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Série aconselhamento - lutando contra o câncer - David Powlison

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Prévia do material em texto

utando contra o câncer:
fortalecendo a fé em meio ao sofrimento. 
Traduzido do original em inglês
When cancer interrupts,
por David Powlison
Copyright ©2015 David Powlison
•
Publicado por New Growth Press,
Greensboro,
NC 27404
Copyright © 2016 Editora Fiel
Primeira Edição em Português: 2018
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária
PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE LIVRO POR QUAISQUER
MEIOS, SEM A PERMISSÃO ESCRITA DOS EDITORES,
SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.
•
Diretor: James Richard Denham III
Editor: Tiago J. Santos Filho
Coordenação Editorial: Renata do Espírito Santo
Tradução: Antonivan Pereira
Revisão: Shirley Lima 
Diagramação: Wirley Correa - Layout
Capa: Wirley Correa - Layout
Ebook: João Fernandes
ISBN: 978-85-8132-559-0
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
P888q Powlison, David, 1949- 
utando contra o câncer : fortalecendo a fé em 
meio ao sofrimento ; [tradução: Antonivan Pereira]. – São José dos Campos, SP : Fiel, 2018. 
2Mb ; ePUB
Tradução de: de: When cancer interrupts.
Inclui referências bibliográficas.
ISBN 978-85-8132-559-0
Câncer – Pacientes – Vida religiosa. I. Título. II. Série.
CDD: 248.8/6196994
 
Caixa Postal, 1601
CEP 12230-971
São José dos Campos-SP 
PABX.: (12) 3919-9999
www.editorafiel.com.br
 
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE
Gilson Santos
Jay Adams, teólogo e conselheiro norte-americano, nascido em 1929, foi
professor de Poimênica no Seminário Teológico de Westminster, em
Filadélfia, no estado de Pensilvânia, Estados Unidos. Adams é um respeitado
escritor e pregador, genuinamente evangélico e conservador. Enquanto
lecionava sobre a teoria e a prática do pastoreio do rebanho de Cristo, ele viu-
se na necessidade de construir uma teoria básica do aconselhamento pastoral.
Rememorando a sua trajetória, Adams nos informa que, tal como muitos
pastores, não foi muito o que aprendeu no seminário sobre a arte de
aconselhar. Desiludido com suas iniciativas de encaminhar ovelhas para
especialistas, ele buscou assumir um papel pastoral mais assertivo e
biblicamente orientado no contexto de aconselhamento.
Em seus esforços, crendo na veracidade e eficácia da Bíblia, Adams
estabeleceu como objetivo salvaguardar a responsabilidade moral dos
aconselhandos, entendendo que muitas abordagens terapêuticas e poimênicas
a comprometiam. Em seu elevado senso de respeito e reverência às
Escrituras, Adams reconheceu que a Bíblia é fonte legítima, relevante e rica
para o aconselhamento. Ele propôs que, em vez de ceder e transferir a tarefa a
especialistas embebidos em seus dogmas humanistas, os ministros do
evangelho, assim outros obreiros cristãos vocacionados por Deus para
socorrer pessoas em aflição, devem ser estimulados a reassumir seus
privilégios e responsabilidades. Inserido em uma tradição que tendia a
valorizar fortemente as dimensões públicas do ministério pastoral, Adams
fincou posição por retomar o prestígio das dimensões pessoais e privativas do
ministério cristão, sobretudo o aconselhamento. Nisto seu esforço se revelou
de importância capital. De fato, basta examinar a matriz primária do
ministério cristão, que é a própria pessoa de Jesus Cristo, para concluir que,
diminuir a importância e lugar do ministério pessoal trata-se de uma distorção
grave na história da igreja. Adams defende, assim, que conselheiros cristãos
qualificados, adequadamente treinados nas Escrituras, são competentes para
aconselhar.
Adams também assumiu com seriedade as implicações do conceito cristão
de pecado para o aconselhamento. Em resumo, ele propõe que o cristianismo
não pode contemplar uma psicopatologia que prescinda de um entendimento
bíblico dos efeitos da Queda, e da pervasiva influência que o pecado exerce
no psiquismo dos seres humanos. Por esta razão, a abordagem que ele propôs
chamou-se inicialmente de “Aconselhamento Noutético”. O termo noutético
é derivado de uma palavra grega, amplamente utilizada no texto
neotestamentário, que significa “por em mente” – formado de nous [mente]
e tithemi [por]. O uso de nouthetéo nos escritos paulinos sempre aparece
estritamente associado a uma intenção pedagógica. O aconselhamento
noutético seria então aquele que direciona, ensina, exorta e confronta o
aconselhando com os princípios bíblicos. De acordo com a noutética, o
aconselhamento se dá em confrontação com a Palavra de Deus. Visando não
apenas uma mudança comportamental, ele objetiva a inteira transformação da
cosmovisão, oferecendo as “lentes da Escritura” ao aconselhando. Num
momento posterior, esta abordagem passou a denominar-se exclusivamente
“Aconselhamento Bíblico”.
Sobre estas bases, em 1968 Jay Adams deu início, no Seminário Teológico
de Westminster, em Filadélfia, ao CCEF - Christian Counseling and
Education Foundation (Fundação para Educação e Aconselhamento Cristão),
inaugurando um novo momento na história do aconselhamento cristão.
Adams lançou os principais conceitos de sua teoria de aconselhamento na
obra “O Conselheiro Capaz” (Competent to Counsel), publicado em 1970; a
metodologia foi condensada no “Manual do Conselheiro Capaz”, publicado
em 1973. No Brasil, a Editora Fiel foi pioneira na publicação dessas duas
obras; a primeira edição de “Conselheiro Capaz” em português foi publicada
em 1977 e o volume com a metodologia publicado posteriormente. Adams
também foi preletor em uma das primeiras conferências da Editora Fiel no
Brasil direcionada a pastores e líderes.
O legado de Adams no CCEF foi recebido e levado adiante por novas
gerações. Estas procuraram manter-se alinhadas com o núcleo central de sua
proposta, ao mesmo tempo em que revisaram aspectos vulneráveis, e
defrontaram-se com algumas de suas tensões ou limites. Alguns destes novos
líderes e conselheiros notabilizaram-se. Estes empenharam-se por um foco
mais direcionado ao ser do que no fazer, colocando grande ênfase nas
dinâmicas do coração, particularmente no problema da idolatria. Também
procuraram combinar o enfoque no pecado com uma teologia do sofrimento.
Procuram oferecer considerações ao social e ao biológico, com novos
enfoques para as enfermidades, inclusive para o uso de medicamentos. É
igualmente notável a ênfase no aspecto relacional do aconselhamento na
abordagem desses novos líderes. Alguns estudiosos do movimento ainda
apontam uma maior abertura e espírito irênico dessas gerações sucedâneas,
particularmente em sua confrontação com outras abordagens poimênicas ou
terapêuticas.
A Editora Fiel vem novamente oferecer a sua contribuição ao
aconselhamento bíblico, desta vez colocando em português esta série que
enfoca vários temas desafiantes à presente geração. A série original em inglês
já se aproxima de três dezenas de livretos. Este que o leitor tem em suas mãos
é um deles. Tais temas inserem-se no cenário com o qual o pastor e
conselheiro cristão defronta-se cotidianamente. Os autores da série pretendem
oferecer um material útil, biblicamente respaldado, simples e prático, que
responda às demandas comuns nos settings, relações e sessões de
aconselhamento cristão. Se este material, que representa esforços das
gerações mais recentes do aconselhamento bíblico, puder ajudá-lo em seus
desafios pessoais em tais áreas, ou ainda em seu ministério pessoal, então os
editores podem dizer que atingiram o seu objetivo.
Boa leitura!
Gilson Carlos de Souza Santos é pastor da Igreja Batista da Graça, em São
José dos Campos, possui bacharelado em Teologia e graduação em
Psicologia, e dirige o Instituto Poimênica cujo alvo é oferecer apoio e
promoção à poimênica cristã.
Introdução
Algumas surpresas na vida são maravilhosas — uma gravidez esperada há
muito tempo, uma herança inesperada, uma promoção repentina. Porém, um
diagnóstico de câncer nunca é uma boa surpresa. Quando o médicodiz “É
câncer”, essas palavras invadem sua vida da maneira mais desagradável e
ameaçadora possível. Você se sente violado. O inimigo está agindo por
dentro – é parte de você. É um pouco como voltar para casa depois de uma
noite fora e descobrir que sua casa foi invadida, cada gaveta saqueada e suas
posses mais preciosas roubadas. Você se sente traído. O inimigo entrou.
Minha vida foi interrompida em quatro ocasiões por um diagnóstico de
câncer. E, é claro, o diagnóstico é apenas o começo. Ele é rapidamente
seguido por exames, cirurgias, dor, processo de cura, quimioterapia e o
acompanhamento contínuo. Meu câncer em particular e a recuperação foram
diferentes a cada vez. Mas todas as vezes a doença disparou uma autêntica
luta interna. E se...? E as pessoas que eu amo? O que é a minha vida? O que
me espera no futuro? Eu, de fato, confio no Deus no qual afirmo crer? Essas
são perguntas fortes e que definem a vida. E existem os pequenos conflitos
também, porque o câncer altera drasticamente o padrão normal de sua vida.
Que coisas devo fazer amanhã que nunca planejei? Surpresas ameaçadoras
alteram sua vida de forma óbvia e instantânea. Essa ameaça pode deixá-lo
desorientado, esmagado e ansioso.
Quando o câncer surpreende você, sua mente normalmente gira com
perguntas e incertezas. No entanto, no meio da turbulência, há um lugar para
onde se voltar. Você pode ir a alguém para obter socorro imediato.
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não
temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares” (Sl 46.1-
2).
Essas não são apenas palavras em um livro. Quando você as considera,
descobre que são verdadeiras. Aqueles que verdadeiramente pedem recebem.
Aqueles que batem descobrem que a porta está largamente aberta.
Ó, Senhor, tu és o meu refúgio. Protege-me.
O Senhor é a minha força. Fortalece-me.
O Senhor prometeu estar bem presente na tribulação. Isso é uma provação.
Ajuda-me.
E ele realmente ajuda. Ninguém quer ouvir as palavras “você tem câncer”.
No entanto, enquanto aprende como Cristo tira o medo, você está recebendo
um presente maravilhoso que guardará pelo resto da vida. Os cristãos que
aprenderam a sofrer de um modo positivo muitas vezes dizem algo neste
sentido: “Eu nunca escolheria passar pelo que passei. Porém, não abriria mão
do que aprendi no processo. Deus me supriu. Minha fé tornou-se
real”.Consideraremos quatro passos sobre como enfrentamos um diagnóstico
de câncer. Leve o tempo necessário. Escute. Aprenda a caminhar pela
experiência da maneira correta.
O que você está enfrentando tem importância
Primeiro, você pode ser honesto sobre quanto é difícil. Você não tem de
viver em negação. Você não tem de viver como se pudesse vencer isso pela
força de vontade ou pela intervenção médica. Deus está pronto para algo mais
significativo. Reflita sobre o que o apóstolo Pedro diz às pessoas que
enfrentam ameaças sérias. Ele salienta que estão sendo “contristados por
várias provações” (1Pe 1.6). Ele reconhece o caminho difícil pelo qual eles
têm de trilhar. Ele não disfarça a dificuldade. Não diz: “Você pode fazer
isso”. Não diz: “Mantenha-se ocupado ou tome alguma coisa para não ter de
pensar a esse respeito”. Em vez disso, ele convida a lidar com a situação
como algo pessoal. Por que ele diz “várias provações”? Ele está lhe dando
um cheque em branco que você pode preencher com seus detalhes pessoais.
A Bíblia coloca as coisas de uma maneira que inclui você. Deus o convida a
mencionar exatamente o que você está enfrentando.
Um pouco mais adiante em sua carta, Pedro descreve essas provações como
“ardentes” (4.12). Em outras palavras, são perigosas; queimam, ferem, você
pode até morrer. Essa é uma boa descrição do câncer. Ele traz dor física,
emocional e espiritual. Ele testa você – e é exatamente onde Cristo o
encontra).
Deus sempre convida seu povo a nomear os problemas pessoais. Você pode
ser como os escritores dos Salmos e dizer a ele tudo que está enfrentando,
sentindo e pensando. A seguir, está uma lista de coisas que as pessoas
experimentam quando o câncer interrompe sua vida. Verifique aquelas que se
aplicam a você. No final da lista, há espaço para você descrever algum
problema em particular que eu não tenha mencionado.
1. Incerteza. Uma das partes mais difíceis de qualquer provação é que você não sabe
como será o resultado das coisas. O desdobramento do câncer é incerto. Um médico
experiente falará com você sobre estatísticas. Ele pode prognosticar uma trajetória e
oferecer tanto realismo como um nível de conforto com base no que tem visto em
casos semelhantes. Uma pesquisa na internet normalmente complementará seu
conhecimento sobre o que você está enfrentando. Ainda assim, o câncer é
imprevisível. Porque ele ameaça sua vida agindo por dentro, porcentagens e
estatísticas só o trazem até aqui. Boas chances de sobrevivência não são as únicas
coisas que gostaríamos de conhecer. Também queremos saber como será o processo.
Gostaríamos de estar cem por cento certos de nossa sobrevivência. E não podemos
ter essa certeza.
2. Dor. Você não sabe o que acontecerá, mas sabe que será doloroso. Dependendo do
diagnóstico, você poderá enfrentar toda uma série de experiências dolorosas (exames
invasivos, cirurgia, internação, quimioterapia e assim por diante). Apesar do
maravilhoso conhecimento e avanços da medicina moderna, não há como evitar a
experiência de algum “desconforto”, para empregar as palavras que os médicos
usam. Eu chamo de dor! E, com frequência, a dor física é acompanhada da dor de
estar em um ambiente desumanizador. O barulho dos bipes, o equipamento, aquelas
roupas que os pacientes internados usam, a decoração do hospital, a enfermeira
obcecada em fazer anotações em vez de olhar para você. É uma provação “ardente”
em muitos níveis.
3. Medo. As respostas humanas naturais à dor e à incerteza são medo e ansiedade.
Você está em um território inexplorado. Boa parte do que está acontecendo ou vai
acontecer desencadeia o estresse interior para responder à ameaça. Nossa lógica
natural pode facilmente sair do controle, dando lugar a preocupação, lamúria,
inquietação e até ataques de ansiedade.
4. Questionamentos. Um diagnóstico que muda a vida levanta muitas perguntas. O que
vai acontecer? Eu vou sobreviver? O que serei capaz de fazer? Como minha família
vai lidar com isso? Meu seguro cobre isso? E se eu não puder_______(ir ao trabalho,
desempenhar meu papel de pai, fazer sexo, ir ao banheiro normalmente, sair da
cama)? Deus está me castigando? Por que isso aconteceu? As pessoas se importam?
5. Perda. Inevitavelmente, essas perguntas têm a ver com perda. A resposta humana
natural à perda é a tristeza. O que você perderá? Como lidará com essas perdas? É
óbvio que você está preocupado com sua saúde, mas, então, existem todas aquelas
coisas que você é capaz de fazer quando está saudável e talvez não consiga fazer
enquanto estiver passando pelo tratamento do câncer. E, é claro, a perda final – a
morte – é uma possibilidade em muitos diagnósticos de câncer. A tristeza pode
aprofundar-se e, então, levar à depressão.
6. Culpa. Quando alguma coisa dá errado, a reação humana natural é atribuir culpa.
Um diagnóstico de câncer sempre interrompe o que quer que você esteja fazendo e
frustra quaisquer planos que você tenha. A ira pode apontar em várias direções.
Algumas pessoas mergulham em autorrecriminação e arrependimento. Outros
culpam os médicos. Ou descontam nos membros da família. 
Ou acusam a Deus. O câncer nunca está “nos meus planos” – então quem estragou o
que era para acontecer?
7. Tornar-se o seu diagnóstico. É claro que as pessoas que o amam estão muito
preocupadas com seu câncer. Mas é fácil esquecer que você não é só um
diagnóstico. Quando isso acontece, até mesmo seus entes queridos tendem a
perguntar apenas sobre sua saúde, como você tem se saído ou seu prognóstico.A
equipe médica é sempre tentada a enxergar os pacientes como “o câncer de rim no
quarto 218”. Porém, há muito mais para você. Existe o que você fez naquele dia, o
que está pensando, com quem falou e quais são as suas lutas emocionais e
espirituais. Sempre há uma pessoa dentro do diagnóstico de câncer, mas raramente
as pessoas perguntam: “Como vai você?”. No meio de uma crise de saúde, a pessoa
que você é de fato pode ser negligenciada por aqueles que estão à sua volta.
8. Conselhos inúteis. É claro que as pessoas à sua volta estão preocupadas com a sua
saúde. Porém, um livro inteiro da Bíblia é uma narrativa de alerta sobre como as
pessoas podem reagir mal às aflições dos outros. Na Bíblia, os três amigos de Jó
agravam significativamente suas aflições com perguntas e conselhos. Nossa cultura
contemporânea é tão obcecada por encontrar explicações e curas que a maneira
como as pessoas se aproximam de você pode fazê-lo sentir-se culpado por seu
câncer. Quais alimentos você tem consumido? Você estava se exercitando
regularmente? Você não deveria ser vegetariano? Você é fumante? Você tem
permitido que o estresse eleve seu nível de cortisol? Muitas pessoas são rápidas em
oferecer um livro, contar o que funcionou para elas ou oferecer um discurso
motivacional. Naturalmente, ninguém pretende culpar, mas a linha de
questionamentos e os conselhos implícitos ou explícitos firmemente identificam
você como a pessoa responsável. Enquanto isso, você ainda está encarando um
câncer.
9. Alguma outra luta em particular?
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_____________________________________________
_____________________________________________
O câncer é uma provação ardente. E é benéfico dar nome àquilo que é difícil.
Mas o que você faz depois disso?
Lembre-se de que Deus mesmo está com você
Você pode ir àquele que o ama. Pode trazer suas lutas e lhe contar tudo.
Lembre-se de quem ele é. Ele se importa. Ele está envolvido. É uma presença
certa e segura. Ele falará com você através da dor. Ele o fortalecerá e lhe dará
coragem. Ele o livrará de seus medos. Ele é o seu refúgio, um lugar seguro
em meio ao perigo. Ele limpará seu pensamento. Ele irá ancorar suas
esperanças naquilo que nunca poderá se perder. Ele é misericordioso com
você e o fará misericordioso. Ele o conformará a sua real identidade. Ele o
aconselhará sobre coisas muito mais importantes que o câncer. Pegue a lista
da seção anterior e clame sobre seus problemas ao Deus que o ouve e
promete nunca deixá-lo ou abandoná-lo (Sl 28.6; Hb 13.5). Quem Deus é fala
a cada problema na lista.
Câncer é sempre um teste de fé. E sempre cria uma oportunidade para
crescer na fé. A fé é alimentada em quem Deus diz que é. Ele é o que diz ser.
A fé é nutrida em quem Deus promete ser. Ele diz o que faz, e faz o que diz.
Lembre-se. Creia na palavra dele.
Muitas verdades bíblicas servirão e abençoarão você em suas lutas, mas a
realidade simples de que “Deus está com você” abrange tudo. Ela é o sumário
de todas as bênçãos de Deus para você. A promessa do cuidado de Deus, de
sua presença comprometida e misericordiosa por toda a sua vida em toda
circunstância, é o filamento fundamental do DNA bíblico. Essa realidade
entrelaça toda a Escritura. Ela está tecida na vida de cada um dos filhos de
Deus. Repetidas vezes, Deus diz ao seu povo: “Eu nunca os deixarei”. Em
qualquer que seja o caminho, em todas as circunstâncias, “Nunca os
abandonarei”. Ele nos lembra: “Ainda que você ande pelo vale da sombra da
morte, eu estarei com você. Ainda que as montanhas se abalem no seio dos
mares, eu estarei com vocês. Não os deixarei órfãos, voltarei para vós outros”
(Sl 23.4; 46.2; Jo 14.18).
O câncer não é uma exceção à regra. É onde a regra se torna realidade.
É fácil esquecer que Deus é uma pessoa real. Nós esquecemos isso
facilmente. Essa é a razão pela qual, com frequência, ele nos diz: Lembre!
Ele toma a iniciativa. Ele vem prontamente a você. Ele não é uma ideia, uma
energia, uma experiência com a qual você trabalha dentro de si mesmo. Nós
ouvimos suas palavras a nós na Bíblia, revelando como Jesus personifica o
Sim! para todas as suas promessas e propósitos. Porém, ele não está limitado
às páginas do livro. Seu livro revela aquele que fala, que é o EU SOU. Ele
está ativo. Ele caminha conosco. Ele nos diz seus nomes para que possamos
falar com ele. Ele é seu Pai agente. Ele é o Viticultor, podando você para
torná-lo mais frutífero. Ele é seu bom Pastor, aquele que deu a vida por suas
ovelhas. Ele anda com você e cuida de você. Ele é o Espírito Santo que faz
morada em você para que se torne uma pessoa de fé e amor. Essa mais
magnífica Pessoa é o divisor de águas. Ele está ao seu lado neste exato
momento, enquanto você lida com o câncer.
É muito bom quando a família, os amigos e a equipe médica caminham
com você durante suas lutas na vida. É um bem ainda maior saber que Deus
está com você. Ninguém, em sua simples condição de ser humano, pode
entender exatamente o que você está passando, ver o seu interior, reescrever o
roteiro do seu coração. Cada uma das muitas vezes que eu passei por
anestesia, percebi que estou sozinho de alguma forma em minha essência.
Ninguém mais está passando por essa experiência. Eu serei colocado para
dormir. Estarei completamente indefeso. Quando eu acordar, sentirei dor (a
menos que esse seja o momento em que acordarei na presença de Deus e o
verei face a face). Cada uma das vezes, pela graça de Deus, e pela minha
intenção, adormeci com o Salmo 23 enchendo minha mente. Enquanto
divagava, eu passeava por diferentes partes do salmo. O Senhor é meu pastor.
Ele restaura a minha alma. Está comigo. Sua bondade e misericórdia me
seguirão de perto. Habitarei na sua casa para todo o sempre.
A Palavra de Deus fala sobre quem ele realmente é. De fato, o câncer é meu
inimigo, uma das muitas sombras da morte, um dos muitos males. No
entanto, Cristo, voluntariamente, caminha comigo através de cada vale
sombreado pela morte. Voluntariamente, ele é seu Pastor também. Lembre-se
disso. É preciso buscá-lo na miséria e na dependência da fé. Peça e receberá.
Peça misericórdia por todos os caminhos pelos quais você não o segue.
Confie na morte dele em seu lugar, o preço por todos os seus erros. Esse
câncer pode significar morte. Eu espero que não. Você espera que não. Mas
ele certamente é uma sombra do que virá, mais cedo ou mais tarde. E nosso
bom Pastor sofreu a morte por você. Ele andou pelo vale para que fôssemos
livres do medo da morte. Se você buscá-lo, o encontrará. Apegue-se a ele
pela fé e pode estar certo de que você, como ele, viverá para sempre.
Isso nos leva ao nosso terceiro passo. Nós nomeamos nossos problemas.
Relembramos aquele que adentrou em nossos problemas para nos salvar
deles. Agora, nós nos apegamos a ele.
Apegue-se a Cristo
O Senhor descreve nosso relacionamento com ele de várias perspectivas.
Ame-o. Tema-o. Ande em seus caminhos. Creia em suas promessas. Busque-
o. Faça o que ele diz. Sirva a ele. Contudo, ele sabe que nós tendemos a ficar
desmotivados (eu inclusive) e estou certo de que você também fica. Então,
ele continua vindo até nós de várias direções. Eis uma colocação bíblica que
não ouvimos frequentemente: apegue-se a ele. Segure firme. Fique colado
nele. Não o deixe ir. Agarre-se a ele.O que significa apegar-se a Cristo pela fé
quando você está enfrentando um assustador diagnóstico de câncer? A fé tem
duas atividades centrais: necessidade extrema, depois verdadeira alegria. A
ordem importa. Primeiro, nós somos fracos e precisamos da ajuda dele.
Segundo, sabendo que ele cuida, tornamo-nos fortes e cheios de alegria.
Quando o câncer invade seu corpo e muda sua vida, você, inevitavelmente,
torna-se consciente de sua extrema necessidade de ajuda. Muitos salmos são
clamores a Deus na necessidade.Nós nos apegamos a Cristo. Pedimos ao
Senhor que nos salve de nossos problemas, pecados, sofrimentos e angústias
reais. Quando o câncer interrompe a vida, sua fé deve tornar-se viva. Essa
coisa severa, o câncer, conduz a uma imensa misericórdia.
Se a sua fé não se tornar viva em sua fraqueza e necessidade, então o medo
e as falsas esperanças tomarão conta. “Estou mortalmente amedrontado” e
“Não posso vencer isso” são gêmeos perversos. Por um lado, o medo o
ameaça a depositar sua esperança final em algo que nunca é bom o bastante
(médicos, percentuais, tratamentos, uma cura, estratégias de autocura,
manter-se ocupado, autoanestesiar-se). Por outro lado, orgulho e
autoconfiança seduzem você a pensar que não precisa ter medo, que a fé é
uma muleta para as pessoas fracas e que você pode ser mais forte que o
câncer e mais forte que a sombra da morte.
Quando, no lugar disso, você leva suas lutas a Deus, descobre que ele está
com você. Ainda que a morte tenha de acontecer para ganhar essa batalha, a
vida vence a grande guerra. Você não precisa temer os “e se”. Porque Cristo
triunfou sobre a morte literal, você viverá. Alegria, coragem e um propósito
amoroso têm a última palavra. Apegue-se a ele, porque ele é seu refúgio e sua
força. Apegue-se a ele. Ele é um socorro bem presente na tribulação. Ele dá
força quando você está fraco. É misericordioso quando você mal se aguenta
firme. Quando suas reações ao sofrimento o levam em uma direção errada,
você pode voltar-se para ele porque ele ainda é misericordioso. Cada parte de
quem Deus é em amor redentor fala ao seu sofrimento: “Apegue-se a mim.”
E, de uma forma maravilhosa, junto com necessidades terríveis e profundas,
você também encontrará a alegria verdadeira. Deus é confiável, e a fé que
confia canta agora em contentamento, gratidão e celebração. O salmista que
chora suas dores diante de Deus depois clama em alegria e adoração – muitas
vezes, no mesmo salmo. Em apenas uma palavra, “Aleluia”. Em poucos
versículos,
“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios” (Sl
103.1-2).
Eu nunca quis ter câncer. Ninguém quer. Mas, ao passar por esses tempos
difíceis, minha fé cresceu.
O propósito do câncer é obrigar-nos a olhar a morte nos olhos. A fé é
aprofundada à medida que a necessidade se aprofunda. Por isso deleite-se no
aprofundamento. Tornamo-nos menos infantis na forma como cremos.
Salmos 90.12 diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos
coração sábio”. Enfrentar o câncer da forma correta torna-nos verdadeiros
adultos – o que é o mesmo que dizer que nos tornamos mais como crianças.
Aprendemos a simplesmente precisar do nosso Pai e das misericórdias de seu
Filho unigênito. E aprendemos a simplesmente nos deleitar nele.
Finalmente, segue o quarto passo.
A fé nos motiva a amar os outros
A fé sempre se expressa em amor prático pelos outros. Enquanto você vai a
Deus para externar suas necessidades e alegrias, sua fé se expandirá em
preocupação amorosa por outras pessoas em sua vida 
(Gl 5.6). O câncer é um dos assassinos que definem a nossa época. É uma
luta típica. Há apenas algumas gerações, a grande ameaça eram as doenças
infecciosas. Muitas pessoas não viveram o bastante para contrair câncer e, se
tivessem contraído essa doença, não teriam sobrevivido para passar por
quatro tipos de câncer. Enquanto aprende a encarar o seu câncer, você está
crescendo em sabedoria para ajudar outras pessoas que também enfrentam
uma luta típica.
Amar os outros pode parecer um muro intransponível a escalar quando se
está no meio de sua própria luta física, emocional e espiritual. Porém, você
começará a amar até mesmo na maneira de lutar. Por exemplo, amar aqueles
à sua volta em meio à fraqueza pode ser tão simples quanto compartilhar
nossas fragilidades e necessidades com outra pessoa. Algumas vezes, os
homens têm mais dificuldade que as mulheres em ser honestos sobre suas
fraquezas e em expressá-las a outros. No entanto, a relutância desprovida de
amor, a pretensão de ter a situação sob controle, não é uma tendência apenas
masculina. A verdade é que a maioria das pessoas realmente não gosta de
precisar de ajuda. A Bíblia é sincera sobre nossa fraqueza. Davi escreveu
muitos salmos sobre sua sensação de fraqueza e necessidade. Jesus pediu a
seus discípulos para vigiar e orar com ele em sua terrível necessidade. Paulo
compartilhou muitas vezes suas necessidades pessoais com a igreja (pressões
que quase o esmagaram, seu espinho na carne e os sofrimentos dos quais
Deus o poupou) (2Co 4.8; 12.7; Fp 2.27).
Uma sinceridade saudável revitalizará relacionamentos enquanto você
estiver abrindo seu coração aos outros de forma pessoal. Não fale apenas
sobre sua condição física. Seja honesto sobre como você está na condição de
pessoa. Permita que os outros conheçam suas dores, apreensões e alegrias.
Fale sobre o que tem aprendido no relacionamento com Cristo. Compartilhe
os pontos nos quais tem lutado e em que aspectos espera crescer. Além de
pedir que as pessoas orem por sua cura física, você pode dizer: “Ore por mim
para que eu conheça a presença de Deus quando minha coragem falhar e eu
estiver com medo”. Ou “Ore por mim para que não fique irritado quando
estiver me sentindo enjoado por causa da quimioterapia”. Todo câncer
desperta questões espirituais, 
então fale sobre elas. Pedir oração além de suas necessidades físicas abre
portas para conversas sobre as coisas mais importantes na vida. O câncer cria
oportunidades para uma intimidade mais profunda com aqueles à sua volta.
As pessoas prestam atenção quando alguém que sofre está sendo sincero.
Eis aqui outra maneira simples de amar mesmo no meio da turbulência do
diagnóstico e do tratamento do câncer. Aprenda os nomes daqueles que estão
cuidando de você. Isso se tornou muito importante para mim. É um teste
decisivo para meu coração. Eu estou tão preocupado comigo mesmo que não
percebo as pessoas cuidando de mim? Ou a confiança no Senhor realmente
tem resultado em minha atitude de lembrar nomes, em meu humor, em ser
vigilante, em dizer muito obrigado? As pessoas da equipe médica têm um
trabalho árduo. Nesse caso, o trabalho deles é cuidar bem de mim! Eles
ganham a vida mostrando amor na prática. O trabalho não é apenas árduo;
também pode ser ingrato. Pacientes assustados, 
aborrecidos e egocêntricos não agradecem. Reconhecer o que alguém faz por
você é uma maneira de amá-los de volta, humaniza a experiência médica, que
pode ser desumanizada por todos nós. A equipe médica muitas vezes sofre de
fadiga por compaixão. Maneiras simples de lhe mostrar cuidado comunicam
nossa humanidade compartilhada em meio a essa experiência difícil, algumas
vezes degradante e sempre dolorosa. Outros aspectos do amor se revelarão
com o tempo. Paulo nos diz que o consolo que cada um de nós recebe nas
aflições particulares transborda para os outros, não importa o que estejam
enfrentando (2Co 1.3-11). Pela graça de Deus, meus cânceres não foram
mortais. Ainda que os tratamentos aos quais me submeti tenham sido difíceis,
aprendi algumas coisas que podem ajudar outras pessoas que talvez estejam
encarando ameaças ainda mais sérias. Minha disposição para admitir a
experiência de vulnerabilidade e dor ensina empatia por outras pessoas que
encaram coisas difíceis. Eu tenho uma percepção daquilo pelo qual outra
pessoa está passando. Minha experiência também me ensinou a ter
compaixão. Eu sei como é difícil, então me importo e quero ajudar, se isso
for possível. Aprender a andar na fé em meio a um diagnóstico de câncer me
proporciona algo bom para doar aos outros. Assim como eu, outras pessoas
precisam aprender a ser sinceras com Deus e a se lembrar da misericórdia
dele, de como buscar e achá-lo e de como a fé pode ser traduzida em amor. O
câncer o imerge no vale da sombrada morte. Todas as formas de crescimento
que você vivencia nessa experiência podem ser doadas e se tornar úteis para
outras pessoas.
Uma palavra final
Nenhum ser humano tem exatamente a mesma experiência com o câncer.
Nenhum de nós lida com os problemas exatamente da mesma maneira. Eu
tenho procurado descrever em quatro passos simples o que tem funcionado
em um processo profundamente pessoal.
Seja franco sobre seu problema.
Lembre-se de quem Deus é.
Apegue-se a Cristo.
Deixe que a fé o motive a amar os outros.
Como isso se dará em sua vida é sua história única a ser contada.Uma das
belezas da verdade bíblica é que os mesmos temas acontecem a todos nós e,
ainda assim, cada um traz uma linha histórica única. O último versículo do
Evangelho de João é uma de minhas frases favoritas porque ele demonstra
como isso se dá. Considere o que João fez por vinte e um capítulos. Ele
escreveu a história de Jesus contando sobre diferentes pessoas que se
encontraram com ele. João encerra dizendo: “Há, porém, ainda muitas outras
coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu
que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos” (Jo 21.25).
Cada história sobre o que Jesus fez, faz e fará tem um tema similar e, ainda
assim, a história de cada pessoa é diferente, e essas diferenças importam. Sua
versão da história – como a misericórdia de Jesus agiu em sua vida – importa.
Quando as palavras “Você tem câncer” interrompem sua vida, sempre
levantam desafios espirituais. O sofrimento tem como objetivo levar você a
Deus e fortalecer sua fé em Cristo, nosso Salvador. Tem como objetivo curar
você do egocentrismo, da incredulidade, das falsas crenças e dos pecados.
Se Deus ainda não se tornou seu amigo e seu socorro presente na tribulação,
se você ainda não o buscou e descansou em suas misericórdias, então um
diagnóstico de câncer aumentará seus problemas. Você pode se tornar
amargo, desesperado, viciado, temeroso ou desvairado. E, assim, mesmo que
“vença” esse câncer, isso pode fazer você mais tolamente autoconfiante, mais
obcecado pela salvação médica e mais dedicado a afastar o Deus a quem deve
prestar contas. Se você está fugindo daquele que venceu a morte de uma vez
por todas, então pare. 
Busque a misericórdia dele. Ele é a misericórdia encarnada, e sua porta
permanece escancarada. Se você é um filho de Deus, se pertence a ele, então
um diagnóstico de câncer – nas mãos de Cristo – transformará você para
melhor. Ele ensinará a você as coisas sobre as quais conversamos aqui.
Algumas vezes, ele o transformará rapidamente; e sempre o transformará
lentamente. O Senhor é, ao mesmo tempo, urgente e paciente. Ele o convida a
confiar nele agora mesmo. Ele é indispensável, então aja de acordo com o
que leu. Ele tem prazer em trabalhar através de sua existência. Ele é paciente,
por isso não se desespere com o fato de ainda pelejar. Pela graça dele, ao
longo do tempo, você lidará com vida e morte nos termos dele. Ele
abrandará, purificará e limpará você de seu egocentrismo. Ele fará você
necessitar dele e amá-lo. Ele reorganizará suas prioridades de modo que as
coisas mais importantes venham em primeiro lugar, com mais frequência. Ele
andará com você.
É claro que, algumas vezes, você vai falhar. Você pode ser apanhado por
irritabilidade, inquietação, escapismo ou medo. Pode ser que fique a debater-
se. Mas ele sempre levantará você quando tropeçar. Com ele, por causa de
Jesus, sempre há perdão 
(1Jo 1.9-10). Continue buscando e encontrando seu Salvador. Seu inimigo
interior, aquele câncer moral dez mil vezes mais mortal do que qualquer
outro físico, estará morrendo e você estará trilhando o caminho da vida.
“Das profundezas clamo a ti, SENHOR. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus
ouvidos às minhas súplicas. Se observares, SENHOR, iniquidades,quem, Senhor, subsistirá?
Contigo, porém, está o perdão, para que te temam” (Sl 130.1-4)
Por causa de Cristo, somos perdoados. Por causa de Cristo, estamos de pé.
Por causa de Cristo, temos esperança. Com Cristo, ainda que morramos,
viveremos para sempre.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei o mal.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
 
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