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Alterações fisiológicas na gravidez - REPERCUSSÕES DA GRAVIDEZ NO ORGANISMO MATERNO

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REPERCUSSÕES DA 
GRAVIDEZ NO ORGANISMO 
MATERNO 
 
ADAPTAÇÕES DO ORGANISMO 
MATERNO À GRAVIDEZ 
→O organismo feminino sofre mudanças anatômicas 
e funcionais durante a gravidez, adaptando-se para 
a presença do feto em desenvolvimento; 
→Essas alterações se dão nas esferas molecular, 
bioquímica, hormonal, celular e tecidual dos mais 
variados órgãos e sistemas. 
→É importante saber diferenciar aspectos normais 
da gravidez dos processos patológicos. 
-Pode ocorrer apenas má adaptação do organismo 
materno ao feto; 
-Pode ocorrer manifestações de doenças latentes; 
-Pode ocorrer intercorrências patológicas ligadas 
diretamente à gravidez; 
-Pode ocorrer piora das doenças previamente 
existentes. 
→Já no início da gestação, a presença de células 
trofoblásticas no ambiente intrauterino altera a 
homeostase local e em seguida, por meio da 
produção celular de hormônios e outras substâncias, 
o funcionamento de quase todos os sistemas 
maternos se adapta à nova condição. 
→Observam-se alterações essenciais para a 
adaptação do organismo materno à gravidez, em 
especial relacionadas aos sistemas circulatório 
(hematológico e cardiovascular} e endócrino 
(abrangendo também o metabolismo). 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
→Teremos o aumento do volume plasmático, 
diminuição da resistência vascular periférica, 
aumento da FC, VE (volume de ejeção) e DC. 
ADAPTAÇÕES HEMATOLÓGICAS DO 
ORGANISMO MATERNO 
→A primeira adaptação é referente a alterações do 
volume e da constituição do sangue; 
→O volume sanguíneo materno chega a atingir 
valores 30 – 50% maiores que os valores pré-
gestacionais; 
→Essas variações com relação ao aumento da 
volemia se associam a diferenças individuais e à 
quantidade de tecido trofoblástico, sendo maior em 
gestações múltiplas e menor em gestações com 
predisposição a insuficiência placentária; 
→Observa-se aumento volêmico mais discreto em 
pacientes que apresentam restrição de crescimento 
fetal (RCF) e hipertensão arterial sistêmica (HAS); 
→O papel da hipervolemia no organismo materno 
está associado ao aumento das necessidades de 
suprimento sanguíneo nos órgãos genitais, 
especialmente em território uterino. Além disso, 
tem função protetora para gestante e feto em 
relação à redução do retomo venoso, comprometido 
com as posições supina e ereta, e também para as 
perdas sanguíneas esperadas no processo de 
parturição. 
 
VOLUME SANGUÍNEO E PLASMÁTICO 
→O aumento da volemia materna se dá em função 
do acréscimo de volume plasmático e, em menor 
proporção, em função da hiperplasia celular. 
→Esses processos adaptativos se iniciam já no 
primeiro trimestre de gestação, por volta da sexta 
semana, com expansão mais acelerada no segundo 
trimestre para depois reduzir sua velocidade e 
estabilizar-se nas últimas semanas do período 
gravídico. 
→O aumento da massa eritrocitária acompanha as 
velocidades de acréscimo observadas para o volume 
plasmático. 
 
ERITRÓCITOS 
→Apesar da hemodiluição fisiológica observada, o 
volume eritrocitário absoluto apresenta aumento 
considerável. 
→Em média, mulheres grávidas possuem 450 mL a 
mais de eritrócitos, sendo que o maior aumento se 
dá no terceiro trimestre. 
→A produção de hemácias está acelerada, 
provavelmente, em função do aumento dos níveis 
plasmáticos de eritropoetina, o que se confirma pela 
discreta elevação do número de reticulócitos 
apresentado pelas gestantes. 
→A concentração de hemoglobina se encontra 
reduzida em função da hemodiluição que ocorre no 
organismo. 
→Considerando-se que a produção eritrocitária 
seja maior no terceiro trimestre, essa redução 
relativa dos valores de hemoglobina é menor no fim 
da gravidez. Desse modo, gestantes com 
hemoglobina menor que 11 g/dL no primeiro e no 
terceiro trimestres ou 10,5 g/dL no segundo 
trimestre seriam consideradas anêmicas. Apesar 
dessa variação ocorrer, é consenso utilizar valores 
de hemoglobina inferiores a 11 g/dL para a definição 
de anemia na gestação. 
LEUCÓCITOS 
→A leucocitose pode estar presente na gravidez 
normal, com valores de leucócitos totais entre 5000 
e 14000/mm3. 
→Durante o parto e puerpério imediato, os valores 
de leucócitos se elevam de modo significativo, 
podendo chegar a 29000/mm3. 
→O aumento dos níveis sanguíneo de leucócitos 
ocorre principalmente à custa de células 
polimorfonucleares. 
→As proteínas inflamatórias da fase aguda 
apresentam aumento em todo o período gestacional. 
A proteína C reativa apresenta níveis plasmáticos 
mais elevados no momento próximo ao parto. A 
velocidade de hemossedimentação, por sua vez, 
eleva-se por conta do aumento de fibrinogênio e de 
globulinas no sangue, perdendo seu valor em 
investigações diagnósticas na gravidez. 
 
 
PLAQUETAS E SISTEMA DE 
COAGULAÇÃO 
→Os níveis plaquetários tornam-se levemente 
reduzidos na gravidez – em parte isso dá por causa 
da hemodiluição, mas, também se deve ao consumo 
de plaquetas e ao certo grau de coagulação 
intravascular no leito uteroplacentário. 
→O aumento da produção de tromboxano A2 está 
associado à maior agregação plaquetária e, assim, à 
redução da contagem plaquetária. Um discreto 
aumento do baço também pode ser responsável pela 
queda observada no número de plaquetas na 
gravidez. Por essa razão, considera-se 
plaquetopenia na gestação uma contagem inferior ou 
igual a 100.000/ mm3. 
→A contagem de plaquetas volta a aumentar logo 
depois do parto e continua subindo por 3 a 4 
semanas até retornar aos valores basais. 
Praticamente todos os fatores de coagulação 
apresentam-se elevados na gestação, com exceção 
dos fatores XI e XIII. Fibrinogênio e dímero D têm 
seus níveis elevados em até 50º/o com o decorrer 
da gravidez. 
→Outras proteínas que possuem função 
anticoagulante colaboram para o estado de 
hipercoagulabilidade da gestação. A resistência à 
proteína Cativada e a diminuição dos níveis 
plasmáticos de proteína S estão entre os fatores 
que se somam ao incremento da coagulabilidade do 
organismo materno. 
→Acredita-se que essas alterações do mecanismo 
de coagulação sejam mediadas por processos 
hormonais relacionados aos altos níveis de 
estrógeno e progesterona oriundos do tecido 
placentário. 
 
METABOLISMO DO FERRO 
→As necessidades de ferro durante o ciclo 
gravídico-puerperal aumentam consideravelmente. 
→Uma série de eventos contribui para esse estado 
de deficiência de ferro: consumo pela unidade 
fetoplacentária, utilização para produção de 
hemoglobina e de mioglobina para aumento da massa 
eritrocitária e da musculatura uterina, e depleção 
por perdas sanguíneas e pelo aleitamento. 
→A demanda por ferro é maior na segunda metade 
da gravidez, chegando a uma necessidade de 6 a 7 
mg/dia no terceiro trimestre. 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
→As adaptações cardiovasculares se instalam logo 
no início da gestação; 
→Instauração de um novo equilíbrio circulatório na 
grávida - gestantes hígidas toleram bem essas 
alterações; enquanto as portadoras de cardiopatia, 
hipertensão arterial ou distúrbio hiperdinâmico, 
como hipertireoidismo, porém, podem apresentar 
descompensação clínica já no primeiro trimestre 
diante da sobrecarga hemodinâmica. 
 
ADAPTAÇÕES HEMODINÂMICAS 
→O aumento da frequência cardíaca basal, 
geralmente em 15 a 20 bpm, e a elevação do volume 
sistólico determinam aumento do débito cardíaco – 
o qual chega a ser 50% maior com relação a 
mulheres não grávidas. 
→Esse processo se inicia por volta da quinta semana 
de gravidez, estabiliza-se por volta de 24 semanas 
e atinge seu ápice no pós-parto imediato, com 
incremento de 80% no débito cardíaco. Esse 
aumento final no pós-parto imediato possivelmente 
ocorre pelo aumento do retomo venoso e, portanto, 
da pré-carga, após a descompressão dos vasos 
pélvicos pelo útero, o que ocorre com o nascimento 
do concepto. 
 
 
→A terceira adaptação circulatória acontece em 
nívelbioquímico. O aumento relativo da produção de 
prostaciclina, em comparação à produção de 
tromboxano A2, ocasiona vasodilatação sistêmica. 
→Além desses fatores, a produção endotelial de 
óxido nítrico apresenta aumento no período 
gestacional e colabora localmente para a 
vasodilatação periférica. Em adição a essa 
vasodilatação, o surgimento da circulação 
uteroplacentária, de baixa resistência, contribui 
para diminuir a resistência vascular periférica. 
→A redução da resistência vascular periférica é tão 
acentuada que é capaz de reduzir a pressão arterial 
sistêmica, apesar do aumento do débito cardíaco. 
 
→O aumento da pressão venosa nos membros 
inferiores é justificado pela compressão das veias 
pélvicas pelo útero volumoso. Por essa razão, há 
maior chance de a gestante apresentar hipotensão, 
edema, varizes e doença hemorroidária 
→As adaptações circulatórias se iniciam com 6 
semanas de gestação e estão completamente 
instaladas entre o 6m do primeiro trimestre e o 
início do segundo. A distribuição do fluxo sanguíneo 
se modifica durante a gravidez e vai sendo desviada 
com prioridade para útero, rins, mamas e pele. 
 
CORAÇÃO 
→Com o decorrer da gravidez, o diafragma se eleva 
alterando a posição cardíaca, o coração então passa 
a se apresentar desviado para cima e para a 
esquerda e fica ligeiramente rodado para a face 
anterior do tórax. 
→Além desse deslocamento, o volume do órgão está 
maior como um todo, em função do aumento do 
volume sistólico e da hipertrofia dos miócitos. 
→Pequenas alterações do ritmo também são 
frequentes, em especial as extrassístoles 
ventriculares e taquicardias paroxísticas 
supraventriculares. 
→O sopro cardíaco sistólico é comum em 
decorrência da redução da viscosidade sanguínea e 
do aumento do débito cardíaco. 
→Por razão das modificações anatômicas e 
funcionais do coração, pode haver alterações 
eletrocardiográficas fisiológicas nas ondas Te Q, no 
segmento ST e desvio do eixo cardíaco para a 
esquerda de 15° a 20°. 
 
SISTEMA ENDÓCRINO E METABOLISMO 
→As adaptações endócrinas e metabólicas do 
organismo materno visam garantir o aporte 
nutricional para o desenvolvimento saudável do 
feto, de termo e com peso adequado. 
→Uma variedade de transformações funcionais das 
glândulas maternas coexistirá com um novo órgão 
que apresenta importante função endócrina: a 
placenta 
→A produção placentária de substâncias similares 
aos hormônios maternos gera um novo equilíbrio dos 
eixos hipotálamo-hipófise-adrenal, hipotálamo-
hipófise-ovário e hipotálamo-hipófise-tireoide. 
→Da mesma forma, sua produção hormonal própria, 
como a do hormônio lactogênico placentário, altera 
o metabolismo da gestante no decorrer da gravidez, 
adequando-o ao momento de desenvolvimento ou 
crescimento fetal. 
→Assim, a gestante depara-se com duas fases 
distintas: uma primeira etapa de anabolismo 
materno, que dura pouco mais da metade da 
gestação; e uma segunda etapa de catabolismo 
materno e anabolismo fetal, que se inicia ao fim da 
primeira metade e segue até o término da gravidez. 
ADAPTAÇÕES ENDÓCRINAS DO 
ORGANISMO MATERNO 
HIPOTÁLAMO 
→Durante a gravidez, as concentrações de diversos 
hormônios produzidos pelo hipotálamo têm aumento 
na circulação periférica, apesar de não serem 
tipicamente detectadas fora do período 
gestacional. 
→Isso decorre da produção placentária de 
variantes idênticas aos hormônios hipotalâmicos, 
como hormônio liberador da gonadotrofina (GnRH), 
AUMENTO DO DÉBITO CARDÍACO = 
AUMENTO DO VOLUME SISTÓLICO 
X AUMENTO DA FC 
 PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA = 
 RESISTÊNCIA VASCULAR 
PERIFÉRICA X  DÉBITO CARDÍACO 
hormônio liberador da corticotrofina (CRH), 
hormônio hipotalâmico estimulador da tireotrofina 
(TRH), somatostatina e hormônio liberador do 
hormônio do crescimento (GHRH). 
 
HIPÓFISE 
→Durante a gestação normal, a hipófise aumenta de 
tamanho à custa de hipertrofia e hiperplasia da sua 
porção anterior, a adeno-hipófise, especialmente 
dos lactótrofos, promovidas pela ação estimulante 
do estrógeno. 
→Com relação a adeno-hipófise, observa-se grande 
aumento da produção de prolactina, que chega a 
atingir níveis 10 vezes maiores. 
→A produção e a secreção de hormônio do 
crescimento (GH) permanecem normais no primeiro 
trimestre, mas, com o aumento da secreção desse 
hormônio pelo sinciciotrofoblasto, os seus níveis 
séricos aumentam ao longo da gestação. 
→A fração alfa da gonadotrofina coriônica humana 
(hCG), por sua semelhança molecular com a fração 
alfa do hormônio estimulante da tireoide (TSH), 
estimula a função tireoidiana, o que, por meio de 
retroalimentação negativa, reduz a produção e a 
secreção hipofisária deTSH. 
→O ACTH é progressivamente aumentado durante 
a gestação. 
→Já o LH e FSH são diminuídos por 
retroalimentação negativa, já que placenta está 
produzindo estrogênio e progesterona. 
→Já em relação à neuro-hipófise, a ocitocina 
permanece normal, aumentando somente no 
trabalho de parto. 
→O ADH circulante permanece constante, o que 
muda é que se estabelece um novo ponto de 
equilíbrio para sua liberação, ou seja, para que 
ocorra sua liberação é necessário uma osmolaridade 
sanguínea menor (o ponto de corte para sua 
liberação no corpo da gestante é menor que o 
ponto de corte em uma pessoa não-gestante), 
fazendo com que ocorra o fenômeno da 
hemodiluição já citado antes. Juntamente com 
diminuição do limiar de secreção de ADH o 
mecanismo da sede também é mais intensificado e 
desencadeado com “ponto de corte” menor 
 
TIREOIDE 
→ O metabolismo materno em relação aos 
hormônios tireoidianos encontra-se alterado em 3 
pontos: 
1. Menor nível de iodo sérico (devido aumento 
da TFG) 
2. Menor circulação das frações livres de T3 
e T4 e 
3. Estimulação direta do beta-hCG sobre a 
tireóide. 
→Com isso, ocorre um aumento do volume da 
tireóide e em 15% das gestantes gera-se bócio, o 
qual é patológico em 50% dos casos quando aparece 
- esse bócio é devido aos menores níveis de iodo 
sérico. 
→Além disso, como diminui-se fisiologicamente os 
níveis de T3 e T4 livre (seja porque aumenta-se 
produção de globulinas transportadoras desses 
hormônios, seja porque o feto também consome T3 
e T4), são necessários novos valores de referência 
para eles. 
 
 
 
PARATIREOIDES 
→ A demanda de cálcio pelo corpo da gestante 
aumenta durante a gravidez, pois o feto consome 
cálcio para formar os ossos. 
→Apesar disso, os níveis de PTH diminui na 
gestação, sendo que o que mantém os níveis de 
cálcio satisfatórios na gestação é a vitamina D3 
(calcitriol, forma ativa da vit. D). 
→Isso ocorre por ação do estrogênio, que estimula 
a enzima 1-alfa-hidroxilase a qual é responsável por 
ativar vit. D em vit. D3. Com isso, maiores níveis de 
vit. D3 aumentam a absorção de cálcio intestinal. 
 
ADRENAIS 
→Ocorre um aumento da atividade das adrenais, 
gerando na gestação um hiperaldosteronismo (já 
citado superiormente) e um hipercostisolismo, o 
qual ocorre pela menor excreção que cortisol sofre, 
além de ter sua meia-vida aumentada. 
→Já em relação aos andrógenos das adrenais, eles 
estão reduzidos devido ao consumo e 
transformação em estrógeno placentário. 
 
OVÁRIOS 
→Eles têm importância para a gravidez até a 7 
semana de gestação, visto que o corpo lúteo que 
está dentro deles é o responsável por continuar a 
produção de progesterona (principalmente) e 
estrogênio até que a placenta se forme e assume a 
produção hormonal. 
 
 
ADAPTAÇÕES METABÓLICAS DO 
ORGANISMO MATERNO 
→Até as 24-26 semanas de gestação temos a fase 
do anabolismo materno, em que as kcal ingeridas são 
destinadas para o organismo materno armazenar 
energia. 
→Já a partir da 24º-26º semana até o final temos 
a fase do catabolismo materno, em que as reservas 
energéticas e kcal ingeridas são destinadas 
primordialmente ao feto paraseu crescimento e 
desenvolvimento. 
→Geralmente a demanda energética necessária na 
gestação é de 300 kcal/dia a mais do normal. 
 
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS E 
LIPÍDEOS 
→É completamente alterado. 
→Durante a fase anabólica da gestação, ocorre 
estímulo da glicogênese e lipogênese. Por isso, os 
níveis de glicemia sanguínea se reduzem 
normalmente (é por isso que o VR de glicemia de 
jejum é diferente para a gestante e é feito somente 
até as 28 semanas que é basicamente o período 
anabólico da gestação). 
→Quando a gestante entra no período catabólico, 
começa ocorrer a quebra dos nutrientes 
armazenados para que sejam oferecidos para o 
feto. Assim, temos estímulo da glicogenólise, 
lipólise e gliconeogênese, além de um aumento na 
resistência periférica da insulina. Desse modo, o 
corpo da mãe tem preferência por consumir ácidos 
graxos para deixar a glicose para o feto. Assim, os 
níveis de glicemia sanguínea aumentam 
consideravelmente. Por isso que a partir de 28 
semanas não se faz mais testes para diagnosticar 
DMG. 
 
METABOLISMO PROTEICO 
→Ocorre um aumento do balanço nitrogenado pelo 
corpo materno, gerando um acúmulo de cerca de 
1000g de proteínas durante toda a gestação, a qual 
é destinada para o feto e também para a 
musculatura uterina. 
MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS DO 
ORGANISMO MATERNO 
→As modificações gravídicas sistêmicas são 
manifestações da presença da unidade 
fetoplacentária e das adaptações circulatórias, 
endócrinas e metabólicas do organismo materno 
sobre os diversos órgãos e sistemas. 
→Refletem basicamente alterações que podem ser 
mecânicas, vasculares ou endócrinas. 
 
PELE E ANEXOS 
→A produção de estrógenos pela placenta leva à 
proliferação da microvasculatura de todo o 
tegumento – angiogênese 
→Em associação ao estado hiperprogestogênico, 
ocorre vasodilatação de toda a periferia do 
organismo. 
→Observam-se eventos vasculares da pele e dos 
anexos, como eritema palmar, telangiectasias, 
Hipertricose e aumento de secreção sebácea e de 
sudorese. 
→Pode ocorrer também alopecia, apesar de ser mais 
raro. 
→Os altos níveis de progesterona também levam a 
hiperpigmentação da pele da gestante – aumento da 
produção e secreção do hormônio melanotrófico da 
hipófise – surgimento dos cloasmas (maior 
incidência: face, fronte, projeção cutânea da linha 
alba – linha nigra – aréola mamária e região das 
dobras). 
→Sinal de Hunter – pigmentação periareolar – 
formação da aréola secundaria 
→Surgimento de estrias também é comum 
(hipercortisolismo) 
→Outros sintomas: aumento da sudorese; aumento 
da oleosidade. 
 
 
 
 
 
SISTEMA ESQUELÉTICO 
→Suas alterações são decorrentes da embebição 
gravídica, alterações hormonais e das alterações 
posturais desencadeadas pelo aumento uterino – 
causa dores e até lesões. 
→Ocorre o relaxamento das articulações com 
acúmulo de líquido – embebição gravídica 
→Nas articulações dos membros inferiores a 
embebição gravídica pode predispor a gestante a 
dores crônicas, entorses, luxações e até fraturas. 
→Durante a gravidez, observa-se que as 
articulações da bacia óssea (sínfise púbica, 
sacrococcígea e sinostoses sacroilíacas) se 
apresentam com maior elasticidade, aumentando a 
capacidade pélvica e modificando a postura e a 
deambulação da gestante, o que prepara a 
parturição. 
→Marcha anserina* – desvio anterior do centro de 
gravidade – pode surgir, em função desse desvio, 
hiperlordose e hipercifose da coluna vertebral 
*(marcha anserina – afastamento dos pés e 
diminuição da amplitude dos passos durante a 
deambulação) 
→Em geral, os ligamentos ficam mais frouxos na 
gestação e são mais complacentes à movimentação 
→Essas modificações são imprescindíveis para o 
fenômeno da expulsão fetal, pois elas permitem o 
aumento do diâmetro e estreitos da pelve materna. 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
→Aumento de apetite e sede – pode se dar em 
função da resistência à ação da leptina e das 
alterações da secreção de ADH. 
→Perversão do paladar – desejos de ingerir terra, 
sabão, carvão – situação denominada pica ou malácia 
→Náuseas e vômitos, principalmente no primeiro 
trimestre 
→Surgimento de sialorreia _ secreção excessiva de 
saliva _ desencadeada por estímulo neurológico do 
quinto par craniano (nervo trigêmeo) e do nervo 
vago, relaciona-se mais à dificuldade de deglutição 
decorrente das náuseas do que propriamente ao 
aumento da secreção salivar. 
→Aumento da sensibilidade gengival – os altos 
níveis de esteroides sexuais circulantes levam à 
hipertrofia e hipervascularização gengival, 
resultando em gengiva edemaciada e que sangra 
facilmente, dificultando até mesmo a higiene 
→Ocorre também diminuição do pH salivar, 
propiciando proliferação bacteriana 
→A progesterona é um potente relaxante de fibras 
musculares lisas e o estrógeno, por sua vez, age 
como indutor dos efeitos progestogênicos no 
organismo materno, esses efeitos levam ao 
relaxamento do esfíncter esofágico inferior e 
redução de seu peristaltismo, consequentemente, 
tem -se o aumento da incidência de refluxo 
gastroesofágico – logo, a pirose também é uma 
queixa comum da gestante 
→A gestante também pode ter uma diminuição da 
motilidade da sua vesícula biliar – a hipotonia da 
vesícula biliar predispõe ao surgimento de litíase 
biliar, em especial pela associação com o aumento do 
colesterol total desde o início da gestação. 
→Aumento dos casos de obstipação em função da 
redução da contratilidade da musculatura lisa dos 
intestinos – constipação intestinal 
→Ocorrem também alterações anatômicas, em 
função do aumento do volume uterino, como o desvio 
do estômago e apêndice para cima e para a direita, 
enquanto que os intestinos se desviam para a 
esquerda. (diagnóstico de apendicite na gravidez é 
dificultado). 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
→Durante a gravidez tem-se o ingurgitamento e 
edema da mucosa nasal, que aumentam os casos de 
obstrução, sangramento e rinite na gestante. 
→O edema pode atingir também a laringe e a 
faringe, diminuindo o lúmen dessas vias o que pode 
representar maior dificuldade para intubação 
nessas mulheres. 
→Tem-se também a elevação do diafragma de 
aproximadamente 4 cm e uma maior capacidade de 
excursão desse músculo, que aumenta em cerca de 
2 cm. 
→A amplitude de movimento do diafragma se reduz 
ao longo da gravidez em função do aumento do 
volume abdominal. 
→A caixa torácica apresenta aumento de 5 a 7 cm 
em sua circunferência e 2 cm em seu diâmetro 
anteroposterior, com consequente ampliação dos 
ângulos costofrênicos (aumenta até 35º). 
→Há também um aumento da demanda de oxigênio 
em 20-30%. 
→Hiperventilação também é comum devido ao 
aumento de volume corrente. 
→Dispneia também é queixa comum entre as 
gestantes 
 
 
 
 
 
SISTEMA URINÁRIO 
→Anatomicamente os rins apresentam 
aumento de cerca de 1cm em seus 
diâmetros durante a gestação. 
→Ocorre modificações vasculares das 
arteríolas renais, como fruto das 
adaptações circulatórias já descritas. 
→O aumento da volemia em associação 
com a redução da resistência vascular 
periférica provoca elevação do fluxo 
plasmático glomerular, com 
consequente aceleração do ritmo de 
filtração glomerular 
→A própria relaxina produzida pelo 
corpo lúteo, a qual antigamente 
acreditava-se que era responsável por 
“relaxar” as articulações pélvicas, é 
responsável por aumentar a T.F.G por 
agir na osmolaridade plasmática. 
→Com isso, a função renal é 
modificada na gestante, necessitando 
novos valores de referência. 
 
→O padrão de excreção urinária é maior a noite em 
função do repouso em decúbito, com maior 
mobilização dos fluidos extravasculares e menor 
capacidade de reabsorção de água livre – queixa de 
nictúria. 
→Polaciúria – micção frequente 
→Incontinência urinária – hipotonia dos esfíncteres 
 
SISTEMA NERVOSO 
→As principais queixas aqui serelacionam a: 
discretas alterações de memória e de concentração, 
geralmente no último trimestre; maior sonolência. 
→Acredita-se que a sonolência esteja associada aos 
altos níveis de progesterona e à alcalose 
respiratória causada pela hiperventilação. 
→A lentificação geral do SNC é comum e 
progressiva, podendo corresponder a alterações 
vasculares das artérias cerebrais média e 
posterior. 
→As modificações do padrão e da qualidade do sono 
aumentam a fadiga da grávida e também podem 
colaborar pra quadros psíquicos de blues puerperal 
ou até mesmo depressão 
(pesquisar o que é blues) 
→A maternidade pode ser acompanhada de 
inseguranças e dificuldades emocionais – 
requerendo maior atenção. 
 
 
VISÃO, OLFATO E AUDIÇÃO 
→Alterações da córnea, como edema localizado e 
opacificações pigmentares podem levar a 
diminuição da acuidade visual da gestante. 
→Como já falado, a mucosa nasal apresenta-se 
edemaciada e hipervascularizada, sendo a hiposmia 
uma queixa que também pode ser frequente, além 
de aumento de epistaxe e rinites. 
→Pode ocorrer também diminuição da acuidade 
auditiva. 
 
MODIFICAÇÕES LOCAIS DO 
ORGANISMO MATERNO 
→São aquelas confinadas ao sistema genital 
feminino e, portanto, espacialmente mais próximas 
do produto conceptual, com exceção das mamas. 
→São mais intensas e conferem ao sistema genital 
da gestante alterações de suas dimensões, 
coloração, posição, forma e consistência. 
→As alterações mais expressivas são no útero, 
principalmente as relacionadas à circulação 
uteroplacentária, à hipervascularização local e ao 
aumento volumétrico do órgão. 
 
ÚTERO 
→Sofre alteração de tamanho, volume, consistência 
e cor (torna-se mais violáceo) 
→A retenção hídrica do espaço extravascular 
torna-o de consistência mais amolecida, em especial 
na região de implantação ovular, onde as influencias 
mecânicas e humorais são mais diretas e intensas. 
→A consistência uterina se modifica na vigência de 
contração uterina ou aumento do tônus muscular, o 
que pode ser notado pela palpação abdominal a 
partir da segunda metade da gravidez. 
→O endométrio se modifica formando as decíduas 
basal, capsular e parietal. 
→O miométrio tem suas fibras alongadas à medida 
que a gestação avança. 
→ Até as 12 semanas o útero é um órgão 
intrapélvico com forma assimétrica devido a 
implantação localizada do embrião (sinal de 
Piscacek). 
→A partir de 20 semanas ele assume forma 
esférica e alcança a região abdominal, fazendo-o 
também ocupar os fórnices da vagina (fundo de saco 
vaginal) configurando o sinal de Noble-Budin. 
→Na segunda metade da gestação o útero muda de 
forma esférica para cilíndrica com alongamento das 
fibras musculares. Essas fibras musculares na 
gestação sofrem 3 modificações: hiperplasia (no 
início da gestação), hipertrofia (aumenta diâmetro 
em 10x) e alongamento (na segunda metade da 
gravidez para acomodar o concepto). 
→Hipervascularização: O útero é o órgão que mais 
sofre esse fenômeno, possuindo grande aumento do 
fluxo sanguíneo e surgimento de novos vasos. As 
principais artérias que participam da irrigação são 
as uterinas (ramos da ilíaca interna) e ovarianas 
(ramos da aorta abdominal). 
 
ISTMO E SEGMENTO ANTERIOR 
→O istmo do útero (parte inferior do corpo, que 
fica entre corpo e colo uterino) alonga até 12 
semanas e com 16 semanas incorpora-se ao corpo 
uterino, dilatando-se. Assim, ele para de crescer e 
começa somente a distender conforme o feto 
cresce, fazendo com que o útero mude de forma 
esférica para cilíndrica. 
 
COLO UTERINO 
→É a porção inferior do útero, composto por 2 tipos 
de epitélios e de estrutura formada por tecido 
conjuntivo denso, com elementos musculares e 
conjuntivos. 
→Caracteriza-se por estrutura cilíndrica, cujo 
interior e ocupado pelo canal cervical com seus 
respectivos orifícios interno (ou obstétrico) e 
externo, o qual pode ser visto ao exame especular 
de rotina. 
→Endocérvix – epitélio cilíndrico glandular – 
recobre o canal cervical 
→Ectocérvix – epitélio pavimentoso estratificado 
não queratinizado – porção vaginal do colo 
→Durante a gravidez ocorre 
espessamento do epitélio do colo uterino 
→Possui grande quantidade de fibras 
colágenas e elásticas 
→É responsável pela contenção e 
manutenção do feto e das membranas 
ovulares no interior da cavidade uterina 
→O aumento da vascularização durante a 
gravidez modifica a coloração do colo para 
uma cor mais violácea 
→A hipertrofia glandular da endocérvix 
desencadeia maior produção de muco, 
espesso e viscoso, denominado rolha de Schröeder. 
→O muco cervical da gestante é rico em 
imunoglobulinas e citocinas – proteção contra 
microorganismos. 
 
TUBAS UTERINAS E LIGAMENTOS 
→As tubas uterinas estiram-se em função do 
crescimento do útero e são então levadas a ocupar 
uma posição vertical, paralela ao corpo uterino. 
→A vascularização local é intensa, alterando a cor 
das tubas, especialmente das fímbrias. 
→Os ligamentos largos e redondos do útero se 
encontram hipertrofiados e congestos. Dependendo 
da localização placentária, os ligamentos redondos, 
assim com os anexos, podem ser apresentar 
estirados na face oposta à da inserção da placenta 
(sinal de Palm) 
→Nas inserções placentárias na face anterior do 
útero, os ligamentos redondos e os anexos estarão 
voltados para região posterior do órgão. De forma 
semelhante, nas inserções posteriores, os 
ligamentos e anexos estarão voltados para diante do 
corpo uterino, podendo, eventualmente, ser 
palpados no termo em gestantes magras. 
 
VAGINA 
→A hipervascularização local provoca hiperemia e 
edema da mucosa vaginal. 
→A coloração avermelhada se torna arroxeada pela 
retenção sanguínea nos vasos venosos – 
denominando-se sinal de Kluge. 
→O aumento do diâmetro das artérias vaginais 
permite sentir sua pulsação nos fórnices laterais – 
Sinal de Osiander 
→Ocorre: hipertrofia das células musculares e do 
tecido conjuntivo, fato que juntamente com o 
acúmulo hídrico, aumentam a espessura e 
elasticidade da mucosa vaginal → redução da 
rugosidade mucosa e capacidade de distensão. 
 
 
 
 
 
VULVA 
→Apresenta as mesmas modificações vasculares e 
pigmentares que a vagina. 
→É comum que a pele da raiz das coxas e dos 
grandes lábios se apresente com manchas 
hipercrômicas – Sinal de Jacquemier-Chadwick. 
→A retenção de líquidos no espaço extravascular 
causa edema do vestíbulo vaginal, que funciona como 
um coxim protetor no momento do parto. 
 
MAMAS 
→As 
modificações 
das glândulas 
mamárias são 
evidentes 
desde o início 
da gestação. 
→Tornam-se 
mais sensíveis 
→Em função da 
produção 
hormonal de 
estrógeno e 
progesterona 
pela placenta e 
a produção de 
prolactina pela 
hipófise 
materna, tem-
se o 
crescimento e 
desenvolvimento mamário necessários para o 
processo de lactação. 
→O seu aumento volumétrico é observado a partir 
da 6ª semana 
→O mamilo se torna mais pigmentado e sensível 
→A papila se apresenta mais saliente, pois está com 
maior capacidade erétil 
→A hiperpigmentação areolar faz com que o mamilo 
tenha cor acastanhada, com surgimento de 
coloração externa aos limites originais da aréola 
mais clara – aréola secundária – sinal de Hunter 
→Ocorre também hipertrofia das glândulas 
sebáceas do mamilo, que formam elevações visíveis, 
os tubérculos de Montgomery 
→Visualização da rede venosa sob a pele – rede de 
Haller 
→A partir da segunda metade da gravidez é 
possível visualizar saída de colostro pelas papilas à 
expressão mamária 
 
 
 
 
 
 
RESUMINDO

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