cotidiano das propriedades rurais asso- ciada às ações desenvolvidas pelas máquinas e equipamentos agrícolas. Sen- do assim, analise as afirmativas a seguir, assinalando V para as verdadeiras e F para as falsas: ( ) Mecânica aplicada é um ramo da engenharia que procura estabelecer fór- mulas e coeficientes compatíveis com a natureza e a condição de cada mate- rial com base nos princípios e leis básicas da mecânica teórica. ( ) Torque é uma grandeza física associada ao movimento de rotação de um corpo em razão da ação de uma força, sendo assim T= f/m, em que torque é igual à força dividida pela massa. ( ) É correto afirmar que mesmo parado e sem movimentação, um maquinário exerce forças sobre o solo passíveis de resultar na compactação do solo. ( ) A potência é fruto da velocidade angular e está diretamente relacionada ao trabalho gerado em motores de combustão, como, por exemplo, de tratores agrícolas. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) V – F – V – V. b) ( ) F – V – V – V. c) ( ) V – F – F – V. d) ( ) F – F – V – V. 2 Entre as inúmeras relações possíveis e existentes entre a mecânica agrícola e o ambiente, está a relação solo-máquina. Sobre essa relação, analise as afir- mativas a seguir e assinale a CORRETA: ( ) O solo está sujeito à ação de elementos bióticos, como o vento e a água, que podem afetar a desse solo em relação às operações mecânicas aplicadas para o cultivo agrícola. ( ) A interação entre o solo e a ação mecânica promovida pela máquina varia de acordo com o tipo de ação/máquina, e não com o tipo de solo. ( ) As variáveis ação/máquina e o tipo de solo compõem a resistência dinâmica do solo para prover tração. ( ) Os valores que compõem a tensão e sua distribuição no solo são definidos especificamente pelo componente tipo de solo, independentemente da ação/ máquina. AUTOATIVIDADE 29 3 As propriedades mecânicas dos solos possuem particularidades e especifici- dades relacionadas a diferentes fatores. Além disso, elas são importantes na determinação das operações agrícolas, principalmente naquelas ligadas ao tráfego de máquinas que podem, quando feitas indiscriminadamente, oca- sionar a compactação dos solos. Sobre a questão, analise as afirmativas a seguir e marque a alternativa CORRETA. I- A compactação promovida pelo uso inadequado de máquinas é principal- mente a superficial, que reduz os espaços de ar e água e aumenta a com- pressão do solo. II- Quando a capacidade de suporte de carga do solo é ultrapassada, ocorre a compactação com a redução de espaços internos para água e ar. III- Alguns tipos de solo, como os arenosos, são mais factíveis à compactação pelo uso inadequado de máquinas. IV- A compactação do solo pode causar dificuldades no desenvolvimento do sistema radicular das plantas, redução na capacidade de armazenamento e disponibilização de água e nutrientes, aumento das temperaturas do solo e escorrimento superficial do solo. a) ( ) Todas as afirmativas estão corretas. b) ( ) Somente a afirmativa IV está correta. c) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas. d) ( ) As afirmativas I e III estão corretas. 4 Sobre o SI e as alterações ocorridas recentemente, classifique V para as sen- tenças verdadeiras e F para as falsas. ( ) A nova revisão compreende 4 das 7 unidades derivadas do SI. ( ) As novas unidades alteraram seus tamanhos e estarão suscetíveis a altera- ções ao longo do espaço e tempo. ( ) As unidades modificadas foram o quilograma, o ampere, o kelvin e o mol. ( ) As novas unidades são do mesmo tamanho, mas definidas de forma precisa e sem incerteza de edição associada. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) F – F – V – V. b) ( ) V – F – F – V. c) ( ) V – F – V – V. d) ( ) F – V – V – F. 5 A adequação de um espaço para abrigo e manutenção das máquinas agríco- las pode possibilitar sua conservação e o melhor desempenho nas operações. Contudo, alguns pontos devem ser considerados para a obtenção dos resul- tados. Nesse sentido, marque com X as opções INCORRETAS. 30 ( ) O piso deve ser de cimento para facilitar a limpeza e possibilitar a seguran- ça nas operações de manutenção. ( ) A amplitude de espaço deve ser planejada de acordo com a necessidade de movimentação das máquinas e para que o operador possa trabalhar livre- mente em volta delas. ( ) A luminosidade deve ser calculada considerando a luz natural, com o uso de janelas e portas, sem necessidade de iluminação artificial. ( ) As revisões devem ser tanto preventivas quanto curativas. Para tal, deve-se considerar somente a percepção do operador. 31 TÓPICO 2 PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA NA AGRICULTURA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Olá, acadêmicos! Neste tópico, abordaremos a produção e consumo de ener- gia na agricultura. Vamos discutir as principais fontes energéticas, os balanços ener- géticos dos processos produtivos e as formas de conservação e preservação de ener- gia na busca da sustentação da produção agrícola. A relação da sociedade atual com a energia pode ser observada como uma fonte de grande preocupação para muitos. No entanto, o consumo de energia parece estar alheio às ações, como algo natural e inesgotável. Na agricultura, esse cenário pa- rece ainda mais preocupante, pois o consumo de energia fóssil está presente desde a produção (insumos, maquinários e embalagens) até a disponibilização dos produtos na mesa do consumidor
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