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6 Objetivos de Aprendizagem

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Cuiabá, 2010
Oreste Preti
PRODUÇÃO DE 
MATERIAL DIDÁTICO 
IMPRESSO:
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS 
E PEDAGÓGICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Não há vento favorável para quem não sabe a que porto 
se dirige - Ignoranti quem portum petat, nullus suus 
ventus - (Lucius Annaeus Seneca - 4 a.C. - 65 d.C., 
romano, filósofo latino, escritor, político). 
O texto didático é um texto pretexto para a aprendiza-
gem. Em seus fins e objetivos reside o começo da apren-
dizagem (PAVIANI apud SANTOS, 2001).
Ao acompanharmos a produção de MDI de diferentes institui-
ções, observamos certa dificuldade por parte de professores-autores em 
elaborar objetivos de aprendizagem. Talvez isso ocorra: 
- porque muitos dos que atuam no ensino superior não tenham 
tido formação pedagógica ao longo de sua formação profissio-
nal, ou 
- porque o plano de ensino que apresentam à coordenação de seu 
curso, no início do semestre letivo, seja encarado como cumpri-
mento de mera formalidade acadêmica, ou 
- porque, quando se elabora o MDI, os objetivos são redigidos 
depois de elaborar o texto escrito e “dependurados” no começo 
da unidade, para atender “mera” exigência do projeto gráfico, 
da equipe pedagógica, ou, quem sabe, 
- porque quem redige os objetivos é o designer educacional e não 
o autor, pois este não vê necessidade de apresentá-los no texto. 
Como o designer nem sempre é especialista do conteúdo daque-
le MDI, dificilmente consegue traduzir o que o professor pre-
tende que o estudante aprenda em determinada unidade.
6
128 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Mas, por que na elaboração do texto didático, no campo da 
EaD, se insiste na importância da formulação e explicitação 
dos objetivos para o estudante? Com que finalidade?
Quando mencionávamos, em páginas anteriores, o processo de 
produção do texto didático, acenávamos a que um dos caminhos, em sua 
elaboração, era iniciar pelos objetivos, em seguida redigir as atividades, 
para depois produzir o texto-base, lembra? Por que será?
Porque, em nosso entender, o referido caminho possibilitaria ao 
autor focar o que é mais importante no conteúdo, aquilo que se espera 
possa o estudante aprender, que consiga realizar. Nessa postura, o autor 
perceberia de imediato, com maior clareza, se os objetivos propostos são 
pertinentes ou não, se estão bem-formulados.
De fato, estudos realizados por diferentes especialistas da EaD 
(MARTÍN CORDERO, 1999; LANDRY, 1985; ROWNTREE, 1999) 
indicam que uso de objetivos no texto didático contribui positivamente 
no processo de ensino-aprendizagem, em diferentes aspectos. Vejamos 
alguns deles.
Em relação a você, autor:
A redação dos objetivos é estratégia pedagógica valiosa para:
- orientar e dirigir sua ação de ensinar;
- selecionar conteúdo;
- não desviar do caminho quando está escrevendo (o que interes-
sa ou não);
- propor atividades didáticas adequadas e redigir “critérios” que 
auxiliem o estudante a autoavaliar seu desempenho;
- dar pistas ao tutor sobre o processo de avaliação das atividades 
propostas no texto;
- poder começar a escrever por um dos objetivos, não necessaria-
mente “do começo”.
Assim, os objetivos contribuem na organização do conteúdo e 
das atividades de aprendizagem, por parte do professor-autor. E para o 
estudante, em que podem contribuir?
Em relação ao estudante
Os objetivos contribuem em diferentes aspectos da aprendizagem:
- permitem que o estudante saiba, desde o início, o que irá 
fazer, o que deverá alcançar, no percurso e ao final dele;
129Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- isso possibilita desenvolver sua autoconfiança, pois, ao 
conhecer o que se espera dele em determinada etapa de 
estudo, provavelmente obterá sucesso em alcançar o 
que o objetivo específico demarca.
- propõem conhecimentos, habilidades e atitudes, em 
função do perfil profissional, indicando em que aspec-
to/dimensão de sua formação a disciplina irá contribuir;
- neles figuram os processos cognitivos que se realizam 
no estudante e o conteúdo com o qual irá lidar, sobretudo 
nos momentos de avaliação final;
- servem para que avalie o que já alcançou (para autoava-
liação; desenvolver sua autoconfiança);
- possibilitam que o estudante identifique o que ainda não 
domina (“tomada de consciência”) e possa, assim, reori-
entar suas estratégias de estudo ( );
- permitem verificar as hipóteses que o estudante formula 
em relação ao conceito estudado, e isto serve como 
ponto de partida para a mediação pedagógica.
Em poucas palavras, indicam ao estudante o que deve aprender, 
quais os conhecimentos a serem “assimilados”, que competências cons-
truir, que habilidades e atitudes desenvolver, sobre o que será avaliado. 
Isso permite a ele focar a atenção na leitura do material didático e sentir 
motivação desde o início do estudo.
metacognição
Competência e habilidade
Vamos procurar explicar 
estes conceitos por meio de um 
exemplo muito conhecido e utiliza-
do. Certamente, você sabe dirigir 
um carro ou andar de bicicleta. 
Lembra como aprendeu? E agora, 
como você dirige?
Quando começou aprender a 
dirigir um carro. Parecia-lhe impos-
sível segurar o volante, pisar na embreagem, no freio, no acelerador, 
olhar o retrovisor, mudar de marcha, etc.. Quantos movimentos ao 
mesmo tempo; mão esquerda, mão direita, pé esquerdo, pé direito! 
Nem conseguia olhar bem a paisagem e, menos ainda, conversar com 
o instrutor ou com quem estivesse a seu lado lhe ensinando a dirigir.
130 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Com o treinamento, após certo tempo, passou a controlar todos 
estes movimentos, observar a paisagem, ouvir música, conversar com 
as pessoas no carro, etc. (menos falar no celular, ou fumar dirigindo), 
tudo de maneira natural e tranquila. Por quê? O que aconteceu?
Adquiriu esquemas que lhe permitem, até hoje, dirigir auto-
maticamente, sem pensar no que está fazendo: diminui a velocidade, 
freia, pisa na embreagem, etc.
Você desenvolveu habilidades!
Porém, cotidianamente, o trânsito lhe apresenta situações novas. 
Você lida com elas com tranquilidade: freia de repente diante de um 
obstáculo, ultrapassa.... Às vezes sua vida pode depender de sua mane-
ira de responder a estas novas situações, de solucionar o inesperado. 
Você desenvolveu competências!
Mobilizou conhecimentos e esquemas para dar respostas 
novas, criativas, eficazes.
Em resumo. Os objetivos apontam as propostas ou 
metas valiosas que o autor entende desejáveis e configuram 
os resultados a serem alcançados pelo estudante. Ajudam a 
orientá-lo no processo de aprendizagem e sobre o “produ-
to” que dele resultará. Assim, permitem que o “produto” da 
disciplina possa ser avaliado (por ele, pelo tutor, pelo pro-
fessor) e “mensurado” (saber onde o estudante se encontra 
ao longo e ao final da caminhada).
Em pinceladas rápidas, os objetivos atuam como 
estímulos orientadores, dirigindo a aprendizagem do estudante e desen-
volvendo sua autoconfiança.
O livro Inteligências 
Múltiplas (Howard 
Gardner, 1985) 
utiliza estes 
conceitos como 
constituintes da 
estrutura da 
inteligência. Ou seja, 
são considerados 
mecanismos mentais. 
6.1 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
Por que dissociar objetivos gerais e específicos? Qual a diferença?
Objetivos Gerais 
São formulados no início da disciplina, na apresentação, para 
expressar as intenções do professor-autor, sem especificações precisas 
do que será realizado.
131Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
São amplos, descritivos e integrais. Não são de alcance imedia-
to, mas de um processo mais ou menos longo, derivados do perfil pro-
fissional.
Sua formulação pode parecer algo abstrato, vago, porém sempre 
centrada no aprendiz.
Como devem ser formulados?
- fazer breve descrição dos objetivos a serem alcançados ao final 
do curso;
- frisar até onde se pretende chegar;
- utilizar verbos ativos, cujo sujeitoseja o estudante;
- usar verbos no infinitivo.
Objetivos Específicos
São formulados no início de cada unidade e se expressam como 
manifestações observáveis, mais fáceis de ser verificados, “mensura-
dos”, avaliados se foram alcançados ou não.
Devem expressar o que o estudante deve fazer, por meio de ver-
bos transitivos operativos, não ambíguos. Em sua formulação, deve 
aparecer pelo menos o nível mínimo a ser alcançado pelo aprendiz e as 
circunstâncias relevantes.
Não esquecer que cada objetivo deve referir-se somente a uma 
manifestação, a um tipo de resultado.
Como devem ser formulados?
- descrevê-los detalhadamente;
- redigi-los de forma coerente com os objetivos gerais;
- usar verbos no infinitivo.
6.2 FORMULAÇÃO
O objetivo deve ser bem-formulado para que possa
- Informar a quem lê a exata intenção de quem elaborou;
- Ser identificado por todos da mesma forma;
- Primar pela clareza e precisão;
- Ser atraente e motivante;
- Estar em sintonia com os requisitos da avaliação;
- Estar disposto numa sequência de desenvolvimento progressivo;
- Dar ao estudante feedback acerca do que se espera que ele 
aprenda e faça.
132 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Requisitos para sua boa formulação:
- Descrição do comportamento (observável) que o estudante 
deve apresentar após o processo de ensino-aprendizagem (o 
estudante faz o quê?). 
Ex.: Relacionar, enumerar, calcular, nomear, fazer um resumo, 
um quadro sinótico, realizar a operação X, etc.
- Descrição das condições nas quais o estudante deve demonstrar 
o comportamento (com o quê?);
Ex.: Dado um projetor de luz….; dadas cinco frases com desvi-
os de língua portuguesa….; dada uma lista com dez nomes…..
- Critérios ou padrões de desempenho mínimo aceitável (com 
qual nível de rendimento?).
Ex.: vinte e cinco das trinta questões devem ser respondidas; 
apresentar no mínimo três causas que expliquem...
Equívocos em sua formulação
- Descrever o comportamento do professor-autor, do que ele 
pretende realizar, em vez de dizer aquilo que o estudante deve 
“dar conta”. 
Ex.: Nesta unidade, pretendemos descrever o processo de 
produção. Iremos explicar como funciona um motor ...;
- Descrever o processo de aprendizagem, e não o produto da 
aprendizagem.
Ex.: Esperamos que o estudante desenvolva a capacidade de; 
Levar o estudante a adquirir conhecimento sobre;
- Descrever tópicos de assunto.
Ex.: Nosso objetivo é discutir o que é educação ambiental, o 
histórico da educação ambiental;
- Descrever dois comportamentos do estudante.
Ex.: Ao final da leitura desta unidade, você estará apto a concei-
tuar estatística, descrevendo sua origem e utilidade no campo 
profissional.
Evite:
- Fazer uma lista por demais extensa;
- Utilizar termos que o estudante ainda não conhece;
133Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- Usar verbos como “conhecer”, “ compreender”, por serem 
muito vagos e não oferecerem ideia clara ao estudante do que se 
espera dele.
6.3 VERBOS
No momento de redigir os objetivos, paira certa dificuldade na 
escolha adequada dos verbos. Como saber se aquele verbo traduz bem o 
que você espera que o estudante dê conta de realizar e/ou se aquele verbo 
vai ser compreendido de maneira correta pelo estudante?
Realmente, há verbos que podem provocar equívocos ou confun-
dir o estudante, pois enfeixam diferente interpretação. Outros são mais 
claros e precisos. Por isso, apresentamos a seguir uma lista destes verbos 
(PENTEADO et al., 1970, p. 200).
Verbos que admitem poucas interpretações:
alterar analisar aplicar assinalar
avaliar calcular categorizar citar
classificar colocar comparar compilar
completar conceituar concluir conectar
construir contrastar correlacionar corrigir
correlacionar corrigir criticar demonstrar
descrever definir diagramar diferenciar
discriminar discutir distinguir dividir
enumerar enunciar escolher escrever
explicar exemplificar falar fazer
formular generalizar identificar ilustrar
indicar Interpretar jogar juntar
justificar ler listar localizar
manipular marcar multiplicar medir
mudar modificar nomear numerar
ordenar organizar planejar preparar
produzir pintar perguntar preencher
projetar reagrupar recitar relacionar
relatar reconhecer repetir reproduzir
resolver responder reunir revisar
selecionar separar solucionar sintetizar
somar subtrair sumariar soletrar
traduzir transformar tirar usar
utilizar
134 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Verbos que admitem muitas interpretações:
acreditar adquirir apreciar
aperfeiçoar aprender captar
comportar-se compreender conhecer
conscientizar desenvolver dominar
entender Interessar-se julgar
melhorar motivar orientar
pensar raciocinar relacionar-se
saber
Na literatura que trata dos objetivos no ensino, você encontrará 
diferentes classificações, isto é, formas variadas de organizar os objeti-
vos de acordo com o campo em que atuam.
Vejamos, resumidamente, duas das mais conhecidas classificações.
Taxionomia de Bloom
Benjamin Bloom liderou um grupo formado pela American 
Psychological Association para criar uma "classificação de objetivos 
de processos educacionais" (1956). Classificou os objetivos em três 
domínios: 
- cognitivo
- afetivo
- psicomotor 
- No nível cognitivo, Bloom apresenta seis categorias principais, 
de complexidade crescente. Em cada uma, os verbos que podem 
ser utilizados para explicitá-las.
Quadro 5. Funções mentais e verbos que podem ser usados em cada nível de 
domínio cognitivo
CONHECIMENTO
Definir
Repetir
Apontar
Inscrever
Registrar
Marcar
Recordar
Nomear
COMPREENSÃO
Traduzir
Reafirmar
Discutir
Descrever
Explicar
Expressar
Identificar
Localizar
APLICAÇÃO
Interpretar
Aplicar
Usar
Empregar
Demonstrar
Dramatizar
Praticar
Ilustrar
ANÁLISE
Distinguir
Analisar
Diferenciar
Calcular
Experimentar
Provar
Comparar
Contrastar
SÍNTESE
Compor
Planejar
Esquematizar
Formular
Coordenar
Conjugar
Reunir
Construir
AVALIAÇÃO
Julgar
Avaliar
Taxar
Validar
Selecionar
Escolher
Valorizar
Estimar
135Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Relatar
Sublinhar
Relacionar
Anunciar
Conceituar
Reconhecer
Evocar
Listar
Mencionar
Rotular
Transcrever
Revisar
Narrar
Distinguir
Analisar
Especificar
Interpretar
Exemplificar
Predizer
Traduzir
Operar
Inventariar
Esboçar
Traçar
Relacionar
Resolver
Usar
Descobrir
Elaborar
Modificar
Criticar
Investigar
Debater
Examinar
Categorizar
Classificar
Identificar
Selecionar
Dividir
Separar
Criar
Erigir
Organizar
Prestar
Sintetizar
Imaginar
Produzir
Medir
Comparar
Concluir
Criticar
Ao propor estes objetivos de aprendizagem ao estudante, o que se 
espera dele, que resultantes?
NÍVEL
Conhecimento
Compreensão
Aplicação
Análise
Síntese
Avaliação
RESULTANTES
Rótulos, nomes, fatos, definições, conceitos
Argumento, explicação, descrição, resumo
Diagrama, ilustração, coleção, mapa, jogo, quebra-cabeça, modelo, relato, 
fotografia, lição
Gráfico, questionário, categoria, levantamento, tabela, delineamento, 
diagrama, conclusão, lista, plano, resumo
Poema, projeto, resumo do projeto, fórmula, invenção, história, solução, 
máquina, filme, programa, produto
Julgamento, recomendação, veredicto, conclusão, avaliação, investigação
No primeiro nível, o do conhecimento, o autor espera que o estu-
dante ponha em evidência conhecimento de especificidades (como ter-
minologias, fatos, sequências, classificações, categorias, metodologias, 
critérios, etc.) e de universalidades e abstrações (princípios, teorias, etc.). 
A aprendizagem se dá muito pela memorização, pela reprodução de uma 
informação dada.
O nível da compreensão abarca a tradução, a interpretação e a 
extrapolação da mensagem contida em um texto. A partir do raciocínio, o 
estudante traduz seu conhecimento fazendo recurso a seu próprio voca-
bulário. É capaz de usar uma informação original e ampliá-la, reduzi-la, 
representá-la de outra forma, ou prever consequências a partir dela.
O nível daaplicação reporta à capacidade de o estudante fazer uso 
de abstrações em situações particulares e concretas, que lhe sejam novas. 
Transporta uma informação recebida para situação nova e específica.
Os níveis de análise e síntese pretendem desenvolver, no estudan-
te, a capacidade de realizar o movimento de identificar as partes de um 
136 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
todo, estabelecer relações entre estas partes (análise) para o movimento de 
formação do todo (síntese), a partir das particularidades, de perceber que 
este todo constitui um padrão, ou estrutura que antes não estava evidente.
Finalmente, em Avaliação, o nível mais complexo, espera-se do 
estudante a capacidade de julgamento sobre algo, assentado em critérios 
próprios ou noutros que lhe são fornecidos. 
- No nível afetivo, espera-se do estudante mudanças de atitudes, 
de valores, interesses. De um nível em que o estudante se com-
porta passivamente, em relação a determinado valor apresenta-
do, passando por seu interesse e pela internalização deste valor, 
o estudante passa a reinterpretar este valor à luz de outros, para, 
finalmente, vivenciar este valor, externá-lo.
- No nível psicomotor, que engloba desde a percepção que o 
estudante tem de todos os movimentos envolvidos em determi-
nada ação até o domínio sobre esses movimentos. Desenvolve 
habilidades motoras, de atividades que exigem coordenação 
neuromuscular. 
Aqui optamos por desenvolver mais a taxionomia de Bloom, por 
ser a mais conhecida e utilizada. Mas há outras, como a de Robert M. 
Gagné (1965), que descreve as condições que favorecem a aprendiza-
gem de uma capacidade específica.
Segundo Gagné, há cinco tipos de resultados de aprendizagem:
- Informação verbal e conhecimento:
capacidade de verbalizar nomes de objetos, de fatos, trechos de 
textos e outras informações armazenadas na memória;
- Estratégias cognitivas:
capacidade de criar ou escolher um processo mental que condu-
za à solução de um problema ou ao desempenho de uma tarefa);
- Habilidades motoras: 
capacidade de desempenhar tarefas físicas segundo padrões 
estabelecidos;
- Habilidades intelectuais:
capacidade de discriminar classes de coisas diferentes, por suas 
características físicas e por suas características abstratas; de 
aplicar uma regra na solução de um problema ou na realização 
de uma tarefa, de aplicar uma regra de ordem superior.
- Atitudes:
capacidade de adotar um comportamento específico em concor-
dância com valores e crenças adquiridos.
137Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Você pode conhecer outras, ou, no processo de produção, ser 
orientado a seguir outra. Mas o importante a ser assinalado é que nenhu-
ma taxionomia pode ser, por si só, considerada como a melhor, que deve 
ser seguida obrigatoriamente. 
Em suma, ela ajuda você a ter clareza do caminho que quer per-
correr no processo de ensinar para que o processo de aprender se efetive, 
propiciando articulação entre o conteúdo (a ser ensinado) e o os objetivos 
(o que se espera do estudante aprender).
No entendimento de Maria Eugênia de Lima e Montes Castanho 
(1991),
o importante é atuar em diferentes níveis de complexida-
de, partindo do mais elementar, que é o conhecimento de 
terminologia, passando pelo conhecimento de fatos e de 
regras e princípios, e atingindo as habilidades mentais 
cada vez mais complexas que desembocam na capacida-
de crítica e avaliativa (p. 63).
É de se perguntar: o que dizem as pesquisas sobre o uso dos obje-
tivos de aprendizagem no texto didático?
Pesquisas realizadas por instituições tradicionais que atuam na 
EaD, como a Open University (Inglaterra), a Universidad Nacional de 
Educación a Distancia (Espanha) e a Télé-université du Québéc (Cana-
dá), isto ponderam:
- grupos que leram textos com objetivos, apresentaram nível de 
retenção maior que grupos que leram textos sem objetivos;
- por outro lado, a aprendizagem diminui quando se utilizam 
muitos objetivos no início do texto.
Independentemente das controvérsias em relação à eficácia de 
redigir objetivos ou não, deste jeito ou daquele, a maioria das instituições 
que atuam na EaD optam pela explicitação dos objetivos no texto didáti-
co, pois acreditam que isso beneficia o estudante em sua aprendizagem.
Disciplina “Avaliação da Aprendizagem na Educação Superior”
Objetivos Gerais:
- Reconhecer os aspectos gerais da avaliação e da avalia-
ção da aprendizagem no ensino superior;
Exemplo 1
138 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- Compreender os principais aspectos referentes à prática 
da avaliação da aprendizagem no ensino superior.
Objetivos Específicos:
- Identificar as principais abordagens da avaliação educa-
cional e seus níveis;
- Reconhecer o conceito de avaliação da aprendizagem;
- Diferenciar as funções da avaliação da aprendizagem;
- Refletir criticamente sobre a avaliação da aprendizagem 
no ensino superior;
- Reconhecer a importância do planejamento da avalia-
ção e os aspectos que a envolvem;
- Diferenciar os tipos de conteúdos e sua implicação na 
avaliação da aprendizagem;
- Debater a questão das competências e das habilidades, 
e sua importância, para a avaliação da aprendizagem;
- Reconhecer a importância dos critérios e padrões de 
avaliação da aprendizagem;
- Elaborar critérios e padrões de avaliação;
- Reconhecer os principais instrumentos de avaliação da 
aprendizagem e sua aplicabilidade no ensino superior.
TV na Escola e os Desafios de Hoje
Objetivos Gerais:
- Capacitar profissionais de instituições públicas de ensino 
fundamental e médio para o melhor uso, no cotidiano escolar, 
dos recursos proporcionados pelas tecnologias da informação 
e da comunicação, com ênfase na linguagem audiovisual.
Específicos:
- Identificar aspectos teóricos e práticos dos meios de comuni-
cação no contexto das novas tecnologias da informação e da 
Exemplo 2
139Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Mas preocupar-se com os aspectos técnicos e linguísticos na 
elaboração de objetivos não é suficiente. Há algo a mais, e muito impor-
tante a considerar. Dizíamos, na primeira unidade, que o processo de 
ensinar, para realizar também sua função educativa, necessita envolver o 
estudante em seu todo (pensar-sentir-agir), propiciando-lhe formação 
técnico-científica e político-social. 
comunicação (uso integrado de várias linguagens de comu-
nicação: sonora, visuais, audiovisuais, informáticas), desta-
cando os mais úteis ao processo de ensino e aprendizagem;
- Familiarizar-se com as tecnologias da informação e da 
comunicação e sua utilização pedagógica;
- Compreender as capacidades perceptivas, emocionais, 
cognitivas e comunicacionais do homem, por meio das 
contribuições científicas;
- Explorar o potencial de recursos da TV Escola no projeto 
politico-pedagógico da escola, sua gestão no cotidiano esco-
lar e sua disponibilidade à comunidade;
- Elaborar propostas concretas para utilizar o acervo da TV 
Escola e de outras emissoras no desenvolvimento de ativida-
des curriculares nas diferentes áreas do conhecimento, assim 
como outras tecnologias da informação e da comunicação.
Preocupar-se com verbos permitidos e proibidos, que 
se refiram ao desempenho do estudante e não do profes-
sor, e outras formalidades desse tipo são questiúnculas 
que muitas vezes deslocam a tônica das grandes ques-
tões que se colocam cotidianamente. (CASTANHO, 1991, p. 58).
Assim, quando a equipe de professores do curso elaborara o projeto 
pedagógico, define os fins sociopolíticos do curso, qual a contribuição do 
curso na formação do futuro profissional. Por meio destes objetivos (tam-
bém nomeados de mediatos, abertos, pedagógicos, educativos), põem-se 
em ênfase as características que se pretende desenvolver no profissional e 
que, de maneira geral, não podem ser percebidas ou avaliadas de imediato, 
pois o desempenho do estudante é algonão previsível. Mas, certamente, 
terão impacto em sua formação acadêmica e profissional.
Você, então, ao elaborar os objetivos gerais de sua disciplina não 
pode se esquecer destes objetivos sociopolíticos! Pois,
140 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Os objetivos em educação não dizem respeito apenas a 
um fragmento do real a testar, mas a uma compreensão 
da realidade humana que transcende os limites provinci-
ais. Daí que não há como limitar o que de si é ilimitado 
(CASTANHO, 1991, p. 64).
Enfim, a elaboração de objetivos não pode ser 
encarada como exigência burocrática, nem mesmo 
para atender a orientação pedagógica na produção de 
texto didático. Pois vimos, nesta unidade, que os 
objetivos contribuem, de maneira singular, no processo de ensino-
aprendizagem, orientam o autor na seleção de conteúdo e na reda-
ção do texto, e ajudam o estudante a focar a leitura no que é mais 
importante.
Lembra do diálogo de Alice (na obra Alice no País das Maravi-
lhas, de Lewis Carroll) com o gato de Cheshire quando, perdida no bos-
que, queria sair daquele lugar?
- Qual o caminho que devo tomar, ela pergunta?
- Isso depende muito de para onde você quer ir, responde o gato.
- Não me importa muito para onde.
- Então, não importa o caminho que você escolher!
Se não se sabe aonde ir, qualquer caminho serve, vai-se a lugar 
nenhum!

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