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Fisiologia do sistema genital feminino

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[FISIOLOGIA DO 
SISTEMA GENITAL 
FEMININO] 
 
 
[2020] 
[SISTEMA GENITOURINÁRIO] 
DENILSON DUARTE 
[MÓDULO GENITOURINÁRIO] | [UFCA] 
1 | P á g i n a 
 
Sumário 
Fisiologia do sistema genital feminino .......................................................................................... 2 
Ciclo ovariano mensal e função dos hormônios gonadotrópicos ............................................. 2 
Hormônios gonadotrópicos e seus efeitos nos ovários ........................................................ 2 
Fase folicular do ciclo ovariano ............................................................................................. 3 
Fase lútea do ciclo ovariano .................................................................................................. 4 
Função dos hormônios ovarianos ............................................................................................. 6 
Função do estrogênio ............................................................................................................ 6 
Função da progesterona ....................................................................................................... 8 
Ciclo endometrial mensal e menstruação ................................................................................. 8 
Fase proliferativa do ciclo endometrial ................................................................................. 8 
Fase secretora ....................................................................................................................... 9 
Menstruação ......................................................................................................................... 9 
 
 
2 | P á g i n a 
 
Fisiologia do sistema genital feminino 
O sistema hormonal feminino consiste em 3 hierarquias de hormônios: 
1. O hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH), secretado pelo o hipotálamo; 
2. Os hormônios sexuais sintetizados pela adenohipófise, FSH e o LH, ambos secretados 
em resposta ao GnRH; 
3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, secretados em resposta ao FSH e 
LH. 
Esses hormônios são secretados com intensidades diferentes durante as diferentes partes 
do ciclo sexual feminino mensal. Porém, a quantidade de GnRH que é liberada pelo 
hipotálamo aumenta e diminui de modo bem menos drástico durante o ciclo mensal, sendo 
secretado em pulsos curtos, em média de uma vez a cada 90 minutos. 
 
Figura 1 Estruturas internas do útero, ovário e de uma trompa uterina. 
Ciclo ovariano mensal e função dos hormônios gonadotrópicos 
Os anos reprodutivos normais da mulher é caracterizado por variações rítmicas mensais 
da secreção de hormônios, e correspondem a alterações nos ovários e nos outros órgãos 
sexuais. Esse período rítmico corresponde ao ciclo sexual mensal feminino. O ciclo dura, 
em média, 28 dias, podendo ser curto como 20 dias ou longo como 45 dias. O ciclo sexual 
feminino produz dois resultados: primeiro, apenas um só óvulo, nas condições normais, 
é liberado dos ovários a cada mês. Em segundo lugar, o endométrio uterino é preparado 
com antecedência para a implantação do óvulo fertilizado em momento determinado 
do mês. 
Hormônios gonadotrópicos e seus efeitos nos ovários 
As mudanças ovarianas que ocorrem durante o ciclo dependem dos 
hormônios gonadotrópicos FSH e LH, secretados pela adenohipófise. Quando 
não ocorre a secreção desses hormônios, os ovários permanecem inativos, 
como ocorrem durante toda a infância. Entre os 9 e os 12 anos, a hipófise 
começa a secretar progressivamente FSH e LH, levando ao início dos ciclos 
mensais normais. Esse período é de mudança é denominado puberdade, quando 
ocorre o primeiro ciclo menstrual, a menarca. 
Tanto o FSH quanto o LH estimulam suas células-alvo ovarianas ao se 
combinar com receptores muito específicos. Os receptores ativados, por sua 
vez, aumentam a secreção das células e também o crescimento e a proliferação 
das células. A maior parte dos efeitos produzidos por esses hormônios estão 
3 | P á g i n a 
 
associados ao sistema de segundo mensageiro do AMPc, levando a formação de 
proteocinases e fosforilação de enzimas-chave. 
Fase folicular do ciclo ovariano 
Quando uma criança do sexo feminino nasce, cada óvulo é circundado 
por cama única de células da granulosa. O óvulo, com esse revestimento de 
células da granulosa, é denominado de folículo primordial. Durante toda a 
infância, essas células da granulosa oferecem nutrição para o óvulo e secretam 
fator inibidor da maturação do oócito, que mantém o óvulo parado no estado 
primordial. Após a puberdade, quando ocorre secreção de FSH e LH da 
adenohipófise, os ovários junto com alguns folículos do interior começam a 
crescer. O primeiro estágio de crescimento folicular é o aumento moderado do 
próprio óvulo, então, segue-se o crescimento de outras camadas das células da 
granulosa em alguns dos folículos, conhecidos como folículos primários. 
 
Durante os primeiros 
dias do ciclo mensal feminino, 
as concentrações de FSH e LH 
aumentam leve a 
moderadamente. Esses 
hormônios, especialmente o 
FSH, causam o crescimento 
acelerado de 6 a 12 folículos 
primários por mês. O efeito 
inicial é a rápida proliferação 
das células da granulosa, 
levando ao aparecimento de 
muitas outras camadas dessas 
células. Somado a esse efeito, 
as células fusiformes derivadas 
do interstício ovariano, 
agrupam-se em diversas camadas por fora das células granulosas. Esse 
agrupamento é responsável por formar duas estruturas: a teca interna, que 
adquire características epitelioides e desenvolve capacidade de secretar mais 
hormônios sexuais esteroides, e a teca externa, que se desenvolve formando a 
cápsula de tecido conjuntivo muito vascular, que passa a ser a cápsula do 
folículo em desenvolvimento. 
Após a fase proliferativa inicial do crescimento, a massa de células da 
granulosa secreta o líquido folicular, com grande concentração de estrogênio. O 
acúmulo desse líquido leva ao aparecimento do antro dentro da massa de 
células da granulosa. O crescimento inicial do folículo primário até o estágio 
antral é estimulado principalmente pelo FSH. Depois do surgimento do antro, 
ocorre crescimento acelerado, levando a folículos maiores, denominados 
folículos vesiculares. Esse crescimento acelerado ocorre devido aos seguintes 
fatores: 
1. Estrogênio, secretado no folículo, que faz aumentar a quantidade de 
receptores de FSH; 
Figura 2 Concentrações plasmáticas de gonadotropinas e 
hormônios ovarianos durante o ciclo sexual feminino 
normal. 
4 | P á g i n a 
 
2. O FSH e os estrogênios se combinam e promovem receptores de LH, o que 
leva ao aumento da secreção folicular; 
3. Maior quantidade de estrogênio na secreção folicular e a maior secreção 
de LH da hipófise, agindo em conjunto, causam a proliferação das células 
tecais foliculares e aumentam também sua secreção. 
Com esses fatores, o crescimento dos folículos antrais ocorre de modo 
quase explosivo. Enquanto o folículo aumenta, o óvulo permanece incrustado 
na massa de células da granulosa localizada em um dos polos do folículo. 
Amadurecimento de um folículo e atrésia dos demais 
Após uma semana ou mais de crescimento, antes de ocorre ovulação, 
um dos folículos cresce mais que os demais e os outros 5 a 11 folículos, em 
desenvolvimento, involuem. Esse processo de atrésia, do qual ainda não se sabe 
claramente a sua causa, é de extrema importância, pois normalmente permite 
que apenas um dos folículos cresça o suficiente todos os meses para ovular e, 
assim, evita que mais de uma criança se desenvolva em cada gravidez. 
 Ovulação 
A ovulação na mulher que tem 28 dias de ciclo sexual se dá 14 dias 
depois do inicio da menstruação. Um pouco antes de ovular, a parede externa 
protuberante do folículo incha rapidamente e a pequena área no centro da 
cápsula folicular, denominada estigma, projeta-se como bico. A partir doestigma, o líquido do interior do folículo começa a vazar e, após alguns minutos, 
ele se rompe e lança um líquido mais viscoso para fora. Esse líquido viscoso 
carrega consigo o óvulo cercado por massa de milhares de pequenas células da 
granulosa, denominada coroa radiada. 
O LH é necessário para o crescimento folicular final e para a ovulação. 
Cerca de 2 antes da ovulação, a secreção de LH pela hipófise anterior aumenta 
bastante. O FSH aumento também ao mesmo tempo, e ambos os hormônios 
agem sinergicamente causando rápida dilatação do folículo, durante os últimos 
dias antes da ovulação. O LH tem ainda efeito específico nas células da granulosa 
e tecais, convertendo-as em células secretoras de progesterona. Assim, cerca de 
um dia antes da ovulação, a secreção de estrogênio começa a cair enquanto 
quantidade maiores de progesterona começam a ser secretadas. 
É nesse ambiente de crescimento rápido do folículo, menor secreção de 
estrogênio após fase prolongada de sua secreção excessiva e início da secreção 
de progesterona que ocorre a ovulação. Sem o pico pré-ovulatório inicial de LH, 
a ovulação não ocorreria. 
Fase lútea do ciclo ovariano 
Durante as primeiras horas após expelir o óvulo dos folículos, as células 
da granulosa e tecais internas remanescentes se transformam rapidamente em 
células luteínicas. Elas aumentam em diâmetro e ficam repletas de inclusões 
lipídicas que lhes dão aparência amarelada. Esse processo é chamado de 
luteinização e a massa total de células é denominado corpo lúteo. 
5 | P á g i n a 
 
 
As células da granulosa 
no corpo lúteo desenvolvem 
vastos retículos 
endoplasmáticos lisos, que 
formam grandes quantidades 
de progesterona e estrogênio. 
Já as células tecais formam 
basicamente os androgênios 
androstenediona e 
testosterona. Entretanto, a 
maioria desses hormônios 
secretados das células tecais 
são convertidos pela enzima 
aromatase nas células da 
granulosa em estrogênios. 
O corpo lúteo cresce 
normalmente durante 7 a 8 
dias após a ovulação, então ele começa a involuir e efetivamente perde suas 
funções secretórias, bem como sua característica lipídica amarelada, passando 
a ser o corpus albicans, durante as semanas subsequentes é substituído por 
tecido conjuntivo e absorvido ao longo dos meses. 
A secreção de estrogênio e progesterona pelo corpo lúteo produz 
feedback na adenohipófise, mantendo intensidades secretórias reduzidas de 
FSH e de LH. Além disso, as células luteínicas secretam baixas quantidades de 
inibina, que inibe a secreção pela hipófise anterior, especialmente a secreção de 
FSH. Os resultados são baixas 
concentrações de FSH e LH no 
sangue, e a perda desses 
hormônios faz com que o corpo 
lúteo se degenere 
completamente. Esse processo 
de involução se dá ao final de 
quase 12 dias exatos da vida do 
corpo lúteo, em torno do 26º dia 
do ciclo sexual feminino, 2 dias 
antes da menstruação. Nessa 
época, a parada súbita de 
secreção de estrogênio, 
progesterona e inibina pelo 
corpo lúteo remove o efeito de 
feedback negativo da hipófise 
anterior, permitindo secreção 
cada vez maiores de FSH e LH. 
Assim, a nova secreção desses 
hormônios reinicia o ciclo, com o 
crescimento de novos folículos. 
Figura 3 Estágios do crescimento folicular nos ovários. 
Figura 4 Mecanismo postulado da ovulação. 
6 | P á g i n a 
 
Função dos hormônios ovarianos 
Os dois tipos de hormônios sexuais ovarianos são os estrogênios e as 
progestinas. O mais importante dos estrogênios é o hormônio estradiol e a mais 
importante das progestinas é a progesterona. Os estrogênios promovem 
essencialmente a proliferação e o crescimento de células especificas no corpo, 
responsáveis pelo desenvolvimento da maioria das características sexuais secundárias 
da mulher. As progestinas atuam preparando o útero para a gravidez e as mamas para 
a lactação. Os hormônios estrogênios e progestinas são esteroides sintetizados nos 
ovários, principalmente do colesterol derivado do sangue e, de certa forma, pela 
acetilcoenzima A, cujas múltiplas moléculas podem se combinar, formando o núcleo 
esteroide apropriado. 
Durante a síntese, basicamente são sintetizados progesterona e androgênios – 
testosterona e androstenediona. Em seguida, durante a fase folicular, antes que esses 
dois hormônios saiam dos ovários, quase todos os androgênios e grande parte da 
progesterona são convertidos em estrogênios pela enzima aromatase nas células da 
granulosa cuja atividade é estimulada pelo FSH. Durante a fase lútea do ciclo, muita 
progesterona é formada e não pode ser convertida em estrogênio, o que responde pela 
grande secreção de progesterona no sangue circulante nesse momento. 
Esses hormônios, estrogênio e progesterona, são transportados no sangue 
ligados a proteínas plasmáticas, principalmente à albumina e à globulina de ligação 
específica. A ligação entre esses dois hormônios e as proteínas plasmáticas é fraca o 
bastante para que sejam rapidamente liberadas aos tecidos. 
Função do estrogênio 
Na mulher não grávida normal, os estrogênios são secretados em 
quantidades significativas apenas pelos ovários. Durante a gravidez, quantidade 
enorme é secretada pela placenta. Apenas 3 estrogênios estão presentes em 
quantidades significativas no plasma: β-estradiol, estrona e estriol. O principal 
secretado pelos ovários é o β-estradiol. Pequenas quantidades de estrona é 
secretado pelos ovários, mas grande parte provém dos tecidos periféricos de 
androgênios, como córtex das adrenais e células tecais ovarianas. O estriol é um 
estrogênio fraco, formado a partir da oxidação do estradiol e da estrona no 
fígado. 
O fígado é responsável por conjugar os estrogênios, formando 
glicuronídeos e sulfatos, cerca de 1/5 desses produtos conjugados são 
secretados na bile e grande parte do restante é secretado na urina. Além disso, 
como dito anteriormente, o fígado forma estriol a partir de estradiol e estrona, 
um estrogênio de atividade fraca. 
Uma função primária dos estrogênios é causar proliferação 
celular e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais, além de 
outros tecidos relacionados à reprodução. 
Durante a infância, os estrogênios são secretados apenas em baixas 
quantidades, porém, na puberdade a quantidade secretada na mulher, sob 
influencia do GnRH, aumenta por 20 vezes ou mais. Nessa fase, as trompas de 
Falópio, o útero e a vagina aumentam de tamanho várias vezes. Além do mais, 
a genitália externa aumenta com deposito de gordura no monte pubiano e nos 
grandes lábios, e aumento dos pequenos lábios. Junto a essas mudanças, os 
estrogênios alteram o epitélio vaginal do tipo cuboide para tipo estratificado, 
7 | P á g i n a 
 
considerado mais resistente a traumas e infecções. Durante os primeiros anos 
da puberdade, o tamanho do útero aumenta por duas a três vezes e, ainda sob 
influência dos estrogênios, ocorre proliferação acentuada do estroma 
endometrial e grande desenvolvimento das glândulas endometriais, que 
ajudarão a prover nutrição ao óvulo implantado. 
O efeito dos estrogênios nas trompas de Falópio se assemelham ao 
efeito sobre o endométrio uterino, ou seja, causam proliferação dos tecidos 
glandulares e, o mais importante, aumentam o número de células epiteliais 
ciliadas que revestem as trompas de Falópio. Ademais, a atividade dos cílios é 
consideravelmente intensificada. Esses cílios sempre batem na direção do útero, 
ajudando a propelir o óvulo fertilizado nessa direção. 
Os estrogênios causam desenvolvimento dos tecidos estromais das 
mamas, crescimento de vasto sistema de ductos e depósito de gordura nas 
mamas. Os estrogênios influenciam no desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos 
das mamas, mas é a progesterona e a prolactina que determinam o crescimento 
e a função final dessas estruturas. Em síntese, os estrogênios são responsáveis 
por dar início ao crescimento das mamas e do aparato produtor de leite. Elessão ainda responsáveis pelo crescimento e pela aparência externa característica 
da mama feminina adulta. Porém, não torna a mama em órgão produtor de 
leite, ficando a cargo da progesterona e da prolactina. 
Os estrogênios inibem a atividade osteoclástica nos ossos e esse efeito 
é devido à estimulação de osteoprotegerina, também chamada de fator 
inibitório osteoclastogênese, citocina que inibe a reabsorção óssea e, assim, 
ocorre o estímulo para crescimento ósseo. Ao entrar no período de grande 
secreção de estrogênios, as mulheres passam por um “estirão”, que ocorre 
tanto por conta da inativação da atividade osteoclástica quanto pela alta 
quantidade de GH no plasma. Porém, ainda na puberdade, os estrogênios, que 
têm efeito potente sobre o crescimento esquelético, promove união das epífises 
com a haste dos ossos longos, o que cessa o crescimento das mulheres muitos 
anos antes em comparação com o crescimento dos homens. Depois da 
menopausa, a secreção de estrogênios diminui consideravelmente e essa 
deficiência leva a maior atividade osteoclástica nos ossos, diminuição da matriz 
óssea e menos depósito de cálcio e fosfato ósseos. Em algumas mulheres esse 
efeito é grave e resulta na osteoporose. 
Os estrogênios aumentam ligeiramente o metabolismo em todo o 
corpo, mas apenas cerca de um terço a mais que o aumento causado pelo 
hormônio sexual masculino. Causam também depósito de quantidade maiores 
de gordura nos tecidos subcutâneos, o que, consequentemente, faz a mulher 
ter a porcentagem de gordura corporal maior do que no homem. Além do 
depósito de gordura nas mamas e nos tecidos subcutâneos, os estrogênios 
causam depósito de gordura nos glúteos e nas coxas. 
Os estrogênios possuem pouco efeito sobre a distribuição pilosa, 
entretanto, os pelos efetivamente se desenvolvem na região pubiana e nas 
axilas, após a puberdade. Os androgênios formados em quantidades crescentes 
pelas glândulas adrenais femininas, após a puberdade, são os principais 
responsáveis por isso. 
8 | P á g i n a 
 
Assim como os hormônios adrenocorticais, os estrogênios causam 
retenção de sódio e água nos túbulos renais. Esse efeito dos estrogênios é, nas 
condições normais, brando, e só raramente tem significância. 
Função da progesterona 
A progesterona é a progestina mais importante, porém, o corpo 
também secreta pequenas quantidades de 17-α-hidroxiprogesterona e têm, 
essencialmente, os mesmos efeitos da progesterona. Na mulher não grávida 
normal, a progesterona é secretada em quantidades significativas apenas 
durante a segunda metade de cada ciclo ovariano, pelo corpo lúteo. 
Poucos minutos após ter sido secretada, quase toda a progesterona é degradada 
em outros esteroides, que não têm qualquer efeito progestacional. Assim como 
ocorre com os estrogênios, o fígado é especialmente importante para a 
degradação metabólica. O produto principal é o pregnanediol. Cerca de 10% da 
progesterona é excretada na urina nessa forma, o que permite estimar em 
cálculos a formação de progesterona no corpo. 
A função mais importante desempenhada pela progesterona é a de 
promover alterações secretórias no endométrio uterino, durante a última 
metade do ciclo sexual mensal, preparando o útero para a implantação do óvulo 
fertilizado. Além desse efeito, a progesterona diminui a frequência e a 
intensidade das contrações uterinas, o que evita na expulsão do óvulo 
implantado. 
A progesterona promove maior secreção pelo revestimento mucoso das 
trompas de Falópio. Além disso, promove desenvolvimento dos lóbulos e 
alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares proliferem, aumente 
e adquiram natureza secretora. Porém, apenas a prolactina faz com que esses 
alvéolos secretem leite. Somado a isso, a progesterona faz com que as mamas 
inchem e esse inchaço deve-se ao desenvolvimento secretório nos lóbulos e 
alvéolos, mas em parte resulta também do aumento de líquido no tecido. 
Ciclo endometrial mensal e menstruação 
O ciclo endometrial opera por meio dos seguintes estágios: proliferação do endométrio 
uterino, desenvolvimento de alterações secretórias do endométrio e a descamação, que 
conhecemos como menstruação. 
Fase proliferativa do ciclo endometrial 
No início de cada ciclo mensal, grande parte do endométrio descamou 
pela menstruação. Após a menstruação, resta apenas pequena camada de 
estroma endometrial com células epiteliais localizadas nas porções 
remanescentes profundas das glândulas e criptas do endométrio. Sob influência 
dos estrogênios, as células do estroma e as células epiteliais proliferam 
rapidamente, e assim, a superfície endometrial é reepitalizada 4 a 7 dias após 
início da menstruação. 
Em seguida, durante a próxima semana e meia antes de ocorrer a 
ovulação, a espessura do endométrio aumenta bastante, por causa do crescente 
número de células estromais e também ao crescimento progressivo das 
glândulas endometriais, além de novos vasos sanguíneos no endométrio. As 
glândulas endometriais, especialmente da região cervical, secretam um muco 
fino e pegajoso. Os filamentos de muco efetivamente se alinham ao longo da 
9 | P á g i n a 
 
extensão do canal cervical, formando canais que guiam o espermatozoide na 
direção correta da vagina até o útero. 
Fase secretora 
Durante grande parte da ultima metade do ciclo mensal, após ter 
ocorrido a ovulação, o corpo lúteo secreta grande quantidade de progesterona 
e estrogênio. Os estrogênios causam leve proliferação celular adicional do 
endométrio durante essa fase, enquanto a progesterona causa inchaço e 
desenvolvimento secretório acentuado do endométrio. As glândulas, sob 
efeitos da progesterona, aumentam em tortuosidade e o excesso de substância 
secretórias se acumula nas células epiteliais glandulares. Junto a isso, ocorre 
aumento do citoplasma das células estromais, com grande depósito de lipídios 
e glicogênio. O aporte de sangue ao endométrio aumenta ainda mais. 
A finalidade geral dessas mudanças endometriais é a de produzir 
endométrio muito secretor, que contenha grande quantidade de nutrientes 
armazenados, para prover condições adequadas para implantação do óvulo 
fertilizado durante a última metade do ciclo. A partir do momento em que o 
óvulo fertilizado chega à cavidade uterina até o momento em que se implanta, 
as secreções uterinas – leite uterino –, proporcionam nutrição quando o óvulo 
se implanta no endométrio. 
Menstruação 
Se o óvulo não for fertilizado, cerca de 2 dias antes do final do ciclo 
mensal, o corpo lúteo no ovário subitamente involuir e a secreção de hormônios 
ovarianos diminui. A menstruação ocorre devido à redução de estrogênio e 
progesterona, especialmente a última, no final do ciclo ovariano mensal. 
O primeiro efeito com a redução da secreção dos hormônios é a menor 
estimulação das células endometriais, seguida pela rápida involução do próprio 
endométrio. Após isso, durante as 24 horas subsequente, os vasos sanguíneos 
tortuosos ficam vasoespásticos devido à liberação de substâncias 
vasoconstritoras. 
O vasoespamo, a diminuição dos nutrientes ao endométrio e a perda de 
estimulação hormonal desencadeiam necrose no endométrio, especialmente 
dos vasos sanguíneos. Como consequência, o sangue primeiro penetra a camada 
vascular do endométrio, e as áreas hemorrágicas crescem rapidamente durante 
1 dia à 1 dia e meio. Gradativamente, as camadas necróticas externas se 
separam do útero em locais de hemorragia, até que cerca de 48 horas depois de 
surgir a menstruação todas as camadas superficiais do endométrio tenham 
descamado. 
A massa de tecido descamado e de sangue na cavidade uterina mais os 
efeitos contráteis das prostaglandinas agem em conjunto, dando início a 
contrações que expelem os conteúdos uterinos. Durante a menstruação normal, 
cerca de 40mL de sangue e mais 35mL de líquido seroso são eliminados. O 
líquido menstrual normalmente não se coagula devido à presença de 
fibrinolisina,que é liberada em conjunto com o material endometrial necrótico. 
Entre 4 a 7 dias após início da menstruação, a perda de sangue para, porque 
nesse momento, o endométrio já se reepitalizou

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