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Miopatias de Esforço em Cavalos

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19/09/2019
Prova 2
Rabdomiólise por esforço. 
Existe várias Miopatias no cavalo. A que vamos discutir são as Miopatias associadas ao esforço e as que causam lise no músculo, necrose associada a lesão na fibra, ou seja, levam a rabdomiólise. O termo rabdomiólise por esforço é um termo bastante abrangente, e ainda hoje temos diferentes nomes para problemas que se traduzem de forma muito semelhante, como mialgia e espasticidade. Existem uma gama de situações diferentes, que apresentam quadro semelhante. 
As Miopatias de esforço se apresentam classicamente com clínica de rigidez e dor muscular, mas existe uma gama de situações que levam a isso. Para cada raça e momento de aparecimento, na literatura podemos ter diferentes nomes, que não necessariamente significam a mesma coisa. 
Introdução: 
 Uma conceituação básica e genérica diz que rabdomiólise por esforço é “Dissolução da musculatura estriada associada ao exercício” ou seja, tem lesão muscular, tem elevação de creatina quinase. 
Ex.: Doença da manhã de segunda- feira é uma das mais clássicas Miopatias de esforço. Muito associada a animais de tração. Essa doença recebe esse nome, de uma manifestação de Miopatia com rabdomiólise, devido os animais de tração que antigamente eram usados para tudo. Os animais de tração são animais que apresentam fibras adaptadas a um tipo de exercício aeróbico importante. Sabemos que o exercício aeróbico consome um tipo de substrato diferente do exercício anaeróbico. Esses cavalos descansavam muito durante o final de semana, e na segunda feira retornavam ao trabalho, ou seja, o maior volume de trabalho era durante a semana. Quando retornavam ao trabalho, que sofriam o esforço físico, começam a manifestar essa Mialgia e o enrijecimento. É diferente do cavalo Enduro que apresenta a Miopatia de esforço ao longo do exercício prolongado. É diferente do puro sangue inglês ou cavalo de salto que apresentar durante o exercício também. Um cavalo de corrida, por exemplo muitas vezes apresenta em um galope contido, é diferente, está muito ligado ao estresse. 
Em função do cavalo ficar o final de semana descansando e na segunda trabalhar e manifestar o problema, se imaginava que isso se decorria de um acúmulo de glicogênio, que quando o animal começava a fazer exercício esse glicogênio era metabolizado em ácido láctico e tinham uma acidose e uma rigidez muscular. Mas isso não é assim, hoje sabemos que temos sim, um acúmulo de glicogênio, mas o cavalo de tração que apresentam Miopatia de esforço tem um problema genético associado, que leva ao acúmulo de glicogênio na musculatura é chamada de Miopatia de estocagem de polissacarídeo. É um tipo de Miopatia de esforço. 
Hoje sabemos que existe um acúmulo de glicogênio, porém a causa do problema não é o lactato, mas porque o cavalo não metaboliza adequadamente, ou seja, ele estoca, mas mobiliza adequadamente esse glicogênio. A fibra não trabalha adequadamente, temos todo o processo de produção de ATP prejudicado. O animal trava e não destrava. O cavalo precisa de energia a partir de gordura. A doença da manhã de segunda feira é uma das Miopatias de estocagem de polissacarídeos. Em cavalos de corrida, dependendo do tipo de exercício o animal usa o metabolismo misto, anaeróbicos e aeróbios. Os cavalos de tração mobilizam gordura para o fornecimento de energia. 
OBS.: O cavalo nasceu para comer capim. O capim até tem carboidrato solúvel, mas depende da grama, da fase vegetativa, da posição geográfica onde está essa pastagem. Em linhas gerais o cavalo, assim como ruminantes, boa parte da energia que consegue absorver a campo, pastando é através da fermentação de celulose e carboidrato estrutural, no ceco. Nessa fermentação temos a formação de ácido graxo volátil, que entra para gliconeogênese, que leva a produção de energia. Também acumula na forma de gordura, que é metabolizada é produz acetil coA. Para chegar a acetil coa temos estruturas de carbono mais complexas, que podem ser carboidratos, proteínas ou gordura. O exercício aeróbico, de baixo e média intensidade e longa duração, o que utilizado é a gordura. O exercício aeróbico curto usa carboidrato que está dentro da célula, usa a fonte de reposição primaria, que é o fosfato de creatina. A sustentação do exercício ao longo prazo, depende da mobilização de gordura. Isso acontecer no cavalo de tração, enduro, corrida (dependendo do tipo de corrida, o animal usa o metabolismo misto para se exercitar. Em corridas curtas, teremos o metabolismo anaeróbico importante ). É importante prover energia de uma outra fonte que não seja apenas carboidrato, para o exercício. 
Esse problema está relacionado a um fator genético, ou seja, o ácido láctico não é o vilão da Miopatia de esforço, também não é a acidose, já que está provado que animais com Miopatia de esforço entram em alcalose e não em acidose, com exceção da hipertermia maligna. 
Síndrome – são algumas doenças que tem o tipo de manifestação comum, que é a Mialgia e a espasticidade do andamento, o animal entrar em rigidez. Costuma-se dizer que o animal endureceu na raia, na pista. Como é uma síndrome não é uma doença única, existe várias situações:
Obs.: Miopatia associada com exaustão é o que acontece com cavalo de enduro – é diferente dos outros cavalos, pois tem outros distúrbios metabólicos envolvidos. É um distúrbio associado a uma depressão muito grave de fluidos e eletrólitos associado a umidade muito elevado. É um distúrbio de temperatura e eletrolítico muito grave. Isso geralmente ocorrer no decorrer do exercício. Os exercícios de Enduro são de longa duração, então o cavalo chega com Miopatia associada com um relaxamento, e isso porque temos outros problemas associadas. Em linhas gerais, um cavalo de corrida, de salto, um cavalo de polo ou até um animal de tração ocorrer a mialgia e a rigidez.
 Temos vários termos para descrever essa síndrome: 
· Azotúria
· Mioglobinúria paralítica
· Doença da manhã de segunda-feira 
· Miosite, Tying-up (atamento), Set fast 
· Rabdomiólise crônica intermitente 
· Síndrome da rabdomiólise equina
Etiologia: Como é uma síndrome, não é uma doença única, ou seja, existe diversas situações. Além disso, ainda é uma doença, que na literatura possui uma etiologia controversa: 
· Aumenta o lactato x alcalose ou acidose? A explicação simplória dessa história antigamente, era que devido ao excesso de exercício o animal acumulava muito glicogênio, e ficava sem se exercitar por alguns dias, e quando fazia exercício novamente não conseguia metabolizar esse carboidrato adequadamente. Hoje sabemos que é isso que acontece, mas não é o lactato que aumenta que é o vilão da história. O animal não metaboliza adequadamente devido um defeito bioquímico, logo o problema não é o lactato. 
· Denominações englobam diferentes doenças que tem em comum a mialgia. É um pouco confuso, pois não existe uma doença única, existem diferentes doenças, que possuem fisiopatogenia que não são iguais, que culminam na mesma forma, ou seja, em mialgia e rigidez, e muitas vezes em mioglobinúria – que é o nome clássico na doença – Mioglobinúria paralitica. Esse termo mioglobinúria, pois é uma síndrome que leva ao aumento de permeabilidade, lesão, necrose de fibra e libera proteína de alto peso molecular para o sangue que passa pelos rins saindo pela urina. Isso é bastante lesivo para o sistema urinário. Logo sabemos que é uma doença que impactar negativamente a função renal ao logo prazo. 
Ex.: O professor já observou casos de animais que tiverem casos graves de mioglobinúria paralitica, e depois tiveram ao longo prazo arritmias cardíacas, poliúria, polidipsia, ou seja, tiveram um acometimento sistêmico, tiveram insuficiência renal, com lesão renal grave a ponto de ter um distúrbio eletrolítico e desencadear uma arritmia. Além disso, tinham uma atrofia muscular importante, por conta de perda de massa muscular por conta da lesão muscular. 
Fatores de risco gerais – gerais pois essa síndrome possui subdivisões importantes: 
· Dieta/exercício/ condicionamento sãoimportantes principalmente em rabdomiólise de esforço esporádica. Existe uma situação de rabdomiólise que qualquer cavalo está sujeito que está diretamente ligada ao quanto o animal come, ao quanto ele se exercita e ao grau de condicionamento desse cavalo. Mudanças bruscas de exercício no nível, intensidade e duração em relação ao que sempre foi feito, pode desencadear uma Miopatia de esforço esporádica pode afetar qualquer cavalo. 
· Fêmeas x machos as fêmeas jovens são mais nervosas, epidemiologicamente sabemos que as fêmeas têm mais chance de ser afetado. 
· Idade e temperamento animais jovens e nervosos Animais mais jovens de temperamento mais nervoso. Quanto mais nervoso o animal fica o risco aumenta. Esse fator também está relacionado ao fator genético. Animais muito estressados, o que é comum observar em animais de corrida. Em dias de corrida alguns animais ficam muito estressados chegando a tremer e a suar, chegando a fazer força. Isso estressa muito o cavalo. Levando em consideração que o suor do cavalo é hipertônico em relação ao plasma, com teor de cloreto alto, quando ele suar, ele perde muito cloreto, e nesse caso a compensação metabólica que ocorrer é a alcalose metabólica. Temos a compensação de retenção urinaria de bicarbonato. Idade e temperamento está mais ligado a Miopatias de origem genética. 
· Genética o estresse ajuda a desencadear uma Miopatia de origem genética, associada ao distúrbio intermitente de liberação de cálcio. Alterações de permeabilidades do cálcio, estão associados a um problema genético 
· Alterações fluído -eletrolíticas – muito importante a primeira enfermidade, aparecimento esporádico. Animais que não estão com bom equilíbrio eletrolítico quando entram para o exercício ou durante a prática de exercício, como por exemplo os cavalos de Enduro, onde há um estímulo para que esses cavalos ingiram durante o intervalo da prova quantidades de fluidos e eletrólitos para manter a homeostase. O equilíbrio eletrolítico é muito importante, principalmente relacionado a condutividade elétrica da musculatura. Se o animal entra com déficit eletrolítico tem um risco maior de ter uma Miopatia. 
· Presença de claudicação animais que já está mancado, ou algum tipo de dificuldade relacionada a isso corre risco, pois pode estar sobrecarregando, forçando a musculatura. 
Classificação – dividimos a Miopatia de esforço com rabdomiólise associado em: : 
OBS.: Temos Miopatia com rabdomiólise e miopia sem rabdomiólise. Vamos estudar as relacionadas ao aumento da creatina quinase, ou seja, as Miopatias com rabdomiólise. Temos a Miopatia crônica de exercício sem rabdomiólise, que está ligado a duas doenças de origem genética uma associada a estocagem de polissacarídeo, e uma Miopatia miofibrilar. 
1- Esporádica (RE) – Está ligada ao excesso de exercício, ao desequilíbrio entre exercício, alimentação e condicionamento. Está ligada a causas extrínsecas, desequilíbrios temporários na fibra muscular. Não está ligado a um problema genético, qualquer animal pode ter, e só errar a mão em relação a dieta ( carboidratos, proteínas, vitaminas e eletrólitos), exercício e condicionamento. Está ligada a distúrbios eletrolíticos, excesso de exercício, doenças virais associadas, além disso, essa doença pode levar a Laminite (o professor vai falar na aula de Laminite)essas associadas a polissacáridos, são importantes pois a Laminite está ligada ao um distúrbio do metabolismo de carboidrato também. Existe uma alteração de receptor. 
Não é obrigatoriamente ter uma Miopatia de esforço antes para a desenvolver a esporádica. 
2- Crônica (RC) – PROBLEMA genética importante Temos episódios repetidos, ou seja, o animal tem repetição de episódios e nesse caso já devemos suspeitar que o animal tem algum problema genético. 
· Pode estar relacionado a estocagem de polissacarídeo, nesse caso o animal não metaboliza o polissacarídeo, não consegue usar como fonte de energia (PSSM1 e PSSM2) - o animal estoca, não utiliza. Não consegue metabolizar adequadamente, temos uma perda de energia, pois não produz suficiente e nesse caso a musculatura cansa. Não temos ATP suficiente para o metabolismo, pois para a musculatura contrair e relaxar depende de reciclar ATP. A contração muscular basicamente depender de ATP e cálcio. OBS.: A sustentação do exercício aeróbico depende de gordura. 
· Outro tipo está associado a distúrbios de canais de cálcio, e isso afeta a contração muscular rabdomiólise recorrente de esforço -que a Miopatia recorrente, comum em puro sangue inglês 
· O animal pode não ter ATP hipertermia maligna. O quarto de milha possui genes para a hipertermia maligna. A hipertermia maligna culmina em um distúrbio de cálcio, mas é uma doença que na maioria das vezes leva a morte muito rápido. Existem cavalos que tem quadros discretos de Miopatia, que não tem a hipertermia maligna de forma grave. Hoje sabemos que esse tipo de apresentação é possível. 
OBS.: hipertermia maligna e estocagem de polissacarídeos quarto de milha – animal que tem muito problema genético 
OBS.: Animais que suam muito perdem muito eletrólitos. No verão temos um outro problema, principalmente associado a cavalos puro sangue inglês Anidrose equina– não suar está associado a um hiper estímulo da glândula sudorípara, ou seja, estimula tanto, que ela se esgota. O animal tem dificuldade de perde calor, pois não, suar. Esse problema pode ser parcial ou total. Isso é um ponto importante para exaustão, que é um ponto importante para o desencadeamento de Miopatias. O cavalo perde calor pela evaporação do suor e pela evaporação da respiração. Com a umidade muito alto o suor não evaporar e esse caso é um problema. Além disso, os animais podem não suar, e essa situação é ainda pior. O puro sangue inglês passa por esses problemas, principalmente nessa época. Alguns animais começam a perder pelo na face, começam a ter dermatites, começam a descamar muito a pele, e muitas vezes são animais que estão com dificuldade de suar. Alguns especialistas relatam que antes de parar de suar o suor para de espumar. O cavalo normal quando trabalha e nos pontos de atrito – entre as pernas, o peito, a encilhadora costumam fazer espuma, e dizem que o primeiro sintoma que indica que o animal vai entrar em anidrose é a diminuição da produção de espuma. 
Raças afetadas – epidemiologia americana: 
· Rabdomiólise esporádica (RE) qualquer raça pode ser afetada, pois está relacionada com fatores extrínsecos, ou seja, quando trabalhamos muito com o animal, ou esse animal não está bem hidratado, dias muito quentes, ou seja, situações onde detectando a falha e resolvendo, o animal deixar de apresentar o problema. Se o animal começar a apresentar rabdomiólise frequente, provavelmente esse rabdomiólise não é esporádica, e sim crônica. 
· Rabdomiólise Recorrente por esforço (RRE) Puro Sangue Inglês, Standarbreds e árabes 
· Miopatia de estocagem de Polissacarídeos (MEP) tipo I Quarto de Milha e raças relacionadas (appaloosa) e , Morgan e raças de tração, 20 outras raças. 
· Miopatia de estocagem de polissacarídeos (MEP) tipo 2 raças leves: PSI, Morgan e árabes. QM e raças “Warmblood” (animais de hipismo) – 
· Hipertermia maligna (HM) – costuma se manifestar de forma fatal, mas existe animais que apresentam graus mais leves do problema QM 
Fisiopatogenia
Composição muscular: 
Dependendo do tipo de fibra teremos diferença do que vai ser usado para a formação de energia. Além disso, temos que lembrar dos tipos de exercícios, ou seja, aeróbicos, anaeróbicos e mistos. Ex.: Provas de quarto de milha – prova de laço, prova de tambor em baliza corridas em distância curta, são esportes que usam o metabolismo de explosão, exercícios basicamente anaeróbicos. Podemos comparar com um corredor de distância curta, um corredor raso – 100m. Esse corredor tem um padrão muscular diferente do corredor de maratona, e isso também ocorre nos cavalos. Um cavalo de Enduro não tem o mesmo tipo físico que um cavalo quarto de milha de prova de explosão. Dentro da raçapuro sangue inglês, que é uma raça que possui variedades grande de linhagens com diferentes aptidões, exemplo temos cavalos puro sangue inglês que são por excelência cavalos velocistas, de distância curtas. Temos outros cavalos puro sangue inglês, que parecem muito o quarto de milha. Ou seja, na raça puro sangue inglês temos diferentes linhagens, diferentes conformações, onde temos cavalos que são capazes de saltar ou até realizar provas de concursos completos. Isso faz com essa raça utilize tanto o metabolismo aeróbico quanto o anaeróbico. 
Temos provas onde o exercício anaeróbico é predominante, como exemplo temos as provas de quarto de milha. Temos as provas por excelência aeróbicas – enduro. Também temos provas onde temos a utilização do metabolismo misto ( não conseguir escutar o tipo de prova). Os tipos de fibra que conferem ao cavalo essa capacidade. É de se esperar que o quarto de milha tenha uma proporção de fibras anaeróbicos muito maior do que cavalos que vão correr distancias longas. Mas existes fibras que são adaptáveis, e por isso existe as situações intermediarias e alguns animais conseguem ser treinados e mudam de categoria. É fato que não podemos esperar que um quarto de milha corra um enduro, pois a natureza tem limite. Então, em função dos tipos de fibra, temos diferente aptidões, diferentes capacidades de exercício físico. Dependendo do tipo de fibra, o combustível que é usado é diferente. As fibras de contração rápida, trabalham muito bem com o metabolismo anaeróbico, com o consumo de carboidrato imediato. A fibra de contração lenta, que tem uma alta capacidade oxidativa, que tem o desenvolvimento de metabolismo mitocondrial, para queimar acetil CoA a longo prazo, muito melhor, então elas consomem muito bem gordura. Lembrando que a metabolização da gordura, provoca o aumento muito grande no rendimento, pois o saldo de Acetil CoA produzida a partir da gordura é muito maior do que o do carboidrato. O que sustentar energeticamente o exercício aeróbico é a mobilização, a capacidade de metabolizar gordura, e isso é um padrão da fibra de contração lenta. 
· Tipo I (lenta): aeróbico 
· Tipo II (rápido): anaeróbico
a- Resistente à fadiga 
b- Anaeróbica 
c- Pouco diferenciada
Rabdomiólise Esporádica Fisiopatologia: 
· Esforço excessivo relacionada a um desequilíbrio entre, alimentação, condicionamento e intensidade do exercício aplicado. OBS.: O cavalo ainda possui uma particularidade, se o animal é alimentado com carboidrato próximo a hora do exercício, se inibe a utilização de gordura, pois temos o aumento de insulina e isso bloqueia a utilização de gordura. Logo, quando alimentamos o animal antes das provas, não estamos dando energia e sim tirando energia. A glicose não sustenta a exercício ao longo prazo, e sim a quebra de gordura. O que sustentar o exercício aeróbico é a queima de gordura. 
· Exaustão (intermação) é um fator importante. O exercício em ambiente quente e úmido, que provoca uma perda muito grande de eletrólitos e um fator de risco associado a rabdomiólise. Isso é muito associado a cavalos de enduro, pois tivemos um crescimento muito grande no estudo de distúrbios associados a temperatura e perda de eletrólitos, inclusive associado a Miopatias. A exaustão passou a ser muito estudada, devido a olimpíada de Atlanta, que foi uma olimpíada de verão. Enduro é uma modalidade olímpica, por isso partir dessa olimpíada de Atlanta se deu muito atenção a questão a problemas associadas ao equilíbrio eletrolítico, a temperatura, fluidos, existe um sistema de monitoramento do cavalo endura, que a partir de uma determinada temperatura e umidade a prova parar, pelo risco de Miopatia e doenças metabólicas. O animal é monitorado, pois cavalos com exaustão podem ir a óbito ou ficar com sequelas neurológicas. 
· Desequilíbrio dietético – CHO não estrutural – ração com muito carboidrato não estrutural – açúcar ( sacarose e amido) são problemáticas, pois quando temos um cavalo que durante o exercício precisa realizar atividade aeróbica com metabolização de gordura, se oferecemos uma ração rica em carboidrato não estrutural bloqueamos a metabolização de gordura.
· Desequilíbrio eletrolítico 
· Associado a lise e necrose muscular. Na rabdomiólise por esforço temos o aumento de CK, tem lise muscular. Em linhas gerais a CK sobe, mas podemos ter situações subclínicas. 
Rabdomiólise crônica Fisiopatologia: 
· Acidose x alcalose? Antigamente se usado solução bicabornatada, pois acreditava-se que o animal estava em acidose. Hoje sabemos que o animal não está em acidose e sim em alcalose pela perda de cloreto. 
· Genética 
· Anormalidade na regulação do cálcio intramuscular ex.: Rabdomiólise Recorrente de esforço( animais muito nervosos) e Hipertermia maligna. A hipertermia maligna é uma alteração em canais de cálcio em reticulo sarcoplasma – problema no influxo de cálcio. Temos liberação e esse cálcio citoplasmático aumenta muito a capacidade de contração das miofibrilas. Ocorre uma contração irreversível (o professor explicou isso bem mais ou menos porque alguém perguntou, mas disse que não tinha certeza se era isso). A temperatura sobe e o animal vai a óbito em um quadro hiperagudo. Existem quadros sutis que o cavalo não chega a morrer.
OBS.: Na rabdomiólise recorrente por esforço também há influxo de cálcio, mas está ligado a uma outra situação há estresse, ao estímulo do reticulo sarcoplasmático, o animal entra em contração, porém isso se desfaz e é diferente a hipertermia maligna. 
· Acúmulo de polissacarídeo (MEP 1 e 2) clássicas em animais de tração Doenças da manhã de segunda feira. Isso só ocorre porque o animal come ração com carboidrato não estrutural, pois se só comesse capim isso não ocorreria. –O capim tem baixo teor de carboidrato não estrutural, e nesse caso o animal vai metabolizar celulose para produzir energia usando a via da gliconeogênese, a partir de ácidos graxos voláteis. Não temos ATP necessário para o esforço, para a contração muscular, pois o animal não metaboliza nem carboidrato, nem gordura, nesse caso teremos a lesão na fibra muscular. É necessário a reposição de ATP e cálcio para os mecanismos de deslizamento das proteínas responsáveis pela contração muscular, ou seja, actina e miosina. 
Sintomatologia:
· Mialgia e rigidez (deambulação difícil) queixa principal é que o animal endureceu na raia, endureceu na pista. Muitas vezes isso ocorre em resposta a um esforço muito pequeno, e nesse caso não devemos esquecer que pode estar ligado a uma doença genética. Temos que buscar o histórico do animal, ou seja, se comeu ração próximo ao exercício, se esse problema de Miopatia é repetitivo, e isso indica que pode ser um problema genético. Mialgia Ao examinar a musculatura vamos perceber calor, tensão afetando inclusive a parte interna dessa musculatura. 
· Quando ocorre? Geralmente logo no início do exercício. Não dar para dizer isso no cavalo de enduro, pois nesse caso não é no começo.– Temos variação do momento que a doença aparece, por isso, temos muitas denominações para a doença. 
· Ansiedade e sudorese a dor leva a sudorese. 
· Elevação de temperatura, frequencia cardíaca e frequencia respiratória. OBS.: Se temos a temperatura elevado, dependendo de quanto aumentou, por exemplo 43°C, indica que o animal está com hipertermia maligna. 
· Morte súbita (Hipertermia Maligna). 
· Subclínico ocorrer nos cavalos de saltos. Esses animais são os que normalmente trabalham mal, ficam encolhidos, não trabalham na expectativa esperada, não consegue flexionar adequadamente. Nesse caso existe um teste de exercício. Coleta de sangue e trabalha um pouco com o cavalo e depois coleta o sangue outra vez. A CK sobe nesses casos. Se a CK subir além de um determinado limite é considerado positivo para Miopatia de esforço. 
· Coloração da urina temos associado uma mioglobinúria – passagem de mioglobina pelos tubos renais. Isso lesiona os rins, e o animal pode chegar a ter insuficiência renal. 
Classificação ( intensidade) é uma classificação básica.: 
· Leve· Moderada 
· Grave animal em decúbito é muito sério– o animal está mal. Além disso, temos problemas associados como mionecrose compressiva de decúbito que pode acontecer. 
Diagnóstico: 
· Baseado na sintomatologia além do tempo de ocorrência, intensidade na manifestação e as manifestações clássicas que são a mialgia e a rigidez. 
· Laboratorial o que fazemos em pacientes que estão me crise: dosagens de atividades séricas de algumas enzimas marcadoras musculares CK (principal), LDL, AST. A dosagem mais feita é da CK e AST. É importante conhecer essas atividades séricas e também dosar mais de uma enzima. Essas enzimas possuem meia vida e pico de atividades diferentes, e isso reflete em doenças recentes ou antigas em recuperação ou não. Esses resultados são utilizados para diagnostico e prognostico. Se em pouco tempo começa a baixar, é sinal que o animal saiu do quadro. Se a AST permanecer alto indicar que o animal ainda tem lesão muscular. 
	Enzimas
	Valores de referência
	Pico (hrs)
	Normalização (dias)
	CK
	92-307 UI/L
	6
	2-3
	AST
	153-411 UI/L
	24
	7-14
· Subclínico – teste de exercício. – Coletar o sangue antes do exercício. Após isso, submeter o animal a um exercício lento a moderado por 15 minutos, e de 4-6 horas depois coletar o sangue do animal outra vez. Comparar os níveis de CK antes e depois. A diferença de CK antes e depois ao exercício não pode ser superior a 3X. 
· Hematócrito relacionado a desidratação. 
· Urinálise observar a urina quando o animal começar a urinar, pois normalmente os animais se apresentam com anúria. 
· Ionograma avaliação de eletrólitos também é importante. 
· Biópsia muscular não é feita em cavalos em crise, pois nesse caso primeiro devemos tratar o animal e só depois fazer a biopsia. Essa doença exige tratamento de urgência. 
Diagnóstico Diferencial 
· Testes genéticos – avaliação da biópsia muscular, para saber o tipo de doença que o animal tem. 
Doenças que causam dificuldade de deambulação, que restringem a movimentação do cavalo podem causar confusão no diagnostico: 
· Tétano ao examinar direitinho observamos que o tétano possui características importantes.
· Laminite pode ser apresentar no curso de uma Miopatia de esforço. Mas um animal que não tem Miopatia pode ter Laminite e o veterinário confundir, pois o animal tem dificuldade de locomoção, porém não tem contratura. 
· Lesões músculos -esqueléticos primárias que dificultam a locomoção 
· Paralisia Hipercalêmica periódica (PHP) –> doença que promove fasciculação muscular ligada ao aumento grande da concentração de potássio sérico – comum e característica do quarto de milha (associada a uma família dentro da raça, ou seja, não é associada), mas mestiço puro sangue também pode ter. 
· Pleurite – é uma doença que restrige a movimentação 
· Trombose ilíaca está associada a alterações de temperatura unilateralmente. Sudorese ou dor localizada em uma perna. Associada ao exercício, mas o animal pode claudicar depois do exercício. Tem dados de exame físico compatíveis com trombose ilíaca que são importantes, como diminuição do pulso, temperatura cutânea pois exercício, sudorese e claudicação aguda em função do exercício.
· Cólicas 
· Exaustão 
Tratamento – vamos falar basicamente da esporádica, visto que as outras possuem manejos diferentes. 
· Repouso – em poucos dias o animal tende a melhorar 
· Retirar a concentrado (ração rica em carboidrato), que são ricos em carboidrato 
· Mantém o animal comendo capim verde/alfafa – depende, pois, a alfafa tem muito potássio, e isso é bom, porém tem também muita proteína e esses animais podem estar com problema renal, nesse caso podemos ter a ureia subindo. 
· Soro Ringer restabelecimento da diurese. Devemos ver se o animal está com a pressão adequada, normalmente está baixa, nesse caso devemos melhorar essa pressão, ou seja, precisa de um reposição de volume que faça expansão plasmática, temos que usar soluções que expandam para que o animal primeiro melhore a pressão e depois mantenha a perfusão. Mas precisamos também repor eletrólitos, pois o animal perder muito. Vamos repor Sódio, cloreto, magnésio, cálcio potássio – basicamente – sódio, cloreto e potássio – lembrando que o animal transpirou muito. Devemos usar uma solução isotônica poliônica, pois não sabemos a osmolaridade do plasma nessas situações, por isso devemos usar uma solução que interfira minimamente na osmolaridade do plasma, para evitar ao máximo que tenha fluxo entre os compartimentos de forma que não prejudique o animal. Solução isotônica poliônica de mesma osmolaridade – faz com que o fluido de líquido e eletrólitos se der de forma mais fisiológica para o comportamento intracelular e intersticial (não precisamos hidratar o sangue, é apenas uma via de acesso.)
O animal vai chegar sem urinar, vamos dar 20-30 litros para começar a urina. Em muitos casos o animal vai tomar 50-60 litros no dia. Devemos monitorar o hematócrito e a diurese. Esse animal tem que voltar a urinar com coloração e volume normal. Os cateteres usados nos cavalos são bastante calibrosos. Não tendo outro soro, pode ser dado o Ringer lactato. 
OBS.: Devemos repor potássio, mesmo que ele esteja normal no sangue, pois essa normalidade no sangue é devido a redistribuição do potássio intracelular. Logo o potássio na célula está baixo nessas situações. Quando o potássio chega a ficar baixo no sangue, significa que ele está muito baixo na célula. 
· Importante promover a analgesia: 
· Fenilbutazona (4,4 mg/kg IV)
· Flunixina meglumine (1 mg/kg IM ou IV )
· Butorfanol (0,02-0,05...)
· Acepromazina – dar um relaxamento e sedação, por isso pode ser usada. 
· Xilazina/ Diazepam 
· Diuréticos ? 
· Vitamina B1,E e Selênio 
· Miorrelaxante: Metocarbamol (5-22 mg/kg IV) e Tiocolquicósido. 
· Dantrolene – é uma droga para ser utilizada profilaticamente, e para ser usado em doenças associadas a distúrbios de cálcio, para tratamento e prevenção. É uma droga cara. É a droga de eleição para tratamento da hipertermia maligna. 
· Decúbito 
· Monitorar o paciente não apenas em relação a atividade das enzimas musculares, como também minimamente em relação a possíveis sequelas, como a insuficiência renal. O rim sofre muito em relação a Miopatias. 
Animal desidratado com dor, sem urinar: usar Butorfanol ou Butorfanol com xilazina evitar dar anti-inflamatório não esteroidal de imediato, pois os rins do paciente já estão comprometidos. Temos a arteríola aferente fechadinha, o sistema renina angiotensina batendo cabeça para funcionar e esses medicamentos vão causar mais lesão no rim, pois afeta a prostaglandina que causa vasodilatação. Ao longo prazo quando o animal voltar a urinar pode dar Antiinflamatório. Só vamos dar antidiurético de alça se o animal entrar em insuficiência renal crônica, tirando esses casos tratamos com fluido. Além disso, é importante, porém não é o que vai fazer diferença entre a vida e a morte, usar um relaxante muscular. O que faz diferença entre a vida e morte é analgesia e fluidoterapia. 
OBS.: A dor faz o cavalo transpirar muito! Devemos promover analgesia para relaxar o cavalo, pois a dor promover ansiedade e faz o animal transpirar muito, pois as glândulas sudoríparas do cavalo são adrenérgicas, logo os animais tendem a suar só de ficar nervosos. 
Sequelas: 
· Miosite crônica o animal pode sofrer uma fibrose muscular importante. 
· Degeneração muscular 
· Laminite em casos de Miopatias, pode estar relacionado a doenças de acúmulo de polissacarídeos, pois os animais têm alteração em receptores de membrana para carboidratos. Sabemos que a Laminite está ligada a alteração de receptores de membrana celular para esses carboidratos. Temos Laminite associadas a doença metabólica. 
· Insuficiência renal o cavalo que perde massa muscular, faz xixi ralo, molha muito a cocheira... devemos tomar cuidado. 
· Atrofia muscular alguns animais com Miopatia tem atrofia musculares importantes que comprometem o exercício. 
Profilaxia: 
· Exercício regular – cavalo é um animal que tem que trabalhar tododia. 
· Vitamina E/Se – agentes antioxidante estão incriminados em alguns processos das Miopatias, logo são importantes. 
· Manejo alimentar – acima de tudo, tanto nas doenças esporádicas, quanto nas doenças relacionadas a acúmulo de polissacarídeos, nessas é parcialmente importante o manejo alimentar, a restruturação da alimentação e do exercício. Os animais têm que comer uma dieta com teor baixo de carboidrato solúvel e teor mais alto de gordura, ou seja, aumentar a quantidade de gordura, para que aos poucos vão perdendo o carboidrato, para começar a emagrecer aos poucos. 
· Dantrolene - é importante nas situações que temos doenças relacionado a Hiperexcitabilidade e distúrbios dos canais de cálcio. Ele é importante, pois atua nos canais de cálcio, por isso é considerado profilático. OBS.: Não podemos dar o tempo todo, pois é considerado Doping.

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