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Casos especiais de concordância: verbos no infinitivo e nomes próprios no plural Prof.ª Thais Abreu-Zorzi 1. Concordância com o verbo no infinitivo Antes de falar sobre a regra em si, vamos "refrescar a memória" sobre o que é o infinitivo. Em Língua Portuguesa, temos o infinitivo pessoal (flexionado para concordar com uma pessoa, o sujeito está evidente), e o infinitivo impessoal (não concorda com pessoa nenhuma, pois não está claro o sujeito). Vejamos: Fiz um bolo para levarmos (infinitivo pessoal: foco no agente, sujeito evidente--> NÓS) Fiz um bolo para levar (infinitivo impessoal: foco na ação, sujeito não evidente, "Quem vai levar?" Eu? Ele?) Perceba, então, a regra é: quando queremos dar destaque ao agente flexionamos o infinitivo, concordando com ele. Porém, quando a intenção é dar foco na ação em si, não o flexionamos. ATENÇÃO! Nas locuções verbais, o infinitivo deve ficar invariável, pois a flexão vai estar no outro verbo: Vocês poderiam ter dito antes. Praticando um pouco: Questões Comentadas 1. (CESPE/UNB-Diplomata/2011) Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto se os infinitivos flexionados fossem substituídos pelas respectivas formas do infinitivo não flexionado no segmento “Ficamos a observar o jardim, as gotas a evaporarem, as lesmas a prepararem os corpos para novas caminhadas. O recomeçar das coisas.” Comentários: A afirmação está CORRETA. Os verbos foram flexionados para enfatizar o sujeito, no caso "gotas" e "lesmas". Porém, é importante deixar claro que a forma do infinitivo impessoal também seria adequada, caso o autor do texto quisesse destacar as ações de "evaporar" e "preparar": "as gotas a evaporar", "as lesmas a preparar". 2. (CESPE/UNB-Auditor de Contas Públicas/CGE PB/2008) Nessa acepção, razão e verdade deixam de ser valores absolutos para se transformarem em valores temporariamente válidos. É obrigatório o emprego do infinitivo flexionado “transformarem” (L.8), porque seria gramaticalmente incorreto seu emprego na forma não-flexionada: transformar. Comentários: Afirmação ERRADA. Muito CUIDADO, pois esta questão pode te confundir. O que ocorre é o seguinte: na primeira ocorrência, o infinitivo ficou no singular por tratar-se da regra de locução verbal (deixou de ser). Porém, na segunda temos a opção de não flexionar, enfocando a ação (para se transformar), e não o sujeito. É nesse sentido que o item está ERRADO: afirmar que a forma flexionada na segunda ocorrência é obrigatória. 2. – Concordância com nome próprio no plural Neste caso, a concordância do verbo vai ser determinada pela presença ou ausência do artigo. Vejamos: " Ø Memórias Póstumas de Brás Cubas" é um clássico da literatura brasileira. As "Memórias Póstumas de Brás Cubas" são um clássico da literatura brasileira. RESUMINDO a regra: Se o nome no plural não estiver acompanhado de artigo, o verbo fica no SINGULAR. Isso porque a ausência do artigo indica que não foi enfatizado o componente plural do nome. Essa regra costuma ser cobrada nas provas em orações com nomes de localidades no plural, como "Estados Unidos", "Minas Gerais", e títulos de obras como "Sertões", "Lusíadas", "Memórias de um sargento de milícias", entre outros.
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