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HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO NOÇÕES DE ANATOMIA ▪ O aparelho auditivo divide-se em três porções: orelha externa, orelha média e orelha interna/labirinto; ORELHA EXTERNA ▪ Compreende o pavilhão da orelha e o meato acústico externo; ▪ Pavilhão da Orelha: composto por um esqueleto fibrocartilagíneo e possui uma face externa e outra interna; - a externa está voltada para fora e para diante e apresenta saliências e depressões; ▪ Meato Acústico Externo: é um canal sinuoso que prolonga a concha até a membrana do tímpano; ORELHA MÉDIA ▪ Compreende a caixa do tímpano; ▪ Colocada entre as orelhas externa e interna; ▪ se comunica com a nasofaringe pela tuba auditiva; ▪ a membrana do tímpano tem três camadas: 1. externa: epitelial; 2. média: fibras circulares, parabólicas e raiadas, que se inserem no cabo do martelo; 3. interna: forro mucoso da caixa do tímpano; ▪ a parede interna da caixa do tímpano apresenta uma saliência: promontório (corresponde à cóclea), e dois orifícios: - janela oval: se articula a platina do estribo; Ouvidos SEMIOLOGIA HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO - redonda: obturada por uma membrana; ▪ parede anterior: se localiza o orifício timpânico da tuba auditiva (ou trompa de Eustáquio); - no interior da caixa do tímpano estão os ossículos da orelha média: martelo, bigorna e estribo, estão ligados entre si por meio de articulações e suspensos por ligamentos; ORELHA INTERNA ▪ também é denominada labirinto e está contida no rochedo; ▪ formada por esqueleto ósseo ebúrneo, que contém no interior o labirinto membranoso; ▪ divide-se em dois segmentos; - anterior: constituído pela cóclea e destinado a função auditiva; - posterior: ou aparelho vestibular, formado pelos canais semicirculares as funções do equilíbrio; ANAMNESE ▪ Em doenças do ouvido, a relação médico- paciente apresenta importância em casos de surdez acentuada; ▪ Na história clínica em pacientes com doenças dos ouvidos, há uma série de elementos que podem apresentar importantes relações com as diferentes doenças dos ouvidos, como: - idade; - sexo; - profissão; - hábitos de vida; - condições socioeconômicas; ▪ Otosclerose: surge na mocidade entre os 20 e os 40 anos; ▪ Presbiacusia: surdez que se instala na idade avançada, após os 70 anos; ▪ Otite média serosa: índice de maneira marcante na criança até os 10 anos de idade; SINAIS E SINTOMAS ▪ Os principais sintomas das doenças do ouvido são: otalgia, otorreia, otorragia, prurido, distúrbios da audição; OTALGIA ▪ Dor de ouvido, pode ser de lesões da orelha externa ou média; ▪ Às vezes, a dor provem de pontos distantes do ouvido; ▪ Entre as primeiras, está a otalgia derivada de cárie dentária, sinusite, amigdalite e faringite aguda; OTORREIA ▪ É a saída de líquidos pelo ouvido; HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO ▪ Podem ser claros como água, serosos, mucosos, purulentos ou sanguinolentos; ▪ Claros: se constituem pelo líquido cefalorraquidiano que provém de fraturas da base do crânio; ▪ Sanguinolentos: se devem a pólipos neoplásicos ou de outra histogênese da orelha externa ou média. Otite gripal, neoplasias ulceradas e traumatismos;; ▪ Serosos, mucocatarrais ou purulentos: tem origem em alterações da orelh externa, como, eczemas, otites externas, furúnculos, em otites médias agudas ou crônicas e em mastoidites crônicas; OTORRAGIA ▪ Decorre de traumatismos de meato acústico externo no ato de coçar com palitos e cotonetes, de ruptura da membrana do tímpano por “tapa” violento ou por fraturas da base do crânio, longitudinais ou transversais. ▪ As fraturas longitudinais dão as mais frequentes que acarretem a otorragia, e as vezes é acompanhada de paralisia facial periférica; PRURIDO ▪ Pode ser causado por eczema no canal auditivo, mas também pode aparecer em doenças sistêmicas, como diabetes, hepatite crônica e linfomas; DISTURBIOS DA AUDIÇÃO (DISACUSIAS) ▪ Perda da capacidade auditiva, pode ser leva ou moderada (hipoacusia), acentuada (surdez) ou total (anacusia ou cofose); ▪ Podem ser divididas: o Disacusia de transmissão: devida a lesões no aparelho transmissor da onda sonora; orelhas externa e média e líquidos labirínticos; o Disacusia neurossensorial: ou de percepção, quando o fator lesivo se localiza no órgão de Corti e/ou no nervo acústico, elementos preceptores ou receptores das ondas sonoras; ZUMBIDOS ▪ São sensações auditivas que ocorrem sem que haja estímulo exterior; ▪ Manifestam-se como ruídos de jato de vapor, água corrente, campainha, cachoeira, apito e chiado; ▪ Óticos: encontram-se tampão de cerume obturante, corpo estranho, otite externa, inflamações agudas ou crônicas da orelha média; ▪ Não óticos: causados por hipertensão, angiospasmo, estase cefálica, hipertireoidismo, menopausa e tabagismo; VERTIGEM ▪ Sensação subjetiva na qual o paciente acredita estar girando: ▪ Vertigem subjetiva: paciente girando em torno de objetos; ▪ Vertigem objetiva: objetos girando em torno do paciente; ▪ Vertigem de posição: só surge em determinadas posições; ▪ Causas: afecções centrais, distúrbios do equilíbrio. HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO EXAME FÍSICO ▪ Investigação semiótica do aparelho auditivo, pode ser dividida em exame físico e avaliação funcional. ▪ A exploração física consiste na inspeção externa, palpação e otoscopia; INSPEÇÃO ▪ Possibilita reconhecer os processos inflamatórios e neoplásicos do pavilhão da orelha, os cistos, fistulas congênitas, reações edematosas, corpos estranhos, rolhas ceruminosas, pólipos e malformações congênitas da orelha externa; PALPAÇÃO ▪ Comprovação de pontos dolorosos à pressão do antro mastóideo nas mastoidites agudas, assim como do pavilhão da orelha nas otites externas agudas; ▪ Pode revelar reações linfonodais periauriculares nos processos infecciosos das orelhas externa e média; OTOSCOPIA ▪ Exame do meato acústico externo e da membrana do tímpano; ▪ Feito por intermédio de um espéculo auricular; EXAMES COMPLEMENTARES ▪ Os usados com mais frequência dão: exploração funcional da audição, exame da função vestibular e de imagem; PROVA DE WEBER ▪ O diapasão de 512 ciclos por segundo é colocado no vértice da abóbada craniana; ▪ O ideal é a vibração ser percebida igualmente pelos dois ouvidos; ▪ Quando há alguma surdez, a vibração só é percebida pelo ouvido normal; ▪ Diz-se que o Weber está lateralizado, para a esquerda ou direita; AUDIOMETRIA TONAL ▪ Tem a finalidade de fixar o limiar da audição em cada frequência sonora. ▪ Deve ser realizada em câmaras silenciosas e de maneira rápida, para evitar fadiga ou adaptação auditiva; ▪ As curvas audiométricas podem ser classificadas, de modo geral e de acordo com a divisão das disacusias, em três tipos clássicos: de transmissão, neurossensorial e mista; LOGOAUDIOMETRIA ▪ É a audiometria vocal; ▪ Consiste em aferir o grau de inteligibilidade da palavra articulada (o poder de HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO discriminação auditiva do paciente em relação a voz humana; ▪ O examinador emite palavras foneticamente balanceadas, que deverão ser repetidas pelo paciente; IMITANCIOMETRIA ▪ Medida da impedância da orelha média através de uma “ponte” eletroacústica; ▪ A impedanciometria trouxe um aporte de inestimável valor no diagnóstico das variações de mobilidade da membrana do tímpano, de ruptura ou de fixação da cadeia ossicular, de derrames líquidos na caixa do tímpano, na pesquisa do reflexo do músculo do estribo. ELETROCOCLEOGRAFIA ▪ Registrar e medir ao nível do promontórioo (na parede interna da caixa do tímpano), os potenciais elétricos de ação do nervo coclear em resposta a estímulos sonoros especiais, os cliques; ▪ A membrana do tímpano intacta é atravessada por um eletrodo ativo, de aço inoxidável, cuja extremidade é aplicada diretamente no promontório. De acordo com os diferentes tipos de ondas registrados, pode-se concluir pela localização coclear ou retrococlear (ao nível do nervo acústico) da surdez. ▪ A eletrococleografi.a é também significativa no diagnóstico do neuroma do acústico e da doença de Méniere; AUDIOMETRIA DE TRONCO CEREBRAL ▪ Possibilita a obtenção de potenciais elétricos auditivos ao nível do tronco cerebral. ▪ Como os eletrodos são colocados superficialmente na cabeça, a anestesia geral pode ser dispensada na criança, o que não acontece com a eletrococleografi.a. ▪ Com a introdução desses modernos recursos semióticos, sur gem possibilidades cada vez maiores de diagnóstico diferencial seguro entre surdezes sensorial, neural, de tronco cerebral e de córtex. VIDEOENDOSCOPIA ▪ Com as ópticas flexíveis, é possível examinar o óstio faríngeo da tuba auditiva e das estruturas adjacentes nas quais podem ser localizadas várias patologias, inclusive tumorais. ▪ Mais recentemente entraram em uso as ópticas rígidas próprias para ouvido, usadas diretamente através do conduto auditivo externo, na semiologia e em cirurgias; EXAMES DE IMAGEM ▪ A tomografia computadorizada com cortes finos e reconstruções multiplanares de alta resolução passou a ser o método indicado para o estudo das malformações, das infecções e suas complicações, das hipoacusias, da avaliação das síndromes vestibulares e das neoplasias. ▪ A ressonância magnética, em algumas situações, é de grande utilidade, como em tumores, patologias vasculares, inflamatórias e, recentemente, na avaliação para cirurgia de implante coclear. DOENÇAS DO OUVIDO OTITE EXTERNA ▪ Otite externa aguda: processo inflamatório da pele do canal auditivo externo (dermatite). o Causas: retenção de água no meato acústico externo, permanência prolongada de corpos estranhos, corrimentos purulentos crônicos das otites médias, HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO ferimentos ou escoriações do epitélio em consequência de instilações cáusticas e do atrito no ato de coçar o ouvido. ▪ Otite externa eczematosa: reação de hipersensibilidade da pele do meato acústico externo e/ ou do pavilhão da orellia, geralmente em consequência de alergização alimentar ou do uso de instilações medicamentosas, notadamente de sulfamídicos ou antibióticos. o Os sintomas característicos são o prurido de intensidade variável e o corrimento auricular seroso de coloração amarelada, que pode escorrer até o pavillião e gotejar pelo lóbulo da orellia. Ao exame físico, nota-se descamação epitelial difusa, ao lado de edema mais ou menos acentuado do meato externo. ▪ Otite externa grave. É a forma especial, grave, da otite externa, que ocorre, geralmente, em paciente diabético ou muito debilitado. o O agente etiológico mais frequente é a Pseudomonas • aerugmosa. Instalam -se otorreia purulenta, dor rebelde e processo de osteíte do meato acústico externo. o A otoscopia revela tecido de granulação no meato, geralmente não deixando ver amembrana do tímpano; FURUNCULO DO MEATO ACÚSTICO ▪ Localiza-se geralmente no terço externo do meato acústico, onde existem glândulas sebáceas e folículos pilosos; ▪ É uma infecção estafilocócica, decorrente de contaminação local desencadeada por um dos fatores etiológicos da otite externa aguda; ▪ Sintomas: dor, reação linfonoidal; OTOMICOSE ▪ Processo inflamatório do meato acústico externo por fungos que evolui com dor intensa e lancinante; ▪ No exame, comprovam-se massas de descamação epiteliais e de conglomerados de micélios com cor de acordo com a espécie do parasito. ▪ Pode evolver e perfurar a membrana timpânica de fora pra dentro; CORPOS ESTRANHOS ▪ São introduzidos de maneira voluntária ou acidentalmente no meato acústico externo; ▪ A introdução voluntária é comum em crianças e psicopatas; ▪ A introdução acidental é representada por animais vivos; ▪ É comum que ocorra otite externa secundária em crianças; ROLHA CERUMINOSA ▪ Certos indivíduos apresentam hipersecreção ceruminosa que leva a constituição de uma verdadeira rolha ▪ Esta rolha com frequência acarreta surdez súbita e acentuada, sendo necessária remove-la; OTITES MÉDIAS AGUDAS Otite média aguda simples ▪ É a mais comum na criança que no adulto; ▪ Acompanha hipoacusia, sensação de ouvido entupido; e ruídos subjetivos; HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO ▪ Pode regredir espontaneamente em 3 a 4 dias; Otite Média Aguda do Lactente ▪ É uma forma clínica particular de otite média aguda, que é observado no lactente; ▪ A membrana do tímpano tem aspecto normal, mas sua punção revela pus na orelha média; ▪ Sintomas: vem acompanhado de temperatura elevada, diarreia aquosa e rebelde, vômitos e perda rápida de peso. Otite Média Aguda Necrosante ▪ Instala-se no decurso de febres eruptivas, notadamente sarampo e escarlatina; ▪ A perfuração da membrana do tímpano é ampla de início, por vezes sem dor. ▪ Surgem otorreia purulenta e lesões irreversíveis da mucosa da caixa do tímpano e até, eventualmente, processos osteíticos dos ossículos; Otite Média Aguda Serosa ▪ Tem etiologia controversa; ▪ Caracteriza-se pelo acúmulo de líquido, seroso ou mucoso (tipo cola), no interior da orelha média; OTITES MÉDIAS CRÔNICAS ▪ Persistência de uma perfuração do tímpano através dos anos e pelo exsudato catarral; ▪ Otite média crônica simples: é quase sempre secundária e uma otite média aguda necrosante; a perfuração da membrana do tímpano é mais ou menos ampla, sem tendência ao fechamento espontâneo; ▪ Otite média crônico colesteatomatosa: o colesteatoma é uma bolsa cística composta de lâminas epiteliais imbricadas umas sobre as outras como as folhas de um bulbo de cebola, limitada por uma membrana que se denomina matriz e é responsável pelo crescimento do colesteatoma. É encontrado, raramente, nas meninges (colesteatoma congênito) MASTOIDITE AGUDA ▪ Infecção bacteriana da mastoide caracterizada por processo de osteíte das trabéculas ósseas que separam as cavidades aéreas ou células que constituem a apófise mastoide e termina por dar origem a uma verdadeiro empiema; ▪ Há dor espontânea e à pressão da mastoide, junto com elevação da temperatura; LABIRINTITE ▪ A primeira etapa da infecção da orelha interna, provocada pela otite colesteatomatosa é a fístula do canal semicircular lateral, que acarreta vertigem espontânea; ▪ A evolução de uma labirintite purulenta pode gerar uma complicação intracraniana; OTOSCLEROSE ▪ Quadro clínico pode ser assim resumido: ▪ Hipoacusia progressiva e bilateral, do tipo transmissão; com a evolução, pode haver também a hipoacusia neurossensorial (otosclerose coclear); HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO ▪ É mais frequente no sexo feminino (dois terços) no qual a gestação provocaria piora da surdez em 50% dos casos; ▪ A incidência é maior entre os 20 e os 40 anos, mas pode surgir antes dos 20 ou após os 50 anos; ▪ É raríssima na raça negra e pouco frequente na raça amarela; ▪ Os zumbidos incidem em cerca de 70% dos casos e são, por vezes, desesperadores; ▪ Apresenta caráter familiar: em 50% dos casos encontram-se antecedentes familiares de surdez; ▪ O paciente consegue ouvir melhor em ambientes ruidosos (paracusia de Willis) devido ao reflexo cocleolaríngeo, isto é, as pessoas de audiçãonormal falam mais alto nestes ambientes; ▪ Podem ocorrer zumbidos e vertigens; ▪ A membrana do tímpano se apresenta normal ao exame otoscópico. DOENÇA DE MÉNIÈRE ▪ Crise hipertensiva endolinfática, isto é, um acúmulo excessivo de endolinfa no interior do labirinto membranoso ou no sistema endolinfático; ▪ Tríade sintomática: vertigens, zumbidos e hipoacusia neurossensorial; TRAUMA SONORO ▪ O trauma sonoro responsável pode provir de detonações, explosões e de ambientes profissionais ruidosas; ▪ O trauma acústico agudo acarreta alterações circulatórias ao nível dos capilares da cóclea; ▪ De modo geral, no trauma sonoro crônico dos ambientes profissionais, ocorrem deficiência da circulação capilar da cóclea e degeneração irreversível das células ciliadas. SURDEZ ▪ Surdez súbita: entidade clínica, de etiologia variada e discutida, que se instala repentinamente em uma pessoa de audição normal, progredindo em horas ou dias, e é, em geral, unilateral. Pode ser precedida de zumbido ou “estalo” no ouvido, várias horas antes da perda da audição; PRESBIACUSIA ▪ “Audição do idoso”; ▪ É a deficiência auditiva que surge em idade mais avançada; ▪ É o declínio da audição, que envelhece como tudo mais no organismo; HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO NOÇÕES DE ANATOMIA NARIZ ▪ O nariz é composto por duas fossas nasais que constituem o segmento inicial da árvore respiratória; ▪ É subdivido em nariz externo, as cavidades nasais estão alojadas em uma estrutura de suporte composta por osso e cartilagens; SEIOS PARANASAIS ▪ São cavidades aéreas que ajudam na circulação do ar que é inspirado e expirado pelo sistema respiratório. ▪ Eles estão situados ao redor da cavidade nasal, e são todos pareados e algumas vezes simétricos, sendo sempre bilaterais. Existem quatro diferentes pares de seios, e eles são chamados: ▪ seios maxilares ▪ seios frontais ▪ seios esfenoidais ▪ seios etmoidais EXAME CLÍNICO ANAMNESE ▪ Em doenças das fossas nasais, são encontradas várias correlações com idade, sexo, profissão, antecedentes e condições socioeconômicas; Nariz e Seios Paranasais SEMIOLOGIA HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO SINAIS E SINTOMAS ▪ Obstrução Nasal: presente em quase todas as enfermidades das fossas nasais – alterações anatômicas, rinites, manifestações alérgicas, pólipos, neoplasias benignas e malignas, imperfuração coanal congênita; ▪ Corrimento Nasal (rinorreia): corrimento sanguíneo (epistaxe), outros tipos de corrimento nasal podem ser observados, incluindo hipersecreção serosa ou seromucosa, mucopurulenta, purulenta; ▪ Espirro: as crises de espirros ou esternutatórios surgem na fase inicial da rinite catarral aguda de resfriado comum e exprimem reação local de defesa; ▪ Alterações do Olfato: são diversas as alterações: o Diminuição (hiposmia) ou abolição (anosmia), podem ter causa intranasal que impede a passagem das partículas odoríferas; o Aumento (hiperosmia) – olfato exagerado (gravidez, neuroses, hipertireoidismo); o Cacosmia: sentir maus odores; o Parosmia: interpretação errônea de uma sensação olfatória; ▪ dor: há dor nos processos inflamatórios agudos das cavidades sinusais e nas neoplasias nasossinusais; ▪ alterações da Fonação: afecções nasobucofaríngeas podem alterar a emissão vocal, dando origem à voz anasalada; ▪ dispneia: dificuldade respiratória; todas as causas de obstrução nasal bilateral podem acarretar dispneia de maior ou menor intensidade; ▪ ronco: causado por obstáculo à livre passagem da corrente aérea pelas fossas nasais e faringe; EXAME CLÍNICO INSPEÇÃO E PALPAÇÃO ▪ a inspeção pode mostrar diferentes tipos de nariz; ▪ a inspeção possibilita também que as deformações de origem traumática ou decorrente de destruição das cartilagens nasais; ▪ Goma sifilítica. Pode provocar o nariz em sela, com sua depressão característica na base, por destruição dos ossos próprios e do septo nasal; ▪ Leishmaniose. Pode destruir as narinas, lábio superior e pirâmide nasal, adquirindo o aspecto de focinho de anta; ▪ Hanseníase. A pirâmide nasal se alarga e a face apresenta infiltrações nodulosas, adquirindo o clássico aspecto leonino; HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO ▪ Hipotireoidismo. Provoca infiltração mixedematosa difusa e característica da face; ▪ Hipertrofia de vegetações adenoides. Obriga a uma respiração bucal permanente e consequentes deformações dos traços fisionômicos, constituindo-se a chamada fácies adenoides: boca entreaberta, lábio superior levantado, fisionomia inexpressiva, tendência a babar, prognatismo do maxilar superior; ▪ Rinoscleroma: Doença infecciosa (bacilo de Frisch) crônica e progressiva, rara no Brasil, que acarreta infiltração hipertrófica e densa da mucosa nasal, com tendência a invadir as narinas e a pirâmide nasal, que se alarga. ▪ A palpação permite reconhecer crepitações e desnivelamentos; ▪ Rinoscopia: o exame das fossas nasais faz-se por intermédio da rinoscopia anterior e da posterior; o segredo do exame é o posicionamento adequado da cabeça, que deve ficar inclinada para trás. EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES RADIOLÓGICOS ▪ A semiologia radiológica das sinusites compreende as modificações das mucosas (espessamento, irregularidade de contorno, aspecto polipoide) e as modificações ósseas (condensação mais ou menos difusa, áreas de rarefação, destruição); ENDOSCOPIA NASOSSINUSAL ▪ A rinossinusoscopia moderna, fruto da descoberta das fibras ópticas e da luz fria, apresenta ótimas condições de luminosidade e grande nitidez de imagens. ▪ Rinoscopia Endoscópica: frequentemente utilizada como exame complementar das fossas nasais. São usados endoscópios nasais rígidos - constituídos por tubos telescópicos apropriados com ângulos de visão a O grau, 30° e 70° - e flexíveis - os nasofibroscópios, ambos com diâmetros adequados à introdução pelo nariz de crianças. o Sinusoscopia: O uso de hastes «telescópicas" finas e luminosas, nas quais o eixo óptico é direto, lateral ou retrógrado, veio possibilitar o exame panorâmico do antro maxilar. A haste telescópica é introduzida no seio maxilar através de punção diameática, ao nível do meato inferior, ou por trepanação da parede anterior do seio (via da fossa canina). o A inspeção das diferentes paredes do antro é realizada girando-se as hastes “anguladas”; ▪ Exame das secreções: obtenção de secreções patológicas nasais possibilita a pesquisa de agentes microbianos; O HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO raspado da mucosa nasal afetada ou a punção aspirativa, com agulha, das lesões, com obtenção de material e confecção de esfregaços para estudos citopatológicos, possibilita o diagnóstico de doenças infecciosas, alérgicas e neoplásicas. ▪ Biopsia: Fragmentos de lesõaes nasais podem ser adequadamente pinçados e removidos através da cavidade natural sob rinoscopia anterior ou da rinoscopia endoscópica, principalmente para o exame histopatológico e diagnóstico de uma grande variedade de inflamações crônicas (rinites crônicas) e de tumores benignos e malignos do nariz. DOENÇAS DO NARIZ E DOS SEIOS PARANASAIS RINITES ▪ Rinite catarral aguda: A rinite do resfriado comum decorre de inflamação catarral aguda da mucosa nasal, tem caráter epidêmico e é provocada por diferentes vírus, principalmente rinovírus. Há crises de espirros e coriza, frequentemente acompanhadas de elevação de temperatura, calafrios e astenia. ▪ Rinite aguda do lactente: Devido à exiguidade das fossas nasais no lactente, a obstruçãonasal é absoluta, perturbando extraordinariamente as mamadas e alterando a hematose. ▪ Rinite Diftérica: Provoca rinorreia purulenta, geralmente bilateral, por vezes sanguinolenta, e comumente sobrevêm lesões diftéricas da pele do lábio superior. ▪ Rinite do Sarampo: Frequentemente coexiste com a conjuntivite catarral, causando o catarro oculonasal, sintoma clássico da fase inicial de instalação do sarampo. ▪ Rinite mucopurulenta crônica: rinorreia amarelo-esverdeada e obstrução nasal. Os exsudatos tendem, na criança, à instalação de fissuras e dermatoses do veshbulo nasal e lábio superior (impetigo). ▪ Rinite Hipertrófica: rinorreia amarelo- esverdeada e obstrução nasal. Os exsudatos tendem, na criança, à instalação de fissuras e dermatoses do veshbulo nasal e lábio superior (impetigo). ▪ Rinite Atrófica ou Ozena: Caracteriza-se pela tríade sintomática: atrofia osteomucosa da parede externa das fossas nasais, formação e eliminação de crostas, sem ulceração da mucosa subjacente, e fetidez característica. ▪ Rinite Vasomotora: Inflamação não alérgica e não infecciosa da mucosa nasal, relacionada com mudança de temperatura e da umidade do ar, odores fortes, disfunção do sistema nervoso autônomo, caracterizada por respostas nasais anormais. ADENOIDES ▪ Hiperplasia das amígdalas faríngeas (vegetações adenoides), do mesmo modo que a das amígdalas palatinas, é muito comum na criança; ▪ Principal sintoma: é a obstrução nasal permanente, que acarreta respiração bucal de "suplência': estagnação de exsudatos catarrais ou purulentos nas fossas nasais e tendência a surtos agudos de otite média. HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO ▪ A criança dorme de boca aberta, baba no travesseiro e ronca. ▪ Com o decorrer do tempo, a obstrução nasal permanente causa certas deformações dos traços fisionômicos, constituindo-se a chamada fácies adenoideana: boca entreaberta, lábio superior levantado, fisionomia inexpressiva e tendência a babar. A abóbada palatina torna-se "ogival" e, com frequência, surge "prognatismo" do maxilar superior. EPISTAXE ▪ Hemorragia nasal ou epistaxe; ▪ Dependendo do local do sangramento, pode ser classificada em anterior (o sangramento origina-se na área de Kiesselbach) e posterior (o sangramento origina-se na parte posterior da cavidade nasal ou da nasofaringe). ▪ Causas locais: Os traumatismos acidentais, como quedas, fraturas dos ossos do nariz e da base do crânio e contusão do nariz, ou cirúrgicos (intervenções sobre as cavidades nasossinusais), causam frequentemente hemorragias nasais; ▪ Causas Gerais: Com frequência, a epistaxe aparece espontaneamente, sendo sintoma comum nos estados febris, nas afecções hemorrágicas, na pneumonia, na gripe, na febre tifoide, na nefrite aguda, na congestão passiva produzida pelas obliterações da veia cava superior ou nos acessos de tosse da coqueluche. RINOSSINUSITES ▪ A infecção, localizada originariamente no canal dentário, atinge o forame e instala-se na região periapical, provocando um processo de osteíte caracterizado pelo granuloma. ▪ A progressão da osteíte, no sentido vertical, termina por destruir a lâmina óssea interposta entre o ápice dentário e o soalho do seio. ▪ A fetidez acentuada dos exsudatos é característica da sinusite maxilar odontogênica. ▪ A avulsão dentária realizada neste momento é, de regra, o meio para deter a evolução da sinusite, tudo se normalizando em poucos dias. ▪ Agudas: A agressão inflamatória aguda de mais de uma cavidade sinusal a um só tempo ocorre, em geral, notadamente nos seios chamados anteriores (maxilar, frontal e etmoide anterior), em grau de intensidade diferente em um ou outro seio. As principais causas são: vírus, bactérias; ▪ Sinusites crônicas: Decorrem de frequentes sinusites agudas de repetição e de doenças gerais que diminuem a capacidade de defesa do organismo (diabetes, avitaminoses, anemias, tuberculose, hipogamaglobulinemia). Obstrução nasal "permanente" decorre de edema crônico, hipertrofia mucosa ou formação de pólipos. Perturbações do olfato podem ser observadas. LEISHMANIOSE ▪ É uma infecção causada por protozoários do gênero Leishmania; HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO ▪ A lesão cutânea inicial é pruriginosa e caracteriza-se pela formação de um nódulo, que termina rompendo-se no ápice, dando origem a uma ulceração. BLASTOMICOSE ▪ é causada pelo Paracoccidioides brasiliensis, adquirido por via inalatória. ▪ A infecção pulmonar geralmente é assintomática e regressiva, evoluindo para cura, e o fungo fica em estado de latência. HANSENÍASE ▪ Doença bacteriana crônica causada pelo Mycobacterium leprae. ▪ É transmitido para pessoas suscetíveis, após longo período de contato, iniciando com lesões das estruturas neurais e posteriormente da pele e da mucosa do trato respiratório, incluídos o nariz e os seios paranasais. RINOSPORIDIOSE ▪ O agente etiológico é o fungo Rhinosporidium seeberi. Aparece no nariz sob forma de pólipo, podendo obstruir a fossa nasal ou exteriorizar-se pela narina. TUBERCULO ▪ O agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch. ▪ A transmissão ocorre por inalação ou contato direto com ferida aberta. Manifesta-se no nariz em forma de rinite com mucosa sangrante, granulomatosa, ulcerada e recoberta de crostas. NEOPLASIAS ▪ As neoplasias benignas nasossinusais mais frequentes são os papilomas, os osteomas e a mucocele. ▪ papilomas localizam-se geralmente nas narinas e porção anterior das fossas nasais, sangram com facilidade e podem terminar por encher completamente a fossa e sofrer degeneração maligna. ▪ Câncer da Infraestrutura: Tem como ponto de partida o soalho da fossa nasal, ou do seio maxilar, ou pé do septo ou cabeça do cometo inferior. Exterioriza-se por epistaxes, rinorreia purulenta, neuralgias dentárias, sinusite maxilar purulenta, mau cheiro intenso; ▪ Câncer da Mesoestrutura: Proveniente da porção alta do seio maxilar ou zona respiratória da fossa nasal. Com a evolução, provoca abaulamento do soalho orbitário com recalcamento do globo ocular para cima, ou invasão da parede facial do seio maxilar, da fossa pterigomaxilar e até da fossa zigomática. ▪ Câncer da Supraestrutura: É o câncer primitivo da região nasoetmoidal, ponto negro do câncer sinusal. Encerra período de latência muito prolongado e, em geral, é diagnosticado já em estágio avançado. Há invasão da cavidade orbitária e sobrevêm exoftalmia, oftalmoplegia, edema palpebral e até equimose conjuntival. Termina por invadir a cavidade intracraniana. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA ▪ A insuficiência respiratória nasal crônica, decorrente de fatores etiológicos locais ou gerais, ocasiona respiração bucal de "suplência” o que reduz a expansão torácica e pode acarretar, na criança, distúrbios de desenvolvimento da caixa HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO torácica (por diminuição da ventilação pulmonar) e alterações morfológicas da coluna vertebral e do esqueleto facial, notadamente abóbada palatina e arcadas dentárias (prognatismo do maxilar superior). ▪ A insuficiência respiratória nasal pode ter como substrato etiológico não só condições de ordem anatômica (malformações do septo nasal, hipertrofia dos cometes, formações poliposas, vegetações adenoides), mas também de ordem funcional (distúrbios vasomotores de origem neurovegetativa, insuficiência hepatorrenal, cardiovascular). ▪ O bloqueio ou obstrução nasal determina respiração bucal de suplência e consequente distúrbio do reflexo pulmonar, com prejuízo à expansão torácica e à boa ventilaçãoalveolopulmonar.
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