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METAS E PLANOS DE TRATAMENTO HOSPITALAR E AMBULATORIAL EM PACIENTES COM LESÃO MEDULAR TRAUMÁTICA

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METAS E PLANOS DE TRATAMENTO HOSPITALAR E AMBULATORIAL EM PACIENTES COM LESÃO MEDULAR TRAUMÁTICA
	
NN= Nível neurológico
NN C1-C3 Indivíduos com esse tipo de lesão alta cervical necessitam de assistência ventilatoria para respirar. A fala é bem difícil e limitada. Os movimentos de pescoço e cabeça também. As metas funcionais são facilitar a comunicação e a mobilidade independente em cadeira de rodas motorizada através de controle com a cabeça ou queixo. Adaptações com Tecnologia assistiva devem ser utilizadas com controle de voz para mínimas atividades e permitir assim a máxima autonomia no gerenciamento de suas necessidades. 
NN C4 A partir deste Nível Neurológico, os indivíduos já conseguem respirar necessitando de assistência manual apenas para a tosse. Possuem um melhor movimento da cabeça e pescoço e conseguem elevar os ombros. Com um equipamento adequado também podem controlar uma cadeira de rodas motorizada através de controle com a cabeça ou queixo. Adaptações com tecnologia assistiva devem ser utilizadas com controle de voz para mínimas atividades e permitir assim a máxima autonomia no gerenciamento de suas necessidades. 
NN C5 A principal aquisição neste nível é a capacidade de dobrar o cotovelo (flexão do cotovelo = atividade do músculo bíceps). O controle do movimento do ombro também está presente e proporciona aos individuos a possibilidade de levar sua mão ao rosto e à cabeça. Eles também conseguem virar a palma da mão para cima. Através dos movimentos dos ombros e do bíceps, conseguem realizar atividades simples com as mãos e pegar objetos com as duas mãos simultaneamente. Além disso, conseguem equilibrar-se sentados sem encosto, com o apoio dos braços. Em curtas distâncias e terrenos planos, esses individuos podem conduzir a cadeira de rodas manual. No entanto, nas atividades diárias é comum o uso da cadeira de rodas motorizada para diminuir o gasto energético e melhorar a funcionalidade. 
NN C6 Neste nível, a aquisição principal é a extensão de punho que através da “preensão por tenodese” (flexão passiva dos dedos através da extensão ativa do punho), gera uma independência quase total. Outra aquisição significativamente funcional é o controle parcial do tronco superior que lhes confere melhor equilíbrio sentado, bem como habilidade para participar ativamente das transferências. Os individuos com uso de equipamentos adaptativos têm uma maior facilidade ou independência para se alimentar, tomar banho, cuidar da higiene pessoal e se vestir. Eles usam a cadeira de rodas manual para as atividades diárias, participam ativamente das transferências, no alivio de pressão para prevenir escaras e nas mudanças de posição na cama. 
NN C7 Estes indivíduos têm a movimentação semelhante ao C6 com o acréscimo importante do movimento de esticar os cotovelos (músculo tríceps). Isso proporciona independência total nas transferências, mudanças de posição na cama, alivio de pressão, banho, alimentação, cuidados com a higiene pessoal e em se vestir. Também pode dirigir com um carro adaptado às suas necessidades. A cadeira manual é usada para as atividades diárias. 
NN C8- T1 Os movimentos de dedos presentes nesse nível proporcionam uma maior precisão e força no uso da mão funcionalmente. As metas funcionais incluem viver independentemente sem a necessidade de equipamentos especializados para os cuidados diários com o corpo e as atividades diárias. 
NN T2-T6 A partir deste nível, os indivíduos são classificados como Paraplégicos apresentando, portanto controle normal de cabeça, pescoço e membros superiores além de apresentar controle parcial dos extensores de tronco. 
NN T7-T11 Estes individuos são totalmente independentes e a aquisição funcional nestes níveis deve-se aos músculos abdominais e extensores de tronco (músculos paravertebrais) que estão ativos parcial ou totalmente, apresentando maior efetividade para tossir e realizar atividades em posturas sentadas sem apoio posterior. A cadeira de rodas manual é a melhor forma de locomoção para esses indivíduos tanto funcionalmente quanto energeticamente.
 NN T12-L1 Também utilizam a cadeira de rodas manual. A principal aquisição é o controle da pelve. Ainda não são capazes de ficar de pé, pois não apresentam controle voluntário de nenhuma musculatura dos membros inferiores. 
NN L2 Neste nível, podemos observar a presença do movimento de levantar a coxa. No entanto, este não é suficiente para a locomoção de pé. Qualquer tentativa de marcha neste nível necessita de dispositivos auxiliares e representa um altíssimo gasto energético com uma baixa performance, ou seja, não é uma marcha funcional. 
NN L3 Este é o primeiro nível em que o individuo é capaz de se locomover de pé. O movimento de esticar os joelhos (músculo quadríceps) possibilita ficar de pé sem auxílio e andar utilizando apenas órteses abaixo dos joelhos (AFO). 
NN L4-L5-S1 São indivíduos com poucas deficiências motoras em membros inferiores, portanto capazes de andar sem qualquer auxílio ou com órteses que envolvem apensas o tornozelo e o pé (SMO).
Reabilitação Inicial
A reabilitação inicial inclui todas as intervenções terapêuticas durante os estágios crítico e agudo. A principal ênfase da reabilitação inicial é diminuir os efeitos adversos do neurotrauma e da imobilização. Essa fase pode durar de alguns dias a diversas semanas, dependendo da gravidade e do nível da lesão e de outras lesões associadas. Embora a intensidade terapêutica possa ser limitada, os pacientes podem começar atividades fora do leito. Os objetivos durante essa fase devem focalizar a prevenção das complicações secundárias e preparar o paciente para participar totalmente da reabilitação. A equipe de tratamento deve começar a planejar a alta e treinar a família nessa fase.
Reabilitação do Paciente Internado
Durante a reabilitação do paciente internado, as atividades fora do leito são toleradas por períodos maiores de tempo, e o paciente começa a trabalhar em metas específicas de longo prazo. De acordo com as orientações do Medicare para a reabilitação, o paciente é capaz de participar de programas terapêuticos no mínimo 3 horas por dia. A intensidade da terapia pode continuar a ser limitada devido a problemas clínicos não resolvidos. À medida que os problemas clínicos são resolvidos e a resistência aumenta, o paciente progride para um nível mais alto e mais ativo de participação. Durante a internação, o paciente ganha diversos níveis de independência em habilidades específicas, e pode aprender habilidades avançadas relacionadas ao desempenho de atividades da vida diária (AVD), transferências e habilidades para movimentação. Visitas à comunidade devem ser planejadas para refinar habilidades avançadas, identificar necessidades futuras e estimular a reintegração na comunidade. Além disso, as seguintes etapas devem ser concluídas, a menos que de outro modo seja indicado pela equipe de reabilitação: (1) treinamento da família, (2) avaliação do ambiente domiciliar e da escola ou trabalho, (3) teste/planejamento vocacional, (4) entrega e colocação de equipamentos para alta, (5) instruções sobre o gerenciamento em casa, (6) instruções sobre programa de exercícios domiciliares, (7) encaminhamento para serviços de referência e (8) avaliação da capacidade de dirigir. O planejamento da alta abrange atividades com objetivo de promover uma transição suave para o ambiente domiciliar.
Reabilitação do Paciente Ambulatorial e Reintegração na Comunidade
A alta do programa de reabilitação para pacientes internados é apenas o início de um longo processo de ajustamento à incapacidade e reintegração na comunidade. A reabilitação durante a internação promove um ambiente mais adequado para aprender as habilidades de autocuidado, ainda que “as implicações de viver em uma comunidade com TRM dificilmente possam ser previstas com precisão pelo indivíduo recém-lesado ou pela equipe voltada para os que possuem habilidades físicas”. Devido à redução do tempo de hospitalização, os serviços após a alta estão se tornando cada vez mais importantes. Uma consequênciadireta disto resulta no tratamento ambulatorial de pacientes com lesões mais agudas, com maior necessidade de cuidados e com poucas habilidades aprendidas anteriormente no programa de reabilitação de pacientes internados. Os programas de tratamento ambulatoriais comumente incluem treinamento avançado de transferências, treinamento de mobilidade avançada em cadeira de rodas, treinamento de marcha, aperfeiçoamento do treinamento de AVD e um programa aprimorado de exercícios domiciliares. Trata-se de uma mudança na estrutura do programa típico, porque essas habilidades eram tradicionalmente parte do programa de reabilitação para o paciente internado. Isto é o resultado direto de esforços para contenção de custos, e levando à redução do tempo de internação. 
Os serviços oferecidos após a alta podem incluir programas diários, uma única visita ao paciente ambulatorial, e visitas e serviços de rotina para acompanhamento. O principal propósito desses serviços é fornecer um esforço coordenado para o paciente reintegrar-se totalmente à comunidade.
O conceito de “programa diário” surgiu para responder à demanda por serviços de reabilitação mais abrangentes. Os pacientes que são clinicamente estáveis não necessitam de serviços de enfermagem durante a noite, toleram 3 horas ou mais de terapia por dia e necessitam de uma abordagem coordenada de dois ou mais serviços são bons candidatos a este tipo de programa. Um programa diário oferece os mesmos serviços de reabilitação que são oferecidos aos pacientes internados, porém são desenvolvidos em uma unidade externa. O objetivo não é somente a execução de habilidades funcionais, mas também a transferência dessas habilidades aprendidas para a comunidade.
estabelecimento de metas é um processo dinâmico que ocorre imediatamente após o exame. Cada problema identificado deve ser abordado com metas específicas de curto e longo prazos. O terapeuta deve interpretar as novas informações continuamente, o que leva à reavaliação constante e à revisão de metas. Os objetivos são sempre individualizados e devem ser estabelecidos em cooperação com a equipe de tratamento, o paciente e seu cuidador, e com considerações realistas das necessidades previstas no retorno ao ambiente doméstico. Os fatores que devem ser considerados ao se determinar as metas incluem idade, tipo físico, lesões associadas, pré-morbidade, lesão ortopédica adicional, capacidade cognitiva, condição psicossocial, espasticidade, resistência, força, amplitude de movimento (ADM), recursos financeiros e motivação. As metas de longo prazo na reabilitação de pacientes com TRM refletem os resultados funcionais e são baseadas na força da musculatura parcial ou totalmente inervada. Metas de curto prazo identificam componentes que interferem na capacidade funcional e são projetadas para “abordar esses fatores limitantes enquanto constroem as habilidades” relativas às metas de longo prazo desejadas. As metas funcionais são estabelecidas nas seguintes áreas: banho, mobilidade no leito, controle de bexiga e intestino, comunicação, controle/acesso ao ambiente, alimentação, capacidade de vestir-se, gerenciamento da casa, ADM/posicionamento, cuidado com a pele, transferências, transporte/direção, gerenciamento e mobilidade na cadeira de rodas. Determinar metas para pacientes com lesão medular incompleta é frequentemente mais desafiador devido à maior variabilidade de apresentação clínica e à incerteza de recuperação neurológica. Como em qualquer paciente, as reavaliações contínuas fornecem uma visão adicional sobre as limitações funcionais ou progressão e potencial e, portanto, direcionam o processo de determinação de metas. Além dos objetivos funcionais específicos e das expectativas, o treinamento da família, as modificações no domicílio, no trabalho e na escola e a reinserção na comunidade devem ser considerados.
Ref: PDF ABRAFIN Fisioterapia e Lesão Medular
Livro reabilitação neurológica

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