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Células da resposta imune Prof.ª Msc. Camila Amato Montalbano Doutoranda do PPGDIP- UFMS Contagens Normais de Células Sanguíneas Células do sistema Imune As células são os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, que são originados na medula óssea e são responsáveis pela destruição de corpos estranhos que invadem o organismo. Tipos de leucócitos: mononucleares (linfócitos B, linfócitos T, células exterminadoras ou natural killer, monócitos, macrófagos e células dendríticas) . Polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos). Fagócitos Fagócitos: neutrófilos e macrófagos, são as células cuja função primária é ingerir e destruir microrganismos e se livrar dos tecidos danificados. As respostas funcionais dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em passos sequenciais: 1º Recrutamento das células para locais de infecção 2º Reconhecimento de microrganismos e ativação por estes 3º Ingestão dos microrganismos por processo de fagocitose e destruição dos microrganismos ingeridos. Além disso, pelo contato direto e pela secreção de citocinas, os fagócitos se comunicam com outras células de modo a promover ou regular as respostas imunes. Além de macrófago e neutrófilos, as células dendríticas e os monócitos também podem ser classificados como fagócitos, por serem capazes de fagocitar e digerir antígenos (invasores), ou ainda podem ser denominados células apresentadoras de antígenos, por serem capazes de expor, em sua superfície, fragmentos de antígenos fagocitados para serem reconhecidos por linfócitos. Neutrófilo Macrófagos Células dendríticas Monócito Neutrófilos Os neutrófilos: 70% dos leucócitos sangüíneos. São importantes células fagocitárias e têm a capacidade de migrar dos vasos sangüíneos para os tecidos, onde podem atuar no combate aos agentes invasores. Monócitos também migrarem para os tecidos e lá são diferenciados em macrófagos. O núcleo de um neutrófilo é segmentado em três a cinco lóbulos conectados, por isso o sinônimo de leucócito polimorfonuclear Grânulos: lisozima, colagenase e elastase (enzimas) e os microbicidas (defensinas e catelicidinas) A produção dos neutrófilos é estimulada pelo fator estimulador de colônias (G-CSF). Macrófago Amplamente distribuídos nos órgãos e tecido conectivo Tem papel central na imunidade inata e adaptativa Fator estimulador de colônia de monócito (ou macrófago) (M-CSF). Existem de maneiras distintas em diversos órgãos Funções dos macrófagos Ingerir e matar microrganismos. Os mecanismos de morte: geração enzimática de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que são tóxicas aos microrganismos e digestão proteolítica. Ingerem células mortas do hospedeiro, incluindo células que morrem nos tecidos por causa de trauma ou suprimento sanguíneo interrompido e neutrófilos que se acumulam nos locais de infecção. Reconhecem e engolfam células apoptóticas antes que as células mortas possam liberar seus conteúdos e induzir respostas inflamatórias. Secretam citocinas, gerando o recrutamento de mais monócitos e outros leucócitos do sangue para os locais de infecções, amplificando, a resposta protetora contra os microrganismos. Servem como APCs que apresentam antígenos e ativam os linfócitos T. Macrófago fagocitando Monócitos Apresentam um núcleo em formato de feijão com citoplasma finamente granular contendo lisossomas, vacúolos fagocíticos e filamentos de citoesqueleto. Estas células contribuem para o reparo tecidual após a lesão e são conhecidas por rolar ao longo das superfícies endoteliais (descrito como patrulhamento) Mastócitos São células derivadas da medula e presentes na pele e mucosa epitelial, contendo abundantes grânulos citoplasmáticos cheios de histamina e outros mediadores. O fator de citocina de célula-tronco (também denominado ligante c-Kit) é essencial para o desenvolvimento do mastócito. São encontrados na circulação, mas estão presentes nos tecidos, em geral adjacentes a pequenos vasos sanguíneos e nervos. Como agem os Mastócitos Expressam receptores de alta afinidade na membrana plasmática para um tipo de anticorpo denominado IgE e, geralmente, são recobertos com esses anticorpos. Quando os anticorpos na superfície dos mastócitos se ligam ao antígeno, eventos de sinalização são induzidos e levam à liberação dos conteúdos dos grânulos citoplasmáticos para dentro do espaço extravascular. A liberação do conteúdo do grânulo, incluindo histamina, promove mudanças nos vasos sanguíneos que causam inflamação. Defesa contra helmintos e outros microrganismos, mas também são responsáveis pelos sintomas das doenças alérgicas Basófilos São granulócitos sanguíneos com muitas similaridades estruturais e funcionais com os mastócitos. Progenitores da medula óssea, amadurecem na medula óssea e circulam no sangue. Constituem menos de 1% dos leucócitos sanguíneos. Contêm grânulos que se ligam a corantes básicos e são capazes de sintetizar muitos dos mesmos mediadores dos mastócitos. Também expressam receptores para IgE, ligam IgE e podem ser ativados por antígeno ligado à IgE. Como o número de basófilos é pequeno nos tecidos, sua importância na defesa do hospedeiro e nas reações alérgicas é incerta. Eosinófilos São granulócitos sanguíneos que expressam grânulos citoplasmáticos contendo enzimas que são danosas às paredes celulares de parasitas, mas também podem danificar os tecidos do hospedeiro. As citocinas GM-CSF, IL-3 e IL-5 promovem a maturação do eosinófilo a partir de precursores mielóides na medula óssea. Alguns eosinófilos estão presentes nos tecidos periféricos, especialmente nas coberturas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário, e seus números podem aumentar com o recrutamento a partir do sangue em uma situação de inflamação. APCs As APCs ou Células Apresentadoras de Antígenos são células que capturam os antígenos e os apresentam a linfócitos específicos. Quando as APCs capturam antígenos do meio externo e apresentam aos linfócitos T Naive (virgens, que não tem especificidade ainda), iniciam uma imune ainda não existente. As principais APC são as chamadas de Células dendríticas. Os Linfócitos e APCs encontram- se nos órgãos linfoides ondem interagem. Os linfócitos também estão no sangue, podendo migrar para outros tecidos. Células dendríticas São as APC’s mais importantes para a ativação das células T imaturas e têm papel principal nas respostas inatas às infecções e na ligação das respostas imunes inata e adaptativa. Elas têm longas projeções membranosas e capacidades fagocítica e são amplamente distribuídas nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima de órgãos. A maturação das células dendríticas é dependente de uma citocina denominada ligante Flt3. Expressam receptores que reconhecem moléculas tipicamente produzidas pelos microrganismos e não células de mamíferos, e elas respondem aos microrganismos com a secreção de citocinas. Células Dendríticas A maioria das células dendríticas na pele, mucosa e parênquima de órgãos, que são chamadas de células dendríticas clássicas, responde aos microrganismos migrando para os linfonodos, onde elas apresentam antígenos proteicos microbianos aos linfócitos T. Células dendríticas plasmocitóides: reconhecem ácidos nucleicos de vírus intracelular e produzem proteínas solúveis chamadas de interferons tipo I, que têm potentes atividades antivirais. As populações de células dendríticas também podem ser derivadas de precursores embrionários e, durante a inflamação, dos monócitos. As FDCs (células dendríticas foliculares) ligam e apresentam antígenos proteicos em suas superfícies para reconhecimento pelos linfócitos B Linfócitos Os linfócitos compõem 20% a 30% dos leucócitos circulantes no sangue dos adultos. Cada clone de linfócitos T e B expressa receptores de antígenos com uma única especificidade, que é diferente das especificidades dos receptores em outros clones. Os linfócitos T, os mediadores da imunidade celular, surgem na medula óssea e migram amadurecemno timo. Os B amadurecem na medula. Linfócitos B São ativados pelos linfócitos T auxiliares durante o processo de apresentação de antígenos. Estão geneticamente programadas para codificar receptores específicos para um determinado antígeno. Produzem e secretam, na forma solúvel, uma enorme quantidade de moléculas receptoras, que são conhecidas como anticorpos ou imunoglobulinas. Tipos de células B Células B foliculares expressam grupos de anticorpos altamente diversos e clonalmente distribuídos que servem como receptores de superfície para antígenos e como moléculas efetoras secretadas e importantes na imunidade humoral adaptativa. Células B-1 e B da zona marginal produzem anticorpos com diversidade muito limitada. Linfócitos T Os linfócitos T auxiliares exercem papel central no controle e desenvolvimento da resposta imune. Estas células podem ser ativadas pelo reconhecimento de corpos estranhos (antígeno) apresentados por células apresentadoras de antígenos. Após este reconhecimento, os linfócitos são ativados e induzidos a produzir proteínas, como as citocinas, que agem na ativação de outras células do sistema imune. Morfologicamente, todos os linfócitos são similares e suas aparências não refletem sua heterogeneidade ou suas diversas funções. Linfócitos T- nomenclatura e origem TCRs: receptores para antígenos expressos pelas células T CD, do inglês cluster of differentiation: proteínas de diferenciação das células Mais comuns CD e CD, existem CD, CD, etc. Surgem a partir das células-tronco na medula óssea e maturam no Timo. 65% dos linfócitos residem nos linfonodos Relembrando: Linfócitos T auxiliares (Lth): secretam Citocinas as quais estimulam a diferenciação de linfócitos T, ativação de linfócitos B, macrófagos e outros leucócitos Linfócitos T citotóxicos (LTC):destroem células infectadas Linfócitos T Reguladores: inibem as respostas imunes, quando oportuno. 26 Linfócitos imaturos Que nunca entraram em contato com o Antígeno (inexperientes) Tem tamanho menor e menos citoplasma que linfócitos ativados Duram 3 meses e morrem, se não forem ativados Citocinas: essenciais para a sobrevivência de linfócitos imaturos, e as células B e T expressam receptores para estas citocinas. As mais importantes: interleucina-7 (IL-7), que promove sobrevivência e o fator de ativação da célula B (BAFF), uma citocina pertencenten à família do TNF, que é necessária para a sobrevivência de células B imaturas. Células efetoras As células efetoras são aquelas que realizam o efeito final da resposta Imune, para eliminar o antígeno de uma vez por todas. Os linfócitos imaturos que emergem da medula óssea ou do timo migram para os órgãos linfoides periféricos, onde são ativados pelos antígenos para proliferar e se diferenciar em células efetoras e de memória. A maioria dos linfócitos T efetores diferenciados são de vida curta e não têm autorrenovação. Células de memória Podem sobreviver em um estado funcionalmente quiescente ou com ciclo lento por meses ou anos, sem a necessidade de estimulação pelo antígeno. Expressam interleucinas e outros tipos de citosinas quando entram novamente em contato com aquele antígeno específico. Células da Defesa Inata Fornecer defesa inicial contra patógenos infecciosos Reconhecer células estressadas e danificadas do hospedeiro e auxiliar na eliminação destas células e influenciar a natureza da resposta imune adaptativa subsequente. (Apoptose) Células assassinas naturais (NK, do inglês natural killer), que secretam a citocina IFN-γ e matam células infectadas e danificadas e secretam IFN-γ, uma citocina também produzida pelo subgrupo TH1 das células T efetoras CD4+. Células NK As células NK (do inglês Natural Killer) são um tipo de linfócitos (glóbulos brancos responsáveis pela defesa não específica do organismo). Têm um papel importante no combate a infecções virais e células tumorais. Pertence a imunidade natural Células NK Não destroem os microorganismos patogênicos diretamente, tendo uma função mais relacionada com a destruição de células infectadas ou que possam ser cancerígenas. Não são células fagocíticas. Destroem as outras células através de mecanismos semelhantes aos usados pelas T CD8+ (T Citotóxicas), através da desgranulação e liberação de enzimas que ativam os mecanismos de apoptose da célula atacada. São quimicamente caracterizadas pela presença de CD56 e ausência de CD3. ÓRGÃOS LINFÓIDES Tipos de tecidos linfoides Órgãos geradores ou órgãos linfoides primários ou centrais: linfócitos expressam os receptores de antígenos e atingem a maturidade fenotípica e funcional . (medula óssea e o timo, os locais de maturação das células B e células T, respectivamente) Órgãos periféricos ou órgãos linfoides secundários: onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas e se desenvolvem (Linfonodos, Baço, Sistema imune cutâneo e Sistema imune mucoso. Medula óssea vermelha Local de geração da maioria das células sanguíneas maduras circulantes, incluindo hemácias, granulócitos e monócitos. No nascimento, a hematopoese ocorre principalmente nos ossos do esqueleto, mas se torna grandemente restrita à medula dos ossos chatos, de modo que, na puberdade, ela se dá principalmente no esterno, nas vértebras, no osso ilíaco e nas costelas. Medula óssea Hematopoese: 1º Durante o desenvolvimento fetal nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino e no mesênquina para-aórtico; 2º fígado entre os terceiro e quarto mês de gestação; 3º medula óssea Se medula óssea é danificada ou quando uma demanda excepcional para a produção de novas células sanguíneas ocorre, fígado e baço se tornam locais de hematopoese extramedular. HSC e Citosinas HSCs (células multipotentes): dão origem a dois tipos de células progenitoras multipotentes: uma que gera células linfoides e algumas células mieloides e outra que produz mais células mieloide, eritrócitos e plaquetas. Citocinas: Produzidas pelas células estromais, estimulam proliferação e maturação das células precursoras (Lembrando que também são produzidas por linfócitos estimulados por antígeno e macrófagos ativados por citosina ou microrganismo, fornecendo uma resposta em imune em outros locais do corpo) Timo O timo é o local da maturação da célula T. Células epiteliais corticais tímicas: produzem IL-7, para na fase inicial gerar desenvolvimento da célula T. Células epiteliais tímicas medulares: apresentação dos próprios antígenos às células T em desenvolvimento (para que o sistema seja tolerante aos próprios antígenos e não ataque a si mesmo) Sistema Linfático Sistema que drena líquido intersticial. Diariamente se forma o líquido intersticial (entre tecidos) devido a drenagem de plasma pra fora de capilares. Os capilares linfáticos drenam esse líquido (linfa) para dentro deles, o qual circula pelo sistema linfático para facilitar o transporte de substâncias e células de defesa e depois o líquido é redrenado para a circulação na veia cava inferior Linfonodos São órgãos linfoides secundários, encapsulados, vascularizados e com características anatômicas que favorecem a iniciação das respostas imunes adaptativas aos antígenos carreados dos tecidos pelos vasos linfáticos. Estão situados ao longo dos canais linfáticos por todo o corpo e têm acesso aos antígenos encontrados nos epitélios e originados no fluido intersticial na maioria dos tecidos. 500 linfonodos no corpo humano. Baço É um órgão altamente vascularizado, cujas principais funções são remover células sanguíneas velhas e danificadas e partículas (tais como imunocomplexos e microrganismos opsonizados) da circulação e iniciar as respostas imunes adaptativas aos antígenos originados no sangue. Pesa cerca de 150 g em adultos e está localizado no quadrante superior esquerdo do abdome. Os macrófagos da polpa vermelha do baço servem como um importante filtro para o sangue, removendo microrganismos, células danificadas, células recobertas de anticorpo (opsonizadas) e microrganismos. Indivíduosque não têm o baço são suscetíveis a infecções disseminadas com bactérias encapsuladas, tais como pneumococos e meningococos. Sistemas imunes regionais Todas as principais barreiras epiteliais do corpo, incluindo pele, mucosa gastrintestinal e mucosa brônquica, têm seus próprios sistemas de linfonodos, estruturas linfoides não encapsuladas e células imunes difusamente distribuídas, que trabalham de maneira coordenada para fornecer respostas imunes especializadas contra os patógenos que entram por aquelas barreiras. O sistema imune associado à pele :microrganismos ambientais diversos- mais evolído. Os componentes dos sistemas imunes relacionados com as mucosas gastrintestinal e brônquica são denominados tecido linfoide associado à mucosa (MALT) e estão envolvidos nas respostas imunes aos antígenos e microrganismos ingeridos e inalados. A pele e o MALT contêm uma grande proporção de células dos sistemas imunes inato e adaptativo. OBRIGADA!!!!! montalbano.c@hotmail.com
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