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Conflito aparente de normas penais

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DIREITO PENAL
ASSUNTO: CONFLITO APARENTE DE
NORMAS PENAIS
@prof.tassioduda
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O conflito aparente de leis penais ou de normas ocorre
quando um único fato se sujeita a aplicação, em tese,
de dois ou mais tipo legais.
Imagine o seguinte exemplo: 
- Policiais flagram uma pessoa importando drogas
ilícitas. 
Em tese, a conduta pode ser enquadrada no crime de
contrabando, previsto no art. 334-A do CP, e no crime
de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei n.
11.343/2006 (lei de drogas), pois ambas as infrações
tipificam a importação de mercadoria proibida - aí
incluídas as drogas ilícitas.
Há, no exemplo dado, um APARENTE CONFLITO DE
NORMAS, pois dois tipos penais parecem ser
aplicáveis ao mesmo fato. 
O conflito é aparente porque a doutrina criou critérios
para solução do impasse. Adianto que, na situação
exposta, é aplicado o art. 33 da Lei n. 11.343/2006, por
se tratar de NORMAL ESPECIAL.
Com o intuito de solucionar o conflito aparente de
normas, a doutrina orienta a aplicação do:
- princípio da ESPECIALIDADE;
- princípio da CONSUNÇÃO;
- princípio da SUBSIDIARIEDADE; e
- princípio da ALTERNATIVIDADE.
O princípio da ESPECIALIDADE será utilizado quando
quando o conflito envolver duas normas: uma
denominada norma geral; e a outra denominada
norma especial.
Imagine o seguinte exemplo:
- Uma mãe mata o filho durante o parto, sob a
influência do estado puerperal.
Aparentemente, a conduta poderia ser enquadrada
nos arts. 121 (homicídio) e 123 (infanticídio) do CP. 
Ocorre que o infanticídio contém todas as elementares
do homicídio - matar alguém - além de outras
especializantes - o próprio filho durante o parto OU
logo após sob a influência do estado puerperal -, o
que torna ESPECIAL em relação ao homicídio. 
Conflito aparente de normas
@prof.tassioduda
Num conflito aparente entre norma ESPECIALNum conflito aparente entre norma ESPECIAL
e GERAL, prevalece a NORMA ESPECIAL.e GERAL, prevalece a NORMA ESPECIAL.
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O princípio SUBSIDIARIEDADE trabalha com o
conceito de "gênero" e "espécie". A norma mais
abrangente que a outra é aplicada no caso concreto.
Imagine o seguinte:
- A omissão de socorro é crime autônomo, mas
também é causa de aumento de pena no crime de
lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor. 
Caso uma pessoa, de forma imprudente, atropele
outra pessoa, ferindo-a, e deixe de prestar socorro,
apenas responderá pelo crime de lesão culposa
agravada pela omissão de socorro - o qual é norma
primária. É mais abrangente.
Somente se não for possível a aplicação da norma
primária, a norma subsidiária será aplicável,
funcionando como "soldado de reserva".
O princípio CONSUNÇÃO ou ABSORÇÃO é aplicado
na hipótese em que o agente comete, aparentemente,
dois ou mais fatos criminosos, porém, apenas por um
será responsabilizado .
Imagine o seguinte:
- "A" desfere golpes de facas contra "B" com o intuito
de matá-lo. 
 
"A" praticou, em tese, as condutas de lesão corporal
(art. 129) e homicídio (art. 121 do CP). 
Pela CONSUNÇÃO, a lesão corporal (crime meio) é
absorvida pelo crime de homicídio (crime-fim), pois a
lesão funcionou como meio necessário.
No caso, "A" somente responderá pelo crime de
homicídio (crime-fim). 
O princípio da ALTERNATIVIDADE é aplicado quando
o agente pratica várias condutas previstas em uma
única norma penal no mesmo contexto fático. 
Nessa hipótese, a prática de mais de um verbo do
mesmo tipo penal configura apenas um crime.
Imagine o seguinte exemplo:
- Uma pessoa que expõe à venda e comercializa
drogas ilícitas pratica apenas um crime de tráfico de
drogas (art. 33, da Lei n. 11.343/2006).
Conflito aparente de normas
@prof.tassioduda
A subsidiariedade da norma podeA subsidiariedade da norma pode
ser EXPRESSA ou TÁCITA.ser EXPRESSA ou TÁCITA.
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