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1 2 Prezado(a) aluno(a), Seja muito bem-vindo(a) ao módulo “Formas Aplicar o Empreendedorismo por meio de um Modelo de Negócio”. Este módulo tem como objetivo apresentar um modelo de plano de negócios, chamado Modelo Canvas. Esse modelo é como se fosse um painel, no qual você pode observar todas as etapas estratégicas de um desenvolvimento de empresa, produto ou serviço. É uma maneira bastante interessante de exercitar o espírito empreendedor. É muito importante que, além da leitura dos conceitos abordados aqui, você faça uma reflexão sobre como o módulo se relaciona com seu conhecimento e experiência de vida. Você é o protagonista, por isso, organize seu tempo de estudo, faça um planejamento para a realização das atividades, leitura do material e também a leitura dos materiais complementares. Desejamos que, ao fim deste módulo, você tenha aproveitado ao máximo nosso conteúdo e possa utilizá-lo em sua vida profissional e pessoal; que as informações encontradas aqui possam se tornar conhecimento em sua vida e, quem sabe, se ainda não é empreendedor, possa se tornar um. Ótimo estudo! Construir um modelo de negócio é fundamental para o sucesso de qualquer empresa, seja ela de qualquer porte. Trata-se de um conceito que tem ganhado cada vez mais destaque no mundo organizacional. Assim, é inevitável que os modelos de negócio necessitem de constantes melhorias no sentido de se adaptarem às constantes mudanças dos ambientes econômicos e organizacionais, cada vez mais dinâmicos e competitivos. Contudo, poucos são os estudos nos quais se pretende compreender o fenômeno destas empresas pela ótica do modelo de negócios, que segundo Osterwalder e 3 Pigneur (2010) são estruturas que representam a maneira de como uma organização cria, entrega e captura valor. Por este motivo, surge a necessidade de consolidar conhecimentos teóricos, tendo por base a aplicação prática da metodologia Business Model Canvas numa dada empresa. Neste módulo você vai aprender na prática o que muitas empresas fazem para enfrentar este mercado competitivo. Vamos abordar a construção de estratégias a partir do modelo Canvas, que tem como objetivo principal, descrever em nove etapas essenciais, a elaboração de um plano de negócios mais dinâmico que os modelos tradicionais. Tal modelo, faz com que você possa identificar toda estratégia de uma empresa em uma única folha, ou em um único painel. E claro, vamos ver dentre os nove conceitos do modelo Canvas, diversos exemplos práticos. Espero que goste e aplique seus conhecimentos adquiridos ao longo dos módulos neste painel. Vamos lá! De cada 10 empresas formalizadas, 7 sobrevivem no Brasil após 2 anos da abertura é o que indica pesquisa elaborada pelo Sebrae a partir do estudo da base de dados da Receita Federal entre os anos 2005 e 2009. Mas por que isso acontece? Já vimos em módulos anteriores que muitas empresas morrem por falta de gestão, falta de conhecimento tecnológico, planejamento e muito mais, pois é, às vezes, o que falta inicialmente é ter em mente, que é necessário planejar, inserir no papel aquilo que pode iniciar o grande empreendimento. Mas para que serve um modelo de negócios? • É um instrumento que serve para traçar uma rota do mercado, do produto ou serviço a ser implementado em uma empresa. • Sem dúvida, este modelo trará ao empreendedor, mais segurança em iniciar um projeto empresarial. • Traz também, maiores condições de êxito neste mundo corporativo rodeado de incertezas. 4 • O modelo de negócio ajuda a organizar melhor as ideias e o planejamento de diversos pontos estratégicos que serão necessários para a abertura da empresa. • Oportunidade de afinar todas as ideias que ainda estão no papel, mesmo porque é melhor cometer erros quando o projeto ainda está no papel do que cometê-los quando a empresa está já em funcionamento. • Ajuda a avaliar a empresa em seu desempenho atual com foco no futuro. • Pode ajudar a levantar recursos para obtenção de parcerias e investidores. Até mesmo porque, nenhum investidor, colocará dinheiro na empresa sem ao menos ver no papel as estratégias e diferenciais que este novo produto, serviço ou empreendimento tem de interessante. • O modelo de negócios serve como ferramenta de orientação na aquisição de informações sobre o ramo de atividade, produtos e serviços que o empreendimento irá oferecer, bem como: análise de clientes potenciais, concorrentes, fornecedores, contribuindo para a identificação da viabilidade da ideia e gestão da empresa. • O modelo de negócios em parceria com o plano de negócios consiste ainda em provar a viabilidade de uma ideia empresarial. Se a ideia merece tempo e dinheiro, pesquisar e escrever um modelo de negócios é uma forma excelente de testar suas ideias. Como pode perceber, o modelo de negócios, descreve a lógica de criação do negócio. Trará um norte ao empreendedor permitindo atuar de maneira mais planejada, oferecendo menos possiblidade de insucesso. Já um plano de negócios, é um pouco diferente, ele é um documento formal que descreve como a empresa será construída, com determinação de prazos e etapas para a inserção do produto, serviço ou empresa no mercado. O plano de negócios descreve extensamente todas as áreas do negócio, como: • Descrição dos Produtos e Serviços. • Análise da Concorrência. • Estratégia de Marketing. • Segmento de Clientes. • Distribuição Societária. 5 • Classificação Tributária. • Estrutura Organizacional. • Projeção Financeira e de Retorno. Caso queira aprofundar-se no tema plano de negócios, sugiro que busque na internet fontes confiáveis como Sebrae e Endeavor para entender melhor seu funcionamento. Existem diversas formas de se elaborar um plano ou modelo de negócios, mas neste módulo, vou propor um modelo que vem sendo muito difundido no mundo corporativo e teoricamente é mais fácil de se enxergar, pode ser traduzido em uma única página para facilitar as principais estratégias de uma empresa. Estou falando do modelo Canvas, ou Busines Model Canvas (BMC), traduzindo, Painel de Modelo de Negócios. Este modelo foi proposto por Alexander Osterwalder e outros coautores, contribuindo fundamentalmente para inovação e criação de produtos e ou serviços. O Business Model Canvas (BMC) é uma ferramenta estratégica que contribui de forma significativa para a construção rápida e visual de novos produtos ou serviços. Este modelo de negócios tem como principal característica descrever a lógica de como uma empresa cria, entrega e captura valor. A aplicação do BMC consiste no uso de um painel dividido em nove grandes blocos, como mostra a figura abaixo, que representam os elementos fundamentais que compõem um modelo de negócio. O objetivo central no exercício de preenchimento do painel é extrair propostas de valor que atendam e potencializem os principais objetivos desejados, antes de partir, de fato, para a formatação do produto ou serviço. 6 Fonte: Adaptado de Business Model Canvas. Para aplicar o Canvas, mostrado na figura anterior, você pode solicitar uma impressão desse exemplo em modelo maior para pendurar em uma parede, por exemplo, para facilitar o trabalho colaborativo; ou, até mesmo, desenhá-lo em um quadro, pois seu layout é simples de ser replicado. Para preencher o Canvas, é recomendado utilizar post-its, pois são fáceis de manipular, se você errar qualquer coisa, retira o post-it e coloca outro no lugar. O Canvas pode ser subdividido em duas grandes dimensões, sendo a dimensão mais à direita os elementos mais subjetivos e "emocionais" e os elementos da parte esquerda os mais estruturais e lógicos. Sugere-se preencher o Canvas da direita para a esquerda, pois assim é possível conhecer primeiro os anseios e desejos dos envolvidos para, em seguida, começara defini-los de forma mais concreta. Fonte: Adaptado de Business Model 7 Vamos começar, então, conceituando os elementos da direita. 1. Segmentos de clientes: Começamos preenchendo o bloco segmentos de clientes, buscando entender quem são os potenciais clientes: Perguntas que devo fazer: ✓ Para quem se está criando valor? ✓ Quais são os clientes mais importantes da empresa? ✓ Como você descreve esses clientes? ✓ Quais as principais características destes clientes? ✓ Quais tipos de problemas eles precisam resolver? Vamos criar um exemplo: Imagine que você tem uma loja física ao lado de uma pista enorme de skate, sua empresa vai abrir uma loja para este público, que são: amantes do skate, profissionais da área, interessados no esporte, em sua grande maioria, homens, entre 15 e 35 anos, classe social B, porque estão localizados em uma zona privilegiada da cidade de São Paulo. Eles querem uma loja que contenha diversos produtos do mundo do skate, são exigentes e propensos a investir em novidades do mundo do skate. Viu, conseguimos destacar as principais características do nosso público alvo, respondendo às perguntas acima. 2. Oferta de valor: Propostas que atendam determinadas necessidades dos potenciais clientes. O importante de destacar neste quadrante não é o produto ou serviço em si, mas, sim, o valor percebido pelo cliente. Perguntas que devo fazer: ✓ Qual benefício principal sua empresa vai oferecer ao cliente? ✓ O que torna a oferta única, que os demais concorrentes ainda não possuem? ✓ De fato, os clientes precisam disso? ✓ Que necessidades satisfazemos? ✓ Quais benefícios o produto ou serviço vai oferecer? ✓ Quais problemas estamos ajudando a resolver? 8 Exemplo: Personalização, rapidez na entrega, compra on-line, troca na loja física, customização de produto, novidade, inovação, entre outros. Importante pensar o que a empresa vende para os clientes, mas não se atentando as funcionalidades de um produto ou serviço, e sim como eles veem a empresa. Pense em uma empresa que vende celular, o que ela vende de valor ao cliente? Vende conveniência, tecnologia, acessibilidade, comunicação, etc. Pense em uma empresa que vende relógios, provavelmente vende status, moda, beleza, etc. E os supermercados, o que vendem? Vendem conveniência em encontrar diversos produtos, preço baixo, promoções, clube de vantagens, cartão de crédito próprio melhorando condições de pagamento, etc. Veja um exemplo para uma loja que pretender vender bolos caseiros. Fonte: Do autor Vamos citar mais um exemplo de propostas de valor. Imagine que você tem vontade de abrir um restaurante, porém, depois de toda pesquisa, ainda tem dúvida sobre o que ofertar de valor para seus futuros clientes. O quadro a seguir exemplifica diversas possibilidades. Vamos conferir. 9 Fonte: Do autor. 3. Canais de distribuição: uma vez que já se tem uma prévia de clientes potenciais e propostas de valor, é necessário pensar em como fazer com que estes dois elementos fundamentais se encontrem. Afinal, você cria uma empresa para conectar seu produto ou serviço com os clientes, mas como fazer isso da melhor maneia possível? Temos que pensar nas formas de distribuir o produto e ou serviço e também como o cliente adquire a oferta. Perguntas que devo fazer: ✓ Quais serão as formas mais eficientes de distribuição do produto? ✓ Tem loja física? ✓ Entrega em quais locais? ✓ Como seu cliente entra em contato com você? ✓ Como eles tomam conhecimento de sua oferta? Vamos pensar em uma empresa que vende óculos de sol. Distribuição por meio dos Correios em todo o território nacional, loja em São Paulo, lojas parceiras distribuídas em todo o território nacional. Eles tomarão conhecimento das ofertas mediante as seguintes formas de comunicação: Equipe de vendas, site (loja virtual), links Comida por quilo - preços baixos Comida nordertina em SP para nordestinos matarem a saudade Comida vegetariana Pratos diferentes para crianças se divertirem Restaurante 10 patrocinados no Google, mídias sociais, revistas especializadas, e-mail-marketing, propagandas locais em televisão fechada, etc. 4. Relacionamento de clientes: como fortalecer o envolvimento do cliente com o negócio. Essas relações podem ser pessoais, ou até mesmo automatizadas. Este é o momento de pensar em conquistar ainda mais o cliente, reter este cliente para que possa sempre ampliar suas vendas a ele. Perguntas que devo fazer: ✓ Que tipo de relacionamento cada um dos segmentos espera que estabeleçamos com eles? ✓ Qual é o custo de cada um? ✓ Como criar vínculos emocionais com o cliente? ✓ Ferramentas para reter o cliente? ✓ Ferramentas de fidelização de clientes? Alguns exemplos: Assistência pessoal: baseada na interação humana. Cliente se comunica com representante da empresa com a intenção de obter mais detalhes sobre como comprar um produto, por exemplo. Assistência técnica assistida: um representante da empresa pode se direcionar a cada do cliente para resolver um problema. Self-service: as empresas não mantem relacionamento direto com o cliente, mas proporciona meios para que ele possa se servir. Pode ser um vídeo explicativo de como manusear um produto, pode ser um aplicativo para que possa tirar dúvidas, etc. Obter clientes Fidelizar Maximizar a rentabilida de Fonte: Do autor 11 Comunidades: empresas criam comunidades em redes sociais com o propósito de manter mais conversação entre clientes, eles trocam conhecimento e ainda ajuda a empresa em compreender melhor os clientes. 5. Fontes de renda: por fim, na dimensão direita, temos as linhas de receita, que registram como a solução em construção pretende gerar receitas, tendo como base as propostas de valor sugeridas. Perguntas que devo fazer: ✓ Quais valores nossos clientes estão dispostos a pagar? ✓ Como pagam? ✓ Como preferem pagar? ✓ Terá promoções? Exemplo: cliente pode pagar mais por meu produto do que para o concorrente porque oferecemos mais conveniência. Pagam através de cartões de crédito, boleto bancário e ainda podem parcelar em três vezes. Haverá promoções de acordo com o volume de compra. Outro caso interessante que vi em uma matéria, foi de uma empregada doméstica que, com ajuda dos filhos criou um site oferecendo seus serviços, e uma das modalidades de pagamento é através da moeda virtual chama bitcoins. Pelo próprio site, os clientes podem agendar um horário e até pagar por meio de bitcoins (moeda virtual). Isso sim que é facilidade para o cliente. Outras fontes de receita que podem ser agregadas em um negócio. Taxa de uso: um valor gerado pelo uso de um determinado serviço. Operadoras de telefonia móvel tem diversos pacotes de serviços para utilização de acordo com as necessidades dos clientes. Taxa de assinatura: gerada pela venda do acesso a um serviço contínuo. Clientes podem fazer assinatura para receber vinhos diversos todos os meses em sua casa. Empréstimos: cliente pode alugar temporariamente um produto ou serviço. Algo que vem crescendo bastante, são as empresas que locam um espaço para o cliente guardar objetos pessoais. 12 Taxa de corretagem: imagine o caso das empresas administradoras de cartão de crédito, obtém renda através de um percentual, originado de uma transação entre o cliente e a empresa. Anúncios: imagine que o site de sua empresa tem milhares de visualizações diárias, pode ser que você conceda pequenos espaços para outras empresas divulgarem seus produtos e serviços, trazendo uma outra fonte de renda. No caso de uma empresa que vende bolos, poderia conceder espaços para empresas fornecedoras de matéria prima ou até mesmo fornecer espaço publicitário para uma academia de ginasticado bairro. Vamos voltar ao caso da loja de bolos caseiros. Fonte: Do autor Vamos, agora, entrar na outra parte do modelo Canvas, a parte esquerda do painel, que irão sustentar os elementos mapeados na dimensão direita. 13 6. Recursos-Chave: são os recursos ligados diretamente ao funcionamento do modelo de negócio. Podem ser recursos humanos, financeiros, máquinas, investimentos e plataformas de tecnologia, por exemplo. Esses recursos podem variam de acordo com a proposta de valor de uma empresa. Fabricante de óculos terá como recursos chaves, seus maquinários e inovação tecnológica, já uma empresa revendedora de óculos, terá como principal recurso chave os recursos humanos para fortalecer o vínculo com os clientes. Claro que os demais departamentos da empresa são importantes, mas neste quadrante é importante citar os principais, ou seja, aqueles que são indispensáveis para a empresa, são os que movem toda a proposta de valor. Perguntas que devo fazer: ✓ Que recursos principais nossa proposta de valor requer? ✓ São recursos físicos? ✓ Intelectuais? ✓ Humano? ✓ Financeiro? ✓ Distribuição? ✓ Comunicação? Vamos detalhar alguns recursos que podem agregar na empresa. Físicos: inclui a fábrica, edifícios, veículos, maquinas, sistemas, pontos de vendas, redes de distribuição, etc. Imagine que para um supermercado, os principais recursos podem ser a estrutura dos pontos de vendas, logística e sistemas. Já para uma empresa de mídias sociais, o principal recurso é a infraestrutura de tecnologia da informação. Intelectual: marcas, patentes e banco de dados, são cada vez mais importantes para um forte modelo de negócios. Imagine a indústria farmacêutica que precisa patentear todos seus produtos, sem a patente, os produtos poderiam ser copiados facilmente. Outra reflexão que devemos fazer é se a empresa vai necessitar de funcionário mais Fonte: Do autor 14 intelectuais para o negócio prosperar, ou seja, profissionais especializados, que sem eles, o negócio pode dar errado. Humano: toda empresa exige recursos humanos, mas tudo dependerá do ramo de atuação para que seja uma atividade chave, se depende muito ou pouco dos colaboradores em termos intelectuais. Por exemplo: a própria indústria farmacêutica depende de cientistas para elaboração dos medicamentos (recurso mais intelectual) e um excelente corpo de vendas para proliferar a entrada do produto no mercado (recurso intelectual). Já um estacionamento, não requer muito do nível intelectual de seus colaboradores (recurso humano). Neste caso, recursos humanos, podemos considerar, parte dos colaboradores menos especializados e intelectual, mais especializados. Financeiro: será que a empresa precisará de uma grande linha de crédito para levar seu plano adiante. Se isso acontecer, terá que considerar um recurso chave para iniciar o negócio. 7. Atividades-chave: são todas as atividades sem as quais não seria possível atender as propostas de valor, construir os canais necessários e manter os relacionamentos. Podem ser atividades-chave, desde acompanhar redes sociais (uma atividade interessante para contribuir o relacionamento com os clientes) até construir uma loja (que pode se relacionar com as propostas de valor e canais específicos). Imagine a empresa Microsoft, a atividade principal é o desenvolvimento de softwares. ✓ Quais são as atividades principais para minha empresa gerar receita? ✓ Serão os canais de distribuição? ✓ Relacionamento com clientes? Outras possibilidades de atividades chave: Produção: Desenvolvimento e fabricação. No caso da loja de bolos, a atividade chave é a produção. Se os produtos estiverem sempre frescos, com qualidade, mais a padronização necessária, seguramente venderá mais. É preciso despender bastante atenção à produção. 15 Resolução de problemas: Geralmente consultorias e empresas terceirizadas tem como atividade principal a resolução de problemas. Pense em uma consultoria contábil, sua atividade principal é a resolver problemas para outras empresas. 8. Parceiros-chave: são todos aqueles que podem de certa forma contribuir para as atividades chave ou recursos-chave. As parcerias vêm tomando forma e se tornando peça fundamental na melhoria de processos empresariais. As empresas criam alianças para otimizar seus modelos, reduzir custos, riscos e adquirir recursos para o crescimento. Vamos pensar em uma empresa que vende produtos de higiene, porém, quer aumentar sua base de clientes, ela sabe que existe uma empresa que vende produtos pela internet, então, a empresa de produtos de higiene pode fazer parceria com o site e oferecer os produtos em consignação, ou seja, se vender, ótimo, se não vender, a empresa que administra o site, pode devolver a mercadoria. Podemos fazer alianças estratégicas com nossos concorrentes ou não concorrentes. Uma outra possibilidade são as Joint-ventures, uma expressão de origem inglesa que significa união de duas ou mais empresas em prol de iniciarem uma atividade econômica em comum, por um determinado período de tempo e sempre visando, dentre outras motivações, a lucratividade. No ano de 1987 até meados de 1996 ocorreu a integração das fábricas e operações de duas grandes empresas automobilísticas no Brasil, Volkswagen e Ford, resultando na Autolatina. Esse exemplo de joint venture visava potencializar os pontos fortes de cada uma destas empresas e compartilhar os custos de produção. Perguntas que devo fazer: ✓ Quem são os parceiros chave? ✓ Quem são nossos fornecedores principais para que possamos firmar mais parcerias? ✓ Que atividades principais os parceiros executam? O que resulta a motivação para a parceria: Otimização e economia de escala: pode ser uma parceria com fornecedor para otimizar a alocação de recursos e atividades. Pense em uma empresa que vende eletroeletrônicos, um grande magazine, sua gama de produtos é muito grande. Para essa empresa armazenar tudo em um estoque, seria improdutivo. Com a tecnologia, 16 é possível que a empresa de eletroeletrônicos venda pela internet uma geladeira, mas quem vai entregar o produto é o fabricante. Redução de riscos: As parcerias podem ajudar a reduzir riscos e incertezas, principalmente neste ambiente altamente competitivo, caracterizado por incertezas. Até os próprios concorrentes podem formar alianças estratégicas em uma determinada área especifica que não compete com a outra. Aquisição de recursos: Poucas empresas possuem todos os recursos ou executam todas as atividades descritas em seu modelo de negócios, pode ser que uma empresa crie essa parceria exatamente porque uma tem mais conhecimento em uma determinada área do que a outra. 9. Estrutura de custo: são todos os custos envolvidos na operação que você deve elencar, tais custos envolvem, por exemplo, pagar a manutenção das máquinas previstas, os pagamentos dos parceiros contratados, o custo recorrente de infraestrutura, o custo das equipes envolvidas, e assim por diante. Sem dúvida de que, se fizer este modelo de negócios, você não deixará passar nenhum custo envolvido no processo. Perceba que as linhas áreas, principalmente as europeias, estão reestruturando seus modelos de negócios baseado em custo, ou seja, a estratégia é tentar descobrir a melhor fórmula para ter custos mais baixos, algumas linhas aéreas cobram de seus clientes pela refeição, mas em contrapartida, o custo do voo é bem interessante. Perguntas que devo fazer: ✓ Quais são os custos mais importantes para o meu modelo de negócios? ✓ Que recursos principais são os mais caros? ✓ Quais atividades chaves são as mais caras? Essas perguntas podem ajudar a criar parcerias ou até mesmo tentar melhores negociações na hora de concretizar o plano de negócios. Vamos voltar a empresa que vende bolos caseirose fazer as nove etapas do modelo Canvas. 17 Fonte: Do autor. O quadro mencionado representa uma real possibilidade de introduzir uma loja de bolos caseiros no mercado. Claro que existem mais etapas no processo e aqui é só um exemplo, mas perceba que ao longo de todo o processo percorrido você, ou qualquer pessoa, pode “bater o olho” no painel e imaginar todas as estratégias principais de uma única só vez. A aplicação do Business Model Canvas pode facilitar muito a concepção de novos produtos e serviços, por meio do exercício e estudo de seus nove elementos fundamentais. Também possibilita divergir e convergir opiniões, criando assim um entendimento comum entre os envolvidos e gerando indicadores fortes para a inovação estratégica. Pratique Mãos à obra. Que tal você construir o seu plano de negócios utilizando o modelo Canvas? Pratique! 18 Possibilita uma visão completa do plano, com linguagem clara dos objetivos, com uma estrutura definida de ideias, facilitando a introdução de uma empresa no mercado competitivo. Em linhas gerais, pode-se citar como ponto muito positivo a capacidade que a ferramenta tem de corroborar para melhor profissionalismo dos diversos atores usuários do modelo, estimulando o espírito empreendedor nas mais diversas etapas de vida. Todo processo de desenvolvimento de um modelo de negócio é único de cada empresa, onde cada empreendedor encontrará seus próprios desafios, obstáculos e fatores críticos de sucesso. Cada empresa iniciará a construção do seu modelo a partir de lógica, contexto e objetivos próprios. (OSTERWALDER: PIGNEUR, 2011b). 1. Sugiro o site do Sebrae para que possa criar um modelo Canvas a partir do sistema já elaborado, no qual você vai introduzindo as informações e o sistema já cria o painel para você. É bastante interessante, confira. Disponível em: <www.sebraecanvas.com>. Acesso em: 20 jul. 2017. 2. Recomendo, também, assistir ao vídeo sobre as nove etapas do modelo Canvas, mais uma forma bastante didática de entender como funciona tal modelo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WUAQBV52bNU>. Acesso em: 20 jul. 2017. 3. Convido você a ler o artigo que faz uma comparação entre o modelo Canvas e um plano de negócios tradicional. Disponível em: <https://www3.faced.br/wp- content/uploads/2015/11/Business-Model-Canvas-e-Plano-de-Neg%C3%B3cios- Uma-An%C3%A1lise-Comparativa.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2017. 4. Sugiro a leitura de como elaborar um plano de negócios. O material foi elaborado pelo Sebrae e é de fácil entendimento. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/COMO%20ELABORA R%20UM%20PLANO_baixa.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2017. 19 É imprescindível que tenha mais conhecimentos sobre a disciplina, para tanto, solicito que acesse a Biblioteca Virtual do UNISAL e leia, na parte 1, o capítulo 5 e, na parte 2, capítulo 3 do livro “Plano de Negócios: Uma ferramenta de Gestão”, do autor Paulo Ricardo Zavadil. • Na parte 1, o capítulo 5 explica como constituir uma empresa, da página 92 a 117. • Na parte 2, o capítulo 3 traz informações sobre um plano de marketing, da página 176 a 215. BERNARD, L. A. Manual de plano de negócios: fundamentos, processos e estruturação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. BIZZOTTO, C. E. N. Plano de negócios para empreendimentos inovadores. São Paulo: Atlas, 2008. CHÉR, R. Empreendedorismo na veia: um aprendizado constante. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; SEBRAE, 2014. CHIAVENATO, I. Dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2005. DEGEN, R. J. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. 6. ed. São Paulo: Cultura, 1999. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Ediouro, 2009. MAXIMIANO, A. C. A. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. OSTERWALDER, A. Business Model Generation: Inovação em modelos de negócios. Rio de Janeiro, RJ. Alta Books, 2011. 20 PINCHOT, G. Innovation Through Intrapreneuring. Research Management, March-April 1987, Volume XXX, n. 2. Disponível em: <http://www.pinchot.com/perspective/intrapreneuring/>. Acesso em: 17 jul. 2017.