Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doença de Chagas Também chamada de “Tripanossomíase Americana” ou “tripanossomose”. CURIOSIDADES: 1) Endêmica em 22 países da América Latina; 2) Atinge cerca de 1,9 a 4,6 milhões de habitantes no Brasil (populações pobres que residem em condições precárias); 3) Constitui uma das principais causas de morte súbita; 4) Está entre as 13 doenças mais negligenciadas; 5) 60% da população afetada vive em áreas urbanas; 6) Há gerações de pessoas vivendo com chagas (algumas na invisibilidade devido à dificuldade de diagnóstico); 7) As estimativas são que, no Brasil, morrem aproximadamente 6 mil pessoas por ano devido a complicações crônicas da doença. AGENTE CAUSADOR: Trypanosoma cruzi VETOR: Barbeiro OBS! Possui vários tipos de hospedeiros, sendo um eurixeno. TRANSMISSÃO 1) Picada do barbeiro; 2) Oral; 3) Congênita (transmissão vertical); 4) Transplantes e transfusão sanguínea; 5) Sexual (exposição de sangue); 6) Acidentes de laboratório. MORFOLOGIA 1- Epimastigota: -Flagelada; -Encontrada no barbeiro na forma reprodutiva. 2- Tripomastigota: -Flagelada; -Encontrada no hospedeiro na forma infectante. 3- Amastigota: -Não flagelada; -Encontrada no hospedeiro na forma reprodutiva. CICLO BIOLÓGICO: O inseto (barbeiro) pica uma pessoa já infectada com o Tripanosoma cruzi e suga a forma Tripomastigota do infectado. Dentro do barbeiro, se transforma na forma Epimastigota e após reprodução binária, se transforma em Tripomastigota ainda dentro do barbeiro. Ao picar uma outra pessoa (saudável), o barbeiro acaba defecando (local onde a forma Tripomastigota estará presente), e por conta da picada, a pessoa acaba se coçando, fazendo com que essas fezes se espalhem e acabem entrando na corrente sanguínea. Com isso, a forma Tripomastigota sanguínea entra nos macrófagos, se transformam na forma amastigota, rompe o macrófago e volta a sua Monizy Moreira- T3 forma Tripomastigota, podendo ir para o coração ou para músculos lisos e esqueléticos. A DOENÇA Pode se apresentar em duas fases: 1- Fase Aguda -Possui parasitemia patente (alta quantidade de parasitas); -Importante ser diagnosticada nessa fase, pois ainda se tem chance de cura; -A maioria das pessoas sobrevive a fase aguda - sintomas desaparecem espontaneamente; -A doença progride para a fase crônica. -Possui sintomas característicos: Sinal de Romana: Edema bipalpebral unilateral; Congestão conjuntival; Presença de parasito intra e extracelular em abundância. Chagoma de inoculação: Só acontece no caso de transmissão pelo barbeiro; Aparecimento dentro de 4-10 dias após a picada do barbeiro. -Células parasitadas: Macrófagos; Células de Schwann; Micróglia; Fibroblástos; Células musculares lisas e estriadas -Manifestações gerais: Febre; Edema localizado; -Poliadenia (linfonodos inchados, íngua); -Hepatomegalia; -Esplenomegalia; -Insuficiência cardíaca (as vezes); -Perturbações neurológicas. 2- Fase Crônica: -Sobreviventes à fase aguda passam ~ 10 a 30 anos por um período assintomático – FASE INDETERMINADA. -Assintomática (70% dos indivíduos) Características: Positividade nos exames sorológicos e parasitológicos; Ausência de sintomas e/ou sinais da doença; Eletrocardiograma convencional normal; Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais. Fase crônica assintomática Fase crônica sintomática 1) Forma cardíaca (cardiomegalia intensa): Alguns pacientes podem apresentar cardiopatia chagásica crônica (CCC) – 20 a 30 anos após a infecção – leva à morte. Macroscopicamente o coração mostra-se: -Aumentado de volume e mais pesado (cardiomegalia); -Hipertrofia das paredes ventriculares e atriais. Pequenos fenômenos de tromboembólicos – devido ao retardamento da circulação e da hipóxia; Trombos cardíacos podem se formar nas veias dos membros inferiores. Êmbolos se despredem e podem originar infartos Infatos: - Coração - Pulmões - Rins - Baço – Encéfalo Morte súbita 2) Forma digestiva • 7% a 11% dos casos (Brasil); •. Representados pelos megas, onde aparecem alterações morfológicas e funcionais importantes; • Megaesôfago Causa: -Disfagia; -Pirose; -Odinofagia; -Soluço; -Regurgitação; –Tosse. • Megacólon Causa: -Dilatação dos cólons; -Frequente associação da obstipação com o megaesôfago – agrava a desnutrição; -Obstrução e perfuração intestinal levando a peritonite ( complicações mais grave). 3) Forma cerebral (imunocomprometidos): • Acomete Sistema nervosa central; • Meningoencefalite; • Perda ou diminuição de neurônios - Consequência da isquemia devido à ICC e arritmias cardíacas e processos autoimunes. DIAGNÓSTICO 1. Clínica: • Se a pessoa possui algum sinal de porta de entrada (Sinal de Romana e Chagoma de inoculação); • Anamnese – local endêmico. 2. Exames laboratoriais: -Na fase aguda: • Alta parasitemia: pesquisa do parasito no sangue/hemácias • Exames sorológicos – procura de anticorpos apenas em caso do exame direto falhar! -Na fase crônica: • Baixa parasitemia: difícil a pesquisa do parasito no sangue/hemácias • Xenodiagnóstico - Barbeiro pica a pessoa doente : • Exame sorológico - Elisa -Métodos parasitológicos: • Exame de sangue em gota espessa; • Esfregaço sanguíneo corado com Giemsa; • Inoculação do sangue. TRATAMENTO: 1- Benznidazol: Efeitos colaterais: • Dermatite alérgica; • Neuroapatia periférica; • Anorexia e perda de peso; • Insonia. 2- Nifurtimox (Indicados especialmente nos casos agudos): Efeitos colaterais: • Anorexia e perda de peso; • Náusea; • Vômito; • Dor de cabeça; • Tontura. OBS! Objetivo: Reduzir a duração e as gravidades clínicas da doença -Quando pode ser feito o tratamento: Pode ser em qualquer fase; Criança e adolescentes na fase crônica; Adultos na fase crônica até os 50 anos; Adultos acima de 50 anos – decisão com antiparasita deve ser individualizado (custo benefício e risco para o paciente): - Idade do paciente; - Status clínico; - Preferência; - Estado geral da saúde. Na fase crônica com manifestação digestiva: ausência de efeitos do tratamento antiparasitário na evolução da doença - Destruíção das células nervosas • Gestantes (independente da idade gestacional); - na fase crônica: não realizer tratamento. PREVENÇÃO E CONTROLE: • Uso de inseticidas; • Melhorar as condições de moradia; • Educação e conscientização da população; • Orientação da correta manipulação e preparo de alimentos como açai e caldo de cana; • Triagem para doença de Chagas em sangue para doação – evita adquirir doença em transfusão; • A detecção precoce e o tratamento de casos novos, incluindo casos de mãe para bebê (congênitos), também ajudarão a reduzir a carga de doenças. OBS! Não existe vacina. DOENÇA DE CHAGAS CONGÊNITA (DCC): -Transmissão: em qualquer momento da gravidez; -Pode causar: Abortamento; Partos prematuros (bebês com baixo peso); Natimortalidade. -Como ocorre: Lesões prévias da placenta Penetração prévia do parasito Células de Hofbauer Circulação fetal Órgão do feto Qualquer célula.
Compartilhar